São as águas de março fechando o verão…


Participantes do Movimento Ecos durante a Caminhada Ecológica de 2019. (Foto: Bárbara Teixeira)

Por Helen Almeida

Março mal chegou e com ele, veio mais chuva. De acordo com Instituto Nacional de Meteorologia (INMET), o acumulado de chuvas nos dois primeiros dias do mês em Belo Horizonte e na região metropolitana gira em torno de 80 mm.

Ainda que as precipitações estejam menos intensas, a constância delas e o consequente acúmulo de água no solo mantém o alerta para o risco geológico, com queda de muros, deslizamentos e desabamentos.

Considerando que viemos de um janeiro com índices pluviométricos históricos, cujo volume de chuvas superou o de todo o ano de 2019 e de um mês de fevereiro com uma média acumulada de aproximadamente 400 mm, março vai fechar o verão repetindo o feito de seus meses antecessores, a expectativa é de chuvas acima da média.

Vimos então, ao longo dos dois últimos meses, as consequências que o excesso das chuvas provocou em Belo Horizonte e Região Metropolitana. Tais eventos não são novos, já que Belo Horizonte foi edificada sobre uma extensa malha fluvial canalizada, o Ribeirão Arrudas, sabendo-se que há relatos históricos de tragédias resultantes das chuvas no passado.

De tanto caos, emergiu de forma mais intensa o debate sobre a necessidade de mudanças estruturais, de políticas públicas direcionadas não mais apenas à canalização, mas à reabilitação dos cursos d’agua na região, com estratégias que promovam o resgate de áreas verdes e matas ciliares, sistema natural de drenagem e escoamento das águas. Os especialistas afirmam: a alternativa é imitar a natureza e resgatar o máximo possível as características naturais perdidas durante o processo de urbanização e canalização das águas.

Para além de tantas mudanças grandiosas e estruturais, que demandam ações coordenadas de diversos setores públicos, nós também podemos contribuir. O Movimento Ecos vem, desde 2011, em parceria com as escolas da rede pública do Estado de Minas Gerais, buscando desenvolver estratégias que impactem positivamente na formação de consciência ambiental, nos âmbitos comunitário, social e individual.

Pensar globalmente e agir localmente! O Movimento Ecos acredita que juntos, podemos! Incentivar o debate para a conscientização sobre grandes problemas ambientais, identificando causas e ações que possam reduzir grandes impactos a partir de ações locais e viáveis, tais como, redução do consumo de água, papel, energia, gestão de resíduos, implantação de hortas e manejo de áreas verdes, como soluções alternativas para prevenção de danos e a recuperação ambiental.

O movimento trabalha em parceria com a sociedade civil para implementar mudanças e prevenir grandes catástrofes, para que as águas de março, que fecham o verão, sejam promessa de vida.

Edição – Bárbara Teixeira – NECOM

Década de 2010 destinada a ser a mais quente já registrada


Incêndio no Pará (Brasil) em 27 de agosto de 2019 (AFP/Arquivos)

Um estimativa divulgada pela ONU em um relatório anual da Organização Meteorológica Mundial (OMM), alerta que a atual década (2010-2019) está destinada a ser a mais quente já registrada na história. O relatório constata a aceleração das consequências da mudança climática e que as temperaturas globais superaram nos primeiros 10 meses do ano em 1,1 graus a média da era pré-industrial (1850-1900).

No relatório apresentado por ocasião da Conferência sobre o Clima da ONU (COP25), a organização prevê ainda que 2019 será o “segundo ou terceiro ano mais quente” desde 1850, quando os registros sistemáticos começaram a ser feitos.

“2016, que começou com um episódio de El Niño de intensidade excepcionalmente forte, continua sendo o ano mais quente”, afirma o documento. Cada uma das últimas quatro décadas foi mais quente que a anterior.

Além disso, as emissões provocadas pelo homem devido, por exemplo, aos combustíveis fósseis, a construção de infraestruturas, o aumento dos cultivos e o transporte provavelmente contribuirão para um novo recorde de concentração de dióxido de carbono, o que aumentará o aquecimento, afirmou a OMM.

Os oceanos, que absorvem parte dos gases do efeito estufa, continuam registrando temperaturas recordes e uma acidificação maior, o que ameaça os ecossistemas marinhos dos quais bilhões de pessoas dependem para alimentação ou trabalho.

Em outubro, o nível do mar também alcançou um recorde, alimentado sobretudo pelas 329 bilhões de toneladas de gelo derretido na Groenlândia em um ano.

Até 22 milhões de deslocados

Milhões de pessoas já sofrem as consequências da mudança climática, o que evidencia que esta não é apenas uma ameaça para as futuras gerações.

No primeiro semestre de 2019 mais de 10 milhões de pessoas foram deslocadas dentro de seus países, segundo o Observatório de Situações de Deslocamento Interno.

Deste total, sete milhões o fizeram por causas relacionadas com fenômenos meteorológicos extremos como tempestades, inundações e secas, um número que pode alcançar 22 milhões para o conjunto do ano.

“Mais uma vez, em 2019, os riscos ligados ao tempo e ao clima afetaram duramente”, disse o secretário-geral da OMM, Petteri Taalas.

“As ondas de calor e as inundações que antes aconteciam uma vez por século estão se tornando eventos regulares”, advertiu.

Em 2019 foram registradas secas na América Central e Austrália, ondas de calor na Europa e Japão, assim, como supertempestades no sudeste da África e incêndios devastadores no Brasil e na Califórnia (EUA).

Taalas destacou que a pluviometria mais irregular, somada ao crescimento demográfico, representará “desafios consideráveis em termos de segurança alimentar para os países mais vulneráveis”.

Em 2018, a tendência decrescente da fome no mundo foi revertida, com mais de 820 milhões de pessoas afetadas.

Ao ritmo atual, a temperatura poderia aumentar até 4 graus ou 5 graus no fim do século.

E inclusive se os países respeitarem seus compromissos atuais de redução das emissões, o aumento poderia superar 3 graus, enquanto o Acordo de Paris prevê limitar o aquecimento a menos de 2 graus e, de modo ideal, a 1,5 graus.

Na COP25 de Madri, que começou na segunda-feira com o objetivo de estimular a luta contra o aquecimento global, os Estados “não têm desculpas para bloquear os avanços nem recuar quando a ciência mostra que é urgente atuar”, reagiu Kat Kramer, da ONG Christian Aid.

AFP

EcoDom divulga Caminhada Ecológica 2019 na Rádio Itatiaia


Um bate-papo informativo e bem-humorado. Assim foi a participação do Movimento EcoDom no programa Hora do coroa, da Rádio Itatiaia, no último domingo, 10 de novembro, representada pela professora nucleadora Ciangeli Clarck. Apresentado pelo radialista Acir Antão, o programa conversa com convidados entre a programação musical com antigos clássicos da MPB.

A professora Ciangeli foi convidada para falar um pouco sobre a Caminhada Ecológica do EcoDom, que será realizada no dia 22 de novembro. No mesmo evento, ocorrerá a grande final do Projeto Socioambiental, Pegada Ambiental e dos Concursos de Fotografia Garota e Garoto EcoDom e de Dança EcoDom.

A entrega dos prêmios será no anfiteatro da Assembleia Legislativa de Minas Gerais, na Praça Carlos Chagas, embalada pela apresentação da banda Legião Urbana Cover, a partir das 9h, seguida de apresentações de danças e desfile dos concursos.

A caminhada sairá da Praça Raul Soares às 8h30, com previsão de reunir mais de 10 mil pessoas no corteja, sendo 5 mil alunos do projeto. De lá, segue pela Avenida Olegário Maciel até o local do evento de confraternização.

Ciangeli Clarck agradeceu o apresentador e a emissora pela “encantadora experiência”: “Ontem estive na Rádio Itatiaia, no programa do Acir Antão, para divulgar e convidar os ouvintes a participarem da nossa Caminhada Ecológica, com o objetivo de demonstrar um apelo em defesa do meio ambiente e das Minas Gerais.

Equipe EcoDom