Quase 23 mil espécies estão ameaçadas de extinção


Quase 23 mil espécies estão ameaçadas de extinção, segundo a Lista Vermelha da IUCN

Leão (Panthera leo). São caçados em retaliação pela morte de pessoas e do gado na África. Seus ossos também podem ser vendidos para a fabricação de medicamentos. Eles entram como substitutos dos ossos de tigre que se tornam cada vez mais raros. Status na IUCN (União Internacional para a Conservação da Natureza, na sigla em inglês): vulnerável - Foto: Fábio Paschoal

 

Leão (Panthera leo). São caçados em retaliação pela morte de pessoas e do gado na África. Seus ossos também podem ser vendidos para a fabricação de medicamentos. Eles entram como substitutos dos ossos de tigre que se tornam cada vez mais raros.
Status na IUCN (União Internacional para a Conservação da Natureza, na sigla em inglês): vulnerável – Foto: Fábio Paschoal

Divulgada na terça-feira (23), a última atualização da Lista Vermelha da IUCN (União Internacional para a Conservação da Natureza, na sigla em inglês) avaliou 77.340 espécies e concluiu que 22.784 estãoameaçadas de extinção. A perda e a degradação de habitat são os principais problemas para 85% de todas as espécies descritas. O comércio ilegal e espécies invasoras também contribuem com o declínio das populações.

[Veja também: Terra enfrenta nova era de extinções em massa]

“Esta atualização é um alerta para lembrar de que o nosso mundo natural está se tornando cada vez mais vulnerável. A comunidade internacional deve intensificar urgentemente os esforços de conservação se quisermos garantir essa fascinante diversidade da vida que sustenta, inspira e nos surpreende a cada dia”, afirma Inger Andersen, Diretor Geral da IUCN em comunicado da organização.

Na África, os leões enfrentam o declínio de presas, os conflitos com humanos e o tráfico de animais. Na Ásia 99% das orquídeas sapatinho-de-vênus correm sério risco de desaparecer. A coleta indiscriminada e a destruição do habitat estão colocando uma enorme pressão sobre muitas plantas medicinais.

 Lince-ibérico (Lynx pardinus), um especialista em caçar coelhos que sofre por ter uma área de distribuição restrita na Espanha e com a queda na população de sua única presa. Graças a esforços de conservação a espécie passou da categoria criticamente ameaçada para ameaçada - Foto: Foto: http://www.lynxexsitu.es/Creative Commons

 

Lince-ibérico (Lynx pardinus), um especialista em caçar coelhos que sofre por ter uma área de distribuição restrita na Espanha e com a queda na população de sua única presa. Graças a esforços de conservação a espécie passou da categoria criticamente ameaçada para ameaçada – Foto: http://www.lynxexsitu.es/Creative Commons

Porém, existem espécies que apresentaram melhoras. Após seis décadas de declínio, a população do lince-ibérico (Lynx pardinus) cresceu de 52 indivíduos adultos em 2002 para 156 em 2012. A espécie saiu da categoria Criticamente Ameaçada e agora é considerada Ameaçada. A restauração da população de coelhos (a principal presa do felino), o monitoramento de armadilhas ilegais, programas de reprodução e reintrodução e regimes de compensação para os proprietários que transformam suas propriedades em áreas compatíveis com as exigências de habitat do animal foram responsáveis pela mudança.

“Esta é uma notícia fantástica para o lince-ibérico e uma excelente prova de que a ações de conservação realmente funcionam”, diz Urs Breitenmoser, Co-Presidente da Comissão de sobrevivência das espécies – grupo especialista em felinos da IUCN, em comunicado da organização. “No entanto, o trabalho está longe de acabar e devemos continuar nossos esforços de conservação para garantir a futura expansão da área de vida e o crescimento populacional da espécie.”

Que o exemplo do lince-ibérico seja seguido para outras espécies para que a Lista Vermelha da IUCNdiminua cada vez mais.