Primeira escola com merenda 100% vegetariana comemora rendimento dos alunos


O mundo está mudando de uma forma ou de outra. Pela primeira vez uma escola nos Estados Unidos comemora os benefícios da dieta vegetariana. O país que sofre já com o número de obesidade da sua população agora tem um verdadeiro exemplo que pode mudar esse status e destino. Para se ter idéia, quase um terço das crianças nos Estados Unidos encontra-se em risco de desenvolver doenças que poderiam ser evitadas, como diabetes e problemas cardíacos, devido ao excesso de peso ou mesmo já por conta da obesidade.

         Para batalhar contra essa realidade, uma escola pública de Queens, nos Estados Unidos, decidiu por aderir um cardápio 100% vegetariano para seus alunos no início de 2013 e agora comemora o melhor rendimento dos alunos – o que comprova as velhas teorias vegetarianas, que uma alimentação sem carne é muito mais eficaz e segura para o corpo humano. As cantinas e refeitórios oferecem hambúrgueres e cachorros-quentes de tofu, frutas, entre outros pratos saudáveis.

                                            

          Para o diretor da escola, o mais impressionante é que, embora os alunos estejam autorizados a trazer de casa refeições que contenham carne, um total de 90% escolhe os vegetais ricos em proteínas que integram a merenda da escola. "Isso é incrível. Tanto as crianças como os pais merecem grandes elogios, pois muitas escolas desistem das dietas saudáveis quando os jovens fazem queixas", argumentou Groff.

             A diferença, tanto no desenvolvimento, quanto disposição corporal e mental, é notada diariamente nas crianças. Além disso, assim como para o diretor da escola, para o Comitê de Médicos para uma Medicina Responsável (que reconheceu a escola por seus esforços em prol de uma alimentação saudável para os estudantes.) houve muitas mudanças positivas na escola: “Os alunos mostram mais atenção, energia e um melhor desempenho acadêmico” , destacou o diretor do colégio, Bob Groff, ao jornal Daily News. “Acreditamos que os alunos melhoram seus desempenhos quando contam com escolhas alimentares mais saudáveis e são informados sobre elas”, acrescentou. Bem, isso a comunidade vegetariana e vegana tem nos informado já há muito tempo, mas finalmente o teste foi feito.

                       

              Mas a transformação não ocorreu da noite para o dia. Os funcionários da escola se empenham bastante para garantir que as crianças entendam melhor essas escolhas, ou seja, há todo um trabalho de educação. Todos os alunos freqüentam aulas de nutrição semanais que têm a saúde como foco.

Isso significa que finalmente os vegetarianos estão sendo ouvidos e levados a sério. Isso porque muitas descobertas da dieta vegetariana são ignoradas pela sociedade, e ouvidas unicamente em questões de saúde em risco. Nós seres humanos, nos acostumamos a uma alimentação rica em proteína (rica até demais quando se trata da classe média urbana, enquanto em outros lugares a população está desnutrida), comemos carne desde muito cedo, na justificativa de que sem ela enfraqueceremos e ficaremos doentes. Esse mito, da carne ser uma substância essencial no nosso menu, vem sendo desmascarado pelos vegetarianos e veganos há tempos, não com objetivo egoísta de mudar o cardápio da população, mas para ajudá-la atingir a saúde tão almejada; e uma consciência e estilo de vida mais sustentáveis. Mas para isso, teríamos de aceitar novos conceitos, muitas vezes completamente contrários aos primeiros ensinamentos de vida.

A Dieta da Sociedade Carnívora

                  O problema da “tradição” é que muitas vezes os ensinamentos que insistimos em passar a diante, e conservar, protegendo do questionamento, são na verdade teses erradas ou ultrapassadas, que não nos servem mais na era momentânea. O que os vegetarianos tentam nos informar é que o que já foi uma necessidade nutritiva agora não passa de um luxo desnecessário, que na verdade está degradando a saúde tanto do ser humano quanto do resto do mundo.

               O problema não está no ato de comer a carne em si, aliás todo ser humano aprecia a liberdade de experimentar/apreciar mesmo o que não lhe convém, e sim no vício inconsciente que aderimos desde crianças graças a essa tradição, e o preço alto que é pago para conservá-la. Como qualquer outro vício, o de comer carne, também causa danos à saúde do corpo com o tempo, além de deixá-lo dependente a proteína da carne (proteína animal). Na próxima matéria explicarei melhor sobre os mitos da proteína animal e sua relação com nosso organismo.

                  Os danos a saúde acontecem por diversas razões: o mal preparo da carne e a má qualidade e meio de preservação da carne. Outro detalhe, é por puro descuido, despreocupação, ignoramos todo o processo de produção da carne até ela chegar no nosso prato, outro costume ruim, o descaso com o que comemos. Os pais, tirando exceções, escondem a origem e o processo da carne de seus filhos, da mesma forma que escondem de si próprios, como se tivessem medo à aversão de valores e estilo de vida, ignorando que tais transações poderiam garantir-lhes a saúde futuramente, como a do planeta. Ao mesmo tempo, os pais encontram dificuldade em fazer as crianças entenderem e aderirem uma alimentação vegetariana, mas isso tudo está interligado.

             Todos os vegetarianos, que anteriormente tiveram meia vida ingerindo carne, sabem que largar o costume, o vício, não é algo fácil. É necessária muita determinação para virar vegetariano numa sociedade praticamente carnívora. Esse rótulo se deve a tradição da sociedade ter uma dieta carnívora, muitas vezes estimuladas pela mídia e seu poder da marketing.

                                  

 Essa é uma das revoltas da comunidade vegetariana, que ao invés do governo se preocupar em instruir a população e direcionar-lhe caminhos mais sustentáveis, está sabotando o trabalho dos agentes da sustentabilidade de instruir, com seu exagerado e territorial marketing da carne. Por exemplo: a mídia, tão usada para o consumismo, também estimulando cada vez mais o consumismo da carne e fast foods como Mc Donalds.

        O cúmulo foi a implantação de filiais de companhias de fast-food dentro de algumas escolas. É preocupante, porque por conta da tradição familiar, os jovens de hoje (como todas as gerações anteriores) crescem aderindo a dieta da carne, alimentando ainda mais o desejo pela mesma, não satisfeitos aderimos ao gosto do Fast-Food, que acabamos por consumir descontroladamente. Conseqüências mínimas disso são a alta quantidade de gordura que se acumula em nossas veias, atrapalhando a circulação do sangue, e a obesidade.

       Só depois de séculos, de muitos estudos e debates sobre a carne e a saúde do homem, que os vegetarianos começaram a ser ouvidos. Ainda hoje, é necessária muita consciência de um determinado indivíduo para ele se interessar em querer ouvir sobre seus próprios hábitos pessoais. Isso porque o vício da carne já é tão grande, arraigado, que muitas pessoas preferem ter a saúde debilitada a se privarem ao “sabor da carne”. Outra coisa que os vegetarianos também tentam alertar é que esse sabor também é artificial.

      O EcoD noticiou em julho que os Estados Unidos proibiram os alimentos gordurosos nas máquinas de venda automática das escolas. A idéia partiu do Departamento de Agricultura e as instituições têm até junho de 2014 para se enquadrar as regras estabelecidas. No lugar de chocolates, salgadinhos e doces, todas as máquinas deverão disponibilizar cereais integrais, alimentos que contenham frutas, verduras, laticínios ou proteínas (carne, feijão, frutos do mar, ovos ou nozes) como ingredientes principais.

      Enquanto isso, o Congresso Nacional está para aprovar no Brasil um projeto de lei que proíbe as cantinas das escolas de vender bebidas com baixo teor nutricional ou alimentos com quantidades elevadas de açúcar, de gordura saturada, de gordura trans ou sódio.

Fonte: EcoDesenvolvimento

Laísa Mangelli