O atlas das brigas ambientais


 

                  

 

Brasil é o terceiro país com maior número de litígios por questões ligadas ao meio ambiente, como se pode ver pela quantidade de pontinhos coloridos assinalados no mapa do nosso país, na imagem acima. Só perdemos para a índia e a Colômbia e estamos nivelados com a Nigéria. É o que revela um minucioso mapa-mundi desenvolvido pela Universidade Autônoma de Barcelona.

 

As cinco brigas ambientais mundiais mais ferrenhas apontadas pelos pesquisadores espanhóis : exploração de minérios, conflitos por aquisição de terras, direito de acesso à águadesmatamentos e exploração e extração de petróleo e gás.

 

Não se engane quem pensa que essas desavenças só acontecem longe de nós, moradores das grandes cidades. Basta acompanhar os jornais desde o início do ano para conhecer a crítica seca do sistema de reservatórios Cantareira e o imbróglio do governo paulista para prover as torneiras do estado captando parte das águas do rio Paraíba do Sul, principal fonte de abastecimento do Rio de Janeiro. Ou os sérios problemas de contaminação química nas cidades de Duque de Caxias, no Rio, e de Paulínia, em São Paulo.

 

De acordo com o estudo desenvolvido em conjunto como a Environmental Justice Organizations, Liabilities and Trade (EJOLT) – projeto de organizações de justiça ambiental europeias – no total estão em andamento em todo o território brasileiro atualmente nada menos que 58 conflitos ambientais.

 

Os mais ferrenhos são causados por disputas agrárias – especialmente na Amazônia – por recursos minerais e hídricos, além das questões indígenas. A Vale é a quinta empresa do mundo mais envolvida em pendências ambientais. São 15 disputas, sendo que 14 delas estão no Brasil, Peru, Chile, Colômbia e até em Moçambique, na África.

 

A partir do levantamento da Universidade Autônoma de Barcelona a EJOLT criou um atlas interativo que aponta, em detalhes e muitas informações, onde estão esses conflitos e de que tipos são eles. É possível pesquisar por diferentes categorias: por países, por empresas envolvidas nos conflitos, por commodities e também por tipo de conflito.

 

Para o pesquisador Marcelo Firpo Porto, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) – autor do artigo que ilustra a página do atlas com foco no Brasil – apesar do país ter se industrializado, a exploração dos recursos naturais ainda é muito forte “com as exportações de matérias-primas crescendo em importância em relação aos bens fabricados nos últimos anos (de 28,9% em 2003 para 46,8% em 2012)”.

 

Sobre conflitos ecológicos nas cidades brasileiras Marcelo Firpo conclui em seu texto: “Apesar de ainda pouco importante nos mapas, os conflitos ambientais urbanos do país estão associados a indústrias poluidoras e tecnologicamente ultrapassadas ​​que desrespeitam as leis ambientais, além de alguns conflitos com lixões e aterros sanitários

 

Mais recentemente, os efeitos negativos da especulação de terras e a remoção forçada de comunidades pobres (especialmente das favelas e subúrbios), situado em áreas com novos investimentos também geraram novos conflitos”.

 

Para acessar o mapa mundi dos conflitos ambientais da EJOLT (em inglês) clique aqui.

Para consultar exclusivamente os problemas brasileiros – e em bom português – a Fiocruz, instituição participante do projeto, colocou no ar o site Mapa de Conflitos envolvendo Injustiça Ambiental e Saúde no Brasil.

 

Fonte: Planeta Sustentável

Manchas de óleo atingem litoral do Rio de Janeiro, confirma Marinha


Fragmentos de óleo chegam a praia em São João da Barra (Reprodução Inter TV)

O derramamento de óleo que atingiu o litoral do Nordeste e do Espírito Santo chegou ao Rio de Janeiro. O Grupo de Acompanhamento e Avaliação (GAA), formado pela Marinha do Brasil (MB), Agência Nacional de Petróleo (ANP) e Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA), informouneste sábado (23), que pequenos fragmentos do material – cerca de 300 gramas – foram detectados e removidos na Praia de Grussaí, em São João da Barra, no litoral norte fluminense, nessa sexta-feira (22).

“O material foi analisado pelo Instituto de Estudo do Mar Almirante Paulo Moreira (IEAPM) e constatado como compatível com o óleo encontrado no litoral da região Nordeste e Espírito Santo”, afirmou o grupo no texto.

“Um grupamento de militares da MB já se encontra no local efetuando monitoramento e limpeza. Servidores do Ibama se juntarão a essa equipe no dia de hoje sábado (23).”

O presidente Jair Bolsonaro  afirmou, na manhã deste sábado (23), em evento militar, que gostaria de identificar quem cometeu o “ato criminoso” e que ainda não é possível saber quanto óleo há no mar.

“Na pior hipótese, um petroleiro, caso tenha jogado no mar toda a sua carga, menos de 10% chegou na nossa costa ainda. Então, nos preparemos para o pior. Pedimos a Deus que isso não aconteça”, afirmou o presidente.

As primeiras manchas de óleo foram localizadas na Paraíba há quase três meses. O governo federal demorou mais de um mês para, de fato, atuar no problema.

Enquanto isso, o óleo se espalhava. Até agora,  já foi localizado em 724 localidades, segundo levantamento do Ibama divulgado na sexta-feira (22). Entre os municípios do litoral nordestino, principal região do Brasil atingida, 72% das cidades tiveram praias afetadas.

Agência Estado/DomTotal

Novo navio que pode ser responsável por vazamento de óleo é identificado por universidade


Em Lauro de Freitas (BA), voluntária retira resíduos de óleo na praia (Antonello Veneri/AFP)

A Universidade Federal de Alagoas (Ufal) informou neste domingo (17) ter identificado um navio que seria responsável pelo vazamento de óleo no litoral do Nordeste. O nome da embarcação e a sua bandeira não foram divulgados, mas não se trata de nenhuma das cinco apontadas pela Marinha como as principais suspeitas pelo derramamento. O cargueiro teria partido da Ásia em direção à África.

O coordenador do Laboratório de Análise e Processamento de Imagens de Satélites (Lapis) da Ufal, Humberto Barbosa, afirmou que os dados coletados serão encaminhados ao Senado Federal no próximo dia 21, quando haverá uma audiência pública da comissão externa que acompanha as investigações.

Na última sexta-feira, 15, o Lapis conseguiu identificar uma nova imagem do satélite Sentinel-1A, do dia 19 de julho deste ano, que revela uma mancha de óleo com cerca de 25 quilômetros de extensão por 400 metros a 26 quilômetros do litoral da Paraíba.

O Lapis já havia identificado, a partir de imagens de três satélites (Sentinel 1-A, Aqua-Modis e NOAA-20) feitas em 24 de julho, uma grande mancha de óleo a 40 quilômetros do litoral do Rio Grande do Norte.

“Já havíamos definido um padrão, um protocolo, em função da imagem do dia 24 de julho”, explicou Humberto Barbosa. “Foi assim que encontramos uma nova mancha no litoral da Paraíba, no dia 19 de julho, que nos levou a definir uma primeira embarcação suspeita.”

A partir dessas imagens, o laboratório rastreou todos os navios-tanques que transportavam óleo cru nessas datas e passaram pela costa do Nordeste. No total, os pesquisadores constataram que 111 navios navegaram por lá com esse tipo específico de carga.

De todas as embarcações analisadas, concluiu-se que apenas uma delas apresentava indícios de ter sofrido algum incidente durante o trajeto que justificasse um grande vazamento de óleo como o que atingiu o país.

Segundo as informações levantadas pelo Lapis, o navio costuma fazer o trajeto de um país asiático até a Venezuela, passando pela África do Sul. Normalmente, a embarcação navega com o transponder ligado, indicando sua localização ao longo de todo o percurso. No entanto, entre o dia primeiro de julho e o dia 13 de agosto, a embarcação navegou com o transponder desligado, violando o direito marítimo internacional.

O acompanhamento via satélite mostra que o navio partiu de um país asiático em primeiro de julho. Quando passou pelo Oceano Atlântico, a embarcação seguiu um trajeto incomum e fez uma manobra que indicaria uma mudança de trajetória, justamente na altura do litoral do Nordeste.

“O percurso mostra uma alteração na direção do navio, indicando um comportamento suspeito ou um grande problema mecânico”, afirmou Humberto Barbosa. “Mas é claro que ainda será necessário aprofundar essas investigações.”

O navio suspeito possui uma capacidade de carga duas vezes maior do que o Bouboulina – o navio grego apontado pelo governo como o principal suspeito do vazamento –, o que justificaria as seis mil toneladas de óleo já retiradas das praias do Nordeste.

A Marinha já havia descartado a imagem do dia 24 de julho como sendo de algas e não de óleo. Sobre a nova imagem encontrada, não foi divulgado ainda um comunicado.

Agência Estado

Equador deu sinal verde à exploração da reserva de Yasuni.


                 

O parque nacional Yasuni é uma reserva natural rica em biodiversidade, composto por um milhão de hectares de floresta tropical úmida. AP/Dolores Ochoa.

 

   O congresso do Equador autorizou formalmente a exploração de petróleo dentro da reserva amazônica do parque de Yasuni, sobre requerimento do presidente Rafael Correa, apesar da negação de associações indígenas e ecologistas que desejavam um referendo.

   Em um segundo debate, por via de maioria governamental, o congresso equatoriano declarou a exploração petrolífera como interesse nacional. O depósito de petróleo bruto está estimado em 920 milhões de barris. Com 108 votos favoráveis e 25 contra, os membros do parlamento aceitaram o requerimento do presidente em face do desbloqueio constitucional da exploração de recursos naturais.

   “Hoje é um dia histórico, nos estamos construindo um país diferente. Nós asseguramos que estes recursos irão para uma melhoria na qualidade de vida dos equatorianos.” Declarou a vice-presidente do parlamento Macela Aguiñaga.
 
19 bilhões esperados pelo Equador
   As áreas de Ishpingo, Tambococha e Tiputini (ITT), representam 20 % das reservas petrolíferas do Equador – o menor país membro da Opep – situadas na extremidade do parque nacional de Yasuni.
Monitorados pela polícia, os grupos contra e a favor da exploração seguiram o debate com calma, em torno do parlamento, no centro de Quito. Em agosto a principal organização indígena tinha apresentado uma petição ao Tribunal Constitucional em busca de convocar um referendo sobre a exploração de Yasuni.
O Equador espera obter dentro dos próximos anos uma receita adicional de 19 bilhões de dólares, ou 58% do orçamento de 2013, o qual será gasto prioritariamente, segundo o presidente Rafael Correa “na luta contra a pobreza”.

Leia AQUI mais informações sobre a reserva de Yasuni.

Fonte: Le Monde com AFP
Publicada dia 04.10.2013 à 06h53 atualizada:04.10.2013 à 08h57
Tradução: Matheus Lima