Pequenas centrais hidrelétricas são tema de encontro promovido pela ONU e parceiros


Ocorrerá de 29 a 31 de outubro de 2013 em Campinas (SP) um evento sobre pequenas centrais hidrelétricas, cujo tema será: “Soluções Locais para a Mudança Climática e o Desenvolvimento Sustentável”.

O evento é promovido pelo Centro Nacional de Referência em Pequenas Centrais Hidrelétricas em Itajubá, Minas Gerais (CERPCH), o Centro Internacional de Pequenas Centrais Hidrelétricas em Hangzhou, China (IC-SHP) e a Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento industrial (ONUDI), por meio do programa Observatório de Energias Renováveis para a América Latina e o Caribe.

Ocorrerão também o 6º Fórum ‘Hydro Power for Today’ e o 3º Encontro Técnico do Observatório de Energias Renováveis para América Latina e no Caribe. Todos os eventos serão realizadas ao longo do I Latin American Hydro Power and Systems Meeting.

Os encontros reunirão os principais tomadores de decisão, acadêmicos, técnicos dos setores público e privado, bem como representantes da sociedade civil no mesmo local para um diálogo global sobre o desenvolvimento e crescimento das tecnologias hidrelétricas de pequena escala.

Todos os detalhes em http://www.renenergyobservatory.org/br/noticias/6o-forum-hydro-power-for-today-e-3o-encontro-tecnico-do-observatorio-de-energias-renovaveis.html

 

Fonte: ONU-BR

Segundo agência da ONU, Tufão Hayan é alerta sobre impacto de mudança climática


   A Organização Meteorológica Mundial (OMM) afirma que 2013 deve ser um dos dez anos mais quentes já registrados e continuar com o padrão de altas temperaturas resultantes diretamente da mudança climática causada pela atividade humana. Pesquisadores afirmam que ainda não é possível afirmar se, com isso, a frequência de ciclones tropicais vai aumentar, mas o presidente da OMM, Michel Jarraud, diz que a expectativa é de que o impacto das tempestades seja mais intenso.

"Todos os anos mais quentes ocorreram desde 1998 e neste ano, mais uma vez, continua a tendência subjacente, de longo prazo. Os anos mais frios agora são mais quentes do que os anos mais quentes antes de 1998", afirma Jarraud.

"Concentrações atmosféricas de dióxido de carbono e outros gases de efeito estufa alcançaram novos patamares em 2012, e esperamos que eles alcancem níveis sem precedentes de novo em 2013. Isso significa que estamos comprometidos com um futuro mais quente."

   O presidente do Banco Mundial, Kim Yong Kim, disse à BBC que o aquecimento global já não pode mais ser ignorado e pediu medidas para reduzir emissões de poluentes e minimizar as probabilidades de desastres como o tufão Hayan, que matou milhares de pessoas nas Filipinas. A opinião de Kim também é compartilhada por Jarraud.

"As Filipinas foram prejudicadas pelo tufão Hayan e ainda estão lutando para se recuperar de um outro tufão há um ano", afirmou o presidente da OMM. "Apesar de não podermos atribuir diretamente os ciclones tropicais individuais à mudança climática, níveis mais altos do mar já estão tornando as populações costeiras mais vulneráveis a ondas causadas pelas tempestades", acrescentou.

   A projeção sobre 2013 divulgada nesta quarta-feira ainda é provisória e depende dos padrões de clima a serem registrados até o fim do ano, mas confirma que o nível global do mar bateu um novo recorde. O presidente do Banco Mundial afirmou que a tendência geral é clara e pediu que os governos acabem com subsídios a combustíveis fósseis e forneçam à população fontes limpas de energia.

Argumentos da Austrália

   O clima extremo não atingiu apenas as Filipinas. Em 2012, os Estados Unidos registraram recordes de temperaturas altas e, em 2013, foi a vez da Austrália. O país registrou o mais quente período de 12 meses, encerrado em agosto. O recorde foi quebrado nos 12 meses de setembro de 2012 a setembro de 2013 e novamente em outubro.

   Apesar dos recordes na temperatura, a mudança climática se transformou em uma polêmica política na Austrália, com o novo governo do país cancelando um imposto sobre carbono e se recusando a contribuir com um fundo criado para ajudar países pobres mais afetados pela mudança no clima. Há muito ceticismo sobre as mudanças climáticas na Austrália, e os ministros do governo do país destacam as incertezas a respeito das projeções futuras. Mas o pesquisador Kevin Parton, do Instituto da Terra, Água e Sociedade da Universidade Charles Sturt, em Nova Gales do Sul, diz que os dados divulgados nesta quarta reforçam os alertas da comunidade científica nos últimos anos.

"A mensagem geral da projeção da OMM é que as condições recentes em todas as partes do planeta foram precisamente o que os cientistas do clima previram que iria ocorrer sob as condições de aquecimento global", afirmou.

"Além do aumento nas temperaturas globais, a projeção aponta para muitos, muitos exemplos de clima extremo, da Grã-Bretanha à Rússia, do Sudão à Argentina. Também destaca o grande impacto da mudança climática no gelo do Mar do Ártico, na camada de gelo da Groenlândia, no gelo do mar da Antártida e no aumento global do nível do mar."

"Se você analisar as ondas de calor dos últimos 12 meses, então as condições extremas ocorreram na Austrália, África do Sul, Paquistão, Áustria, Finlândia, China e Japão", acrescentou.

   Steve Rintou, chefe de pesquisas do CSIRO (Centro de Pesquisa Marinha e Atmosférica da Austrália) lembra que a "temperatura média global em cada uma das últimas três décadas foi mais quente do que qualquer outra década antes, indo até 1850, como foi apontado no relatório do IPCC (Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas) lançado recentemente".

"Há provas convincentes de que as atividades humanas são primariamente responsáveis pelo aquecimento nos últimos 50 anos", acrescentou.

   As novas projeções coincidem com a realização da reunião sobre o clima da ONU em Varsóvia, na Polônia, onde delegações de diversos países lutam para avançar na elaboração de soluções políticas para lidar com o assunto.

Retirado do site: www.terra.com.br

Ativistas marcham nesta sexta em Madri para pressionar líderes da COP25


Ativistas da rebelião da extinção estão nas ruas de Madri protestando, mas a marcha principal acontece na sexta-feira (AFP/Arquivos)

Milhares de ativistas de todo mundo vão marchar nesta sexta-feira (5), em Madri, para exigir uma ação urgente diante da crise climática dos líderes reunidos na COP25, a conferência anual da ONU sobre o clima.

À margem da cúpula, a manifestação em Madri será a principal, embora outra também esteja marcada em Santiago do Chile. O presidente Sebastián Piñera desistiu de sediar a reunião das Nações Unidas em razão da revolta social que abala o país.

Sob o lema “o mundo acordou para a emergência climática”, a marcha de Madri começará na estação de Atocha às 18h (14h de Brasília).

Símbolo da luta pelo meio ambiente desde que lançou, em agosto de 2018, sua “greve escolar” que impulsiona o movimento global “Sexta-feira pelo futuro”, Greta Thunberg estará presente. A jovem sueca dará uma conferência às 16h30 (12h30 de Brasília).

Sem viajar de avião, devido a seu impacto ambiental, Greta foi de veleiro participar de uma cúpula da ONU sobre o clima em Nova York e depois para a COP25 anunciada no Chile. Com a mudança de local, teve que pegar uma catamarã para fazer o caminho inverso.

Depois de três semanas no mar, a ativista de 16 anos chegou a Lisboa e, de lá, seguiu para Madri.

O ator espanhol Javier Bardem, ativista climático, também participará do protesto, que incluirá discursos e eventos musicais e culturais.

Conferência paralela

“Sabemos que será grande. Esperamos centenas de milhares pedindo ações urgentes”, disse um porta-voz da mobilização, Pablo Chamorro.

A marcha de sexta-feira quer ser um “grande momento global”, afirmou Estefanía González, porta-voz da Sociedade Civil para Ação Climática (SCAC), que representa mais de 150 grupos chilenos e internacionais.

“Venho do Chile, um país onde um abacateiro tem mais direito à água do que uma pessoa”, criticou.

Em função da desigualdade social e econômica, a crise no Chile está “diretamente relacionada à crise ambiental”, apontou González, referindo-se aos maiores protestos no país desde o fim da ditadura de Augusto Pinochet, há quase 30 anos.

“Hoje, a ação climática se traduz em equidade social. Não é possível ter equidade social sem a equidade ambiental”, afirmou o ativista.

A SCAC é um dos organizadores da Cúpula Social para o Clima, uma conferência paralela à COP25 que vai durar uma semana, a partir deste sábado, e incluirá centenas de eventos e workshops.

Grupos indígenas terão presença garantida, pois são “os primeiros afetados pelas mudanças climáticas”, nas palavras de Juan Antonio Correa, do coletivo Minga Indígena.

“As práticas tradicionais e históricas e o relacionamento que os povos indígenas têm com a Mãe Terra são uma alternativa e é a maneira pela qual toda a sociedade moderna pode lidar com essa crise climática”, completou.

No manifesto da marcha, os convocadores enviam uma mensagem clara aos representantes dos quase 200 signatários do Acordo de Paris reunidos até 13 de dezembro em Madri.

“Exigimos que os governos participantes da COP25 reconheçam que a atual inação climática e a ambição insuficiente que refletem os compromissos mais ambiciosos dos países nos levarão a um aquecimento global desastroso por toda vida”, disseram.

AFP

Líderes da UE buscarão neutralidade climática até 2050, mostra documento


A nova comissão, liderada pela alemã Ursula von der Leyen, espera um aumento da meta para pelo menos 50% (Ueslei Marcelino/Reuters)

BRUXELAS – Líderes da União Europeia irão se reunir em Bruxelas na semana que vem e irão pressionar para o estabelecimento de um acordo que reduza ao “zero líquido” as emissões de gases do efeito estufa do bloco até 2050, mostrou um esboço do comunicado conjunto do grupo nesta segunda-feira, anunciando uma luta amarga no horizonte da próxima semana.

A cúpula que será realizada nos dias 12 e 13 de dezembro com os líderes nacionais do bloco terá como meta apoiar “o objetivo de atingir a neutralidade climática até 2050”, de acordo com o documento visto pela Reuters.

Tentativas anteriores, no entanto, foram bloqueadas pela Polônia, Hungria e República Tcheca, cujas economias dependem de carvão poluente. Em outras oportunidades, esses países já votaram contra a neutralidade do clima até 2050 por medo de que os cortes nas emissões possam prejudicar suas economias.

Buscando convencer o campo relutante, as linhas gerais do documento fazem referência a uma “transição justa e socialmente equilibrada”, anunciam a liberação de 1 trilhão de euros para investimentos verdes por parte do Banco Europeu de Investimentos até 2030, e ressaltam a necessidade de garantir segurança energética e competitividade diante de potências estrangeiras que não estejam buscando tais objetivos climáticos.

O documento, preparado de antemão para as discussões entre os líderes pode mudar. Mas irá eventualmente precisar do apoio de todos os líderes nacionais da UE para que saia um acordo na conferência.

A nova Comissão Europeia do bloco também visa incentivar a neutralidade climática até o meio do século e quer tornar as metas climáticas da UE para 2030 ainda mais ambiciosas.

As metas atuais preveem a redução de gases do efeito estufa em 40% até 2030, a partir dos níveis de 1990. A nova comissão, liderada pela alemã Ursula von der Leyen, espera um aumento da meta para pelo menos 50%.

Gabriela Baczynska / Reuters

A mudança climática segundo os testemunhos do gelo.


Entrevista especial com Jefferson Cardia Simões

“Por meio da glaciologia foi possível detectar o impacto da poluição global devido à ação humana no período pós-revolução industrial”, garante o glaciologista e coordenador do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia da Criosfera.

Bolha de ar congelado preserva atmosfera. Foto: BBC

Isoladas do mundo moderno, seja pelo clima inóspito, seja pelas longas distâncias, as grandes geleiras têm muito a dizer sobre o nosso planeta. E descobrir a riqueza de informações armazenadas sob camadas e camadas de neve é a tarefa da glaciologia e dos estudos dos testemunhos do gelo. De acordo com o glaciologista Jefferson Simões, professor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, o estudo consiste na “reconstrução da história do clima e da composição química da atmosfera a partir das amostras de neve e gelo que acumularam através de milhares e milhares de anos”.

A pesquisa sobre a atmosfera do passado foi capaz de traçar um panorama deste cenário pelos últimos 800 mil anos. Simões relata que graças a esses estudos é possível afirmar que nunca a concentração de gases do efeito estufa foi tão alta quanto no presente. “O efeito estufa é um processo natural”, evidencia ele. “O que vivenciamos é o efeito estufa intensificado, que é um processo antropogênico e que consiste na maior emissão de gases que já existem na natureza.”

Em entrevista concedida por telefone à IHU On-Line, Simões esclarece os principais equívocos nas discussões envolvendo o aquecimento global e o derretimento das “calotas polares”, demonstrando a importância do papel das regiões geladas para o clima do planeta. Chama a atenção também para a polêmica daqueles que refutam o argumento do aquecimento global – incentivada por grupos de pressão para incitar o negacionismo do conhecimento científico. “Alguns lugares aquecem mais e outros inclusive esfriam, mas na média temos um aumento da temperatura na superfície do planeta”, defende.

Jefferson Simões foi pioneiro no Brasil nos estudos do gelo e, atualmente, é pesquisador líder do Programa Antártico-Brasileiro. O Proantar, como é chamado, é um programa da Governo Federal para pesquisa no Continente Antártico. Criado em 1982, mantém uma estação de pesquisa durante todo o ano na Antártica (Estação Antártica Comandante Ferraz). Em 25 de fevereiro de 2012, um incêndio danificou 70% da Estação. No entanto, a pesquisa não foi interrompida, e vários acampamentos sazonais, além de dois navios de investigação e um módulo autônomo, colaboraram para que os estudos prosseguissem.

E qual seria a importância para um país tropical também fincar sua bandeira no continente gelado, marcando presença política e cientificamente? Para o glaciologista a resposta é clara e remete à história geológica do mundo. Simões lembra que a Antártica foi parte do supercontinente Gondwana, que há cerca de 200 milhões de anos reunia todos os demais continentes do hemisfério sul. “A Antártica é parte integral do sistema Terra e se quisermos melhorar e ter um processo sustentável para este planeta, ela sempre estará incluída”, pontua ele. Mais do que isso, a Antártica também é o último ambiente totalmente preservado e é preciso criar novas maneiras para explorá-lo de maneira sustentável. “Se falharmos com a Antártica, certamente vamos falhar com o resto do planeta também”, conclui Simões.

Jefferson Cardia Simões é professor do Instituto de Geociências da Ufrgs. Possui graduação em Geologia pela mesma universidade, doutorado em Glaciologia pelo Scott Polar Research Institute (SPRI) da Universidade de Cambridge e pós-doutorado pelo Laboratoire de Glaciologie et Géophysique de l'Environnement (LGGE) do Centre National de la Recherche Scientifique – CNRS.

Simões é criador do Centro Polar e Climático da Ufrgs e atualmente é coordenadord-geral do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia da Criosfera e o delegado nacional no Scientific Committee on Antarctic Research (SCAR) do Conselho Internacional para a Ciência.

O glaciologista Jefferson Simões. Foto: ABC

Confira a entrevista.

IHU On-Line – Fenômenos como o efeito estufa, o aquecimento global e o derretimento das calotas polares são frequentemente vistos como fatores relacionados. De que forma realmente se estabelece a relação entre eles?

Jefferson Simões – Esses termos se tornaram jargões que escondem as definições adequadas. O efeito estufa é um processo natural, que permite que a temperatura média do planeta esteja ao redor de 14,6º. O que vivenciamos é o efeito estufa intensificado, que é um processo antropogênico e que consiste na maior emissão de gases que já existem na natureza – como o dióxido de carbono (CO2) e o metano (CH) – que acumulam, aumentando a concentração na atmosfera. Essa intensificação, que ocorreu principalmente após o início da Revolução Industrial, levou, por exemplo, a um aumento de 40% na concentração do CO2 nos últimos 200 anos. Além disso emitimos alguns gases artificias que também intensificam o efeito estufa.

Tudo isso intensifica o efeito estufa, o que, entre várias de suas consequências, pode levar a um aquecimento da atmosfera. Então os cientistas falam geralmente em mudanças do clima induzidas por mudanças da composição química da atmosfera, das quais uma das consequências seria o aquecimento atmosférico. O jargão “aquecimento global” é considerado não adequado, mesmo porque o que temos é mudança na temperatura da atmosfera. Alguns lugares aquecem mais e outros inclusive esfriam, mas na média temos um aumento da temperatura na superfície do planeta.

Já no caso das calotas polares, este também é um termo arcaico que não deve ser usado, porque não é uma informação geográfica fidedigna. Ele não informa sobre os processos que realmente estão ocorrendo nas regiões polares. Não identifica as diferentes formas de gelo que existem nas regiões polares e que respondem de maneiras diferentes às mudanças do clima, que como eu enfatizo não é só um aquecimento da atmosfera. “Calotas polares” misturam principalmente três tipos de gelo diferentes no planeta: os mantos de gelo, que no caso da Antártica chega a quase 14 milhões de quilômetros quadrados, com espessura média de dois quilômetros – esse é um dos tipos de gelo, e as geleiras também estariam aí, que chamamos de gelo glacial; também existe o “mar congelado” ou “gelo marinho”; e finalmente temos o permafrost, um solo permanentemente congelado que também responde às mudanças do clima.

Então é muito difícil e errado simplificar que o aquecimento da atmosfera derrete as calotas polares. Essa afirmação está errada do ponto de vista geográfico e glaciológico. É claro, isso não quer dizer que esse gelo do planeta como um todo não esteja respondendo às mudanças do clima, quer naturais ou induzidas pelo homem.

IHU On-Line – Quais os fatores envolvidos no aquecimento global?

Jefferson Simões – Temos que falar em mudanças no clima na escala global, que envolvem sim o aumento da temperatura média da atmosfera – para o qual o jargão seria aquecimento global -, mas também mudanças nos padrões de precipitações, de ventos, aumento da frequência de eventos extremos, como enxurradas, cheias, secas… Ou seja, o processo de mudanças do clima é muito mais complexo do que somente o termo aquecimento global.

IHU On-Line – Críticos das perspectivas apocalípticas do aquecimento global citam fenômenos cósmicos, mais do que qualquer ação humana, como os grandes responsáveis pelo aumento das temperaturas. Como você encara estas afirmações, tendo em vista fenômenos como o Mínimo de Maunder ou o Mínimo de Dalton, quando a ausência de manchas solares coincidiu com uma "pequena idade do gelo" na Europa?

Jefferson Simões – Isso se trata de informações totalmente infundadas. Cabe dizer que 98% dos pesquisadores, nos artigos publicados internacionalmente, indicam que as mudanças do clima que estão ocorrendo, inclusive o aumento da temperatura da atmosfera ao longo dos últimos 50 anos, têm sim já uma influência do homem. Ou seja, nós mudamos a química da atmosfera e estamos mudando o balanço de energia do planeta. Mais importante a saber nessa história e nessas críticas é que essas pessoas mostram desconhecimento total da ciência chamada paleoclimatologia, a ciência que estuda há 200 anos a evolução do clima, e que considera evidentemente a variabilidade de manchas solares, de processos cósmicos – principalmente nas variações dos parâmetros orbitais, que chamamos de ciclos de Milankovitch, em diferentes escalas de tempo. Essas críticas demonstram a falta de conhecimento ou, pior ainda, como já foi constatado, envolve grupos de pressão geralmente ligados à extrema direita norte-americana, que iniciaram há 20 anos uma campanha de falsificações das informações para entregar um processo de negação – e por isso nós os chamamos de negacionistas – do conhecimento científico sobre as mudanças da química da atmosfera e do clima do planeta induzido pelo homem.

IHU On-Line – Qual a importância da glaciologia para a compreensão do clima mundial? Em que consiste os testemunhos do gelo?

Jefferson Simões – A ciência glaciológica fornece dois tipos de informações essenciais para o estudo das mudanças do clima. Primeiro os testemunhos de gelo, que são a reconstrução da história do clima e também da composição química da atmosfera a partir das amostras de neve e gelo que acumularam através de milhares e milhares de anos. Hoje nós já temos dados de 800 mil anos, onde reconstruímos a composição química da atmosfera ao longo de todo esse período e, por isso, e só por esse tipo de estudo, podemos afirmar que nunca nos últimos 800 mil anos as concentrações de CO2 e CH4 estiveram tão altas quanto estão no presente. Temos esse registro de milhares e milhares de anos.

Mais do que isso, o estudo de testemunhos de gelo são uma forma elegante de reconstruir, muitas vezes até com os detalhes sazonais, a temperatura da atmosfera do planeta, eventos de erupções vulcânicas, a tendência de maior ou menor área de mar congelado e, portanto, de épocas mais frias e mais quentes, a variação nas áreas de onde vem a precipitação – se cai na Antártica ou mesmo nas geleiras dos Andes e outras montanhas. Mais modernamente, por meio da glaciologia, foi possível detectar nos testemunhos de gelo o impacto da poluição global devido à ação humana no período pós-revolução industrial. Seu potencial para informações fornecidas para a ciência do meio ambiente é bastante amplo.

Outro é o caso exatamente da questão da avaliação do impacto das mudanças climáticas da massa de gelo do planeta, o que nós chamamos de criosfera. São cerca de 30 milhões de quilômetros cúbicos de gelo que existem no planeta, e que respondem, em diferentes escalas de tempo, às mudanças do clima – principalmente aumento ou diminuição de temperatura. Então a comunidade de glaciologia monitora principalmente as geleiras pequenas, que são aquelas que respondem mais rapidamente. A partir disso, poderemos determinar qual é a contribuição do derretimento das geleiras para o aumento do nível do mar.

IHU On-Line – O aumento do nível do mar devido ao derretimento do gelo dos polos é algo possível? Por quê?

Jefferson Simões – Nós temos um serviço de monitoramento das geleiras há mais de 160 anos, e hoje satélites como o Cryosat, da Agência Espacial Europeia, e o ICEsat, da NASA, monitoram os grandes mantos de gelo da Antártica e da Groelândia. O que eu falei foi que existe desconhecimento, inclusive um erro entre os diferentes tipos de gelo no planeta. O que contribui para o aumento do nível do mar são os mantos de gelo da Antártica e da Groelândia e das geleiras, que foram formados pela precipitação e acumulação de neve através de milhares de anos e estão em cima de ilhas ou de continentes. Ao derreter, vão levar ao aumento do nível do mar. Infelizmente, tanto a imprensa quanto as pessoas não informadas confundem isso com o mar congelado, como o Oceano Ártico, que pode derreter totalmente e não vai contribuir para o aumento do índice do mar porque está flutuando. É simplesmente a aplicação básica do Princípio de Arquimedes.

IHU On-Line – De que maneira a diminuição da espessura do mar congelado é afetada pelo aumento das temperaturas? Como isso impacta o meio ambiente nas perspectivas local e global?

Jefferson Simões – Na verdade o que está acontecendo no Ártico é o desaparecimento é a redução da área do mar congelado. O mar congelado não só está diminuindo de área, a área que é congelada do mar, mas também a sua espessura. Mas lembro que a espessura desse gelo é de três a cinco metros, e embaixo tem um Oceano. No momento em que se tira esse cobertor do Oceano, muito mais energia é perdida para a atmosfera, aquecendo ainda mais o ar. Ao aquecer a atmosfera, intensifica-se o processo de aquecimento em todo o Ártico e isso afeta o clima do Hemisfério Norte como um todo. Na Antártica o cenário ainda não está claro, na verdade tem inclusive aumentado um pouco a extensão do gelo marinho por um processo muito mais complexo.

Ao desaparecer gelo marinho, afeta-se a biota, principalmente os microrganismos que vão receber mais radiação, especialmente ultravioleta, porque nós tínhamos uma capa de mar congelado protegendo essa biota. Cortamos rotas de migração das espécies maiores, principalmente dos grandes mamíferos – e não estamos falando só de ursos polares, mas de raposas e outros.

Afetamos diretamente a teia alimentar, e tem que ocorrer uma adaptação. Por outro lado, esta alteração também força modificações políticas e geopolíticas. Hoje a abertura do Oceano Ártico está permitindo a navegação de navios não quebra-gelos entre a Europa e a Ásia via Ártico, e isso deve afetar primeiramente o mercado de transporte marítimo. Também existem estudos, principalmente da Rússia e dos Estados Unidos, que estão mudando a estratégia militar naval, de uma estratégia submarina para uma de superfície, porque agora vai se poder entrar com navios que navegam na superfície.

IHU On-Line – Em 25 de fevereiro de 2012, um incêndio danificou 70% da Estação Antártica Comandante Ferraz. As perdas de dados e especialmente equipamentos já foram recuperadas?

Jefferson Simões – Na verdade nunca houve perda de dados. O que aconteceu é que perdemos a Estação Antártica Comandante Ferraz que, naquela época, só tinha 30-40% de todas as nossas pesquisas. Isso é outro grande erro que sai na imprensa, sobre o papel da Estação Antártica Comandante Ferraz. Ela é importante por três motivos: é uma base para pesquisa em algumas áreas específicas da ciência Antártica brasileira – principalmente na biologia marinha e ciências da atmosfera; ela dá apoio logístico para o resto do programa; e também tem um aspecto político, que é a casa do Brasil na Antártica.

Cerca de 60-70% da pesquisa científica brasileira na Antártica não é feita nessa Estação. É feita em navios e em acampamentos, ou mesmo no módulo Criosfera I, que está a 2,5 mil quilômetros ao Sul da Estação Antártica Comandante Ferraz. Imagine, essa é a distância entre Rio de Janeiro e Belém. E esse módulo, que é de responsabilidade da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, do INPE e da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, está plenamente funcional. Ou seja, o que nós perdemos é aquela estrutura da Estação. Já temos agora módulos emergenciais permitindo que desde o verão de 2013 – 2014 se voltasse plenamente à pesquisa Antártica mesmo no local da Estação. A Estação em si só deve ser construída ou finalizada em 2016-2017 devido, principalmente, ao aspecto logístico, que permite que possamos construir alguma coisa somente entre dezembro e março.

IHU On-Line – Por que estar na Antártica? Qual a relevância de um projeto brasileiro para estudar o continente?

Jefferson Simões – A Antártica, antes de tudo, é importante porque é parte essencial do sistema clima. É o principal sorvedouro de energia, no nosso jargão de climatologia. Ela coordena toda a circulação atmosférica e oceânica; 80% das águas frias dos oceanos são formadas embaixo de gelo da Antártica. Basta lembrar aos gaúchos que as friagens, ou frentes frias que entram de tempos em tempos, são formadas no Oceano Austral ao redor da Antártica.

Compreender o papel da Antártica no meio ambiente global é essencial para a preservação ambiental, previsão meteorológica e climática, preservação dos recursos marinhos renováveis (a biota antártica é evidentemente parte da teia alimentar global).

A Antártica foi também, no passado, parte do supercontinente de Gondwana, e evidentemente a evolução geológica da Antártica está associada à evolução geológica de todo o planeta, principalmente dessas massas continentais que formavam aquele supercontinente: a América do Sul, a África, a Índia, a Austrália, a Nova Zelândia e a Antártica. Ou seja, a Antártica é parte integral do sistema Terra, e se quisermos melhorar e ter um processo sustentável para esse planeta, ela sempre estará incluída.

IHU On-Line – Você foi o primeiro brasileiro a se especializar na glaciologia. Qual foi o seu interesse em estudar essa ciência?

Jefferson Simões – Na verdade, fui o pioneiro na ciência glaciológica não só no Brasil, mas na língua portuguesa, e o interesse básico foi sempre a preocupação com a questão ambiental, de ser pioneiro e trazer uma nova área de ciência para o Brasil, e também a própria atração, eu diria até lúdica, do programa Antártico-Brasileiro, que permite realizar expedições e trabalhar com uma gama muito interessante de profissionais, desde cientistas – cientistas da natureza, físicos e cientistas sociais -, passando também por diplomatas do Itamaraty e militares que cuidam da logística. Ou seja, é um meio muito rico profissionalmente e permite uma visão inter e multidisciplinar da ciência e, eu diria, da realidade.

IHU On-Line – Quais as perspectivas de pesquisas para o ano de 2014?

Jefferson Simões – Nesse final do ano o programa acabou de aprovar um edital. Tivemos 20 projetos de pesquisas selecionados. Então vão começar a se intensificar as pesquisas de campo na Antártica no verão de 2014 e 2015, e principalmente nós aqui iniciaremos algumas travessias no manto de gelo da Antártica, a 2,5 mil quilômetros ao Sul de Ferraz – inclusive com a colocação do segundo módulo automatizado, que vai ser chamado Criosfera II, onde nós vamos ter não apenas a coleta de dados meteorológicos, da química da atmosfera e de novos testemunhos de gelo e geofísica de geleiras. Também pretendemos implementar um plano de ação para toda a ciência antártica brasileira conforme orientação do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação.

IHU On-Line – Deseja acrescentar mais alguma coisa?

Jefferson Simões – Gosto sempre de lembrar que a Antártica é a nossa última chance para protegermos parte deste planeta. Se falharmos com a Antártica, certamente vamos falhar com o resto do planeta também.

Por Andriolli Costa e Ricardo Machado

 

Fonte: IHU- Unisinos

Concentração de gases do efeito estufa bate recorde em 2018, diz ONU


As emissões de CO2 são responsáveis por cerca de dois terços do aquecimento da Terra (AFP)

A ONU anunciou que os principais gases do efeito estufa, que provocam a mudança climática, registraram um recorde de concentração em 2018, com a advertência de que “não há indícios de desaceleração visíveis”. O alarme foi divulgado poucos dias antes do início da reunião anual da ONU sobre a luta contra a mudança climática, a COP25, de 2 a 13 de dezembro em Madri.

“Não há indícios de que vai acontecer uma desaceleração, e muito menos uma redução, da concentração dos gases do efeito estufa na atmosfera, apesar de todos os compromissos assumidos no Acordo de Paris sobre a mudança climática”, destacou o secretário-geral da Organização Meteorológica Mundial (OMM), Petteri Taalas, por ocasião da publicação do boletim anual sobre concentrações de gases do efeito estufa.

O documento não leva em consideração as quantidades de gases do efeito estufa expelidas na atmosfera, e sim as que permanecem nela, já que os oceanos absorvem quase 25% das emissões totais, assim como a biosfera, a qual pertencem as florestas.

De acordo com os cientistas, o dióxido de carbono (CO2), que está associado às atividades humanas e que constitui o principal gás do efeito estufa que permanece na atmosfera, bateu um novo recorde de concentração em 2018, de 407,8 partes por milhão (ppm), ou seja, 147% a mais que o nível pré-industrial de 1750.

“Cabe recordar que a última vez que a Terra registrou uma concentração de CO2 comparável foi entre 3 e 5 milhões de anos atrás. Na época, a temperatura era de 2 a 3 graus mais quente e o nível do mar era entre 10 e 20 metros superior ao atual”, afirmou Taalas em um comunicado.

Crescimento mais rápido

Além disso, a OMM destacou que o aumento anual da concentração de CO2, que persiste durante séculos na atmosfera e ainda mais tempo nos oceanos, foi superior à taxa de crescimento média dos últimos 10 anos.

De acordo com as observações dos cientistas, as concentrações de metano (CH4), que aparece em segundo lugar entre os gases do efeito estufa com maior persistência, e de óxido nitroso (N2O) também aumentaram mais que a média anual da última década.

O metano, cujas emissões são provocadas em 60% pela atividade humana (gado, cultivo de arroz, exploração de combustíveis fósseis, aterros etc.), e o óxido nitroso, com 40% das emissões de origem humano (fertilizantes, processos industriais…), também alcançaram níveis máximos de concentração. O óxido nitroso, além disso, tem um forte impacto na destruição da camada de ozônio, que filtra os raios ultravioleta.

Diante da emergência climática, os países se comprometeram, em 2015 em Paris, a adotar planos de redução das emissões de gases do efeito estufa, mas as emissões mundiais não param de crescer.

Petteri Taalas pediu aos países a “cumprir os compromissos em ação e aumentar o nível de ambição em nome do bem-estar futuro da humanidade”. No início de novembro, no entanto, o governo dos Estados Unidos oficializou a saída do acordo de Paris.

Os quatro maiores emissores de gases do efeito estufa – China, Estados Unidos, União Europeia e Índia – representam 56% das emissões globais. Apenas a UE (9% do total) está a caminho de cumprir, ou até superar, seus objetivos, de acordo com um estudo recente da ONG americana Fundação Ecológica Universal (FEU-US).

AFP

Mudanças climáticas ameaçam extinguir 1 em 6 espécies


Credito: AFP Diversos anfíbios enfrentam ameaça de extinção

Uma em cada seis espécies pode ser extinta se nada for feito para reverter mudanças climáticas, de acordo com analistas.

Se as emissões de carbono continuarem no ritmo atual e as temperaturas subirem 4 graus até 2100, 16% dos animais e vegetais se perderão, segundo a pesquisa.

O estudo, publicado na revista científica Science, mostra que os riscos são maiores na América do Sul, Austrália e Nova Zelândia.

Mark Urban, da Universidade de Connecticut, nos EUA, analisou dados de 131 estudos específicos sobre risco de extinção devido à mudança climática.

Alguns deles haviam sugerido que as mudanças climáticas poderiam afetar até 54% das espécies – outros diziam que quase nenhuma seria afetada.

Urban descobriu que, a cada grau que a temperatura aumenta, a taxa de perda de biodiversidade acelera.

Se as temperaturas subirem 2 graus no futuro em comparação com o período pré-industrial, o risco de extinção global vai subir dos 2,8% atuais para 5,2%.

"Se o mundo não se unir e controlar as emissões de gases de efeito estufa e nós permitirmos que a Terra se aqueça consideravelmente, vamos enfrentar uma perda potencial de uma em cada seis espécies", disse Urban.

Credito: AP
América do Sul é uma das regiões onde risco de extinção devido a alterações climáticas é maior

"Muitas espécies serão capazes de mudar seu habitat e se adaptar às alterações climáticas, mas outras não conseguirão, porque seu habitat desapareceu ou porque não podem mais chegar a ele."

Habitats únicos

Os riscos de extinção mais elevados estão previstos para a Austrália, Nova Zelândia e América do Sul, onde há muitas espécies adaptadas a habitats que não existem em outros lugares.

Comentando a pesquisa, o professor John J. Wiens, da Universidade do Arizona, disse que o risco de extinção devido a alterações climáticas pode ser ainda maior do que 16%, já que a maioria dos estudos analisados foram da Europa e América do Norte, onde os riscos de extinção são menores.

"Na América do Sul, o risco de extinção foi estimado em 23%", disse ele.

"Infelizmente, esse número mais elevado pode refletir melhor o número de espécies que podem ser extintas devido às alterações climáticas em um nível global, se considerarmos a forma como as espécies do mundo são distribuídas."

Mike Barrett, diretor de Ciência e Política da WWF-UK, disse que as descobertas ecoam seu relatório Planeta Vivo, que constatou que populações de espécies de vertebrados caíram pela metade desde 1970.

"Este relatório olha para a frente e descobre que muitas espécies estão ameaçadas de extinção se não formos capazes de combater as alterações climáticas."

Fonte: BBC

Mudança climática é considerada culpada por desastres pelo mundo


Fogo atinge propriedade a cerca de 350km de Sydney, na Austrália (Peter Parks/AFP)

Inundações violentas em Veneza, incêndios na Austrália e até um surto de peste na China foram atribuídos à mudança climática nesta semana. Pesquisadores alertaram que o aquecimento global pode sujeitar as futuras gerações a doenças de longa duração.

Veneza declarou um estado de emergência na quarta-feira depois que inundações “apocalípticas” varreram a cidade, alagando sua basílica histórica, praças e edifícios de centenas de anos. “Este é o resultado da mudança climática”, disse o prefeito Luigi Brugnaro no Twitter.

As vias de circulação da cidade se transformaram em correntezas furiosas, balaústres de pedra foram derrubados, barcos foram lançados nas margens e gôndolas foram esmagadas em seus ancoradouros quando a elevação das águas atingiu o pico de 187 centímetros.

Essa foi a maior inundação desde o recorde de 194 centímetros de 1966, mas o nível da elevação das águas está se tornando uma ameaça frequente para a joia turística. “Veneza está de joelhos”, disse Brugnaro. “Os danos chegarão às centenas de milhões de euros”.

Do outro lado do mundo, partes da Austrália vêm sendo devastadas por incêndios florestais nesta semana. Quatro pessoas morreram, e comunidades inteiras foram forçadas a fugir das chamas.

Desde 2016, setores do norte e do interior de Nova Gales do Sul, assim como o sul de Queensland, estão sujeitos a uma seca que a Agência de Meteorologia disse estar sendo provocada, em parte, pelas temperaturas mais elevadas na superfície do mar, que afetam os padrões de chuva.

As temperaturas atmosféricas também aumentaram ao longo do século passado, intensificando a ferocidade de secas e incêndios. Mas as ligações entre a mudança climática e eventos climáticos extremos criou uma desavença política na Austrália.

O governo, que apoia a indústria carvoeira, aceita a necessidade de cortar emissões, mas argumenta que ações ambientais mais severas prejudicariam sua economia.

Já na China, autoridades de saúde relataram um surto raro de peste pneumônica depois que dois casos foram confirmados nesta semana em Pequim.

As duas vítimas foram infectadas na província da Mongólia Interior, onde as populações de roedores aumentaram dramaticamente depois de secas persistentes agravadas pela mudança climática, disse a mídia estatal.

Reuters