Para ajudar consumidores a fazerem boas escolhas na hora das compras, nesta semana, o Pnuma (Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente) lançou plano global para incentivar o consumo consciente.
Liderado pelos governos da Alemanha e Indonésia e a organização Consumers International, o Programa de Informação do Consumidor (CIP, na sigla em inglês) fornecerá informações detalhadas sobre os produtos para que a população possa ter consciência sobre os impactos sociais e ambientais causados por suas compras.
Para isso, o programa produzirá análises de produtos ao longo do ciclo de vida, desde a extração de recursos naturais até o descarte. Segundo o Pnuma, esse esclarecimento é vital para a mudança de hábitos de consumo.
Outro objetivo do CIP é prestar assistência a governos, entidades certificadoras, empresas e ONGs nos esforços para fornecer informações claras do impacto que os produtos causas ao planeta e às pessoas.
Além disso, a plataforma global servirá para difundir políticas, estratégias, projetos e parcerias importantes rumo ao consumo sustentável.
O CIP pertence ao Programa-Quadro de 10 anos para o Consumo e Produção Sustentáveis* (10YFP, na sigla em inglês), criado durante a conferência Rio+20, em 2012.
A Pró-Reitoria e a Coordenação do Programa de Pós-Graduação em Direito da Escola Superior Dom Helder Câmara convidam a comunidade acadêmica para palestra “As Dimensões da Sustentabilidade”, que será proferida pelo professor Gabriel Real Ferrer na próxima terça-feira (12).
Gabriel Ferrer é professor titular de Direito Administrativo da Universidade de Alicante na Espanha, Doutor Honoris Causa pela Universidade do Vale do Itajaí (UNIVALI), especialista em Direito Ambiental e professor visitante de diversas universidades na Europa e América.
Atua também como consultor do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente, da Comissão Europeia, do Conselho da Europa e do Comitê Olímpico Internacional, ministrando numerosas conferências internacionais sobre sustentabilidade. O professor representa ainda o Instituto Europeo de Estudios Superiores, que assinará convênio com a Escola Superior Dom Câmara na ocasião da palestra.
Data: 12/11/2013
Local: Centro Dom Helder de Convenções
Endereço: Rua Álvares Maciel, 628 – Bairro Santa Efigênia – Belo Horizonte – MG
A ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, recebeu na ultima quarta-feira (18/09), no Museu Americano de História Natural, em Nova York, o Prêmio Campeões da Terra 2013. A homenagem, oferecida pela Organização das Nações Unidas (ONU), é destinada a líderes de governo, da sociedade civil e do setor privado que se destacam na atuação pelo meio ambiente. A ministra, uma das vencedoras de edição 2013, será premiada na categoria Liderança Política por, entre outras conquistas, ter desempenhado papel importante na redução do desmatamento na Amazônia e por sua atuação internacional em defesa do meio ambiente.
Ao ser comunicada sobre o prêmio, a ministra declarou estar honrada e surpresa com a indicação, destacando o fato de ser analista ambiental e funcionária de carreira do governo brasileiro. “Este é um prêmio que reconhece e determina que a gente faça mais”, disse. “Um prêmio que chama a atenção de que o Brasil é uma sociedade que tem condições de alcançar o desenvolvimento sustentável mais rápido do que qualquer país no mundo, não só pelas características ambientais que nós temos, mas também pelas características de um povo pacífico e de um país que todo mundo se junta. Temos condições de fazer essa transição numa velocidade mais rápida e com menos barreiras”.
O subsecretário-geral da ONU e diretor executivo do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), Achim Steiner, parabenizou a ministra, afirmando que o compromisso dela com o meio ambiente tem sido foco de sua carreira. “A ministra Izabella Teixeira tem estado no centro de alguns dos assuntos mais debatidos e transformadores do momento, desde a Rio+20 (Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável) até a reforma da política florestal brasileira. Izabella tem feito uma abordagem baseada em princípios e pragmatismo e, ao mesmo tempo, construindo pontes para outras questões”, assinalou.
A ministra foi convidada pela Secretária-Geral da ONU a fazer parte, entre 2010 e 2012, do Painel de Alto Nível sobre Sustentabilidade Global, que apresentou uma nova visão sobre crescimento econômico e prosperidade. Após o Brasil ter sediado a Rio+20, em 2012, com destacada atuação na preparação da conferência e na articulação para o seu documento final, foi nomeada para participar do Painel de Alto Nível do Secretariado Geral da ONU de Pessoas Eminentes para a Agenda de Desenvolvimento Pós-2015. O painel aconselha a organização na definição dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável e no modelo de desenvolvimento para após 2015.
O Campeões da Terra é organizado pela ONU desde 2005 e promovido pelo PNUMA. A lista de homenageados inclui o ex-vice-presidente dos Estados Unidos Al Gore, o ex-líder soviético Mikhail Gorbatchev, e o presidente do Comitê Olímpico Internacional, Jacques Rogge, entre outros. Até hoje, 59 pessoas e organizações foram premiados por sua liderança, visão, inspiração e ação com o meio ambiente.
A Campanha Passaporte Verde é uma iniciativa mundial da Parceria Global para o Turismo Sustentável, coordenada pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), que visa estimular o turista a adotar uma atitude de consumo responsável, mostrando de que forma suas escolhas podem contribuir para a conservação do meio ambiente e para a melhoria da qualidade de vida das pessoas nos destinos que visita. Ela traz, no conjunto das ferramentas e materiais produzidos, informações e dicas de consumo sustentável no turismo.
“Com essa Campanha, além de estimular uma demanda positiva por produtos e serviços turísticos do ponto de vista ambiental, estamos também influenciando o setor do turismo e toda a sua cadeia produtiva a incorporar práticas socioambientais corretas.” diz Allan Milhomens, gerente de projetos da Secretaria de Extrativismo e de Desenvolvimento Rural Sustentável do Ministério do Meio Ambiente sobre esta iniciativa global.
O lema “Passaporte Verde, Turismo Sustentável por um Planeta Vivo” é um apelo ao exercício da cidadania ambiental. A idéia é estimular o turista a reconhecer seu papel como agente de contribuição para a conservação do meio ambiente, buscando um relacionamento saudável com a natureza, com as comunidades e com a cultura dos destinos turísticos visitados.
Trecho retirado do Passaporte Verde:
“Existem perguntas que todo turista sabe responder. Por exemplo: por que você escolheu determinado lugar? O que espera de lá? Quanto tempo pretende ficar? Vai de carro, ônibus, trem, barco, avião ou tudo isso junto? Vai sozinho, com a família ou com amigos?
Respondendo a essas perguntas, conseguimos escolher com mais facilidade como e para onde ir, onde nos hospedar e o que visitar. Mas existem outras perguntas que nem todo turista se faz e poucos sabem responder antes de decidir qual destino conhecer. São perguntas que fazem a viagem melhor para nós, para as pessoas que nos recebem e para o meio ambiente local e global.
Pense um pouco mais sobre esse lugar para onde você vai. Tente se lembrar de como ficou sabendo dele e o que mais te atraiu. Que notícias você tem de lá? As áreas naturais e de preservação permanente são bem conservadas? As comunidades tradicionais têm seus direitos respeitados? Será que o esgoto é tratado e o lixo tem a destinação adequada? A cultura local é valorizada?
É! Não é simples ter tantos cuidados mesmo durante o lazer! Mas quem se preocupa em fazer opções conscientes e criar relações mais sustentáveis com o ambiente, pensa nessas questões e tenta minimizar os impactos negativos em um destino, buscando valorizar o patrimônio socioambiental.”
A mensagem nunca foi tão alarmante: a ONU advertiu nesta terça-feira que o mundo não pode mais continuar adiando as ações radicais necessárias para reduzir as emissões de CO2 se deseja evitar uma catástrofe climática.
Para manter viva a esperança de limitar o aquecimento a +1,5 graus – o objetivo ideal do Acordo de Paris – seria necessário reduzir anualmente as emissões de gases do efeito estufa em 7,6%, entre 2020 e 2030, destaca o relatório anual do Programa da ONU para o Meio Ambiente (PNUMA). Isto significa um corte 55% entre 2018 e 2030.
Qualquer adiamento além de 2020 deixaria rapidamente a meta de +1,5 graus “fora de alcance”. E inclusive para respeitar a meta mínima de +2 graus em comparação à era pré-industrial, o planeta precisaria reduzir as emissões em 2,7% por ano entre 2020 e 2030.
Mas estas emissões, geradas em particular pelas energias fósseis, aumentaram 1,5% em ritmo anual na última década e “não há nenhum sinal de que alcancem seu teto nos próximos anos”, afirma o PNUMA.
O ano de 2018 registrou um novo recorde, com a emissão de 55,3 gigatoneladas de CO2. A temperatura já aumentou 1 graus no planeta, o que provocou a multiplicação de catástrofes climáticas. Os últimos quatro anos foram os mais quentes já registrados.
E cada meio grau adicional agravará o impacto dos distúrbios climáticos. “Dez anos de procrastinação climática nos levaram a esta situação”, lamentou à AFP Inger Andersen, diretora do PNUMA.
O preço da inação
De acordo com a ONU, se as emissões continuarem ao ritmo atual, a temperatura do planeta pode aumentar de 3,4 a 3,9 graus até o fim do século. E mesmo que os Estados signatários do Acordo de Paris respeitem os compromissos de redução de emissões, o termômetro marcará 3,2 graus a mais.
O PNUMA afirma que, apesar da pressão, ainda é possível permanecer abaixo de +2 graus e inclusive +1,5 graus.
Por este motivo, os signatários do Acordo de Paris devem triplicar suas ambições em comparação ao objetivo inicial e multiplicar por cinco em relação à segunda meta. E estes compromissos devem ser acompanhados por ações imediatas.
A constatação “sombria” envia uma mensagem clara poucos dias antes da conferência sobre o clima da ONU (COP25) em Madri, que começará em 2 de dezembro. “O relatório é um aviso contundente”, reagiu a ministra espanhola para a Transição Ecológica, Teresa Ribera.
“Afirma que as emissões devem atingir o teto em 2020, ou seja depois de amanhã, e começar a diminuir de maneira acelerada a partir desta data. Portanto, a COP25 em Madri tem que ser um marco decisivo”, disse Ribera
Enquanto o Acordo de Paris prevê uma revisão das ambições dos Estados na COP26 de Glasgow, no fim de 2020, até o momento apenas 68 países se comprometeram com a medida, mas nenhum dos maiores emissores de CO2 dentro do G20, bloco que aglutina 78% das emissões do planeta.
China, UE e Índia – membros do G20 – estão a caminho de cumprir seus compromissos iniciais de redução de CO2, mas pelo menos sete integrantes do bloco, incluindo Japão e Estados Unidos – país que oficializou a saída do Acordo –, não os respeitarão.
A ONU também apresentou suas recomendações aos membros do G20: proibir novas centrais de carvão na China, forte desenvolvimento da rede de transporte público na Índia, novos carros com “zero emissões” apé 2030 nos Estados Unidos, entre outras.
As transformações radicais da economia não poderão acontecer sem uma evolução profunda “dos valores, das normas e da cultura do consumo”, afirma o documento.
A transição em grande escala enfrentará “obstáculos e desafios econômicos, políticos e técnicos”, que devem ser acompanhados por medidas sociais para “evitar a exclusão e a resistência à mudança”.
Grandes investimentos
Os esforços também devem passar por grandes investimentos. Com um cenário de +1,5 graus, o PNUMA calcula a necessidade de investimentos de entre 1,6 trilhão e 3,8 trilhões de dólares anuais entre 2020 e 2050 apenas para o setor energético.
Os custos financeiros e sociais da transição podem parecer faraônicos, mas adiá-los será pior: “cada ano de atraso a partir de 2020 exigirá reduções de emissões mais rápidas, portanto cada vez será mais caro, improvável e difícil”.
Se o mundo tivesse começado a atuar seriamente em 2010, agora seria necessário reduzir as emissões em 0,7% ao ano para a meta +2 graus e em 3,3% para +1,5 graus.
John Ferguson, analista da Economist Intelligence Unit, considera que já é muito tarde. A diferença entre as promessas e a ação concreta dos Estados “explica meu pessimismo de que não podemos limitar o aquecimento a +1,5 graus”.