Incêndios diminuem na Amazônia e se multiplicam no Pantanal


(30 out) Incêndio florestal no Pantanal (Governo do Mato Grosso do Sul/AFP)

Os incêndios se propagam de forma alarmante no Pantanal brasileiro, ao mesmo tempo em que diminuem rapidamente na região amazônica, segundo informes oficiais.

O número de hectares devorados pelas chamas em quatro municípios do Pantanal do Mato Grosso do Sul passou de 50 mil na semana passada a 122 mil (+144%) nesta segunda, indicou a assessoria de imprensa desse estado. As autoridades mobilizaram três helicópteros e três aviões para combater as chamas, acrescentou.

Neste ano, 8.875 focos de incêndio (+486% em relação ao mesmo período do ano passado) foram declarados nessa região de grande diversidade de flora e fauna, de acordo com dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Em outubro houve 2.430 focos de incêndio nessa região, um recorde desde 2002.

Na Amazônia, onde até agosto o desmatamento parecia fora de controle, a situação se reverteu nos últimos meses. O número de focos caiu de 30.901 em agosto (um recorde desde 2010) para 19.925 em setembro e 7.855 em outubro, um mínimo desde o início da série histórica, em 1998, segundo dados do Inpe.

Essa redução refletiu na superfície desmatada: 2.255 quilômetros quadrados em julho, 1.702 quilômetros quadrados em agosto, 1.447 quilômetros quadrados em setembro e 405 quilômetros quadrados em outubro.

A redução ocorreu devido a dois motivos: as chuvas e a ação do exército, mobilizado após as campanhas de sensibilização que questionaram a política do governo de Jair Bolsonaro, explica Paulo Moutinho, especialista do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam).

Segundo Moutinho, tanto na Amazônia como no Pantanal os incêndios “estão muito ligados à ação do homem e raramente ocorrem por causas naturais. Muitas vezes são para limpar a área, e muitas vezes por acidente”.

“As queimadas [na Amazônia] diminuíram, mas o desmatamento não parou” e em muitas zonas desmatadas as queimadas que precedem a utilização de terras para atividades agropecuárias ocorrerão “nos próximos anos”, prevê o pesquisador.

AFP

MP abre inquérito para apurar danos ambientais decorrentes de incêndio em Santos


O Ministério Público do Estado de São Paulo (MP-SP) abriu inquérito civil para investigar os danos ambientais decorrentes do incêndio nos tanques de armazenagem da empresa Ultracargo, no bairro da Alemoa, na cidade de Santos. O incêndio entrou hoje (7) no sexto dia. A área continua isolada, porque o fogo ainda atinge dois tanques de gasolina. Os bombeiros trabalham desde a última quinta-feira (2) sem interrupção.

O MP solicita cópias do licenciamento ambiental do terminal da Ultracargo e, ainda, “de eventuais autos de infrações lavrados nos últimos cinco anos, bem como daqueles decorrentes do evento em questão” emitidos pela Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental (Cetesb) do estado de São Paulo.

As prefeituras de Santos, São Vicente e Cubatão deverão apresentar informações detalhadas sobre as providências adotadas por causa do incêndio e também cópia de eventuais autos de infrações.

Empresas localizadas no entorno do incêndio deverão fornecer cópia das imagens registradas por câmeras de segurança internas e externas, no dia 2 de abril,  no horário das 6h às 13h.

Incêndio atinge tanques de combustível em Santos (Divulgação/Corpo de Bombeiros de São Paulo)

Incêndio em tanques de combustível em Santos entrou no sexto diaDivulgação/Corpo de Bombeiros de São Paulo

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

No documento, o MP alega que a fumaça resultante do incêndio pode ser tóxica, o que traz riscos às pessoas que vivem perto do local, como os bairros de Alemoa, Saboó, Piratininga e Casqueiro. “Sem falar no risco a que foram submetidos também os bombeiros e demais equipes escaladas para o combate ao incêndio.”

Segundo o Ministério Público, o fogo pode ter provocado ainda alteração da qualidade das águas na região, devido à necessidade de drenar grande volume de água contaminada com derivados de petróleo. De acordo com o MP, “os rios e o canal do Estuário de Santos já sentiram os primeiros reflexos negativos do incêndio ainda não controlado, com o aparecimento, em diversos pontos, de grande quantidade de peixes mortos”.

A prefeitura de Santos informou, em nota, que a Cetesb já recolheu alguns peixes que apareceram mortos no Rio Casqueiro e também amostras de água em cinco pontos diferentes para análise laboratorial, mas ainda não há resultados. A análise vai verificar a causa da morte dos peixes e se houve alteração da composição química da água do rio devido ao incêndio.

Sobre a qualidade do ar, a Cetesb informou, no fim da tarde de ontem (6), que suas estações de monitoramento em Santos não detectaram aumento significativo na concentração de poluentes no município em razão do incêndio. As estações estão localizadas em um raio de 6 a 10 quilômetros do local do incêndio.

Para uma avaliação mais precisa, a companhia instalou um medidor móvel a 3 quilômetros do local atingido pelo fogo. A medição está em curso e ainda não há resultados.

Sobre o inquérito do MP, a Ultracargo respondeu, em nota, “que continuará colaborando ativamente com os trabalhos de todos os órgãos e autoridades envolvidas na questão”.

Fonte: EBC Agência Brasi

Chapada Diamantina é atingida por incêndio de grandes proporções


Uma equipe de 30 homens da corporação atua no combate às chamas na região (Divulgação Corpo de Bombeiros da Bahia)

Um incêndio de grandes proporções atinge um trecho de vegetação na Chapada da Diamantina, na Bahia. O fogo abrange parte do território das cidades de Livramento de Nossa Senhora e Rio de Contas, além de uma região limítrofe entre os municípios de Lençóis, Palmeiras e Iraquara.

Segundo informações do Corpo de Bombeiros, o fogo começou no sábado (19). Uma equipe de 30 homens da corporação atua no combate às chamas na região. Em Livramento, o incêndio acontece próximo à Cachoeira do Véu de Noiva, ponto turístico do local. Junto com Rio de Contas, os municípios formam, ao sul da Chapada o chamado Circuito do Ouro, em referência à descoberta de jazidas do mineral, no fim do século 17.

O Corpo de Bombeiros informou que aeronaves têm sido usadas na operação para debelar o fogo, pois o acesso aos focos de incêndio é difícil por causa da densidade da vegetação. Carros para transporte dos bombeiros, além de instrumentos como enxadas foices e facões são usados por quem faz o trabalho em terra.

Ainda não é possível saber o tamanho da área consumida pelo incêndio e se regiões de proteção ambiental foram afetadas. As causas do fogo não foram divulgadas, mas a Chapada vive um período chamado de temporada do fogo, que começa em agosto e vai até o fim do ano. A época é marcada pelo clima quente e seco, além das queimadas feitas por produtores rurais locais como forma de “limpar” os terrenos para cultivo. Aliados, os fatores potencializam a ocorrência de incêndios.

Agência Estado