Novo relatório da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) constata que a agricultura urbana e peri-urbana (UPA) é bastante difundida na América Latina e no Caribe, mas perceber seu potencial requer um maior apoio por parte dos governos nacionais, estaduais e locais.
Intitulado “Cultivando cidades mais verdes na América Latina e no Caribe“, o relatório avalia o progresso que tem sido feito para a implementação de “cidades mais verdes”, nas quais a agricultura urbana e peri-urbana é reconhecida pelas políticas públicas e incluídas nas estratégias de desenvolvimento urbano e no planejamento do uso de terra. O estudo baseia-se nos resultados de uma pesquisa realizada em 23 países e em dados de 110 municípios e cidades.
O novo relatório, lançado no Fórum Urbano Mundial, em Medellín, na Colômbia, inclui perfis de agricultura praticada dentro e em torno de cidades como Havana, Cidade do México, Antígua e Barbuda, Tegucigalpa, Manágua, Quito, Lima, El Alto, Belo Horizonte e Rosário.
Em um número crescente de cidades, a agricultura urbana e peri-urbana é reconhecida no planejamento do desenvolvimento urbano. Em Belo Horizonte, a produção de alimentos é uma atividade legítima em terras não residenciais, a par com o comércio, serviços e indústria. A Secretaria de Segurança Alimentar e Nutricional de Belo Horizonte também gerencia 19 programas que buscam garantir o acesso de seus cidadãos à alimentos de alta qualidade e preços acessíveis.
O principal benefício da UPA é o melhor acesso a alimentos para famílias de baixa renda. Uma forte tendência em muitos programas da UPA na América Latina e no Caribe é a de tecnologias e práticas agrícolas que produzem mais alimentos e de melhor qualidade, otimizando o uso dos recursos naturais e reduzindo a dependência de agroquímicos.
A FAO afirma que o cultivo de cidades mais verdes com a agricultura precisa do apoio do governo. No entanto, apenas 12 dos 23 países pesquisados têm políticas nacionais que promovem a UPA. A pesquisa da FAO também constatou que a UPA é muitas vezes excluída no planejamento e na gestão do uso terras de cidades na América Latina e no Caribe, mas que tem sido integrada em um nível bastante elevado no âmbito das instituições nacionais.
Fonte: ONU BR