Mineirão é o primeiro estádio do Brasil a receber premiação máxima em sustentabilidade


Prêmio foi concedido pela Gren Building Council Institute, dos Estados Unidos

Gil Leonardi/Imprensa-MG


Mineirão  é o primeiro estádio brasileiro e o segundo do mundo a conquistar o selo Platinum, categoria máxima de certificação ambiental Leedership in Energy and Environmental Design (LEED), concedida pela norte-americana Green Building Council Institute (GBCI), uma das instituições ambientais mais importantes do planeta. A premiação é resultado de ações ambientalmente sustentáveis implementadas nas obras de reforma da nova arena. 

O estádio conquistou 81 dos 110 pontos para a concessão do selo máximo e se destacou em diversos quesitos, como eficiência da água (10 em 10 pontos) e Energia e Atmosfera (32 em 35 pontos).

“A conquista da certificação é fruto de um trabalho rigoroso desenvolvido desde o momento da concepção do novo estádio, em que as responsabilidades ambientais, sociais e financeiras foram devidamente planejadas e, agora, reconhecidas", destaca Tiago Lacerda, secretário de Estado de Turismo e Esportes de Minas Gerais (Setes).

Ações sustentáveis

 

Renato Cobucci/Imprensa-MG

Vários procedimentos de sustentabilidade foram adotadas no período de reforma do Mineirão. Uma delas foi o sistema de lavagem dos pneus dos veículos que transitaram pelo canteiro de obras para diminuir sujeira e poeira nas vias públicas. A água usada nesta ação foi captada por calhas e destinada para um sistema de tratamento, sendo tratada e bombeada para uma caixa d’água, voltando a abastecer o sistema de lavagem. A prática gerou economia de aproximadamente 18 mil litros de água por dia e cerca de R$ 500 mil.

Outro importante exemplo foi o reaproveitamento de 90% dos resíduos gerados com a reforma do estádio. O concreto demolido foi transformado em brita para ser utilizado na pavimentação de ruas de Vespasiano, município da Região Metropolitana de Belo Horizonte. A terra foi utilizada no aterro do Boulevard Arrudas, no centro da capital. Já os antigos assentos também receberam destinação ecológica, sendo doados a estádios e outros espaços esportivos de Minas Gerais.

Com relação ao emprego de energia limpa dentro do Mineirão, a Usina Solar Fotovoltaica (USF) do estádio é outro exemplo de pioneirismo ambiental. Pela primeira vez, um jogo de Copa do Mundo foi disputado num estádio com usina solar em funcionamento. No dia 17 de junho, a Colômbia venceu a Grécia por 3 a 0. Desde o dia 25 de abril, a USF do estádio injeta mais de 1 MW de energia no sistema de distribuição da Cemig, o suficiente para abastecer cerca de 1.200 residências.

Fonte: MG – Superesportes

Mil hectares protegidos para o tatu-bola a cada gol marcado na Copa?


 

                                

E se a cada gol marcado na Copa do Mundo, que será realizada no Brasil entre junho e julho, fossem destinados 1 mil hectares de Caatinga como área protegida? O desafio à Fifa e ao governo brasileiro foi oficializado em artigo de um grupo de pesquisadores do Nordeste, cujo objetivo é garantir a proteção do tatu-bola – o mascote do torneio encontra-se ameaçado de extinção.

 

A espécie, conhecida cientificamente como Tolypeutes tricinctus, está ameaçada de extinção (consta como “vulnerável” no Livro Vermelho do ICMBio), assim como o ambiente natural do qual ela depende para sobreviver.

 

Levando-se em conta que cerca de 150 gols são marcados em média por torneio, isso implicaria na criação de 1.500 km2 de áreas protegidas no bioma, o que representaria 0,002 % da área total de ocorrência da espécie (estimada em 732 mil km2).

 

A proposta dos pesquisadores está descrita em um artigo publicado na revista científica Biotropica. O autor principal é o biólogo Enrico Bernard, da Universidade Federal de Pernambuco.

 

“A escolha do tatu como mascote da Copa do Brasil é uma oportunidade ímpar para que Fifa e governo brasileiro estabeleçam um novo padrão de legado ambiental para as Copas”, destacou o especialista em entrevista à Herton Escobar, do Estadão.

Comprometimento

Segundo Bernard, a escolha de uma mascote simboliza um comprometimento de quem o escolheu com uma causa. “Sob o ponto de vista de marketing a escolha do tatu foi apropriada: É um animal tipicamente brasileiro e que assume uma forma peculiar de bola, que obviamente remete ao futebol. Entretanto, o mal status de conservação da espécie e de seu habitat colocam tanto a Fifa quanto o governo brasileiro em uma situação delicada quanto à escolha. Eles precisarão agir efetivamente.”

 

Para quem tem gasto bilhões com a construção de estádios e para os que vão lucrar (e muito) com o torneio, a pedida parece bastante justa. Concorda?

 

(EcoD)

 

Fonte: Mercado Ético