Prorrogado estado de alerta para barragens em Minas, Rio, Goiás e Espírito Santo


(Divulgação / Vale)

A Agência Nacional de Mineração (ANM) estendeu até o dia 31 de janeiro o estado de alerta para as empresas que têm barragens de mineração nos estados de Minas Gerais, Rio de Janeiro, Goiás e Espírito Santo, emitido na última quinta-feira (23), com data de encerramento no sábado (25). A medida foi tomada após a agência receber dados do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) com a previsão de tempo. Novas previsões do instituto indicam que ainda haverá fortes chuvas nesses estados nos próximos dias.

“A maior intensidade de precipitação deve ocorrer na região centro norte de Goiás, regiões litorâneas do Espírito Santo, região centro-sul de Minas Gerais e região serrana do Rio de Janeiro. Os fiscais da ANM pedem que as equipes de segurança de barragens se mantenham em alerta com monitoramento diário das condições das estruturas – em especial do estado de conservação – além de manter atenção especial às tomadas d’agua dos vertedouros, para garantir a capacidade vertente de acordo com o projeto”, informou a agência.

Em caso de detecção de qualquer anormalidade, a agência determina que as empresas acionem o Plano de Ação de Emergência para Barragens de Mineração (PAEBM). Além disso, também devem informar, imediatamente, o Sistema Integrado de Gestão de Segurança de Barragens (SIGBM).

Monitoramento

Na última sexta-feira (24), a agência lançou uma versão pública do SIGBM, antes acessível apenas para as empresas e os fiscais da ANM. A ferramenta permite o acompanhamento em tempo real de como está a situação das 816 barragens de mineração no país. Entre as informações disponíveis, estão a categoria de risco, altura, volume e método construtivo da barragem, dano potencial, entre outros.

Para realizar a consulta é necessário inserir algumas informações sobre a barragem, como nome e CNPJ da empresa, estado e município em que se localiza, tipo de rejeito armazenado, estado de conservação, se ela está inserida no Plano Nacional de Segurança de Barragem (PNSB) ou se tem Plano de Ação Emergencial (PAE). É possível também fazer comparações entre barragens por regiões, estados ou municípios, gerar gráficos, tabelas e estatísticas e até ver uma imagem da barragem.

EBC

Barragem gigante é vistoriada após tremor de terra atingir Congonhas


Casa de Pedra tem 76 metros de altura e capacidade de acumular cerca de 50 milhões de m³ de rejeito (Reprodução)

Equipes da Agência Nacional de Mineração (ANM) e da Defesa Civil de Minas Gerais vistoriam, nesta terça-feira (26), a situação da barragem Casa de Pedra, da mineradora CSN, e de outras estruturas de Congonhas, região Central do estado. Na noite dessa segunda-feira (25), um tremor de terra de magnitude 3,2 na Escala Richter assustou a população, que já vive apreensiva por causa das 24 barragens que cercam a cidade.

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A mineradora CSN, responsável pela barragem Casa de Pedra, garante que o tremor não abalou a estrutura, que tem 76 metros de altura e capacidade para 50 milhões de metros cúbicos de rejeitos. Trata-se da maior barragem em área urbana da América Latina.

O Observatório Sismológico da Universidade de Brasília (UNB) registrou que o epicentro do tremor aconteceu no território de Belo Vale, também na Região Central, às 20h27 e teve magnitude de 3.2.

“O tremor sentido em Congonhas não causou nenhum dano na estrutura da barragem Casa de Pedra. Todas as inspeções realizadas evidenciaram que elas estão estáveis e nenhuma anomalia foi identificada. Também não houve dano nas demais áreas da unidade”, diz nota da CSN, que segue monitorando a situação.

A Prefeitura de Congonhas informa que fez contatos com diversas pessoas para verificar a origem do fenômeno, se de ordem natural ou provocada por algum acidente. “Equipe da Prefeitura segue monitorando informações sobre a segurança das estruturas de barragens. A primeira preocupação foi com a condição de estabilidade da estrutura da Barragem Casa de Pedra, que é a mais próxima da área urbana”.

“Não tem nenhuma informação de que há risco iminente de rompimento. Isso é totalmente inverídico, não tem essa informação. A casa de Pedra continua estável, segundo a geotecnia da CSN”, tranquilizou o tenente-coronel Flávio Godinho, coordenador da Defesa Civil estadual.

Barragens

Congonhas tem 24 barragens. Além da CSN, Gerdau, Ferrous e Vale operam na cidade. No entanto, a operação da Casa de Pedra é a que gera mais insegurança. Em 2017, um parecer do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) apontou risco de rompimento da estrutura e determinou que a CSN Mineração tomasse uma série de medidas para sanar danos. Conforme o órgão, a empresa executou as determinações.

Com população de aproximadamente 54 mil habitantes, Congonhas seria destruída em caso de rompimento das barragens. Das 24 estruturas, 54% têm dano potencial associado considerado alto.

Relatório da Secretaria Municipal de Meio Ambiente de Congonhas mostra que a cidade histórica que abriga os profetas do mestre Aleijadinho seria praticamente varrida. O colapso afetaria de maneira drástica até mesmo outros municípios.