Polícia Federal e Ibama prendem quadrilha que comercializava madeira


               

Dezenas de pessoas estão sendo presas desde o início da manhã desta sexta-feira, 06/12, no estado do Maranhão pela Polícia Federal (PF).

Os agentes desvendaram um esquema montado por criminosos que invadiam o sistema de controle florestal mantido pelo Ibama – Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis, conhecido como Sisdof, para obter documentos oficiais para créditos, e facilitar o comércio de madeira extraída ilegalmente de terras indígenas e unidades de conservação da região.

Dados levantados pelo Ibama apontam que quase 500 mil metros cúbicos de madeira serrada entraram no Maranhão e no Pará, apenas em 2013, a partir de certidões "esquentadas". O volume representa carga suficiente para encher 14 mil caminhões de transporte deste tipo de material.

O diretor de Fiscalização do órgão ambiental, Luciano Evaristo explicou que as fraudes foram detectadas há um ano. "Monitorando as transações, a gente percebeu um tráfego de crédito no sentido contrário ao normal. Estava vindo crédito de fora do estado do Maranhão para o Maranhão e do cerrado do Maranhão para perto das áreas indígenas. E recebemos queixas de várias empresas que tinham tido suas senhas roubadas", explicou.

Para conseguir o documento que funciona como uma espécie de licença, os criminosos entravam no sistema do órgão ambiental e simulavam transações comerciais usando a senha de empresas que têm autorização do governo para comercializar madeira legal.

A partir destas operações, os fraudadores criavam uma situação fictícia de venda, passando o crédito de licença para uma empresa fantasma ou irregular que extraiam madeira da Reserva Biológica do Gurupi e de terras indígenas situadas entre os Estados do Maranhão e Pará, como Awá, Caru, Alto Turiaçu e Alto Rio Guamá.

Com os resultados das investigações da Operação Nuvem Negra foram emitidos 50 mandatos judiciais, sendo 21 de prisão preventiva de suspeitos. Evaristo disse que ainda não é possível apontar quantas pessoas estavam envolvidas no esquema.

As outras ordens judiciais autorizam agentes da PF a fazer buscas e apreensões de documentos, equipamentos e produtos madeireiros.

Os policiais também receberam autorização para realizar sete conduções coercitivas de algumas pessoas que serão levadas para prestar esclarecimentos á Justiça sobre o esquema. A Justiça determinou o bloqueio de contas bancárias e suspendeu atividades econômicas de vários suspeitos.

O Ibama bloqueou as atividades de mais de 200 empresas que seriam beneficiadas com este esquema e retirou os "créditos" de madeira das contas destas madeireiras.

Madeireiros da região de Centro do Guilherme, Governador Nunes Freire e Buriticupu, no Maranhão estão entre os suspeitos.

Fonte: Planeta Sustentável

Corte de madeira na Amazônia atinge 2.133 quilômetros e já é o maior desde 2016


Total de 2.133 km2 é o equivalente à área do Município de São Paulo multiplicada por 1,4 (Marizilda Gruppe/Greenpeace/Arquivo)

Em pouco mais de três meses, de 1º de agosto a 13 de novembro, o corte seletivo de madeira da Amazônia – quando só algumas árvores são tiradas com o objetivo de exploração de madeira – afetou uma área de 2.133 km2, superando em 35% toda a extração ao longo dos 12 meses anteriores (agosto de 2018 a julho de 2019 em que a perda foi de 1.573 km2). É o que revela o Deter, sistema de detecção rápida por satélite do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), órgão do Ministério da Ciência e Tecnologia.

O total de 2.133 km2 é o equivalente à área do Município de São Paulo multiplicada por 1,4. Esse corte seletivo na Amazônia em pouco mais de um trimestre já é maior do que em cada um dos três ciclos anteriores de monitoramento do Inpe, que vão de agosto a julho (2016-2017, 2017-2018 e 2018-2019).

Os dados se referem ao primeiro movimento de degradação da floresta, quando árvores mais nobres, como ipê e jatobá, são retiradas para fins madeireiros. É a etapa inicial de um processo que vai rareando a floresta até o ponto em que ela é queimada ou cortada totalmente – o chamado corte raso – para a colocação posterior de pastagem, por exemplo.

O balanço oficial de desmate do Inpe se refere só ao corte raso e não engloba o corte seletivo, que integra outro monitoramento do Inpe. Este mês, o Inpe mostrou alta de 29,5% do desmate da Amazônia. Esse balanço, portanto, não inclui essas perdas esparsas de árvores dentro da mata.

Na semana passada, reportagem revelou que Jair Bolsonaro estuda liberar a exportação de madeira in natura – hoje essa venda é ilegal. A madeira nativa explorada legalmente só pode ser exportada após passar por algum processamento, o que agrega valor ao produto exportado e oferece proteção extra à floresta, uma vez que cria mais etapas passíveis de fiscalização.

A expectativa do setor madeireiro é, se liberada a exportação, elevar a receita do mercado de R$ 600 milhões (com madeira processada e legal) para cerca de R$ 1,2 bilhão anual. De 2.133 km2 de corte seletivo desde agosto, a maior parte foi no Pará (907 km2), Mato Grosso (765 km2) e Amazonas (276 km2). Procurados, Ministério do Meio Ambiente e Secretarias de Ambiente de Pará, Mato Grosso e Amazonas não se manifestaram até as 21 horas.

Causa

O aumento, para especialistas e fiscais do Ibama ouvidos pela reportagem, segue a mesma lógica das altas seguidas no desmate (o corte raso) e estaria ligado à fiscalização menor. De janeiro a setembro, autuações de crimes contra a flora (como extração irregular de madeira) na Amazônia Legal caíram 40% ante o mesmo período de 2018.

Só com imagens de satélite não é possível diferenciar o corte seletivo ilegal do legal, mas a exploração legal só pode ocorrer com plano de manejo aprovado pela autoridade federal ou local – e não há indícios de que tenham sido aprovados mais planos nos últimos meses.

Além da possibilidade de autorizar a exportação de madeira in natura, o presidente do Ibama, Eduardo Bim, flexibilizou normas de fiscalização e de multa a serrarias que comprem madeira ilegal. Bim enviou documento a fiscais dizendo que empresas que compraram madeira acompanhadas de documentos de origem florestal fraudados não podem ser multadas pelo Ibama a menos que demonstrado indício de que o comprador sabia antes que o documento era falso.

Previsões

“Temos, em média, 10% a 15% do mercado de madeira sendo exportado. Nossa intenção é que esse volume chegue a pelo menos 30%”, diz o superintendente do Fórum Nacional de Base Florestal, Valdinei Bento dos Santos. O Fórum é formado por 24 instituições do setor madeireiro do país.

Beto Mesquita, da BVRio, que promove negócios que cumpram a lei ambiental, discorda. Ele lembra que o mercado internacional de madeira, especialmente Estados Unidos e União Europeia, demanda garantias, por parte dos compradores de seus países, de que os produtos que importam são legais.

Para Paulo Barreto, pesquisador do Imazon, o veto à venda de madeira in natura é uma política de desenvolvimento econômico local, com o processamento de toras. “Liberar exportação de toras reduzirá a oportunidade de desenvolvimento local. E pode ser um problema ambiental se aumentar a exploração, porque há muita extração ilegal.”

Agência Estado

Organização dos jogos Rio-2016 se compromete a utilizar madeira certificada


 

O FSC Brasil, organização não governamental que promove o manejo florestal responsável no mundo, e o Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos Rio 2016 selaram um acordo recentemente para que toda a madeira e produtos de origem florestal adquiridos pela organização do evento, tais como estruturas temporárias, mobiliário e materiais de comunicação e papelaria, sejam certificados.

Para ser certificada, a madeira ou produto de origem florestal deve respeitar os princípios e critérios do FSC, que vão além da obediência à legislação vigente, contemplando o respeito aos trabalhadores, povos indígenas e às comunidades locais; o uso múltiplo dos serviços da floresta sempre apoiado no tripé econômico, social e ambiental; o cuidado com os valores da floresta e menor impacto ambiental; a consistência, adequação de escala, monitoramento e avaliação de impactos do plano de manejo; manutenção das áreas de alto valor de conservação; e boa gestão, assegurando a sustentabilidade e preservação das florestas no mundo.

A parceria entre o FSC Brasil e o Rio 2016 pretende contribuir para atingir o equilíbrio entre oferta e demanda, fomentar novas cadeias produtivas, abrir mercado, envolver pequenos produtores e comunitários no sistema, estimular a certificação de novas áreas florestais, serrarias, depósitos, marcenarias e todos os elos da cadeia de custódia, que garantem a rastreabilidade da boa madeira desde a produção da matéria-prima que sai das florestas até chegar ao consumidor final.

Sustentabilidade em eventos

De acordo com o Comitê Organizador Rio 2016, a meta não é apenas atingir níveis de excelência na organização dos Jogos, mas também demonstrar liderança, com novos padrões de gestão da sustentabilidade em eventos no Brasil. “Será uma grande oportunidade para mostrar práticas de produção e consumo menos agressivas ao meio ambiente com o uso de produtos certificados FSC. Estamos ansiosos para a concretização deste passo importante para o esporte e para o País”, diz Tania Braga, gerente geral de sustentabilidade, acessibilidade e legado do Rio 2016.

A expectativa do FSC Brasil e do Comitê Organizador Rio 2016 é de que essa parceria e esse compromisso global dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos no Brasil inspirem empresas brasileiras e de outros países a adotar práticas semelhantes.

Uma pesquisa realizada pelo FSC, com o propósito de mapear a oferta de madeira certificada disponível no mercado brasileiro, apontou que o Brasil tem capacidade para fornecer 12,3 milhões de metros cúbicos de madeira certificada, mas que a baixa demanda não estimula a certificação de novas áreas. O estudo concluiu que a madeira certificada é subutilizada pelo mercado nacional e que há um enorme potencial produtivo que precisa de uma demanda consolidada para se concretizar. Mundialmente reconhecido como referência no tema florestas, o País tem uma área total de mais de 7 milhões de hectares de florestas certificadas e está posicionado em 5º lugar em área total certificada.

(EcoD)

Publicado em: Mercado Ético

Organização dos jogos Rio-2016 se compromete a utilizar madeira certificada


 

O FSC Brasil, organização não governamental que promove o manejo florestal responsável no mundo, e o Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos Rio 2016 selaram um acordo recentemente para que toda a madeira e produtos de origem florestal adquiridos pela organização do evento, tais como estruturas temporárias, mobiliário e materiais de comunicação e papelaria, sejam certificados.

Para ser certificada, a madeira ou produto de origem florestal deve respeitar os princípios e critérios do FSC, que vão além da obediência à legislação vigente, contemplando o respeito aos trabalhadores, povos indígenas e às comunidades locais; o uso múltiplo dos serviços da floresta sempre apoiado no tripé econômico, social e ambiental; o cuidado com os valores da floresta e menor impacto ambiental; a consistência, adequação de escala, monitoramento e avaliação de impactos do plano de manejo; manutenção das áreas de alto valor de conservação; e boa gestão, assegurando a sustentabilidade e preservação das florestas no mundo.

A parceria entre o FSC Brasil e o Rio 2016 pretende contribuir para atingir o equilíbrio entre oferta e demanda, fomentar novas cadeias produtivas, abrir mercado, envolver pequenos produtores e comunitários no sistema, estimular a certificação de novas áreas florestais, serrarias, depósitos, marcenarias e todos os elos da cadeia de custódia, que garantem a rastreabilidade da boa madeira desde a produção da matéria-prima que sai das florestas até chegar ao consumidor final.

Sustentabilidade em eventos

De acordo com o Comitê Organizador Rio 2016, a meta não é apenas atingir níveis de excelência na organização dos Jogos, mas também demonstrar liderança, com novos padrões de gestão da sustentabilidade em eventos no Brasil. “Será uma grande oportunidade para mostrar práticas de produção e consumo menos agressivas ao meio ambiente com o uso de produtos certificados FSC. Estamos ansiosos para a concretização deste passo importante para o esporte e para o País”, diz Tania Braga, gerente geral de sustentabilidade, acessibilidade e legado do Rio 2016.

A expectativa do FSC Brasil e do Comitê Organizador Rio 2016 é de que essa parceria e esse compromisso global dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos no Brasil inspirem empresas brasileiras e de outros países a adotar práticas semelhantes.

Uma pesquisa realizada pelo FSC, com o propósito de mapear a oferta de madeira certificada disponível no mercado brasileiro, apontou que o Brasil tem capacidade para fornecer 12,3 milhões de metros cúbicos de madeira certificada, mas que a baixa demanda não estimula a certificação de novas áreas. O estudo concluiu que a madeira certificada é subutilizada pelo mercado nacional e que há um enorme potencial produtivo que precisa de uma demanda consolidada para se concretizar. Mundialmente reconhecido como referência no tema florestas, o País tem uma área total de mais de 7 milhões de hectares de florestas certificadas e está posicionado em 5º lugar em área total certificada.

(EcoD)

Publicado em: Mercado Ético