A Marinha russa anunciou, nesta terça-feira (22), a descoberta de cinco novas ilhas que emergiram em meio ao derretimento de geleiras no Ártico.
As ilhas foram cartografadas em uma expedição realizada em agosto e setembro. Estavam escondidas sob geleiras, disse o chefe da frota, o vice-almirante Alexander Moiseyev, acrescentando que ainda não foram “batizadas”.
“Isso se deve, principalmente, é claro, às mudanças na situação do gelo”, declarou Moiseyev, que liderou a expedição, em uma entrevista coletiva em Moscou.
“Antes, eram geleiras. Achávamos que faziam parte da mesma geleira”, acrescentou, explicando que “o derretimento, o colapso e as mudanças de temperatura fizeram estas ilhas ficarem expostas”.
A perda de glaciares no Ártico entre 2015 e 2019 foi maior do que em qualquer outro período de cinco anos anterior já registrado, informou a ONU em um relatório sobre o aquecimento global do mês passado.
A Rússia instalou uma série de bases militares e científicas no Ártico nos últimos anos. O interesse é crescente, à medida que o aumento das temperaturas vai abrindo novas vias para a navegação e torna possível que sejam explorados recursos minerais até então inacessíveis.
Cerca de 60 pessoas participaram de uma expedição neste verão aos arquipélagos Terra de Francisco José e Nova Zembla, incluindo civis da Sociedade Geográfica russa. Foi a primeira em que se usou um rebocador de resgate, no lugar de um quebra-gelo.
Durante a expedição, o Ministério da Defesa anunciou que encontrou cinco novas ilhas na baía de Vize, frente a Nova Zembla, um grande arquipélago montanhoso com duas ilhas principais.
Estas ilhas já haviam sido detectadas por satélite, mas a expedição foi a primeira a avistá-las.
Além disso, a instituição confirmou a existência de uma ilha que previamente havia sido cartografada como uma península de Hall Island, parte do arquipélago da Terra de Francisco José, ao oeste de Nova Zembla.
AFP