Campanha “Saco é um saco” será relançada em 2014


O Ministério do Meio Ambiente (MMA) e a Associação Brasileira de Supermercados (Abras) devem lançar, em 2014, uma nova campanha de redução do uso de sacolas plásticas. Aproveitarão o sucesso da campanha “Saco é um saco”, que, em 2010, possibilitou a redução do consumo de 5 bilhões de unidades e iniciou uma mudança de atitude por parte dos consumidores.

                                            

A nova campanha vai chamar a atenção para a responsabilidade compartilhada, prevista na Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS). A informação é da secretária de Articulação Institucional e Cidadania Ambiental do MMA, Mariana Meireles. Ela participou, na terça-feira, 3 de dezembro, de audiência pública na Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da Câmara dos Deputados sobre soluções para o uso indiscriminado de sacolas plásticas no país.

Alta

Dados da Abras, que representa 83,6 mil pontos de varejo e atende 25 milhões de consumidores por dia, revelam que em 2012 o consumo de sacolas plásticas aumentou. Para 2013, a tendência de alta se mantém. Pesquisas feitas pelo MMA apontam que 27% dos consumidores apoiariam a proibição da distribuição do produto nas gôndolas dos supermercados e 60% dos entrevistados concordam com a aprovação de leis que limitam seu uso. Acordo setorial entre a Abras e o MMA prevê uma redução de 30% na oferta do produto nos supermercados esse ano e 40% até 2015.

O grupo de trabalho para discutir os termos de um possível acordo para limitação do consumo e distribuição das sacolas encerrou sua atividades em agosto sem um consenso. Para a secretária, é elogiável o esforço coletivo que envolveu todos os setores. Ela considerou compreensível a falta de um acordo, devido à falta de pontos de convergência dos interesses.

Mariana Meirelles esclareceu que o MMA não defende o banimento das sacolas, mas, sim, a redução e uso consciente do produto. O fim da distribuição gratuita aos consumidores e a realização de campanhas de educação ambiental são, segundo ela, medidas de impacto positivo no consumo desenfreado. Reconhecendo que a cobrança é de difícil operacionalização Mariana ressaltou que o caminho é fazer novas campanhas de redução.

Fonte: http://www.mma.gov.br/

Laísa Mangelli

Homem consumiu recursos do planeta para 2014 em apenas 8 meses, diz pesquisa


                   

Ambientalistas apontaram o dia 19 de agosto, como o “Dia da Sobrecarga da Terra”, em que os recursos naturais do planeta disponíveis para 2014 já foram consumidos, o que faz com que os habitantes estejam em saldo negativo com o meio ambiente em pleno mês de agosto.

“Estamos no vermelho com o planeta, pois gastamos, no ano, mais do que a gente deveria, já estamos gastando a partir de hoje o que o planeta vai ter que produzir para o ano que vem”, explicou à Agência Efe a engenheira agrônoma da rede ambientalista WWF, Maria Cecília Wey de Brito.

De acordo com a pesquisa da organização internacional de sustentabilidade Global Footprint Network (GFN) divulgada hoje pelo dia da sobrecarga da terra, 85% da população mundial vive em países que demandam mais de natureza do que os ecossistemas podem renovar.

De acordo com os dados da GFN, “seriam necessários 1,5 planeta para produzir recursos ecológicos necessários” para suportar a demanda humana por recursos naturais.

“O uso dos recursos naturais acima da capacidade da Terra está se tornando um dos principais desafios do século 21. É um problema tanto ecológico quanto econômico. Países com déficits de recursos e baixa renda são ainda mais vulneráveis”, afirma Mathis Wackernagel, presidente da GFN.

Também para a engenheira agrônoma, o planeta está em uma fase de “déficit ecológico”, calculado com base no quanto o planeta pode produzir e quando os habitantes consomem.

Em 2000, o cálculo foi feito pela primeira vez para identificar o dia da “Sobrecarga da Terra” (Overshoot Day) que, na época, foi em outubro e, 14 anos depois, este dia chegou no oitavo mês do ano.

“Não estamos sabendo regular essa conta com o planeta, existem alternativas para balancear vida cotidiana e meio ambiente”, alertou Wey de Brito.

De acordo com este déficit, alguns países aparecem nas três primeiras colocações como “devedores” ao planeta: Emirados Árabes, Catar e Bélgica.

Em contrapartida, alguns locais aparecem como “credores”, baseados em sua biodiversidade territorial em contraponto com o que está sendo consumido através de atividades cotidianas como transporte, uso da água até a agricultura.

O Brasil aparece em nona posição como país credor, mas a especialista alerta que isso não significa uma realidade positiva, mas de atenção.

“O Brasil é um país que, apesar de estar gastando mais, tem uma alta biocapacidade, mas ainda precisa de várias alternativas como a mudança do transporte de combustíveis fósseis para outros tipos de modais, entre outras situações”, explicou à Efe.

Sobre a agricultura, setor que movimenta o país, Wey de Brito, indica uma revisão de práticas de plantio e gestão dos solos com “plantios diretos e sem desmatamento”, além de utilizar menos insumos agrícolas.

“Especialmente num país tropical como o Brasil com alta capacidade de produção, precisamos de menos insumos e, assim, poderemos ter uma condição de vender nossos produtos em outros países chamando a atenção para essas características, criando um público exigente que vai pagar mais caro isso”, disse.

Fonte: Terra

Laísa Mangelli

Como estão os países no alcance dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio 2014


O Relatório sobre os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio 2014 lançado no útlimo dia 7 avalia os progressos realizados no mundo para alcançar os ODM

Mutirão de Plantio de Palma adensada em Pé de Serra
SEGUNDO O RELATÓRIO, BRASIL É DESTAQUE EM MEIO AMBIENTE E SUSTENTABILIDADE. ACIMA, O PROJETO "ADAPTA SERTÃO", UM DOS VENCEDORES DO PRÊMIO ODM BRASIL 2014. FOTO: JORGE HENRIQUE/VR14 COMUNICAÇÃO

 

 
 
Leia na íntegra o Relatório emportuguês (Portugal), também disponível em inglês e espanhol.
 
Para mais informações, acesse.
 

As condições de vida de milhões de pessoas melhoraram graças aos esforços a nível global, regional, nacional e local para alcançar os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM). Segundo o novo Relatório dos ODM lançado nesta segunda-feira (07), em Nova York, muitas das metas estabelecidas já foram alcançadas mundialmente, como a redução da pobreza, o aumento do acesso a fontes de água potável, a melhoria das condições de vida de moradores de favelas e a realização da paridade de gênero no ensino primário.
 
O Relatório sobre os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio é uma avaliação anual dos progressos realizados a nível mundial e regional para alcançar os ODM, que apresenta dados mais amplos e atualizados, compilados por mais de 28 agências internacionais e das Nações Unidas. O relatório é elaborado pelo Departamento de Assuntos Econômicos e da Secretaria Social das Nações Unidas. O conjunto completo de dados utilizados na elaboração do Relatório está disponível nosite.
 
Os dados mostram que os ODM contribuíram para salvar milhões de vidas em todo o mundo. De acordo com o relatório, ao longo dos últimos 20 anos, a mortalidade de crianças menores de cinco anos foi reduzida quase pela metade, o que significa dizer que a cada dia evita-se a morte de 17 mil crianças em todo o mundo. Além disso, a terapia antirretroviral para pessoas infectadas com HIV salvou 6,6 milhões de vidas desde 1995 e a taxa de mortalidade materna diminuiu 45% entre 1990 e 2013. Entre 2000 e 2010, foi evitado que mais de 3 milhões de pessoas morressem de malária graças a expressiva ampliação das intervenções preventivas e do tratamento contra a doença.
 
"Os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio são um testemunho do compromisso de defender os princípios da dignidade humana, igualdade e equidade, e livrar o mundo da pobreza extrema", disse o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon.
 
O relatório ressalta que, para a elaboração da próxima agenda de desenvolvimento, é essencial manter durante  o resto do ano os progressos conseguidos até agora no alcance dos ODM  e concentrar e intensificar os esforços nas áreas em que o progresso tem sido mais lento ou ainda não foi alcançado. 
 
América Latina e Caribe
 
O Relatório destaca o progresso alcançado na região da América Latina e Caribe, sendo a região que mais apresentou resultados em áreas como paridade de gênero e acesso ao tratamento contra o HIV, quando comparada às demais regiões em desenvolvimento.
 
Em 2012, as mulheres da região ocupavam 44 de cada 100 empregos remunerados em setores não-agrícolas, que é a maior proporção de paridade de gênero de todas as regiões em desenvolvimento. Matricularam-se em instituições de ensino secundário 107 meninas para cada 100 meninos, diferença que se torna ainda mais significativa no ensino superior, com 128 meninas matriculadas para cada 100 meninos.
 
A região também está perto de cumprir a meta de reduzir pela metade a proporção de pessoas que passam fome, que caiu de 15% em 1990-1992 para 8% entre 2011-2013. No entanto, ainda existem grandes disparidades entre as duas sub-regiões. Entre 2011-2013, a prevalência de pessoas subnutridas na América Latina foi de 7%, enquanto no Caribe foi de 19%.
 
América Latina e Caribe também reduziram a taxa de mortalidade de crianças menores de cinco anos em 65%, passando de  54 mortes por mil nascidos vivos em 1990, para 19 em 2012, o que aproxima a região de alcançar a meta.
 
O Brasil aparece em destaque na seção do Objetivo de Desenvolvimento do Milênio relacionado ao meio ambiente. As medidas tomadas pelo país para reflorestar as áreas desmatadas e gerir de forma mais sustentável as suas florestas foram reconhecidas, junto com outras ações realizadas pelo Chile, China, Costa Rica, Ruanda e Vietnã, que contribuíram para reduzir a média de perda de florestas de 8,3 milhões de hectares anuais em 1990 para cerca de 5,2 milhões anualmente entre 2000 e 2010.
 
Fonte: PNUD Brasil

Como estão os países no alcance dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio 2014


O Relatório sobre os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio 2014 lançado no útlimo dia 7 avalia os progressos realizados no mundo para alcançar os ODM

Mutirão de Plantio de Palma adensada em Pé de Serra
SEGUNDO O RELATÓRIO, BRASIL É DESTAQUE EM MEIO AMBIENTE E SUSTENTABILIDADE. ACIMA, O PROJETO "ADAPTA SERTÃO", UM DOS VENCEDORES DO PRÊMIO ODM BRASIL 2014. FOTO: JORGE HENRIQUE/VR14 COMUNICAÇÃO

 

 
 
Leia na íntegra o Relatório emportuguês (Portugal), também disponível em inglês e espanhol.
 
Para mais informações, acesse.
 

As condições de vida de milhões de pessoas melhoraram graças aos esforços a nível global, regional, nacional e local para alcançar os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM). Segundo o novo Relatório dos ODM lançado nesta segunda-feira (07), em Nova York, muitas das metas estabelecidas já foram alcançadas mundialmente, como a redução da pobreza, o aumento do acesso a fontes de água potável, a melhoria das condições de vida de moradores de favelas e a realização da paridade de gênero no ensino primário.
 
O Relatório sobre os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio é uma avaliação anual dos progressos realizados a nível mundial e regional para alcançar os ODM, que apresenta dados mais amplos e atualizados, compilados por mais de 28 agências internacionais e das Nações Unidas. O relatório é elaborado pelo Departamento de Assuntos Econômicos e da Secretaria Social das Nações Unidas. O conjunto completo de dados utilizados na elaboração do Relatório está disponível nosite.
 
Os dados mostram que os ODM contribuíram para salvar milhões de vidas em todo o mundo. De acordo com o relatório, ao longo dos últimos 20 anos, a mortalidade de crianças menores de cinco anos foi reduzida quase pela metade, o que significa dizer que a cada dia evita-se a morte de 17 mil crianças em todo o mundo. Além disso, a terapia antirretroviral para pessoas infectadas com HIV salvou 6,6 milhões de vidas desde 1995 e a taxa de mortalidade materna diminuiu 45% entre 1990 e 2013. Entre 2000 e 2010, foi evitado que mais de 3 milhões de pessoas morressem de malária graças a expressiva ampliação das intervenções preventivas e do tratamento contra a doença.
 
"Os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio são um testemunho do compromisso de defender os princípios da dignidade humana, igualdade e equidade, e livrar o mundo da pobreza extrema", disse o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon.
 
O relatório ressalta que, para a elaboração da próxima agenda de desenvolvimento, é essencial manter durante  o resto do ano os progressos conseguidos até agora no alcance dos ODM  e concentrar e intensificar os esforços nas áreas em que o progresso tem sido mais lento ou ainda não foi alcançado. 
 
América Latina e Caribe
 
O Relatório destaca o progresso alcançado na região da América Latina e Caribe, sendo a região que mais apresentou resultados em áreas como paridade de gênero e acesso ao tratamento contra o HIV, quando comparada às demais regiões em desenvolvimento.
 
Em 2012, as mulheres da região ocupavam 44 de cada 100 empregos remunerados em setores não-agrícolas, que é a maior proporção de paridade de gênero de todas as regiões em desenvolvimento. Matricularam-se em instituições de ensino secundário 107 meninas para cada 100 meninos, diferença que se torna ainda mais significativa no ensino superior, com 128 meninas matriculadas para cada 100 meninos.
 
A região também está perto de cumprir a meta de reduzir pela metade a proporção de pessoas que passam fome, que caiu de 15% em 1990-1992 para 8% entre 2011-2013. No entanto, ainda existem grandes disparidades entre as duas sub-regiões. Entre 2011-2013, a prevalência de pessoas subnutridas na América Latina foi de 7%, enquanto no Caribe foi de 19%.
 
América Latina e Caribe também reduziram a taxa de mortalidade de crianças menores de cinco anos em 65%, passando de  54 mortes por mil nascidos vivos em 1990, para 19 em 2012, o que aproxima a região de alcançar a meta.
 
O Brasil aparece em destaque na seção do Objetivo de Desenvolvimento do Milênio relacionado ao meio ambiente. As medidas tomadas pelo país para reflorestar as áreas desmatadas e gerir de forma mais sustentável as suas florestas foram reconhecidas, junto com outras ações realizadas pelo Chile, China, Costa Rica, Ruanda e Vietnã, que contribuíram para reduzir a média de perda de florestas de 8,3 milhões de hectares anuais em 1990 para cerca de 5,2 milhões anualmente entre 2000 e 2010.
 
Fonte: PNUD Brasil

Este poderá ser o ano mais quente já registrado


O mês de maio de 2014 foi o mais quente desde que as medições começaram a ser feitas, em meados do século XIX. A média de temperatura entre março e maio também é a maior registrada no período. Além disso, a evolução das temperaturas em junho aponta para um recorde neste mês. A constatação é observada nos principais centros meteorológico do planeta como NOAA (Administração Nacional de Oceanos e Atmosfera), nos EUA, e a Agência Meteorológica do Japão (JMA).
blog-do-clima-mapa-recorde-temperaturas-30062014
Paradoxalmente, no leste dos EUA – que iniciaram o ano com recordes históricos de temperaturas baixas -, as temperaturas têm estado abaixo da média histórica. É a única área continental no planeta que tem médias abaixo das históricas, o que explica o fenômeno da alteração do vórtex polar que tratamos em outro post – O frio do aquecimento global –, publicado em janeiro.
A precipitação também está abaixo da média e em situação crítica em várias regiões na América do Sul, Estados Unidos, Ásia e Austrália, para citar algumas regiões. O que faz o sinal de alerta subir mais ainda é o fato de ser esperado, para o final deste ano, o início de mais um El Niño, com aquecimento das águas do Pacífico, que alteram os fluxos das massas de ar provocando mais calor.
A temporada de incêndios florestais no hemisfério norte está começando mais cedo na primavera e terminando mais tarde no outono. Este pode ser uma dos piores anos também nesse aspecto.
A influência destes efeitos climáticos em turbinar conflitos latentes, como no caso da Síria, começaram a ser documentados nos últimos anos (ver documentário Years of Living Dangerously) e, recentemente, Bryan Merchant, Editor da Motherboard, chamou à atenção outro recorde recentemente registrado pela ONU: nunca houve tantosrefugiados de conflitos e desastres no mundo. Em maio, 50 milhões de pessoas encontravam-se nestas condições no mundo e esse número cresce rapidamente com a escalada dos conflitos no Oriente Médio e, em especial, no Iraque e Síria.
O Oriente Médio é uma das regiões do planeta que mais aqueceram este ano. Isso agrava de forma dramática a situação dos refugiados e as condições para seu atendimento.
De acordo com o IPCC, o aumento da temperatura média global desde o inicio da era industrial foi de 1ºC. Definitivamente, não podemos arriscar superar 2ºC. Mais um sinal do quanto são fundamentais os acordos e as ações para limitar as emissões de gases de efeito estufa (GEE) e a adaptação às mudanças climáticas.
 
Publicado em Planeta Sustentável em 30.06.2014
Por: Tasso Azevedo

20º Prêmio Fiesp de Mérito Ambiental 2014


Venha mostrar que a sustentabilidade vale a pena. Mostre seu diferencial competitivo e inscreva-se neste Prêmio que reconhece as boas práticas da indústria

             

Critérios que deverão ser levados em conta na avaliação dos projetos:

  • a) ineditismo do projeto;
  • b) potencial de difusão e de transferência do conhecimento obtido para outras empresas;
  • c) desenvolvimento de novos produtos ou conquista de novos mercados, a partir da implantação do projeto ambiental;
  • d) existência de instrumentos de gestão ambiental na empresa (como sistema de gestão ambiental, avaliação de desempenho ambiental e auditoria ambiental);
  • e) otimização do uso de recursos naturais;
  • f) otimização de processo de produção, minimização da geração de efluentes líquidos e de resíduos sólidos, emissões gasosas, aumento da eficiência energética, etc;
  • g) utilização de tecnologias ambientais;
  • h) minimização da degradação ambiental;
  • i) utilização de indicadores ambientais;
  • j) apresentação de resultados obtidos com a implementação de medidas de melhoria, tais como: relação custo-benefício, benefícios ambientais, investimentos realizados e retornos financeiros, e
  • k) integração e relacionamento harmonioso entre as partes interessadas (como as comunidades interna e externa, órgãos públicos, consumidores, entidades ambientalistas e outros)

A realização do Prêmio Fiesp de Mérito Ambiental obedecerá ao seguinte cronograma:

  • a) inscrição pelo site da Fiesp: http://www.fiesp.com.br/meritoambiental2013 de 21 de outubro de 2013 até o dia 22 de março de 2014;
  • b) envio dos projetos para o Departamento de Meio Ambiente da Fiesp, de acordo com o § 6º do artigo 2º, até o dia 22 de março de 2014, e
  • c) a data de postagem será considerada como a de entrega, sendo desconsiderados os trabalhos postados após a data limite (22 de março de 2014).

Dúvidas e Esclarecimentos:

Departamento de Meio Ambiente – Fiesp
Av. Paulista, 1.313 – 5º andar
Tel (11) 3549-4675
Fax : (11) 3549-4237
E-mail : cdma@fiesp.org.br

Fonte: http://www.fiesp.com.br/agenda/20o-premio-fiesp-de-merito-ambiental-2014/

12 dicas para ser mais feliz e sustentável em 2014



A comemoração oficial de boas vindas a 2014 já passou, mas o desejo de que este seja um ano melhor do que os passados deve se prolongar pelos próximos doze meses. Separamos uma lista com 12 dicas para viver melhor e fazer deste um ano mais verde.

1. Pratique mais atividades físicas

O objetivo não precisa ser inalcançável. Apenas 30 minutos diários de atividade física, já são suficientes para tornar sua vida melhor. O exercício? Simples: caminhada, bicicleta ou o que mais lhe trouxer prazer.

2. Comer alimentos orgânicos e/ou produzidos localmente

Além de os alimentos orgânicos fazerem bem à saúde e ao meio ambiente, ao serem produzidos localmente, eles também eliminam as emissões provenientes do transporte entre cidades distantes.

3. Boicote as garrafas plástica para água

As garrafas plásticas descartáveis podem ser facilmente substituídas. Se a água engarrafada é utilizada em casa, é possível trocá-la por um filtro que ofereça água limpa a qualquer momento do dia a custos muito mais baixos. Nos estabelecimentos comerciais também é possível pedir água na jarra, ao invés de optar pela garrafa plástica. Se a opção é feita pela praticidade no transporte, a solução é simples: use um squeeze e encha-o sempre que achar necessário.

4. Reciclar

Os níveis brasileiros de reciclagem ainda são muito baixos. A cidade de São Paulo, por exemplo, tem níveis de reciclagem abaixo de 2%. Para mudar este cenário é preciso haver participação efetiva de toda a população. Mesmo que o sistema municipal de coleta seletiva não chegue a sua cidade, separe os materiais recicláveis e leve até uma cooperativa. Esse pequeno esforço ajuda a conservação ambiental e também colabora para a geração de renda de catadores.

5. Compostagem

Separe os resíduos orgânicos, que não foram encaminhados à reciclagem, para que passem pelo processo de decomposição. Com uma composteira caseira é possível reaproveitar boa parte deste material, que posteriormente pode ser usado como adubo.

6. Seja sustentável também no trabalho

Ter atitudes sustentáveis em casa é muito legal. Replicá-las no ambiente de trabalho é melhor ainda. Além de expandir a atuação de quem leva uma vida saudável, as ações também servem de exemplo e incentivo para outros funcionários.

7. Reduzir o uso de cloro

 O cloro é um dos compostos mais comuns e prejudiciais à saúde e ao meio ambiente. Por isso, evite o uso de materiais e produtos de limpeza que contenham esta substância.

8. Dormir mais

 Manter o hábito de dormir, ao menos, oito horas por noite ajuda a tornar a vida mais saudável e feliz. O sono é essencial para que o restante do dia seja produtivo e agradável.

9. Aprender coisas novas

Aprendizado nunca é demais. Aproveite este ano para aprofundar o conhecimento em temas de seu interesse ou expandir os horizontes para novos conteúdos. O aprendizado por ser fruto da leitura, estudo ou simplesmente de uma conversa entre amigos.

10. Pare de desperdiçar água

Reduzir o desperdício de água é simples e pode ser colocado em prática por qualquer pessoa. Diminua o tempo gasto no chuveiro, use a vasoura no lugar da mangueira durante a limpeza do quintal, feche a torneira ao escovar os dentes ou fazer a barba. Se possível, reaproveite a água cinza e a água da chuva.

11. Economize energia

Salvar energia é tão simples quanto economizar água. Alguns pequenos cuidados podem surtir muito efeito. Portanto, evite deixar equipamentos ligados em standby, não deixe luzes acesas sem ninguém no ambiente, espere juntar bastante roupa para passar todas de uma só vez, reduza o tempo no banho, evite o uso de secadores de cabelo e chapinhas, entre outras coisas.

12. Passe mais tempo com amigos e família

A receita para que este seja um ano prazeroso consiste basicamente em estar mais perto das pessoas que você ama. Invista tempo em quem realmente importa e aproveite os pequenos detalhes, que são muito mais valiosos que qualquer bem de consumo.

Fonte:  CicloVivo

Copa do mundo de 2014: o cenário brasileiro


Entrevista especial com Luana Xavier Pinto Coelho

 

“Creio que vivemos em um momento de reaquecimento da política, que volta às ruas, se desencastelando dos espaços institucionais”, afirma a advogada.

Foto: http://bit.ly/1i7LMYt

Há sete meses da realização do mundial de futebol no Brasil, as manifestações de rua que marcaram o outonoquente no país parecem ter dado uma trégua ao fim do ano.

Entretanto, a julgar pela remobilização massiva dos movimentos sociais, o próximo ano tende a ser novamente palco de manifestações, ainda mais considerando que 2014 será um ano de eleições presidenciais. “A reação de governos/partidos a possíveis manifestações e atos públicos terá relação direta com a possibilidade de terem ganhos político-eleitorais. Haverá, portanto, mais uma vez, a disputa por sentido das lutas das ruas, no caso de se reproduzir novamente o levante popular de junho de 2013. Neste cenário, contudo, é difícil prever como será o ano de 2014”, avalia Luana Xavier Pinto Coelho, assessora jurídica da ONG Terra de Direitos, em entrevista por e-mail à IHU On-Line.

Na opinião de Luana, a realização da Copa do Mundo está garantida, haja vista o investimento do governo para a realização do evento. “O saldo negativo que poderemos esperar neste caso é que os governos vão querer garantir que a Copa ocorra de qualquer forma, sendo que isso significa uma violenta e truculenta repressão policial, monitoramento de movimentos e redes sociais, ações de terrorismo de Estado somente vistos no período da ditadura militar brasileira, para evitar as grandes manifestações”, sustenta.

Luana Xavier Pinto Coelho, advogada, especialista em Direito Constitucional e mestre em Cooperação Internacional e Desenvolvimento Urbano pela Technische Universität Darmstadt (Alemanha). É assessora jurídica da ONG Terra de Direitos no programa "Direito à Cidade".

Confira a entrevista.

Foto: http://bit.ly/JaJmsN

IHU On-Line – Qual é o cenário político-social brasileiro há cerca de sete meses da realização da Copa do Mundo no país?

Luana Xavier Pinto Coelho – O cenário atual é dos mais complicados possíveis. Creio que há tempos o país não vive um cenário tão difícil de compreender e também de contrapor. Viveremos no próximo ano um megaevento internacional, que chamará a atenção de todo o mundo para o país, o que coloca a oportunidade de expor governos e corporações, por suas atuações violadoras de direitos humanos. Por outro lado, neste mesmo ano teremos eleições presidenciais, de governos dos estados e parlamentos federais e estaduais. Ter uma Copa do Mundo no Brasil em ano de eleições torna o cenário político-social mais complexo de ser analisado, uma vez que os diferentes coletivos vão, certamente, pautar suas atuações também visando consequências eleitorais.

Não se pode ignorar, ainda, neste contexto, o reflexo das jornadas de junho nos diversos coletivos e movimentos populares, que voltaram a acreditar nas ruas, na resistência e no enfretamento como forma de luta por direitos. Creio que vivemos em um momento de reaquecimento da política, que volta às ruas, se desencastelando dos espaços institucionais.

Da mesma forma, a reação de governos/partidos a possíveis manifestações e atos públicos terá relação direta com a possibilidade de terem ganhos político-eleitorais. Haverá, portanto, mais uma vez, a disputa por sentido das lutas das ruas, no caso de se reproduzir novamente o levante popular de junho de 2013. Neste cenário, contudo, é difícil prevercomo será o ano de 2014.

IHU On-Line – Qual o papel dos Comitês Populares da Copa no atual contexto?

Luana Xavier Pinto Coelho – Os Comitês Populares tiveram um trabalho central na sistematização e difusão de informação sobre as violações de direitos que vêm ocorrendo nas cidades sede com o lançamento de dossiês. Da mesma forma, os comitês auxiliaram a dar visibilidade à luta de comunidades atingidas, pois como uma articulação formada por diferentes sujeitos e coletivos, impulsionou um movimento que fortaleceu as reivindicações neste período.

Acho que os comitês irão continuar com os processos de denúncias e nos processos de resistência dos atingidos, em especial com a crítica contundente à Fifa como uma corporação e ao modelo privatista e elitista de copa do mundo imposto por ela.

Contudo, a reflexão sobre a Copa do Mundo e seus impactos negativos no país já não é privilégio dos Comitês Populares da Copa, inúmeros coletivos, grupos, movimentos e indivíduos já estão se posicionando criticamente a este megaevento, inclusive prevendo manifestações e protestos com agendas próprias.

IHU On-Line – Pode-se considerar que a Copa do Mundo no Brasil está ameaçada? Por quê?

Luana Xavier Pinto Coelho – Acho difícil. Foi um investimento muito grande dos governos, de grandes corporações e da Fifa para realizar este megaevento, portanto creio ser muito difícil impedir. Além disso, o futebol é um esporte popular, e o mundo inteiro espera por este evento. O saldo negativo que poderemos esperar neste caso é que os governos vão querer garantir que a Copa ocorra de qualquer forma, sendo que isso significa uma violenta e truculenta repressão policial, monitoramento de movimentos e redes sociais, ações de terrorismo de Estado somente vistos no período da ditadura militar brasileira, para evitar as grandes manifestações. É lastimável que uma democracia popular como a nossa, em um momento como este, mostre sua face mais autoritária e truculenta para garantir lucros de capitalistas privados.

IHU On-Line – Como podemos entender a relação entre a União e a Fifa? Que tipos de ações do Estado são ilustrativos dessa comunhão de interesses?

Luana Xavier Pinto Coelho – O Estado Brasileiro aceitou, sem maior resistência, todas as imposições da Fifa, inclusive aquelas que são contrárias à legislação nacional e à Constituição, numa afronta à soberania do país. Para citar algumas: a zona de exclusão imposta pela Fifa é inconstitucional, primeiramente porque é princípio constitucional a livre iniciativa, ou seja, o Estado não pode aceitar – quanto menos impor – regimes de monopólio; da mesma forma é inconstitucional e viola direitos humanos a restrição de acesso de parte da população a espaços públicos, que são as ruas, praças e demais equipamentos públicos presentes no raio da zona de exclusão; o financiamento público de um evento privado sem contrapartida também é ilegal e constitui improbidade administrativa – nos discursos iniciais o governo dizia que não haveria recursos públicos investidos na Copa do Mundo e agora, após alguns anos, os números são chocantes. Para piorar, o modelo imposto pela Fifa de transformação dos estádios de futebol em “arenas multiuso” faz uma distorção absurda: dinheiro público vai para a reforma dos estádios que são, em seguida, passados à administração de concessionárias privadas por períodos de 30 a 40 anos, sem que haja nenhuma contrapartida por parte delas, ficando o legado para o povo da elitização e privatização dos equipamentos de esporte nacionais. Uma pesquisa do Instituto Mais democracia já demonstrou“quem são os donos do Brasil” – por trás de todas as obras da Copa estão majoritariamente quatro construtoras, e os interesses destas e o interesse do Estado já são algo em que não há qualquer dissociação. Vivemos, como dizRaquel Rolnik, em um neoliberalismo de Estado.

IHU On-Line – Quais são os principais avanços que as competições internacionais trarão ao Estado brasileiro e quais são os principais limites? Haverá legado? Qual?

Luana Xavier Pinto Coelho – Não consigo ver avanços para o Estado Brasileiro decorrentes das competições internacionais. Penso que o legado da Copa já está traçado: sobre-endividamento de estados e municípios, perda da democracia, criminalização de movimentos sociais, terrorismo de Estado, privatização de espaços públicos e equipamentos de lazer, elitização do futebol, higienização das cidades, remoções forçadas, e a lista continua longa e desastrosa. O legado anunciado de obras de infraestrutura e a possibilidade de atração de investimentos já têm se provado uma grande falácia. A maioria das obras de infraestrutura de mobilidade, que poderiam beneficiar as cidades, foram retiradas das matrizes de responsabilidade, ficando aquelas obras que se direcionam mais a infraestrutura de esporte (ligar aeroportos e rodoviárias aos estádios de futebol). Inúmeros estudos já apontam que não há atração de investimentos com o megaevento, muito menos aquele que conseguirá pagar a conta que ficará para os municípios (considerando a exceção alarmante de endividamento de municípios a 50%).

IHU On-Line – Nas últimas três semanas, quatro trabalhadores morreram (dois em São Paulo, na Arena Corinthians, e dois em Manaus, na Arena Amazônia) nas obras dos estádios da Copa, sem contar outras violações trabalhistas. Em que medida isso macula a imagem dos jogos perante a população em geral?

Luana Xavier Pinto Coelho – O ritmo de trabalho imposto aos trabalhadores e as condições deste são desumanas. Alguns dos trabalhadores que faleceram estavam em jornadas de trabalho ilegais e sem descanso semanal. Infelizmente a forma como tais eventos são veiculados na grande mídia não permite uma reflexão aprofundada entre as tragédias e as imposições da Fifa para o país. Penso que há pouca reflexão entre as fatalidades e uma possibilidade de pensar criticamente a Copa do Mundo no país.

IHU On-Line – Circula na Internet um vídeo que denuncia uma suposta fraude no sorteio dos grupos da Copa do Mundo, que ilustra certo desgaste da imagem da Fifa. Essa desconfiança seria reflexo de uma visão mais crítica da população em relação ao mundial?

Luana Xavier Pinto Coelho – A mensagem que veicula no vídeo reflete uma crítica que sempre permeia os campeonatos esportivos acerca da desconfiança dos descontentes com resultados dos campeonatos com a compra de jogadores, lobby dos grandes clubes/países. Mas não sei até que ponto esta desconfiança à credibilidade da Fifa enquanto organizadora dos jogos permite uma reflexão mais ampla sobre a entidade como uma corporação que usa o megaevento para obtenção de lucro para si e para seus patrocinadores e como violadora de direitos humanos. Creio que toda crítica neste momento é positiva, ajuda a manchar a imagem da Fifa, e temos que acreditar que nossa população irá compreender a dimensão dos impactos negativos que ficarão de “legado” para o país.

IHU On-Line – Como avalia a indicação da Fifa para a pior empresa do mundo, conforme votação aberta na Internet?

Luana Xavier Pinto Coelho – A Fifa se apresenta como uma fundação, sem fins lucrativos, mas os números têm mostrado que seus lucros nas últimas copas ultrapassam a casa de um bilhão de reais. Penso que a simples aceitação da Fifa pela Public Eye já foi uma vitória, em trazer a imagem da Fifa como uma corporação. A entidade também sempre tenta se esquivar das denúncias de violações de direitos humanos relacionadas às obras da Copa, dizendo que seria responsabilidade do Governo a forma como o megaevento é preparado. A nomeação da Fifa, mais uma vez, relaciona todas as violações diretamente a esta corporação, que se alia aos governos, usa o apelo popular ao futebol, para promover gastos exorbitantes, favorecer seu pequeno grupo de patrocinadores e garantir seu bilhão em lucro.

IHU On-Line – Na sua opinião, o clima de ufanismo em relação à Copa do Mundo arrefeceu porque estamos relativamente longe da realização dos jogos ou por conta de uma posição mais crítica da sociedade?

Luana Xavier Pinto Coelho – Creio que as mobilizações de junho foram fundamentais para disseminar esta reflexão mais crítica acerca dos jogos da Copa do Mundo. Com as multidões na rua, trazendo inclusive críticas à Copa da Fifa, não havia como a mídia ignorar. Contudo, penso que o apelo ufanista, a produção de propaganda neste sentido será intensificada no momento próximo aos jogos. Será difícil prever como será a reação das pessoas em junho e julho, quando a mídia certamente intensificará a abordagem de festa e celebração, assim como foi sentida no dia da transmissão do sorteio das chaves.

IHU On-Line – Qual a perspectiva para os próximos meses?

Luana Xavier Pinto Coelho – Creio que os próximos meses exigirão dos movimentos populares, dos comitês e demais coletivos uma atuação direta e efetiva na produção de contrainformação. Mais do que nunca será preciso fazer o contraponto entre o “país da festa e do futebol” e as violações de direitos pela Fifa. Assim, a perspectiva é que se intensifiquem as campanhas que divulguem todas as atrocidades cometidas para preparar este megaevento.

Por outro lado, o Estado também se prepara e, neste sentido, podemos também esperar uma atuação cada vez mais violenta e arbitrária das polícias e governos estaduais (secretarias de segurança pública), que irá demandar uma atuação coordenada de diversos atores para, mais uma vez, denunciar a perigosa perda da democracia e liberdade dos brasileiros. Exemplo disso é o andamento adiantado no Congresso Nacional da discussão de tornar o “terrorismo” um crime.

Isto seria a morte da liberdade de expressão e manifestação no Brasil, como um dos mais tristes e indefensáveis legados da Copa do Mundo.

IHU On-Line – Deseja acrescentar algo?

Luana Xavier Pinto Coelho – É importante acrescentar que o modelo de cidade que se descortina com as obras e prioridades da Copa do Mundo não nasce com a Fifa ou com o megaevento no Brasil, é um modelo que já vinha se instalando nas cidades brasileiras, um modelo de produção capitalista do espaço, que somente se intensifica, se exponencializa, com a vinda de um megaevento que traz grandes oportunidades para os empreendedores imobiliários e para as grandes construtoras. Mas não podemos esquecer que os megaprojetos já estão em curso no país antes da Copa e continuarão para além dela, nos obrigando a fazer um esforço conjunto em repensar que modelo de cidade queremos e se permitiremos o abandono completo do modelo de cidade democrático e igualitário delineado no Estatuto da Cidade.

 

Fonte: IHU – Unisinos

2014: Ano da agricultura familiar


                                

Ano Internacional da Agricultura Familiar (AIAF) 2014 visa a aumentar a visibilidade da agricultura familiar e dos pequenos agricultores, focalizando a atenção mundial em seu importante papel na erradicação da fome e pobreza, provisão de segurança alimentar e nutricional, melhora dos meios de subsistência, gestão dos recursos naturais, proteção do meio ambiente e para o desenvolvimento sustentável, particularmente nas áreas rurais.

O objetivo do AIAF 2014 é reposicionar a agricultura familiar no centro das políticas agrícolas, ambientais e sociais nas agendas nacionais, identificando lacunas e oportunidades para promover uma mudança rumo a um desenvolvimento mais equitativo e equilibrado.  O AIAF 2014 vai promover uma ampla discussão e cooperação no âmbito nacional, regional e global para aumentar a conscientização e entendimento dos desafios que os pequenos agricultores enfrentam e ajudar a identificar maneiras eficientes de apoiar os agricultores familiares.

O QUE É AGRICULTURA FAMILIAR?

A agricultura familiar inclui todas as atividades agrícolas de base familiar e está ligada a diversas áreas do desenvolvimento rural. A agricultura familiar consiste em um meio de organização das produções agrícola, florestal, pesqueira, pastoril e aquícola que são gerenciadas e operadas por uma família e predominantemente dependente de mão-de-obra familiar, tanto de mulheres quanto de homens. 

Tanto em países desenvolvidos quanto em países em desenvolvimento, a agricultura familiar é a forma predominante de agricultura no setor de produção de alimentos.

Em nível nacional, existe uma série de fatores que são fundamentais para o bom desenvolvimento da agricultura familiar, tais como: condições agroecológicas e as características territoriais; ambiente político; acesso aos mercados; o acesso à terra e aos recursos naturais; acesso à tecnologia e serviços de extensão; o acesso ao financiamento; condições demográficas, econômicas e socioculturais; disponibilidade de educação especializada; entre outros.

A agricultura familiar tem um importante papel socioeconômico, ambiental e cultural.

POR QUE A AGRICULTURA FAMILIAR É IMPORTANTE?

  • A agricultura familiar e de pequena escala estão intimamente vinculados à segurança alimentar mundial. 
  • A agricultura familiar preserva os alimentos tradicionais, além de contribuir para uma alimentação balanceada, para a proteção da agrobiodiversidade e para o uso sustentável dos recursos naturais.
  • A agricultura familiar representa uma oportunidade para impulsionar as economias locais, especialmente quando combinada com políticas específicas destinadas a promover a proteção social e o bem-estar das comunidades.

DADOS IMPORTANTES

Um quinto dos alimentos consumidos no mundo são produzidos em 20 milhões de propriedades familiares chinesas. Estimativas parciais da ONU  indicam que a pequena produção rural, em áreas de até 2 hectares, continua firme em boa parte do mundo, a despeito da falta de crédito, extensão rural, acesso a mercados e políticas públicas, e a despeito, claro, da expansão dos latifúndios.

Os pequenos produtores detêm a maioria das unidades produtivas na Ásia e na África, mas representam apenas 25% das propriedades rurais na América do Sul. É uma economia pulverizada, mas que tem seu peso nas contas nacionais. Segundo o Ministério da Agricultura, as mais de 4 milhões de propriedades agropecuárias familiares no Brasil são responsáveis por 33% do Produto Interno Bruto (PIB) Agropecuário e 74% da mão-de-obra empregada no campo (ou seja, são muito menos mecanizadas e empregam muito mais gente que as grandes fazendas).

Os dados globais saíram de um relatório divulgado em junho pelo Painel de Alto Nível de Especialistas em Segurança Alimentar e Nutrição (HLPE) do Comitê de Segurança Alimentar da FAO, que compilou informações de 81 países, que representam dois terços da população global e 38% das áreas agricultáveis. O estudo recomenda o desenvolvimento de políticas públicas que garantam os direitos desses pequenos produtores à terra e viabilizem sua sustentabilidade comercial. Isso, claro, com a finalidade última de gerar renda, descentralizar a economia e assegurar a segurança alimentar.

O documento saiu em meio aos preparativos para o Ano Internacional da Agricultura Familiar.. A iniciativa foi lançada oficialmente no dia 22 pela Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO). É uma iniciativa importantíssima. Cerca de 70% da população extremamente pobre – o 1,4 bilhão que dispõe de menos US$ 1,25 diários – vive em áreas rurais e depende ao menos parcialmente do que consegue plantar em propriedades de pequeno porte ou familiares (dois conceitos que nem sempre se sobrepõem).

Fonte: Página 22 e FAO

2014: os desafios sociais e ambientais do povo brasileiro


Terminamos o ano de 2013, e entramos no próximo ano encarando a temporada ultraconservadora rural, social e ambiental no Brasil.

 

             

 

Porto Alegre – Com a temperatura acima de 35 graus, beirando os 40, uma inundação em dois estados, conflito racista em Humaitá (AM), onde os madeireiros incentivaram a destruição do patrimônio público, após a morte de um cacique e três moradores da cidade; a construção de várias estações de transbordos no distrito de Miritituba(PA), onde o agronegócio vai escoar cerca de 20 milhões de toneladas de soja; mais a liberação da exploração de ouro na Volta Grande do Xingu, a l7 quilômetros onde está sendo erguida a Usina Hidrelétrica do mesmo nome; além da proposta indecente das empresas de agrotóxicos junto com a Confederação Nacional da Agricultura (CNA), para criar a Comissão Técnica de Agrotóxicos (CNTagro), espécie de irmã siamesa da CNTbio, àquela que só aprova a liberação dos transgênicos, assim terminamos 2013, e entramos no próximo ano encarando a temporada ultraconservadora rural, social e ambiental.

Ficou grande, mas é para argumentar bem. A capital gaúcha, local onde sempre passam as frentes frias vindas da Península Antártica está imersa no forno, transformando a bela Porto dos Casais dos açorianos, em autêntico inferno tropical. O conflito de Humaitá que a Rede Globo, por intermédio dos repórteres da afiliada no Amazonas identificou como uma revolta da população pelo sumiço de três moradores, e tendo como fato anterior, a morte do cacique Ivan Tenharim, “encontrado morto na Transamazônica, vítima de atropelamento por estar bêbado”. Posteriormente, a nota do Conselho Missionário Indigenista registra o seguinte:

“- O cacique Ivan Tenharim era um incansável opositor contra a pilhagem praticada por madeireiros na terra indígena, junto com os órgãos públicos, e contribuiu para o fechamento de serrarias ilegais na região”.

A BR-230, conhecida como Transamazônica, que corta o norte do país desde Imperatriz, no Maranhão até o Acre, foi uma obra da ditadura militar, juntamente com a Perimetral Norte, que cortaria o Amapá, até a fronteira com a Guiana, e acaba na terra indígena dos Oiampi, povo que conheci em 1979. Tinha uma guarita vigiada pelos índios no final da estrada, que foi abandonada, porque ligava o fim do mundo ao paraíso, ou seja, o nada a lugar algum. Os tenharins moram na terra onde sempre viveram, junto com seus vizinhos parintintins e muras, na Terra Indígena Tenharim Marmelos. A estrada construída, a custa da destruição de várias aldeias, como no caso dos Araras, na região de Altamira, simplesmente corta o território ao meio. Idêntico caso dos Waimiri-atroari na Roraima, com a BR-374.

Revolta racista

O cacique morto foi encontrado com hematomas no corpo e ferimentos na cabeça. Não houve investigação policial. Lógico que a revolta da população de Humaitá, incrementada pelos madeireiros, com tons racistas, de expulsão total dos índios da região – certamente para ficar com suas terras – serviu de mote para uma nota da Confederação da Agricultura, onde a senadora Kátia Abreu, dispara a artilharia do ultraconservadorismo rural brasileiro.

“- A revolta que motivou duas mil pessoas a atearem fogo na sede da FUNAI é mais uma prova irrefutável da necessidade de mudanças imediatas na condução da política indigenista”, diz a nota da CNA.

Os moradores encapuçados de Humaitá queimaram a Casa de Saúde do Índio, vários carros e motos, além de um barco, que abastecia as aldeias do interior. Ou seja, acabaram com a infraestrutura da FUNAI e deixaram cerca de 180 tenharins que estavam na cidade encurralados, tanto que foram levados para  o 54º Batalhão de Infantaria de Selva. No dia 29 a juíza federal de plantão, Marília Gurgel determinou as autoridades de segurança a proteção à terra indígena que foi invadida várias vezes, e determinou a volta dos índios às comunidades. Além disso, enviou cópia do processo para a Comissão Interamericana de Direitos Humanos.

Não queriam discutir os impactos

Voltando um pouco na mesma estrada, agora no entroncamento da BR-163 – Cuiabá-Santarém, no distritito de Miritituba, município de Itaituba (PA), um grupo de multinacionais, entre elas, Cargill e Bunge, começou a construção de várias estações de transbordo fluvial. A soja, ao invés de rodar 2,3 mil quilômetros até Santos ou Paranaguá, para engordar as vacas europeias ou porcos e galinhas chinesas, percorrerá um trecho da BR-163, recém-licitada para a Odebrecht, até o referido distrito, cerca de 900 quilômetros – contando de Nova Mutum, passando por Lucas do Rio Verde, Sorriso, Sinop, e atravessando o nortão do MT até o Pará.

Negócio lógico. Uma barcaça de soja equivale a 800 caminhões lotados. Mas as empresas chegam num distrito com menos de quatro mil habitantes, a mais adiantada é a Bunge, que pretende exportar até cinco milhões de toneladas de soja- via rio Tapajós até vila do Conde, em Barcarena, região metropolitana de Belém. Vão construindo sem ainda ter as licenças necessárias. Não queriam nem discutir os impactos. A região não tem água encanada, coleta de lixo, rede de esgoto. Itaituba com 98 mil habitantes tem um lixão recebe 950 toneladas por mês. Depois de muita discussão com os representantes da prefeitura local, chegaram a um acordo e pagar R$12 milhões em 15 prestações, para ter a licença municipal de instalação.

600 mil viagens por ano

No acordo consta a construção da infraestrutura de água, esgoto e lixo, a compra de 10 transformadores para as escolas, uma sede para o corpo de bombeiros, uma ambulância. A previsão da agência Reuters, que esteve na região, é para um movimento de 300 mil caminhões por ano, somente na ida, ou seja, 600 mil viagens. Levando soja na estrada que ainda não está asfaltada, mas são somente 150 km, no clima amazônico, com temporada de chuva e seca definida. Minha conclusão: vão misturar ferro no asfalto para não desmanchar.

A previsão das empresas, e são 15 que se instalarão na região, é de movimentar seis milhões de toneladas em 2015, mas a expectativa é para escoar por esta rota até 20 milhões de toneladas. A expansão da soja na Amazônia tem uma grande responsável: a Cargill, multinacional americana, que ainda é controlada pela família, desde a sua fundação, e que instalou um porto graneleiro em Santarém há 10 anos, com capacidade para movimentar 1,3 milhão de toneladas. Na época, a produção de soja na região estava iniciando. Hoje, contanto os municípios vizinhos soma 55 mil hectares. Segundo a Associação da Indústria de Óleos Vegetais (Abiove), dos quase 25 milhões de hectares de soja plantados no Brasil, 2,1 milhões estão no bioma Amazônia. O Pará tem 337 propriedades que plantam soja em 16 municípios, além de contar com 107 mil fazendas e 19 milhões de cabeças de bovinos.

Na trilha do ouro

Então a primeira rota de escoamento começou via Porto Velho, usada pelo Grupo Amaggi, que leva de barcaça até Itacoatiara no Amazonas. Dali, de navio para o Atlântico. O pobre distrito de Miritituba é um atalho. Também porque via rio Amazonas – se encontra com o Tapajós em Santarém –existe um empecilho na foz do Amazonas – só passam navios com no máximo 47 mil toneladas de capacidade. Por Barcarena, onde a Bunge, que está investindo R$500 milhões no projeto, podem passar navios de 70 mil toneladas. Eles já projetaram, como novas dragagens, navios com capacidade para 120 mil toneladas. A Bunge e o grupo Amaggi, do senador Blairo Maggi criaram a empresa Navegações Unidas Tapajós Ltda., com investimentos previstos de R$300 milhões, com a compra de 90 barcaças e cinco empurradores.

Seguindo ainda pela Transamazônica até a região de Altamira, onde está sendo construída a hidrelétrica na Volta Grande do Xingu. O Grupo Forbes & Manhattan, um banco de capital fechado, que capta dinheiro nas bolsas do Canadá e em outras partes do mundo, conseguiu licença ambiental do governo do Pará, via SEMA, para investir US$1,1 bilhão na mesma região e recolher 4.684 quilos de ouro por ano, em 11 anos pretendem remexer 37,8 milhões de toneladas de terras, com o consequente tratamento com cianureto, para identificar as migalhas do metal. Cerca de dois mil garimpeiros trabalham na região, todos ilegalmente.
 
Existem comunidades com 40 anos. Já estão sendo expulsos. O grupo canadense pretende usar dinamite, a 17 km da usina, mas isso é um detalhe, não há o menor risco. O pior mesmo é o veneno que vai ficar na região.

Bilhões para alguns e miséria para outros

Para terminar esse sumário quase trágico, do ponto de vista social e ambiental, uma notícia animadora na terra da senadora Kátia Abreu, o estado do Tocantins, que ela pretende governar, depois de 2014. Osmar Zogbi é um daqueles ricos brasileiros, que vendeu seus negócios e está à procura de uma nova atividade.
 
Vendeu o banco Zogbi para o Bradesco e a sua parte na Ripasa, uma empresa de celulose e papel, para o grupo Votorantim. Criou a Eco Florestas- gosto de ver é o marketing ambiental deles –considerado o maior projeto florestal independente.
 
Comprou 120 mil hectares de terra, 42 mil já ocupados com eucalipto, mas o plano é atingir 180 mil hectares e 100 mil com o monocultivo. O objetivo maior é uma indústria de celulose com capacidade para 1,5 milhão de toneladas por ano – necessita de 150 mil hectares de eucalipto. Zogbi investiu R$500 milhões, junto com seus sócios, ex-acionistas da Ripasa, além do grupo Safra e a BR Partners, entre outros.

Por isso, dá para entender a fúria da CNA contra os índios que estão atrapalhando os bilhões que serão investidos no campo, onde de um jeito ou outro, sobra umas migalhas para eles. Quanto ao povo brasileiro, que vive nas regiões afetadas, certamente serão deslocados para as capitais e suas regiões metropolitanas.
 
Vamos ver dois exemplos: o Pará tem uma população de 7,5 milhões de habitantes, sendo 1,4 milhão considerados economicamente como vivendo abaixo da linha da pobreza, assim como outros 16 milhões de brasileiros. Mas a média nacional é de 8,42%, de pobres nesta situação, comparados com uma população de 190 milhões de habitantes – dados de 2010. A média do Pará é de 18,65 % da população em condições de extrema pobreza.

O Mato Grosso, maior produtor de soja, milho e algodão do país, com uma população de pouco mais de dois milhões de habitantes, têm 394.821 famílias no Cadastro Único do governo federal, quer dizer, recebem assistência de algum programa. Onde vai parar os mais de US$30 bilhões da exportação de soja, ou os mais de US$6 bilhões da exportação de carne de boi. Outra questão, para discutir em 2014: qual o limite da expansão da pecuária e da soja na Amazônia? Ou não tem limite? Ou transformaremos a Amazônia numa imensa fazenda de boi e soja, para o deleite da elite rural ultraconservadora desse país?   

Fonte: Carta Maior

Laísa Mangelli