Brasileira do Greenpeace presa na Rússia por 15 anos


Bióloga Ana Paula Maciel está detida por pirataria desde setembro após protesto pacífico no Oceano Ártico

Por Fabiana Alves*

                                 

A promotoria russa apresentou uma acusação de pirataria contra a ativista brasileira Ana Paula Maciel, 31, detida no país desde o dia 19 de setembro. Além de Ana Paula, também o cinegrafista freelancer britânico Kieron Bryan, contratado pelo Greenpeace Internacional, foi acusado de pirataria. Eles podem ser condenados a até 15 anos de prisão.

Os promotores devem apresentar, nas próximas horas, as acusações para o restante do grupo. Vinte e oito ativistas e dois jornalistas (fotógrafo e cinegrafista contratados pelo Greenpeace Internacional) foram presos na Rússia após um protesto pacífico contra a exploração de petróleo no mar de Pécora. Todos estavam a bordo do navio Arctic Sunrise, que foi ocupado ilegalmente pela guarda costeira russa em águas internacionais.

“A acusação de pirataria está sendo lançada contra homens e mulheres cujo único crime é a posse da consciência. Isso é ultrajante e representa nada menos do que um ataque ao direito fundamental de protesto pacífico”, disse Kumi Naidoo, diretor-executivo do Greenpeace Internacional. “Qualquer alegação de que estas pessoas são piratas é absurda e abominável. Isso é absolutamente irracional e tem como objetivo nos silenciar. Mas não nos intimidaremos.”

“Esta é a ameaça mais séria para o ativismo pacífico do Greenpeace desde que agentes secretos franceses bombardearam o navio Rainbow Warrior e mataram nosso colega Fernando Pereira porque fomos contra testes de armas nucleares no Pacífico. Três décadas depois, os ativistas do Arctic Sunrise também tomaram uma posição, desta vez contra os poderosos interesses da indústria do petróleo e agora eles podem enfrentar anos de cadeia na Rússia. Eu faço um chamado às pessoas de todo o mundo. Apelo a qualquer um que já elevou a voz em apoio a algo que acredita, e especialmente ao povo da Rússia. Que se juntem a nós no pedido de liberdade aos ativistas.”

O protesto pacífico contra a plataforma de petróleo da Gazprom aconteceu dia 18 de setembro, quando dois ativistas tentaram escalar a lateral da plataforma para estender um banner. No dia seguinte, a guarda costeira russa ocupou ilegalmente o navio Arctic Sunrise, que se encontrava em águas internacionais, e prendeu toda a tripulação.

O Greenpeace Internacional divulgou fotos do momento em que os agentes de segurança russos, fortemente armados, pousaram de helicóptero no convés do Arctic Sunrise. As imagens mostram claramente que os ativistas, em nenhum momento, representaram uma ameaça às autoridades russas.

“Eu peço para as pessoas verem essas fotos e decidirem se ativistas pacíficos, com os braços levantados e sob a mira de pistolas podem de algum modo serem chamados de piratas”, disse Kumi Naidoo. Mais de 800 mil pessoas em todo o mundo já enviaram cartas às embaixadas russas de seus países pedindo a liberdade dos ativistas. Ontem, o Itamaraty divulgou um comunicado afirmando que está prestando todo o apoio, por meio de sua representação diplomática na Rússia, à brasileira Ana Paula Maciel.

O alerta do Greenpeace

Um grupo de 28 ativistas do Greenpeace Internacional e dois jornalistas estão presos na Rússia suspeitos de pirataria. Entre eles está a bióloga brasileira Ana Paula Maciel, de 31 anos. 

O grupo foi preso no dia 19 após um protesto pacífico contra a exploração de petróleo no Ártico, em uma plataforma da Gazprom, no mar Pechora. Todos eles podem ser condenados a até 15 anos de prisão.

Precisamos de sua ajuda para levar Ana Paula, os ativistas e jornalistas de volta para casa. Envie uma carta à presidente Dilma e ao embaixador da Rússia no Brasil, Sergey Pogóssovitch, pedindo a intervenção deles junto às autoridades russas. 

Você também pode ligar para a Embaixada ou para os Consulados do Rio de Janeiro e São Paulo para pedir a libertação da nossa ativista Ana Paula.

Embaixada da Rússia:  (61) 3223.3094/4094

Consulado Geral da Rússia em São Paulo: (11) 3814.4100

Consulado Geral da Rússia no Rio de Janeiro: (21) 2274.0097

 

* Fabiana Alves é coordenadora da Campanha Clima e Energia do Greenpeace

Fonte: Dom Total

 

Greenpeace faz protesto “luxuoso” contra escassez de água na Grande São Paulo


Ativistas exibiram taças e baldes dourados para representar a água como artigo raro

 

Manifestante fantasiado de Geraldo Alckmin em ato na região dos JardinsDivulgação/Greenpeace

Um desfile de moda em uma das ruas mais luxuosas do País, a Oscar Freire, foi a forma bem-humorada que o Greenpeace adotou para fazer um protesto de alerta à crise hídrica na Grande São Paulo, nesta quinta-feira (17). A água, exibida em taças e em baldes dourados, foi tratada como artigo de luxo durante o ato.

O Greenpeace critica a forma como o governo do Estado enfrenta o problema e pede “transparência e eficácia”. A ONG também ressalta que bairros da periferia enfrentam falta de água e que o problema deverá avançar para as regiões mais ricas.

Hoje, o nível de armazenamento do sistema Cantareira — maior reservatório de água da região metropolitana — está em 17,7%. A aposta do governo e da Sabesp é que esse volume seja suficiente para abastecer os consumidores até março de 2015. A expectativa é de que as chuvas regulares comecem a encher as represas a partir de setembro. 

A presidente da Associação de Lojistas dos Jardins, Rosangela Lyra, disse que houve "um estranhamento geral" de quem passava pela região.  

— Muitos acreditaram não se tratar, de fato, do Greenpeace, pela postura e discurso usados. Parecia mais uma ação política e menos ambiental.   

Ela ainda acrescentou que os Jardins não são uma referência de luxo, mas sim de tudo o que é "hype, cool".   

— Nós criamos as tendências, mas somos acessíveis.

Fonte: R7.com

Índios protestam contra Belo Monte e ocupam prédio da Norte Energia


Grupo pede mais agilidade na construção de escolas e hospitais. Norte diz que só irá se manifestar após conversar com indígenas.

 

Índios armados com arco e flechas ocuparam nesta segunda-feira (3) um prédio administrativo da Norte Energia em Altamira, sudeste do Pará. Os manifestantes querem que a empresa, que é responsável pela construção e opração da Usina Hidrelétrica Belo Monte, em Vitória do Xingu, acelere as obras do Plano Básico Ambiental (PBA), que incluem a construção de escolas, postos de saúde e melhoria nas estradas que dão acesso para as aldeias da região.

O grupo é composto por cerca de 30 índios das etnias Parakanã, Curuanã, Xipaya, Raio de sol e Asuriní. Eles exigem uma reunião com a direnção da Norte e dizem que só irão desocupar a área depois que suas reivindicações sejam atendidas.

A Norte Energia disse que só irá se manifestar após se reunir com os índios, mas ainda não existe uma data prevista para este diálogo.

 

Fonte: G1