Bebês verdes – Sustentabilidade que começa no berço


A chegada de um novo membro da família é sempre um momento de alegria para todos. Bebês incitam em nós sentimentos ternos, carinho e proteção. Com o nascimento começa o conjunto de tarefas e despesas que estão associados ao cuidado e bem estar do bebê.

Atualmente a indústria voltada para bebês e gestantes movimenta a economia de forma surpreendente, sempre com novos produtos anunciados de forma atrativa, que se tornam irresistíveis no primeiro momento. Mas além de comprar muito, quase sempre os pais levam pra casa produtos que foram fabricados sem nenhuma preocupação ambiental. Essa lógica vale desde a mamadeira ao enfeite do quarto. Mas não dá para discutir, no enxoval do bebê, o maior vilão é mesmo a fralda descartável. Fabricada com plástico (derivada do petróleo) e produtos químicos, leva em média 400 anos para se decompor na natureza, sendo um retrocesso ecológico logo nos primeiros anos de vida desse novo cidadão. Até completar dois anos, um bebê que só usa fralda descartável, já transformou cinco mil fraldas em rejeito, pois para reciclar ou reaproveitar a fralda pós-uso é preciso alta tecnologia que ainda não está disponível no Brasil.

          

Mas como promover a sustentabilidade preservando a saúde do bebê e protegendo o meio ambiente, ao mesmo tempo? É possível sim, e pode se tornar interessante os resultados econômicos, sociais e ambientais. Como alternativa ao impacto ambiental que as fraldas descartáveis provocam na natureza, muitos pais têm apostado em um produto alternativo: as fraldas de pano. Mas não se espante, não estamos falando de voltar no tempo quando as mães passavam horas no tanque. Os novos modelos são bem mais modernos, bonitos e práticos. Todo o formato da fralda de pano foi evoluindo conforme os anos, o tecido não necessita ser passado a ferro e não agride a pele do bebê, além da limpeza ser bem mais prática do que muita gente imagina. Em média a fralda de pano, que pode durar até dois anos, custa R$ 35,00. Além do preço, ela possui outra vantagem, não vaza os dejetos com facilidade, pelo fato do tecido ser muito mais absorvente do que o plástico das fraldas descartáveis.

As roupas e móveis podem ser comprados ou alugados em brechós infantis, diminuindo ainda mais o consumo do pequeno. Como eles crescem rápido, as roupas não duram muito, por isso comprá-las de segunda mão se torna um atrativo para o bolso. Berços, móbiles e andadores também podem ser comprados em brechós ou alugados, reforçando ainda mais a economia e promovendo a sustentabilidade, consumindo menos produtos novos e conseqüentemente provocando menos uso de recursos naturais.  

                     

Os pais que aceitam ao desafio de passar por essa fase da vida de maneira mais ecológica podem ir além, é possível fazer escolhas sustentáveis o tempo todo. Na hora de montar o quarto, na alimentação orgânica, na escolha da chupeta e brinquedos sustentáveis, roupas de algodão orgânico e até a mamadeira. A dica é simples: antes de comprar qualquer peça, pense no impacto que este ato pode causar na natureza.

Fotos: Ecologismos e Cosméticas

Laísa Mangelli