Plano Nacional traçará estratégias para oferta de água no país


             

Depois de dois anos de negociações, o governo brasileiro firmou parceria com o Banco Mundial para a elaboração do Plano Nacional de Segurança Hídrica (PNSH), cuja proposta foi apresentada na tarde de terça-feira (20), no auditório da Agência Nacional de Águas (ANA), em Brasília. O estudo estará concluído nos próximos dois anos e terá por base a segurança hídrica e a oferta de água suficiente para o abastecimento humano, além das atividades produtivas, evitando assim situações críticas como a vivida, atualmente, pelos habitantes do estado de São Paulo.

A construção do PNSH uniu os Ministérios do Meio Ambiente (MMA), por meio da ANA, e o da Integração Nacional (MI), a partir da Secretaria de Infraestrutura Hídrica (SHI), encerrando-se a fase de concepção do Plano, iniciada em 2012. O objetivo desse estudo é definir as principais intervenções estruturantes e estratégicas de recursos hídricos para o Brasil, tais como construção de barragens, sistemas adutores, canais e eixos de integração. São consideradas infraestruturas necessárias para reduzir os riscos associados a eventos críticos, como secas e enchentes, além de garantir o abastecimento das populações nas cidades e no campo.

O evento contou com as presenças dos ministros do MMA, Izabella Teixeira; do MI, Francisco Teixeira; do presidente da ANA, Vicente Andreu; e do representante do Banco Mundial, Marcos Thadeu Abicalil, entre outras autoridades. E marca o início dos trabalhos técnicos, considerando o ano de 2020 para identificar as demandas efetivas, e 2035 para as ações e obras a serem propostas.

Preocupação – De acordo com a ministra Izabella Teixeira, o Plano vai estudar todas as intervenções necessária para assegurar oferta de água para abastecimento. O objetivo, segundo a ministra, “é desenhar todas as alternativas necessárias para viabilizar a oferta de água no país em situações de estresse hídrico, inclusive dando critérios para priorização de investimentos e dialogando com o Plano Nacional de Saneamento Básico”. Pretende-se que as obras identificadas pelo Plano sejam executadas, primordialmente, pelo Ministério da Integração Nacional e seus parceiros, nas esferas federal e estadual.

Mapeamento – Para Marcos Abicalil, do Banco Mundial, esse Plano “é um marco no planejamento e no aumento de infraestrutura para a segurança hídrica”. O presidente da ANA, Vicente Andreu, disse que o PNSH permitirá conhecer todos os reservatórios de água do país, a partir do mapeamento dos recursos hídrico dos 5.565 municípios brasileiros, já realizado pela Agência.

Uma das diretrizes do Plano é que as obras tenham natureza estruturante e abrangência interestadual ou relevância regional, e garantam resultados duradouros em termos de segurança hídrica. As intervenções também deverão ter sustentabilidade hídrica e operacional. O PNSH vai analisar os usos setoriais da água sob a ótica dos conflitos existentes e potenciais pelo recurso e dos impactos no uso da água, em termos de quantidade e qualidade.

A segurança hídrica considera a garantia da oferta de água para o abastecimento humano e para as atividades produtivas em situações de seca, estiagem ou desequilíbrio entre a oferta e a demanda do mineral. Além disso, o conceito abrange as medidas relacionadas ao enfrentamento de cheias e da gestão necessária para a redução dos riscos associados a eventos críticos, como secas e cheias.

O estudo – a ministra Izabella Teixeira destaca alguns aspectos que levaram em conta no estudo:

1) Os cenários críticos de 2020, as prioridades identificadas.

2) Os de 2035, a consolidação das propostas, do ponto de vista das intervenções de estrutura hídrica.

3) A preocupação em se discutir preservação (conjunto formado pelos poços, reservatórios e outros sistemas que compõem a rede de captação e distribuição de água) para abastecimento e redundância (construção de mais reservatórios para enfrentar fenômenos climáticos extremos) com infraestrutura.

4) Criação de um plano B numa situação de evento climático extremo, e assegurar mecanismos e procedimentos que levem água todos os brasileiros.

 

Fonte: MMA

 

Laísa Mangelli

Não basta só a embalagem ser sustentável, a estratégia também precisa ser


Pode até parecer incompreensível a ideia de ser sustentável individualmente, mas com pequenas atitudes ao longo do dia-a-dia, transforma-se em uma legião de formiguinhas que juntas podem mudar o mundo e a humanidade

 

   

Hoje em dia o tema sustentabilidade pode ser observado em todos os lugares: na televisão, nos jornais, nos anúncios, nos desenhos animados, nos filmes, nas camisetas, nas marcas das empresas, entre tantos outros lugares. Nas mídias sociais e redes, por exemplo, vemos muitos “posts” com animais sofrendo e com tema social de todo o mundo. 
 
Ainda constata-se que a maioria dos bancos brasileiros torna-se mais verdes, assim como grande parte das empresas de cosméticos avaliando seus fornecedores com base nesse parâmetro. A indústria automobilística e a logística pensam na emissão de CO2, as indústrias eletroeletrônicas desenvolvem a reciclagem, as empresas extratoras de minérios e derivados da natureza estudam seu legado na região, enfim, diversas ações estão sendo feitas em busca de um objetivo maior e comum.
 
Com este conceito sendo colocado diariamente em pauta, existe a questão da complexidade do tema e como as empresas inserem a sustentabilidade nas suas atividades e processos, produtos e embalagens.
 
Na pesquisa “Comunicação e sustentabilidade: O que a sua organização pensa e faz nesta área?” realizada com as 25 grandes empresas do CEBDS (Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável), 90% comentou que possui a sustentabilidade incorporada na estratégia de negócios. Já de acordo com pesquisa divulgada pela Accenture e United Nations Global Compact, 93% dos 776 CEOs entrevistados acham que a sustentabilidade será fundamental para o futuro das empresas. 
 
Entretanto, a questão colocada é exatamente o que se entende por colocar a sustentabilidade na estratégia de negócios da empresa? Com certeza não é somente ter uma embalagem reciclável ou com partes recicladas, mas sim um programa ou alguns processos de desenvolvimento sustentável em sinergia com os seus produtos, embalagens e serviços. Não estamos considerando somente a bela frase de missão, visão, valores e objetivos da organização, e sim de quais produtos e serviços vêm o faturamento e lucro destas empresas. 
 
E quando a empresa, no Brasil, faz um contrato social e posteriormente define quais serão as formas de faturamento e lucratividade, isto passará necessariamente por um produto ou um serviço à sociedade como um todo. Dessa forma, seja este produto ou serviço qual for, na sequência haverá a sua produção em massa, distribuição, venda e coleta (take back and recycling), e é justamente nestes pontos processuais que elas devem se adequar a normas, regras, legislações, certificações etc. 
 
Diante disso, a questão da inserção da sustentabilidade na estratégia e nos negócios da empresa está sendo bastante discutida, e implementada em parte das corporações brasileiras, porém não na sua maioria nem de forma orgânica, e isso se agrava ao considerarmos também as pequenas e médias empresas. 
Sendo assim as embalagens, produtos e serviços mais sustentáveis, somados aos processos, práticas, ações, indicadores e planos têm que estar intimamente ligados à estratégia das empresas. Isso realmente é inserir a sustentabilidade na estratégia de negócios, não somente uma maquiagem verde nos produtos e serviços.
 
Agora estas oportunidades estão mais próximas do Brasil, pois sua situação econômica e social está cada vez melhor e todos os focos de investimentos se voltam também para este país dos mercados emergentes. Temos que mostrar o poderio criativo e inovador das empresas locais buscando uma real transformação cultural, social e focado no desenvolvimento sustentável.