Logística reversa de embalagem sairá do papel


Ministério do Meio Ambiente abriu consulta pública para acordos setoriais nos ramos de embalagens e lâmpadas. Os documentos são base para Política Nacional de Resíduos Sólidos. 

             

São Paulo – Uma parte importante da Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), publicada em 2010, está prestes a sair do papel. Trata-se da implementação da logística reversa para os setores de embalagens em geral e de lâmpadas.

Isso porque o Ministério do Meio Ambiente abriu consulta, nesta semana, sobre acordos setoriais para as duas cadeias. Apesar de a Lei 12.305, que institui a política de resíduos, ter quase quatro anos, a falta dos acordos limita sua aplicação. Pelo menos seis cadeias produtivas (agrotóxicos, pilhas e baterias, pneus, óleos lubrificantes, lâmpadas e eletrônicos) precisam do documento.

No entanto, até agora, apenas a cadeia de óleos lubrificantes conseguiu assinar um acordo com o Ministério do Meio Ambiente para reciclagem. O documento saiu em dezembro do ano passado.

Segundo a política de resíduos, tanto fabricantes quanto importadores, distribuidores e comerciantes são responsáveis por criar um sistema para a destinação final dos resíduos. O mecanismo deve operar de forma independente dos sistemas públicos de limpeza.

Demanda

"Já foi tempo demais em conversas. Isso só atrasou a adoção de ações mais adequadas ao meio ambiente", afirmou o diretor-presidente da Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe), Carlos Vieira da Silva Filho.

Ele destaca que a política deu um prazo de quatro anos, encerrado no dia 2 de agosto, para algumas medidas, como o fim dos lixões e a obrigatoriedade de planos municipais para a gestão de resíduos sólidos. Já para a implantação dos sistemas de logística reversa, não foi estabelecido prazo.

O diretor da Abrelpe ainda explica que os acordos em consulta pública já passaram pelo crivo das empresas – que fazem a proposta – e do governo. Quer dizer, já foram aprovados pelas partes mais diretamente envolvidas, o que pode indicar que a situação se aproxima de um desfecho.

Importância

Bruno Feigelson, do Ribeiro Lima Advogados, acredita que acordo do setor de embalagens é o mais relevante de todos, pois abrange uma infinidade de empresas. Para ele, a legislação ambiental segue uma tendência mundial no sentido de começar a olhar para empresas de consumo – e não mais apenas para a produção.

Até hoje, a questão ambiental era a mais cobrada das empresas do começo da cadeia produtiva, como as de mineração, petróleo ou energia. "O que estamos vendo é apenas um pingo de uma tempestade de obrigações voltadas ao consumo", afirma o advogado.

Feigelson acrescenta que as empresas ainda não estão dando a devida atenção ao assunto. Principalmente nos ramos de consumo, "muitas que não têm preocupação ambiental", diz ele. "Mas, agora, com as mudanças, vão precisar ter".

Fonte: http://www.dci.com.br/legislacao-e-tributos/logistica-reversa-de-embalagem–saira-do-papel-id416153.html por Roberto Dumke

Laísa Mangelli

Paraná tem o primeiro comitê do país para logística reversa na construção civil


O Paraná tem o primeiro Comitê Gestor do país para colocar em prática as ações do plano de logística reversa da construção civil, com a correta destinação e aproveitamento dos resíduos produzidos pelas obras. 
 
A primeira reunião do grupo, na Federação das Indústrias do Paraná (Fiep), na segunda-feira (23), contou com a presença do secretário estadual do Meio Ambiente e Recursos Hídricos, Ricardo Soavinski. 
 
O comitê é fruto de um acordo do Governo do Estado com os sindicatos da construção civil do Paraná: Sinduscon-PR, Sinduscon-Noroeste, Sinduscon-Oeste e Sinduscon-Norte, que elaboraram o Plano de Logística Reversa do setor. 
 
“Logo teremos bons resultados para divulgar e comemorar, num trabalho que servirá de modelo para outros estados” disse Soavinski. 
 
O comitê tem caráter deliberativo e é composto por representantes do Governo, Sinduscon-PR, Fiep e da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC). 
 
“Como aqui é o primeiro Estado a ter um comitê de logística reversa do setor, queremos acompanhar o que será feito para replicar em outras regiões”, disse a assessora da Comissão do Meio Ambiente da CBIC, Mariana Silveira Nascimento. 
 
De acordo com o sindicato, as obras formais representam 25% do volume de resíduos do setor e o restante é produzido por obras informais e reformas. 
 
Em outubro do ano passado o sindicato entregou seu plano de logística reversa, que foi aprovado pela secretaria estadual do meio ambiente. 
 
Agora, serão articuladas as ações que colocarão em prática as medidas de curto, médio e longo prazo. 
 
O Estado conta com 21 termos de compromisso de logística reversa assinados com diferentes setores. 
 
Saiba mais sobre o trabalho do governo do Estado em:http:///www.facebook.com/governopr ewww.pr.gov.br
 
Fonte: www.aen.pr.gov.br

Créditos de logística reversa de embalagens são negociados no Rio


Bolsa de Valores Ambientais lança primeiro lote de 1.200 toneladas de plásticos e vidros

 

               
 
LUCIENE DE ASSIS

Começou a funcionar na manhã desta sexta-feira (25/04), no Rio, uma ação inédita destinada ao pagamento de serviços ambientais a catadores de material reciclável. Os créditos de logística reversa para embalagens passaram a ser negociados pela Bolsa de Valores Ambientais (BVRio). O primeiro lote colocado à venda, contendo 1.200 toneladas de três tipos de plásticos e de vidros, está em negociação com representantes do grupo O Boticário.

O evento contou com a participação da ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, que destacou o grande potencial de mercado da logística reversa de embalagens: “Precisávamos de uma política que dialogasse com uma nova governança ambiental para o Brasil, sob a ótica de Estado e não de governo, integrando o setor produtivo com o setor social, com segurança jurídica, papéis bem definidos, metas, fiscalização, controle social, transparência”, salientou. Estimativas oficiais mostram que, a cada ano, no Brasil, pelo menos 20 milhões de toneladas desses materiais vão parar no lixo, sem aproveitamento na reciclagem, pois as prefeituras só conseguem coletar 2% de todo esse volume.

CERTIFICADO

Para participar do sistema, cada catador separa uma tonelada de material reciclável e vende, emitindo nota fiscal eletrônica, momento em que é gerado o certificado da logística reversa. E as empresas podem comprar o certificado, conscientes de que estão contribuindo para a logística reversa dos seus produtos.

Dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) confirmam um prejuízo anual de R$ 8 bilhões devido a não reciclagem de produtos recicláveis. De acordo com Izabella Teixeira, é preciso, também, debater o tema “cidades”. “Sem esse debate, não tem como a política ambiental avançar nos temas estruturantes, como segurança energética, alimentar, hídrica, porque, em 2030, o Brasil terá 90% da sua população vivendo nas cidades; a América Latina, 93%, e as relações formais com a comunidade acontecerão, predominantemente, nas cidades”, acrescentou.

CADASTRO

A Política Nacional de Resíduos Sólidos determina a prática da logística reversa, que é a retirada do mercado, pelos fabricantes de sete setores da economia, das embalagens descartadas dos produtos que cada um deles comercializar. Para tornar a iniciativa uma realidade, a BVRio firmou parceria com o Movimento Nacional dos Catadores de Recicláveis, que reúne, no país, 800 mil catadores, cujo trabalho permite a reciclagem de quase 90% das latinhas que chegam ao mercado.

A venda de créditos de logística reversa de embalagens na Bolsa de Valores Ambientais aumentará a receita dos catadores, enquanto prestadores de serviços, e das cooperativas, que terão mais facilidade para suas pagar despesas e fazer a manutenção do maquinário. O trabalho da BVRio no projeto de créditos de logística reversa começou há seis meses e já cadastrou mais de três mil catadores de cem cooperativas do país.

 

Logística reversa e sua importância para a sustentabilidade


 
 
Telles da Costa Neves
 
Publicado em Revista Geração Sustentável
 
Com a consciência da finitude dos recursos naturais e escassez dos mesmos, que a cada dia se torna mais evidente, tem tornado o assunto sustentabilidade amplamente discutido, tanto se fala sobre o assunto que se romperam as fronteiras dos debates acadêmicos e o inseriram nas organizações e governanças politicas estaduais e municipais. Nunca se falou e se cobrou tanto das organizações, dos estados e municípios um comportamento de responsabilidade ambiental como em nossa época. Comportamento este impulsionado pela criação da Lei nº 12.305, de 2 de agosto de 2010, que institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) , criada pelo Governo Federal que tem como objetivo a gestão eficaz de todos os resíduos gerados, designa a responsabilidade compartilhada entre geradores de resíduos, estados e municípios, cujo prazo para adequação se encerrou em 02 de agosto deste ano. 
 
A preocupação com a sustentabilidade se faz evidente e necessária em nossa época, e de acordo com os autores Barbieri e Cajazeira (2009) há muitos sinais de que a capacidade sustentável da terra vem sendo ultrapassada e isso inevitavelmente provocará grandes catástrofes sociais e ambientais, contudo já atestamos diversos problemas ambientais gravíssimos, tais como: aquecimento global, destruição da camada de ozônio, poluição dos rios e oceanos, extinção acelerada de espécies, bem como sérios problemas sociais. Neste contexto revela se uma área empresarial pouco conhecida, uma vertente da logística empresarial, chamada de logística reversa ou logística verde, que de acordo com Leite (2003), pode ser definida como a área que planeja, opera e controla o fluxo e as informações logísticas correspondentes ao retorno de todos os resíduos gerados ao ciclo de negócios, ou ao ciclo produtivo.
 
 A logística reversa utiliza-se de canais de distribuição reversos para que aconteça o retorno destes bens, materiais, produtos, etc. os canais de distribuição reversos podem ser responsáveis por todo caminho reverso dos produtos comercializados, que por algum motivo, seja ele devido a defeitos de fabricação, recondicionamento e remanufatura, prazo de validade vencido, reuso ou ciclo de vida útil encerrado, retornam ao ciclo produtivo da empresa ou tem destinação final de maneira adequada, isto fará com que se diminua o acúmulo de lixo final. Os bens, produtos ou materiais podem acumular se em grandes quantidades, resultando em sérios problemas ambientais, se não retornarem ao ciclo produtivo ou forem usados de outra maneira. Desta forma a Logística Reversa vem ganhando muita importância e reconhecimento, pelo fato de gerar um melhor aproveitamento de resíduos que provavelmente se tornaria lixo, ajudando assim na contribuição da preservação do meio ambiente. 
 
A logística reversa vem fortalecer o conceito que devemos substituir a cultura do consumo, caracterizada pela motivação de comprar, usar e dispor, pela junção das ideias de uma cultura ambientalista, que privilegia, reutilizar e reciclar os produtos. A intensa industrialização, o crescimento populacional, a diversificação do consumo de bens e serviços e a menor durabilidade dos produtos têm contribuído para o aumento da geração de resíduos sólidos, o que constitui um grave problema ambiental, mas agora com a logística reversa este problema pode ser amenizado e ainda gerar valor de diversas naturezas, tais como: econômico, ecológico, legal, competitivo, de imagem corporativa, dentre outros. Neste contexto compreendemos a importância da logística reversa nos dias de hoje para uma produção socioambiental.
 

Graduado em Logística Empresarial pela Universidade Estácio de Sá -RJ, com especialização em Logística Empresarial e MBA em Administração Estratégica.