Greenpeace pede o fim do desconto na conta de água de alguns clientes


Ativistas realizaram protesto nesta sexta-feira (20) na Avenida Paulista.
Segundo o Greenpeace, sem o desconto a Sabesp arrecadaria R$ 140 mi.

Ativistas do Greenpeace realizaram protesto nesta sexta-feira (20) na Avenida Paulista para pedir o fim de descontos nas contas de água de grandes consumidores de São Paulo. Eles levaram cartazes e falaram em megafones.

Segundo o Greenpeace, por meio de sua assesoria de imprensa, o ato exige o cancelamento dos contratos entre a Sabesp e 537 grandes consumidores de água, como bancos, hotéis, shoppings, entre outros. Os contratos, de acordo com Greenpeace, garantem que as corporações tenham o benefício de, quanto mais água consumir, menos pagar por metro cúbico.

“Enquanto elas recebem esse estímulo para consumir mais, a população sofre com o racionamento não declarado e dias sem abastecimento. Essa injustiça tem que acabar”, afirma Pedro Telles, coordenador da Campanha de Clima e Energia do Greenpeace.

Sem estes descontos, o Greenpeace estima que a Sabesp arrecadaria cerca de R$ 140 milhões a mais por ano. "Esses recursos poderiam ser investidos, por exemplo, na redução dos vazamentos de água nas tubulações, que beiram 37% na cidade atualmente", diz a organização.

Volume
Apesar das últimas elevações no nível das represas que abastecem 5,6 milhões de pessoas na Grande São Paulo, a situação ainda é crítica, e a chuva que caiu nos últimos meses conseguiu recuperar apenas a segunda cota do volume morto.

Antes da crise, o Cantareira abastecia 8,8 milhões de pessoas, mas hoje produz água para 5,6 milhões de clientes na Grande São Paulo. O sistema conseguiu recuperar apenas uma quantidade de água equivalente a segunda cota do volume morto.

O sistema teve um corte de 56% na vazão em relação a fevereiro de 2014. A quantidade de água fornecida passou de 31,77 mil litros por segundo para 14,03 mil litros/segundo. Já o Guarapiranga aumentou a vazão de 13,77 mil litros por segundo para 14,9 litros/segundo, e se tornou o maior reservatório de São Paulo.

Fonte: G1