‘O tempo está acabando’, alerta ONU diante de novo recorde nas emissões de CO2 no hemisfério norte


Foto: PNUMA

Diante do novo patamar atingido, no hemisfério norte, pelas médias de concentração do dióxido de carbono (CO2) na atmosfera – 400 partes por milhão (ppm) em abril, segundo divulgado da Organização Meteorológica Mundial (OMM) –, as Nações Unidas alertaram que o tempo para reduzir as emissões e controlar o aquecimento da terra “está acabando”. Esse patamar possui um significado científico e simbólico, e reforça a evidência de que a queima de combustíveis fósseis e outras atividades humanas são responsáveis pelo contínuo aumento dos gases responsáveis pelo aquecimento de nosso planeta.

“Isso deve servir para chamar a atenção sobre os constantes aumentos dos níveis de gases de efeito estufa que provocam as mudanças climáticas. Se quisermos preservar o nosso planeta para as gerações futuras, precisamos de medidas urgentes para parar novas emissões desses gases retentores de calor”, disse o secretário-geral da OMM, Michel Jarraud, nesta segunda-feira (26). “O tempo está se esgotando.”

Os níveis de CO2 na atmosfera no hemisfério norte já haviam alcançado a marca das 400 ppm em abril de 2012, mas esta é a primeira vez que a média mensal como um todo ultrapassou o patamar. Neste ritmo, a agência prevê que a média anual também ultrapasse a marca em 2015 ou 2016.

“O tempo está acabando”, disse o secretário-geral da OMM, Michel Jarraud. “Isso deveria servir como mais um alerta para o constante aumento da concentração dos gases que estão influenciando a mudança climática.” No momento, a ONU lidera os esforços pela obtenção de um compromisso legal e global sobre o clima até o fim do ano.

O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, convocou uma cúpula do clima para o dia 23 de setembro com participação de líderes de governos, empresas e sociedade civil para discutir este e outros assuntos urgentes ligados às mudanças climáticas.

Fonte: ONU BR

Milão proíbe tráfego de carros


Milão proíbe tráfego de carros até 4ª feira para tentar reduzir poluição

Outros 11 municípios da região da Lombardia adotaram a mesma medida.
Velocidade do transporte público está limitada a 30 km/h. 

Ciclista usa máscara de proteção em Roma, em registro feito na última quinta-feira (24). (Foto: Gregorio Borgia/AP)Ciclista usa máscara de proteção em Roma, em
registro feito na última quinta-feira (24).
(Foto: Gregorio Borgia/AP)

A cidade de Milão proibiu o tráfego de automóveis desde esta segunda-feira (28) até quarta, com o objetivo de tentar reduzir os altos níveis de poluição. Outras cidades do país optaram por medidas como potencializar o uso do transporte público.

A prefeitura informou que o tráfego está proibido desde as 10h (7h, em Brasília) até as 16h (13h, em Brasília), com exceção do serviço de táxi e dos carros compartilhados.

Além disso, os veículos do transporte público não poderão superar os 30 km/h.

Esta medida foi aplicada também em outros 11 municípios da região da Lombardia, cujo presidente, Roberto Maroni, convocou para esta segunda-feira uma reunião destinada a coordenar com os prefeitos uma ação conjunta que diminua a poluição.

Milão, uma das cidades mais industrializadas do país, superou durante em 97 dias do ano os valores permitidos de partículas em suspensão PM10, enquanto o máximo previsto pela legislação local é de 35 dias por ano.

Outras cidades italianas que fecharam seu centro urbano à circulação foram Pavia, no norte, e Frosinone, próxima à capital italiana.

Roma voltou hoje a proibir o tráfego de carros com placas ímpares enquanto amanhã deverão permanecer estacionados os com placas pares.

Além disso, Roma pretende reduzir a circulação facilitando o uso do transporte público e, deste modo, o bilhete para todo o dia custará um euro e meio –  normalmente, é o valor para 100 minutos.

Esta medida foi implementada também na setentrional Turim.

A poluição se transformou em um caso político já que diferentes partidos políticos criticaram as Prefeituras e o governo pelos altos níveis de poluição registrados nas últimas semanas, assim como por estas medidas e pelos prejuízos que supõem para o deslocamento dos cidadãos.

O secretário federal da Liga Norte, Matteo Salvini, disse que a limitação do trânsito "não serve para nada" porque "contribui como muito para 20% da poluição total".

O líder do Movimento Cinco Estrelas, Beppe Grillo, culpou o governo por esta situação e por seu "política industrial própria do século XIX" que, na sua opinião, "envenena" os cidadãos.

Fonte: G1

Como brindar o Dia da Ecologia, com falta d’água


       
 
Aproxima-se a data comemorativa do meio ambiente e ecologia, dia 5 de Junho, onde lá em 1972 iniciavam-se as discussões sobre a poluição do ar, da água, destruição da camada de Ozônio, desmatamentos, extinção de animais entre outras preocupações não menos importantes.
 
De lá pra cá as discussões só cresceram e se desdobraram de grandes reuniões para pequenos grupos e espalhadas por todos os cantos do país envolvendo conselhos, sociedade civil, organizações, instituições, empresas e apaixonados aguerridos com as ferramentas que a paixão lhes encoraja e estimula a agir localmente com propósitos preservacionistas ambientais , onde me condigo confortavelmente.
 
Apesar de tantas discussões aqui e ali, apesar da formação e qualificação de tantos profissionais para lidarem com as diversas e especificadas áreas que envolvem o ambiental, promovendo orientações, legislações, fiscalizações e pesquisas de como lidar com as mudanças climáticas, sobre como proteger nascentes, coletar, tratar, gerenciar a água potável e garantir qualidade de vida e saúde a todos. Ainda assim nos deparamos em 2014 na região mais desenvolvida do país com um descontrole quanto aos níveis dos reservatórios de água.
 
Nesse cenário preocupante representantes políticos jogam um manto de cobertura para abafar a situação de escassez severa de água as vésperas do Mundial de futebol e apontam a culpa para o aquecimento global. Porém me pergunto como assim, a culpa é do aquecimento global?  A existência dos impactos advindos das mudanças climáticas já é algo conhecido e estudado há décadas. Portanto a prevenção a esse caos na seca deveria ser atenuado com adoção de planos preventivos.  Isso ressalta a necessidade de conduzir o gerenciamento d’água com olhar para o futuro, acompanhando o crescimento populacional, urbano e principalmente orientado pelos resultados de pesquisas climáticas para mitigar os danos ocasionados por esses desequilíbrios hídricos.
 
A falta de planejamento do governo será bombástica na região metropolitana paulista, pois a falta d’água não compromete apenas a sociedade local com o abastecimento residencial.  Há comprometimento dos setores da indústria, do comércio e da agricultura e nesse bolo a falta d’água acarretará outros grandes problemas de abastecimento no mercado, e até mesmo desemprego. Mesmo com a alternativa encontrada de uso do “volume morto” do reservatório Cantareira há a possibilidade de as chuvas não virem a tempo e em volume que possibilite o retorno dos níveis apropriados para garantir distribuição normal da água.
 
O que se vê no cenário político quanto a obras de saneamento chama a atenção para o custo, dimensão e também pela ineficiência quanto à solução dos problemas de abastecimento. Assim como obras para garantir produção de energia.  O que é possível ver com clareza é a quantidade de dinheiro público sendo jogado fora sem trazer nem benefícios sociais quanto mais levar água a populações que sofrem há anos sem esse recurso, como é o caso das obras de  transposição do Rio São Francisco e da Usina Belo Monte.
 
As obras são primeiro para impressionar e depois para solucionar. São Pedro coitado poderá ser o próximo crucificado como culpado da falta d’água. Entre tantos especialistas e o tema reuso d’água tão ativo não se vê obras de reaproveitando d’água da chuva nesses grandes centros, onde nas enchentes também fazem a população sofrer. A água da chuva é represada em piscinões, mas não se pensa em reutilizá-la, só em construir mais e mais deles. O clima age ciclicamente aterrorizando a todos seja seca ou enchente, porém as obras só acontecem de forma emergencial e imprecisamente o que apenas retarda as soluções. Os investimentos acontecem em passo lento em comparação as obras eleitoreiras, tudo pensado em números… Números de votos.
 
Proponho que se vivos estamos, podemos contribuir para minimizar essa problemática, ao menos em nossa comunidade. Unirmos-nos na economia e ao não desperdício da água com consciência e colaborativamente, pois se ainda não nos convidaram para controlar o consumo, dia mais, dia menos seremos convocados.
 
Brindemos dia da ecologia e meio ambiente com consciência de que sim, podemos fazer nossa parte. ECONOMIZE ÁGUA!
 
Por Adriana Teixeira Simoni, assistente social com ênfase socioambiental administradora do Blog Ideias Sustentáveis.
 
Fonte: Revista Geração Sustentável

Poluição de nitrogênio pode ser cortada pela metade


 

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Metade dela vem da agricultura

O mais importante fertilizante para a produção de alimentos é o nitrogênio. Mas como acontece com qualquer fertilizante ou pesticida, a dose pode se provar um veneno.

Compostos químicos contendo nitrogênio reativo são grandes motivadores da poluição do ar e da água em todo o mundo, e de doenças como asma e câncer. Se usado em excesso, sua poluição pode aumentar em 20% até 2050, de acordo com estudo de cientistas do Instituto de Pesquisa de Impactos da Mudança do Clima de Potsdam, na Alemanha.

No entanto, medidas ambiciosas de mitigação podem reduzir esta poluição em 50%. A análise é a primeira a quantificar o problema. “O nitrogênio é um nutriente insubstituível e ajuda a agricultura a alimentar uma população mundial crescente, mas infelizmente é um poluente perigoso,” afirma Benjamin Bodirsky, principal autor do estudo.

Nas formas diferentes que assume através de reações químicas, o elemento contribui em grandes escala com a poeira respirável, leva à formação de ozônio no nível do solo e desestabiliza aquíferos. Apenas na Europa, os danos foram estimados em 1% a 4% da produção econômica, o que significa bilhões de euros.

Metade destes danos procedem da agricultura. “Fica claro que sem medidas de mitigação, a situação global pode deteriorar com o aumento da demanda por alimentos,” afirma Bodirsky, que também trabalha para o Centro Internacional de Agricultura Tropical, na Colômbia.

Existe um meio de reduzir substancialmente os riscos – a agricultura pode usar o nitrogênio de maneira mais seletiva para as necessidades das plantas, utilizando mensurações do solo. Hoje, uma de cada duas toneladas de nitrogênio colocada nos campos não é absorvida pelas plantas, mas levada pelo vento, pela chuva, ou decomposta por micro-organismos,  de acordo com o Science 2.0.

Foto: Ian Sane/Creative Commons

Fonte: Planeta Sustentável

Poluição reduz diversidade de bactérias marinhas no litoral paulista


agustinrafaelreyes/Creative Commons                     

 

Quanto menos poluída a água do mar no litoral de São Paulo, maior é a diversidade de bactérias marinhas. Essa foi uma das constatações de um grupo de pesquisadores do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo (ICB/USP), após a coleta de amostras de água do mar e de plâncton na Baixada Santista, em Ubatuba e em São Sebastião.

Eles participaram de uma pesquisa, realizada entre 2010 e 2012 com apoio da FAPESP, cujo objetivo geral era caracterizar comunidades bacterianas do litoral paulista por meio de análises moleculares e genéticas.

O foco estava nos exemplares quitinolíticos – ou seja, nas bactérias que metabolizam a quitina (polissacarídeo presente no exoesqueleto de muitos organismos marinhos) e liberam carbono e nitrogênio (utilizados em processos biológicos, fisiológicos e bioquímicos ao longo de toda a cadeia alimentar).

Após as fases de coleta e análise, foram encontrados 13 gêneros de bactérias quitinolíticas na Baixada Santista, 19 em Ubatuba e 28 em São Sebastião, somando as amostras de água do mar e de plâncton (alguns gêneros foram encontrados tanto em água do mar quanto em plâncton).

Por meio de estudos anteriores realizados pelo próprio ICB/USP, os pesquisadores conheciam os níveis de poluição antrópica (pelo homem) nos três locais: alto na Baixada Santista, médio em São Sebastião e baixo em Ubatuba.

Cruzando os resultados, concluiu-se que a maior diversidade é encontrada onde há poluição baixa ou mediana. “Os microrganismos nativos de um sistema competem com outros que chegam até ele, por meio de esgotos não tratados, por exemplo. E sobrevivem os mais fortes – no caso, aqueles associados aos poluentes”, disse Irma Nelly Gutierrez Rivera, professora e pesquisadora do ICB/USP.

De acordo com Rivera, tal redução na diversidade de bactérias quitinolíticas gera preocupações em ao menos três esferas. A primeira remete aos prejuízos diretos para a cadeia alimentar marinha, que necessita do carbono e do nitrogênio liberados pela metabolização da quitina. A segunda diz respeito a perdas para uma série de processos biotecnológicos nos quais essas bactérias são aplicáveis, como controle de insetos e fungos.

Já a terceira implica em riscos relacionados à perda de biodiversidade nos ecossistemas costeiros do país. “Há espécies desaparecendo antes mesmo de serem catalogadas. Isso é ruim porque devemos saber o que é nosso e o que não é – caso, por exemplo, dos microrganismos que chegam com a água de lastro dos navios e cuja interação com as espécies locais pode dar origem a espécies patogênicas que, por sua vez, podem causar doenças para o homem, para os animais marinhos e para o próprio ecossistema”, disse Rivera.

METODOLOGIAS E DESENVOLVIMENTO
Entre 2007 e 2010, Rivera coordenou uma pesquisa com Auxílio Regular da FAPESP sobre a diversidade de microrganismos marinhos na Baixada Santista, em Ubatuba e em São Sebastião.

A partir de então e até o segundo semestre de 2012, com novo projeto de pesquisa, Rivera passou a coordenar a caracterização das comunidades bacterianas nesses três locais. Ou seja, a equipe focou os estudos nas bactérias – mais especificamente nas quitinolíticas – e buscou identificá-las por meio de análises moleculares e genéticas.

Para tanto, o primeiro passo foram as coletas de amostras de água e plâncton, que duraram 20 meses em São Sebastião e dois verões em Ubatuba e na Baixada Santista. As amostras de água eram coletadas em volumes de cinco litros, dez centímetros abaixo da superfície, em frascos previamente esterilizados. As amostras de plâncton foram coletadas com rede de malha, por arraste, durante cinco minutos, nos mesmos pontos de coleta das amostras de água.

A partir de então, o estudo das bactérias quitinolíticas viáveis (que podem ser cultivadas) foi realizado em meio de cultura que continha apenas quitina como fonte de carbono e alguns sais, de modo que o meio tivesse uma composição próxima à da água do mar. As bactérias quitinolíticas foram identificadas, em nível de gênero, com o método de sequenciamento do gene 16S rRNA.

Além dessa metodologia – chamada dependente de cultivo por exigir um meio em que as bactérias possam crescer – os pesquisadores usaram recursos moleculares e fizeram a construção de bibliotecas genômicas que viabilizam o trabalho a partir dos genes (ao invés do crescimento bacteriano), conhecidos como independentes de cultivo. Para tanto, amostras de água foram filtradas e concentradas, com posterior extração do DNA total.

A construção de bibliotecas genômicas foi realizada com o uso do gene chiA, que codifica as enzimas quitinases que degradam a quitina, e da técnica de clonagem – cada sequência foi analisada por meio de pareamento com sequências disponíveis em banco de dados (GenBank).

De acordo com a pesquisadora, caracterizar comunidades bacterianas com base em análises moleculares e genéticas é importante porque permite ampliar o leque de exemplares descritos, já que nem todos são capazes de crescer nos meio de cultivo dos quais os cientistas dispõem.

No caso do estudo do ICB/USP, as duas metodologias, dependente e independente de cultivo, confirmaram que a maior diversidade de bactérias ocorre em ambientes com nível de poluição baixo ou médio.

Nos três locais estudados, o filo Proteobacteria foi o mais recorrente. Em relação aos gêneros, em amostras de água, Micromonospora predominou em Ubatuba e São Sebastião, enquanto Aeromonas prevaleceu na Baixada Santista. Em amostras de plâncton, Ubatuba teve outros gêneros de bactérias, como Streptomyces e Luteimonas, enquanto as Aeromonas foram as mais encontradas em São Sebastião e na Baixada Santista.

“Para chegar ao nível das espécies, é preciso lançar mão de metodologias mais complexas”, afirmou Rivera. “Até hoje, conhecemos pouquíssimas espécies. Estudos apontam que os oceanos são os ambientes mais ricos em diversidade procariótica, com aproximadamente 3,5 x1030 espécies de bactérias. Por enquanto, apenas cerca de 6 mil delas estão descritas.”

Os pesquisadores do ICB/USP farão o sequenciamento completo do genoma de ao menos uma das bactérias quitinolíticas coletadas, a fim de identificar a que espécie ela pertence. Outro desdobramento serão estudos sobre as enzimas produzidas por bactérias de ecossistemas marinhos e suas possíveis aplicações biotecnológicas.

“Estamos na etapa final das análises estatísticas e já submetemos um artigo que aguarda publicação – Impact of Anthropogenic Activity on Chitinolytic Bacteria Diversity in the Marine Environment”, disse Rivera. Além dela, duas alunas de pós-doutorado participaram dos estudos: Claudiana Paula de Souza, com bolsa da FAPESP, e Bianca Caetano de Almeida.

 

Fonte: Planeta Sustentável

‘Assinatura’ da Venezuela é achada em manchas de petróleo espalhadas pelo Nordeste


Ainda não é possível dizer que todo o vazamento que atinge praias tem a mesma origem. (Prefeitura de Piaçabuçu/Ascom/Fotos Públicas)

Investigações sigilosas da Marinha e da Petrobras encontraram petróleo com a mesma “assinatura” do óleo da Venezuela em manchas que se espalharam até agora por pelo menos 138 pontos do litoral dos nove estados do Nordeste. Nessa terça-feira (8), o presidente Jair Bolsonaro disse não descartar uma ação criminosa. E o Sergipe planeja usar boias para impedir que o material atinja a bacia de rios, como Vaza Barris e São Francisco.

Segundo uma fonte da alta cúpula do governo, trata-se do mesmo tipo de óleo extraído da Venezuela – o que corrobora rumores a esse respeito veiculados desde a semana passada. A conclusão já foi informada ao Ibama, órgão ligado ao Ministério do Meio Ambiente. Mas não é possível dizer que todo o vazamento que atinge praias tem a mesma origem. A Marinha e a Polícia Federal analisam amostras e não deram informações oficiais.

Ainda nessa terça, o presidente Jair Bolsonaro afirmou que há a possibilidade de que o derramamento tenha sido criminoso. Ele, no entanto, ponderou que as investigações estão em curso. A reportagem questionou a Petrobras sobre a possível presença de óleo da Venezuela nas instalações da refinaria Abreu e Lima, estrutura que, em princípio, seria construída com a parceria da estatal PDVSA. A Petrobras informou que nunca processou óleo de origem venezuelana em Abreu e Lima.

Por meio de nota, a estatal declarou que a análise realizada pela empresa em amostras de petróleo cru encontrado em praias do Nordeste “atestou, por meio da observação de moléculas específicas, que a família de compostos orgânicos do material encontrada não é compatível com a dos óleos produzidos e comercializados pela companhia”. Os testes foram realizados nos laboratórios do Centro de Pesquisas da Petrobras (Cenpes), no Rio.

“Nós temos isso bem documentado, coletamos 23 amostras, nosso centro de pesquisas realizou análises bioquímicas e chegou à conclusão de que não se trata de nenhum óleo produzido e/ou comercializado pela Petrobras”, disse o presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco, após audiência na Câmara. Segundo ele, já foram recolhidas 133 toneladas de resíduo oleoso de praias.

A estatal PDVSA foi procurada e não se pronunciou. As investigações sobre a origem do óleo ainda não avançaram. Para David Zee, professor da Faculdade de Oceanografia da Universidade do Estado do Rio (Uerj), o vazamento de um navio constitui “uma hipótese possível”. “Pela quantidade espalhada pode até ser a carga completa de um petroleiro.”

Em nota, a Marinha disse ter empenhado 1.583 militares, cinco navios e uma aeronave nessas operações de análise e monitoramento. A Marinha ainda classificou a ocorrência como “inédita”.

Boias e preocupação

O governo de Sergipe anunciou que colocará boias absorventes para evitar que o óleo que polui a zona litorânea sergipana entre nos rios, sobretudo o São Francisco. Os equipamentos serão cedidos pela Petrobras. O trabalho de retirada do óleo da costa continua, assim como o monitoramento, tanto por parte da Administração Estadual do Meio Ambiente (Adema) como por órgãos federais.

A situação preocupa, além das autoridades, ambientalistas. “Sem dúvida é o maior desastre ambiental no litoral do Nordeste do Brasil”, diz Flávio Lima, coordenador geral do Projeto Cetáceos da Costa Branca da Universidade Estadual de Rio Grande do Norte (UERN). Ele e sua equipe estão envolvidos no atendimento dos animais contaminados pelo óleo de origem ainda desconhecida e identificado como petróleo cru.

Até o momento, em todo o Nordeste, 16 tartarugas marinhas, espécie ameaçada de extinção, foram contaminadas pela substância – e o lançamento delas também deixou de ocorrer. O vazamento do óleo já atinge 61 municípios.

“Além do risco de contaminação para a megafauna marinha local, que envolve diversas espécies de aves, cetáceos e o peixe-boi marinho, espécie de mamífero marinho mais ameaçada de extinção do país, é preocupante a exposição da população e dos atores locais que utilizam as praias afetadas”, alerta o coordenador.

Agência Estado/Dom Total

Poluição dos rios brasileiros reflete falta de prioridade


Foto: Reprodução

 

O estado de São Paulo é, de longe, o mais desenvolvido do Brasil. Entretanto, a poluição dos rios paulistas é um problema que afeta o meio ambiente e a sociedade há décadas. Rios que cortam as grandes cidades são as principais vítimas da poluição proveniente de residências e indústrias, e são vistos como verdadeiros depósitos de esgoto e de lixo em vez de contribuírem com a qualidade de vida da população. Pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) divulgaram, em 2012, um estudo com dados sobre as características das águas dos dois grandes rios que cortam a capital paulista, Tietê e Pinheiros, ambos extremamente poluídos. A pesquisa identificou 134 elementos químicos diferentes presentes nos trechos urbanos dos rios e concluiu que entre os fatores mais prejudiciais à qualidade da água estão os resíduos industriais e o esgoto doméstico.

Apesar de a região Sudeste do Brasil possuir a maior porcentagem de municípios com rede de esgoto: 95,1%, segundo dados da Pesquisa Nacional de Saneamento Básico (PNSB), realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE); e de São Paulo ser o único estado quase totalmente comtemplado pelo serviço, com 99,8% de redes de esgoto, a situação dos rios paulistas reflete claramente uma falta de prioridade em relação à qualidade dos rios que cortam o estado. Infelizmente, o esgoto está presente não só nos rios paulistas, mas em todo o Brasil. Despejado durante décadas sem tratamento, o esgoto causou danos irreparáveis às águas de todo território nacional.

Para se ter uma ideia, de todo o volume de esgoto gerado no país, somente 38% passa por algum tipo de tratamento, segundo dados do Instituto Trata Brasil, divulgados em outubro de 2013. As 100 maiores cidades do país lançam quase oito bilhões de litros de esgoto todos os dias nas águas brasileiras, sem nenhum tratamento. Mais do que isso: mais da metade da população brasileira não possui acesso ao tratamento de esgoto, em pleno século XXI. É insano pensar que todo esse esgoto está sendo despejado em nossos rios e aquíferos para que, posteriormente, façamos o tratamento dessa água novamente, a um custo incontestavelmente maior. Para que os rios e os cursos d’água tenham qualidade, é preciso coletar e tratar os esgotos antes de lançá-los nas águas.

Políticas públicas, fiscalização, prevenção e a conscientização da população podem impedir que rios como Tietê e Pinheiros, na cidade de São Paulo, entre tantos outros Brasil afora, continuem sofrendo com a contaminação, o que comprometerá a qualidade da água para o abastecimento em um futuro próximo. A prevenção e o monitoramento das contaminações dos recursos hídricos são responsabilidade da iniciativa privada e do poder público, podendo ser feitas com a aplicação de tecnologias voltadas para o monitoramento dos contaminantes e para a limpeza da água. Mas falta ainda conhecimento e divulgação sobre as dezenas de possibilidades de prevenção e monitoramento para as águas superficiais e subterrâneas. É necessário que se invista em tecnologia para que as gerações futuras possam desfrutar a imensa quantidade de água disponível no território brasileiro, com qualidade.

Autor: Mauro Banderali   –   Fonte: Instituto CarbonoBrasil

*Mauro Banderali é especialista em instrumentação hidrometeorológica da Ag Solve

Fonte: Help Planeta

Poluição do ar em Sydney, maior cidade da Austrália, está entre as 20 piores do mundo


A nuvem de fumaça sobre Sydney ao amanhecer é consequência dos incêndios das montanhas Gosper (REUTERS/Stephen Coates)

A poluição do ar em Sydney, a maior cidade da Austrália com mais de 5 milhões de habitantes, está hoje entre as 20 piores do mundo devido fumaça provocada pelos incêndios no leste do país, disseram as autoridades.

Também conhecida como “Big Smoke” (nome dado na Austrália às grandes cidades), Sydney faz jus hoje a esse nome. A fumaça desaparecerá progressivamente ao longo do dia, mas aumentará à noite. Há um alerta de má qualidade do ar”, alertaram os serviços de meteorologia pelo Twitter.

No portal AirVisual, que mede a qualidade do ar em todo o mundo, Sydney ocupa hoje a 17ª posição, duas abaixo da cidade chinesa de Xangai, num ranking liderado por Daca, em Bangladesh.

Dados do governo de Nova Gales do Sul, cuja capital é Sydney, mostram que a qualidade do ar “é pobre”.

A nuvem de fumaça sobre Sydney ao amanhecer é consequência dos incêndios das montanhas Gosper, a cerca de 300 quilômetros (km) a noroeste da cidade e que já queimou cerca de 850 quilômetros quadrados.

O impacto da fumaça, que também afeta as cidades de Wollongongong e Newcastle, deverá ser agravado pelo calor intenso esperado para os próximos dois dias na costa leste da Austrália e que dificulta, há duas semanas, o combate às chamas por mais de 1.300 bombeiros.

Pelo menos seis pessoas morreram devido aos incêndios florestais em Nova Gales do Sul, a região mais atingida pelo fogo e pela seca severa. Desde 1º de julho, foram atingidos 13 mil km² na região.

A temporada de incêndios na Austrália varia de acordo com a área e as condições meteorológicas, embora sejam geralmente registrados entre os meses de dezembro e março.

Os piores incêndios ocorridos no país nas últimas décadas ocorreram no início de fevereiro de 2009, no estado de Victoria (sudeste), e deixaram 173 mortos e 414 feridos. A área afetada foi de 4.500 km².

Agência Brasil

Pesquisa sinaliza que poluição pode contribuir para Alzheimer


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A poluição causa uma lista grande de malefícios à saúde, como dificuldades respiratórias e problemas cardíacos, mas um novo estudo faz um alerta: as partículas de compostos de ferro emitidas por automóveis movidos a combustíveis fósseis podem chegar ao cérebro.

A pesquisa foi feita com amostras de cérebro de pessoas que viveram e morreram em um dos lugares mais poluídos do mundo, a Cidade do México. Os dados foram analisados em um laboratório da Universidade de Lancaster, na Inglaterra.

As nanopartículas de um determinado tipo de óxido de ferro chamado magnetita foram encontradas em tecidos cerebrais. O mesmo tipo de material também foi coletado em Manchester, na Inglaterra, e comparado ao visto no México.

A maior parte das partículas é barrada no nariz, mas as de tamanho inferior vão para o pulmão e acabam na corrente sanguínea

"Identificamos milhões de partículas de poluição no cérebro. Num grama de cérebro humano, haverá milhares de partículas. É um milhão de oportunidades para essas partículas provocarem danos nas células do cérebro", explicou a professora Barbara Maher, da Universidade de Lancaster.

A magnetita pode ocorrer no cérebro, mas apenas em pequenas quantidades. As partículas costumam ter um formato irregular distinto. Já as que aparecerem no estudo são mais numerosas e têm um formato diferente (arredondado e regular). Suspeita-se que essas características só poderiam ser criadas a partir das temperaturas elevadas de motores de automóveis ou de sistemas de freios.

"É uma descoberta. É toda uma nova área para ser investigada e entendida – se essas partículas de magnetita estão causando ou acelerando doenças neurodegenerativas."

A maior parte das partículas é barrada no nariz, mas as de tamanho inferior vão para o pulmão e acabam na corrente sanguínea. As que são muito pequenas podem se ligar aos nervos e irem para o cérebro, que o foi o caso verificado no estudo.

Alzheimer
O estudo não comprova que a poluição pode causar automaticamente doenças no cérebro, mas a hipótese não está descartada, já que há uma forte suspeita de que essas partículas podem quebrar conexões entre as células cerebrais, exatamente como ocorre em doenças como o Alzheimer.

"Esse estudo mostra pela primeira vez que partículas da poluição podem parar no cérebro. Obviamente isso é muito importante, mas ainda não há evidência do papel delas no Alzheimer. Isso é algo que não sabemos", disse Clare Walton, da organização Alzheimer Society.

"As causas da demência são complexas e até agora não houve pesquisas suficientes para dizer se viver em cidades ou áreas poluídas aumenta o risco da doença."

Evitar o fumo, ter uma dieta saudável e se exercitar regularmente são armas para evitar o Alzheimer.

(Via eCycle, com informações do Pnas e BBC Brasil)

Fonte: EcoD

 

“Meninos da Biologia” – Conheça o Instituto Eco-Faxina


   Tudo começou em 2007, quando William se mudou de São Paulo para morar em Santos, motivado pela oportunidade de cursar a Faculdade de Biologia Marinha na Universidade Santa Cecília e ficar mais próximo do pai. Começou a ter todos os dias maior contato com o ecossistema estuarino da região. “Fiquei perplexo com a degradação e me senti obrigado a fazer algo em relação ao lixo e o esgoto que são descartados todos os dias neste importante ecossistema costeiro e conseqüentemente ao oceano” ressaltou William que desde cedo aprendeu a respeitar e admirar a harmonia do ambiente marinho e seus habitantes.

    “Conheci através da internet a Project AWARE, uma fundação ligada à credenciadora de mergulho PADI, que promove ações voluntárias para recuperação e conservação de ambientes marinhos em parceria com a Ocean Conservancy.”

   Após enviar algumas fotografias e se cadastrar como coordenador de ações, o estudante de Biologia Marinha começou a coordenar ações voluntárias de limpeza em manguezais ocupados por palafitas na Zona Noroeste de Santos e em São Vicente. Implantou o Sistema Ambiental de Coleta de Resíduos, que tinha como meta recuperar áreas degradas de manguezal, de forma gradativa e ininterrupta, gerando renda através da formação de uma frente de trabalho formada por jovens em situação de risco social ao criar uma nova profissão dentro do setor de resíduos e reciclagem, o "Agente Ambiental de Coleta de Resíduos". Sua missão: Reverter o quadro de degradação, atuando em parceria com as comunidades que contribuem para o atual cenário de caos, como favelas palafitas e bairros de periferia.

                     

   O estuário de Santos recebe dezenas de toneladas de resíduos sólidos diariamente de uma sociedade ainda muito desigual, de baixa consciência ambiental e com antigos problemas administrativos. Santos, a mais importante cidade da Baixada Santista tem como desafio a sua reestruturação em linha com a sustentabilidade, visando o total respeito ao ambiente marinho e suas espécies. 

   As cidades dão as costas para a natureza e giram em torno de seu centro e de suas praias poluídas. Para conseguir dar mais visibilidade ao problema, foi necessário reunir pessoas para ajudar na organização e formar um grupo de estudos e educação ambiental na região estuarina.  Após as primeiras ações voluntárias nos manguezais as fotografias foram mostradas para muitas pessoas e todas ficavam espantadas com as imagens impressionantes. “Foi quando reuni um grupo de alunos e profissionais que se interessaram pela iniciativa e em 2008. Nasceu o Instituto EcoFaxina. Nesse momento, os laços com a comunidade já eram bem fortes, já nos chamavam de "meninos da biologia".               

   Desde então o projeto cresceu e se fortaleceu. Ainda em 2008, o instituto contou com os apoios da Terracom Engenharia, que passou a ceder um ônibus para o transporte de voluntários nas ações realizadas em Santos. Em 2009 a reitora, Dra. Sílvia Ângela Teixeira Penteado (Universidade Santa Cecília) ofereceu bolsas de estudo para os alunos envolvidos no projeto. Em 2010 formaram uma parceria para desenvolver um programa de educação ambiental (Programa Turma Ecológica) no Projeto Tia Egle, local que presta serviços sociais e de creche para cerca de 200 crianças na região do Dique da Vila Gilda. Com uma boa área, a sede do Projeto Tia Egle permite que sejam desenvolvidas diversas atividades ecoeducadoras com as crianças.  Em 2011 outra parceria foi feita, desta vez com a Associação dos Moradores e Amigos do Caminho da União, representada pelo pelo Sr. João Manoel Líbero, que divide seu tempo entre a comunidade e o emprego na Defesa Civil de Santos.
 

           

   O envolvimento das comunidades e seus representantes possibilita a integração dos principais agentes de desenvolvimento: setores públicos, privados e da sociedade civil organizada, possibilitando a formação e consolidação de uma sociedade saudável através de um envolvimento sustentável.  Com mais de 30 Ações Voluntárias, o instituto mobilizou aproximadamente 420 voluntários e retirou mais de 22 toneladas de resíduos da Natureza na Baixada Santista.

   O projeto conta com a caracterização recente das áreas de estudos através de dezenas de ações voluntárias, assim como pesquisas teóricas e de campo realizadas pelo Instituto. Geraram um conhecimento cada vez mais aprofundado sobre a dinâmica e os problemas do sistema estuarino de Santos e São Vicente. Tal conhecimento deu origem ao projeto que propõe a implantação do "Sistema Ambiental de Coleta de Resíduos". Nele, diversos fatores compõem um diagnóstico preciso do cenário de degradação propondo ações e procedimentos metodológicos para o combate a poluição por resíduos sólidos. O projeto recebe o apoio da Universidade Santa Cecília disponibilizando ao Instituto EcoFaxina, bolsas de estudo, estagiários, infraestrutura de pesquisa, bibliotecas, acervos e laboratórios, além da contribuição de mestres e doutores nas diversas áreas acadêmicas.

Veja o vídeo abaixo sobre o projeto:

  

Fonte: Instituto EcoFaxina

Laísa Mangelli