Curitiba terá ciclovias que geram energia a partir do movimento


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Os sensores, que além de sustentáveis ajudarão também na segurança dos ciclistas, serão implantados em 18,5 quilômetros de ciclovias
Foto: Cesar Brustolim/SMCS

A Soundpower, empresa japonesa de tecnologia, escolheu Curitiba para um projeto inovador no mercado brasileiro. A partir do segundo semestre deste ano, as ciclovias da cidade irão produzir energia para ajudar a abastecer um sistema de iluminação inteligente, informa o portal Hypeness.

Sensores instalados nas ciclovias produzirão a eletricidade através do som e da vibração provocados pelas bikes. Ou seja, quanto mais pessoas pedalando, mais energia será produzida. A quantidade de energia gerada será suficiente para acionar a sinalização luminosa nos cruzamentos envolvendo ciclovias e vias, além de coletar dados sobre intensidade de fluxo que irão ajudar no planejamento e expansão das ciclovias.

O projeto piloto é uma parceria entre a Soundpower, a Prefeitura de Curitiba e o governo japonês, e faz parte de um plano de iluminação já existente na cidade. “Enxergamos a possibilidade de integrar o produto deles ao nosso projeto, tornando todo o sistema mais inteligente para os ciclistas de Curitiba”, disse Fábio Ribeiro de Camargo, diretor de Iluminação Pública da administração municipal da capital paranaense.

Os sensores, que além de sustentáveis ajudarão também na segurança dos ciclistas, serão implantados em 18,5 quilômetros de ciclovias, mas trechos compartilhados como as ciclofaixas, por exemplo, não serão contemplados nesta primeira fase.

Fonte: EcoD

O equívoco da suspensão da ciclovia na Avenida Paulista


18012015-obra-ciclovia-paulistaObra da ciclovia na Av. Paulista. Foto: Vá de Bike

O MP Estadual ajuizou na Justiça paulista uma ação civil pública para fins de paralisar as obras de implantação de ciclovias na cidade de São Paulo.O pedido era amplo e objetivava inclusive a paralisação das obras na Avenida Paulista. A liminar concedida não atendeu integralmente ao pedido (as obras na Paulista prosseguem). Ainda assim, pergunta-se: será que essa liminar contribui para a mobilidade urbana e para a redução da poluição atmosférica?

A implantação de ciclovias é medida que merece o aplauso de quem quer que esteja preocupado com o meio ambiente e a qualidade de vida – questão que passa pelo debate sobre a não-privatização das vias públicas por automóveis particulares, quase sempre carregando apenas seu próprio motorista. A poluição atmosférica causada pelos motores de veículos automotores (parados) é responsável por milhares de mortes e doenças cardiorrespiratórias em São Paulo.

A ciclovia é uma alternativa ecológica, saudável e barata de transporte. Evidentemente, há que se aguardar uma mudança de mentalidade para que um número cada vez maior de pessoas passe a se utilizar desse meio. Na periferia, a ideia começa a emplacar. Na Avenida Paulista, é preciso concluir a ciclovia.

A pior alternativa, porém, será judicializar uma das raras políticas públicas de caráter ecológico das últimas décadas na maior cidade do país. Não é demais ressaltar que, enquanto os contribuintes das mais elevadas faixas de IPVA de São Paulo criticam ferozmente esse projeto, no exterior ele é contemplado com o Sustainable Transport Award de 2014.

É evidente que ciclovias, apenas, não são suficientes para resolver esta verdadeira síndrome que é o trânsito paulistano – algo que há muitos anos já serviu de motivo para o romance "Não verás país nenhum", do Ignácio de Loyolla Brandão, que tem início com um congestionamento definitivo. Em alguns percursos, pedalar é praticamente inviável – por exemplo, nas ladeiras da Vila Pompéia, do Jaraguá ou da Freguesia do Ó. Não é o que ocorre, porém, em longos trajetos como o do Jabaquara até a Estação Vila Madalena, sob o Minhocão, desde o Shopping Bourbon (na Pompéia) até a Estação Dom Pedro II e muito além. Ou mesmo em aclives mais suaves, como os das Avenidas Consolação ou Lins de Vasconcelos.

É claro que o poder público deve também implementar o sistema metroviário. Um percurso de menos de 12 km, do Itaú Cultural (Av.Paulista) ao Frangó (Largo Nossa Senhora do Ó), numa noite de sexta-feira, na melhor das hipóteses, não leva menos de uma hora e meia. Se as obras da Linha 6 do Metrô tivessem sido concluídas, esse mesmo trajeto levaria menos de meia hora. A promessa era de que fossem entregues em 2015 e, agora, a estimativa é de entrega por volta do bicentenário da independência do país.Da mesma forma, a ampliação de pistas exclusivas para ônibus é mais do que benvinda, merecendo estender-se até as cidades da Grande São Paulo.

Modificar um paradigma que teve início com Prestes Maia e se consolidou com Paulo Maluf, porém, não é algo fácil. Infelizmente, está ocorrendo mais uma vez (a exemplo de todo o debate nacional dos últimos oito meses), a PARTIDARIZAÇÃO de uma rara proposta urbanística com impacto ecológico positivo(veja).

Parado no trânsito da Avenida Paulista, na volta do trabalho, recebo pelo "Waze" mensagens de desconhecidos: "Maldita ciclovia! Maldito PT! Fora Dilma e Haddad!". O que a prática de ciclismo tem a ver com o PT? Se a conversa segue por aí, não se vai a lugar nenhum. Como, aliás, já acontece com o tráfego de automóveis na cidade.

Guilherme José Purvin de Figueiredo: Professor Convidado dos Cursos de Pós-Graduação em Direito Ambiental da PUC-Rio e PUC-SP. Doutor em Direito pela USP. Autor dos livros “Curso de Direito Ambiental” (6ª Ed., RT) e “Propriedade no Direito Ambiental” (4ª Ed., RT)

Fonte: (o) eco

 

Paraná incentiva o uso da bicicleta como meio de transporte


        

 

O estado do Paraná tem seis meses para definir projetos de incentivo ao uso da bicicleta em todos os seus 399 municípios. A resolução 011/2014 foi assinada pelo secretário estadual do Meio Ambiente e Recursos Hídricos, Luiz Eduardo Cheida, e determina um grupo de trabalho que atuará na criação dos novos planos na área de cicloturismo, ciclocidadania e cicloestrutura.

 

O Programa Paranaense de Mobilidade Não Motorizada por Bicicleta – o Ciclo Paraná, conta com uma frente de trabalho formada por especialista em mobilidade urbana, técnicos e ciclistas. A proposta consiste em alinhar projetos e desenvolver uma política pública transversal em prol do uso da bike como meio de transporte.

 

“Muitas entidades e órgãos de governo já possuem ações isoladas em suas áreas de atuação. Queremos somar esforços e contar com o apoio técnico de pessoas e especialistas que possuem experiência neste tema e levá-lo para todo o estado”, explicou Cheida, em declaração oficial.

 

Para o secretário, esta é a oportunidade para que todas as cidades, sejam elas grandes ou pequenas, estimulem uma cultura que “agrega qualidade de vida, reduz o trânsito, permite o planejamento urbano para o futuro, evita a poluição e contribui para a saúde”.

 

Os planos cicloviários devem também estar integrados aos sistemas de transporte coletivo, como determina a Política Nacional de Mobilidade Urbana. A iniciativa deve servir para inspirar novas pesquisas e trabalhos científicos úteis em todo o estado e até em outros pontos do Brasil.

Por Thaís Teisen – Redação CicloVivo