Carta aberta pede maior transparência na gestão da água em São Paulo


Documento assinado por 64 organizações foi enviado ao governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, e à diretora-presidente da Sabesp, Dilma Pena.

                                             

A Rede Nossa São Paulo encaminhou ao governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, e à diretora-presidente da Sabesp, Dilma Pena, a Carta Aberta “Por Maior Transparência nas Questões das Águas”.

O documento, que é assinado por 64 organizações, propõe, entre outras medidas, que a sociedade seja informada sobre a real condição dos reservatórios e das ações que serão necessárias para vencer a crise da água neste e no próximo ano.

Entregue nesta terça-feira (15/7), a carta aberta apresenta as seguintes perguntas ao governo estadual:

  • Qual o impacto do uso do volume morto na qualidade da água e na saúde pública?
  • A solução de usar a capacidade de outros sistemas pode dar conta das necessidades de todos aqueles que dependem das bacias que serão interligadas? E por quanto tempo?
  • Caso o regime de chuvas do próximo verão seja semelhante ao do verão passado, existe algum plano de emergência para a cidade? Esse plano, se existir, não deveria começar a ser adotado desde agora?.

Lançado pelo Instituto Ethos, Instituto Socioambiental e Rede Nossa São Paulo durante o debate “Crise da Água: Desafios e Soluções”, o documento recebeu a adesão de outras 61 organizações pela internet.

Confira a seguir a íntegra da Carta Aberta “Por Maior Transparência nas Questões das Águas” e a relação de organizações signatárias.

Por Airton Goes, da Rede Nossa São Paulo

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Carta Aberta: Por Maior Transparência nas Questões das Águas

O Brasil detém 12% das reservas de água potável do mundo. Esse fato consolidou uma ideia de abundância que não condiz com o momento atual. A visão de que esse recurso é infinito vem promovendo uma cultura de gestão da água que não prevê estratégias para momentos de aumento de escassez como este pelo qual está passando boa parte das regiões Sul e Sudeste do país, onde vivem 60% da população.

Exemplo dessa visão é o cenário a que chegamos agora: a capital paulista e a região metropolitana estão com os reservatórios que as abastecem virtualmente secos e a população de um dos maiores centros urbanos do mundo não sabe quase nada a respeito da real situação.

De acordo com dados divulgados pelos meios de comunicação em 30 de maio, o Sistema Cantareira estava com 25% de sua capacidade, já contando o “volume morto”, baixando o volume em 0,1 a 0,2% diariamente. A continuar nesse ritmo, os reservatórios estarão secos entre 125 e 250 dias. Para prevenir maior escassez, alguns bairros de São Paulo já começaram a ser abastecidos por água transferida de outros sistemas, como a própria Sabesp confirmou.

Ainda conforme informações da imprensa, a escassez de água já era uma realidade para pelo menos 1,6 milhão de pessoas da região metropolitana da capital desde 2012.  E pesquisa do Datafolha feita em 31 de maio último revelou que 35% dos paulistanos afirmam que sofreram com falta de água durante o mês de maio deste ano.

As respostas do governo estadual e da Sabesp não têm sido suficientes para esclarecer a população paulistana e demonstrar que as autoridades estão conscientes da gravidade da situação e adotando as medidas que o momento exige, por mais impopulares que possam ser.

Em outras palavras, a água potável que abastece São Paulo está acabando, a cidade pode ter de enfrentar em breve um profundo racionamento e a reação do governo estadual tem sido desproporcional à gravidade do problema.

Portanto, diante das sérias consequências sociais, políticas e econômicas que a escassez de água pode acarretar ao Estado de São Paulo, nós, as entidades aqui subscritas, dirigimo-nos ao exmo. sr. governador do Estado de São Paulo, Geraldo Alckmin, apelando ao seu civismo e espírito democrático, para reivindicar mudanças profundas na abordagem da questão da água, independente do calendário eleitoral.

Propomos:

– Transparência total nos dados. É importante manter a sociedade informada sobre a real condição dos reservatórios e das ações que será necessário adotar, mesmo em caso de chuvas, respondendo as seguintes perguntas: Qual o impacto do uso do volume morto na qualidade da água e na saúde pública? A solução de usar a capacidade de outros sistemas pode dar conta das necessidades de todos aqueles que dependem das bacias que serão interligadas? E por quanto tempo? Caso o regime de chuvas do próximo verão seja semelhante ao do verão passado, existe algum plano de emergência para a cidade? Esse plano, se existir, não deveria começar a ser adotado desde agora?

– Criar uma comissão formada por representantes da academia, das empresas, da sociedade civil e de secretarias de governo para discutir as ações de curto, médio e longo prazos, bem como planos estratégicos que previnam situações semelhantes no futuro.

Movidos pelo mais alto espírito público é que nos manifestamos e encaminhamos este documento a vossa excelência.

Assinam esta carta aberta as seguintes organizações:

Rede Nossa São Paulo
Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade Social
Instituto Socioambiental (ISA)

Abong Regional São Paulo
ACTI – Ação Comunitária Todos Irmãos
Agente Consultoria Empresarial
Associação Bem Comum
Associação Bragança Mais
Associação das Corujas
Associação Novo Encanto de Desenvolvimento Ecológico
Brazucah Produções
Campinas Que Queremos
Centro Integrado de Estudos e Programas de Desenvolvimento Sustentável (Cieds)
Clear Corp Solutions
Comunidade Cidadã
Conselho Regional de Psicologia de São Paulo
D Giacomo
Eccaplan Consultoria em Sustentabilidade
Ecocar Limpo Ltda.
Ecolinkbrasil
Ecosurf
Edem – Espaço de Desenvolvimento Multidimensional
ER Ambiental
Escola de Governo
Espaço de Formação Assessoria e Documentação
Etage Ind. e Com. Ltda.
Fluxus Design Ecológico
Fórum Pró-Cidadania
Fundación Avina
Gestao4 Assessoria Empresarial
Grupo de Trabalho de Meio Ambiente da Rede Nossa São Paulo
Ibeac – Instituto Brasileiro de Estudos e Apoio Comunitário
Impermeabiliza
Instituto Akatu
Instituto de Projetos e Pesquisas Socioambientais (Ipesa)
Instituto Democracia e Sustentabilidade
Instituto EcoFaxina – Limpeza, Monitoramento e Educação Ambiental
Instituto Paulo Freire
Joselia FLM
Kadosh Ambiental
Marcha Mundial do Clima / Brasil
Marli Ines Copini Jahn ME
Metanóia Planeta Sustentável
Movimento Orgânico
Movimento Voto Consciente
Muda de Ideia & Imagem Ltda.-ME
MZ Editoração e Serviços Ltda.
Neporandu Cultural
Novaterra Ambiental
Oficina de Materiais Recicláveis de Itapevi
Oscip Ecolmeia
Pacelli Engenharia Civil Ltda.
Pirapama 512 Assessoria e Treinamento LTDA ME
Quimicryl S.A.
Recicologia’s Consultoria Ambiental
Rede de ONGs da Mata Atlântica
RL Sistemas de Higiene
Saap – Associação dos Amigos de Alto de Pinheiros
Simtetaxi-SP
SOS Clima Terra
Tabet Advogados Assessoria Ambiental
Viração Educomunicação
Vitaluz Eventos Culturais Ltda.-ME
Viva! Sustentabilidade em Eventos

Fonte: ETHOS

São Paulo terá sacos de lixo específicos para reciclagem


                           

A Prefeitura de São Paulo está desenvolvendo um novo tipo de saco de lixo, feito especificamente para abrigar resíduos que devem ser reutilizáveis. A Secretaria de Serviços da cidade alega que testes ainda estão sendo feitos com os tipos de materiais, mas a cor ainda não foi definida.

A ideia é que os sacos sejam produzidos com plástico processado pelas quatro usinas que a cidade deverá ter até 2016 . As embalagens deverão trazer instruções de como separar os resíduos corretamente. De acordo com a pasta, já há casos de sucesso seguindo a mesma lógica em outras cidades do mundo.

Os sacos serão apenas uma das utilidades do material processado nas usinas. A central que já opera na cidade e que custou R$ 36 milhões, tem previsão de render 1,6 milhão por mês com a venda do material reaproveitado. Os gastos de custeio são da ordem de R$ 300 mil – o restante deve incrementar a renda de trabalhadores de cooperativas, mas também haverá dinheiro destinado a um fundo de estímulo de coleta seletiva.

O fundo em questão receberá recursos de empresas que farão a logística reversa. A Prefeitura já fechou convênios, homologados pelo Ministério do Meio Ambiente, com os setores de embalagens e de lâmpadas. Os recursos devem viabilizar a construção de mais usinas ou estimular usinas de compostagem domésticas, reduzindo também os detritos orgânicos.

(EcoD)

Fonte: Mercado Ético

Plataforma de Apoio a Agricultura Orgânica na cidade de SP participa de reunião da Frente de Sustent


Com intuito de continuar os pleitos da Plataforma, as ONGs responsáveis pela Associação de Agricultura Orgânica (AAO), Instituto 5 Elementos e Instituto Kairós reuniram-se na Frente Parlamentar pela Sustentabilidade da Câmara Municipal de São Paulo que tinha como presidente o vereador Ricardo Young (PPS), no último dia 26 de setembro de 2013.

A reunião iniciou-se com a palavra do Sr. Edgar William dos Santos, da Supervisão Geral de Abastecimento (ABAST), que apresentou dados do Projeto de Lei Orgânica de Segurança Alimentar e Nutricional, que está em processo de elaboração pelo Poder Executivo e que na próxima semana iniciará sua tramitação na Câmara dos Vereadores. Este Projeto de Lei apresenta enorme relevância para a cidade de São Paulo, pois atualmente esta não possui uma política clara sobre a matéria do projeto referido. Assim, tornará viável a criação da mesma, porém de forma efetiva.

Mônica Pilz Borba do Instituto 5 Elementos afirma que muito além da efetividade da política, será a transformação da atual Supervisão de ABAST, em Coordenadoria. Desse modo, a supervisão se fortalecerá, pois acessará recursos federais para criação de Escola Técnica de Agroecologia e, assim, reforçará a assistência técnica dos agricultores do município, além de realizar uma política transversal de Segurança Alimentar junto ao mesmo.

Como a maioria dos pleitos da Plataforma precisa do fortalecimento da gestão da ABAST, como por exemplo o apoio aos agricultores em relação à assistência técnica, certificação e comercialização, criação de casas Agroecológicas nas regiões Norte e Sul e criação de Escolas Agroecológicas, a Plataforma apóia inteiramente este processo.

O fortalecimento da identidade de produção de alimentos orgânicos na região sul de São Paulo torna efetivo um Plano d

e Ecoturismo em Parelheiros, e assim, há consolidação do uso sustentável do solo nesta região, impedindo invasões tão comuns na atualmente.

Destaca-se que o município deve entrar em parceria com o Estado, pois há urgência de criação de uma política eficaz a fim de conceber o novo Cinturão Verde Orgânico na RMSP – Região Metropolitana de São Paulo. Deverá priorizar-se a proteção das áreas de mananciais, a produção de alimentos saudáveis e o pagamento pelos serviços ambientais, de modo que se apóie a viabilização da política pública de aquisição de alimento local para a merenda escolar das cidades e a proteção da qualidade das águas da Bacia Hidrográfica do Alto Tietê.

Atualmente existem 25 ONGs e movimentos que apóiam a Plataforma, tendo como parceiros recentes o Greenpeace e o Instituto Vitae Civilis. No dia 16 de outubro, Dia Mundial da Alimentação haverá uma cerimônia na Câmara com participação do prefeito, onde será lançado o vídeo “Produzido em São Paulo”, que se refere a 1ª Semana da Agroecologia que aconteceu em maio deste ano na Câmara do Municipal de São Paulo.

Fonte: http://www.5elementos.org.br/site/index.php/plataforma-de-apoio-a-agricultura-organica-na-cidade-de-sp-participa-de-reuniao-da-frente-de-sustentabilidade-na-camara-dos-vereadores-2/

 

SP pode ser primeiro Estado a proibir testes em animais


sxbaird/Creative Commons


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

  

 

 

 

A Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp) aprovou Projeto de Lei (PL) que proíbe o uso de animais em testes de laboratório para fins cosméticos e de higiene pessoal. Com a decisão, o Estado pode se tornar o primeiro a banir a prática no Brasil e, também, nas Américas. 

Para entrar em vigor, o PL 777/2013, de autoria do deputado Feliciano Filho, ainda precisa ser sancionado pelo governador Geraldo Alckmin. O político tem o prazo de 15 dias para tomar sua decisão, a contar a partir desta quarta-feira (09/12), quando o projeto foi aprovado. 

"Se sancionada, a medida impactará diretamente a vida de milhões de animais e será um passo importante a caminho da proibição no âmbito federal", acredita George Guimarães, membro da comissão antivivisseccionista da Alesp e presidente da ONG VEDDAS. Ele completa: "A abolição da experimentação animal para todas as finalidades é apenas uma questão de tempo. (…) A aprovação rápida desse PL na Alesp atesta que a tomada de consciência da população sobre o tema já impacta todas as esferas da sociedade, inclusive o legislativo". 

O texto do PL também prevê as punições para as empresas que descumprirem a lei. Na primeira autuação, deverá ser paga multa de R$ 50 mil por animal usado nos testes. Já na quarta a companhia terá a suspensão definitiva do alvará de funcionamento.

 

Fonte: Planeta Sustentável

Conferência Direito Empresarial Ambiental e TAC Ambiental


                                          

Sobre o evento: A 4ª edição da Conferência Direito Empresarial Ambiental e TAC Ambiental será realizada durante os dias 27, 28 e 29 de janeiro de 2014, em São Paulo – SP. O evento trará a oportunidade de discussão e interação com assuntos novos, como por exemplo: Gestão de áreas contaminadas, novo código florestal, política nacional de resíduos sólidos, política estadual de mudanças climáticas, gestão de licenciamentos, licenças sociais, entre outros

Objetivos:

  • Discutir sobre os impactos do Novo Código Florestal nas empresas e solucionar desafios;
  • Conhecer e entender juntamente com o órgão ambiental, sobre a adesão de novas práticas que entrarão em vigor, como por exemplo o CAR – Cadastro Ambiental Rural;
  • Discutir sobre as responsabilidades de cada parte (bancos financiadores e empresas) no financiamento de projetos com passivos ambientais, a fim de evitar riscos e prejuízos para ambas as partes;
  • Compartilhar conhecimentos e experiências entre profissionais de altos cargos de empresas de diferentes portes;
  • Interagir com gestores e compartilhar experiências de grandes corporações: Votorantim, Vale, Odebrecht, Raízen, entre outros;
  • Participação de escritórios de advocacia com vasta experiência em Direito Ambiental Empresarial: Pinheiro Neto, Demarest, Siqueira Castro, Milaré, Tablet, Mattos Filho, entre outros

Inscrições: As inscrições devem ser realizadas através do website oficial do evento

Fonte: AgroEvento

São Paulo realizou a FIFA Fan Fest com mais ações socioambientais do Brasil


 
 

 

A FIFA Fan Fest São Paulo assumiu o compromisso de neutralizar suas emissões de carbono, destinar os resíduos recicláveis à cooperativas de catadores e aplicar diversas outras ações para conscientizar e engajar os participantes.

 

A FIFA Fan Fest São Paulo foi um dos maiores eventos já realizados na cidade, e recebeu mais de 625.000 pessoas, realizou 76 shows e atividades culturais, durante a transmissão dos 25 dias de jogos da Copa.

 

Com objetivo de alinhar esporte e a preocupação socioambiental, a agência D+ assumiu o compromisso de realizar diversas ações socioambientais no espaço da Fan Fest, e também engajar o público visitante do espaço. Para Fernando Beltrame, presidente da Eccaplan Consultoria em Sustentabilidade, “Para um evento desta magnitude é importante aplicar ações ambientais, não apenas para compensar e mitigar o seu impacto ambiental, mas também conscientizar os participantes sobre a questão ambiental e mostrar que é possível e financeiramente viável aplicar ações sociais e ambientais em qualquer tipo de evento”.

 

A Fan Fest São Paulo recebeu o Selo Evento Neutro – Responsabilidade Compartilhada ao assumir o compromisso de quantificar e compensar todas as emissões de gases de efeito estufa, provenientes da: logística de montagem, realização e desmontagem; deslocamento de todo o staff, policiais, seguranças, equipe de saúde, bombeiros, bandas e atrações culturais; resíduos gerados; e consumo de diesel e biodiesel nos geradores de energia. Foi criado uma calculadora de emissões para os participantes calcularem e compensarem suas emissões de carbono (http://fanfest.eccaplan.com.br/).

 

 

Todo o resíduo reciclável da Fan Fest foi destinado a cooperativas de catadores, registradas na Prefeitura, e foi criado um espaço com diversas outras ações para incentivar tecnologias limpas e engajar os participantes, com: bancos de papelão KONKA e pneus reciclados, lixeiras de material reciclado, geradores com biodiesel, doação das lonas para confecção de ecobags, campanha do Ministério da Saúde de prevenção de AIDS e campanhas contra a exploração sexual infantil.

 

A compensação de carbono será realizada com a compra de créditos de carbono de projetos ambientais certificados e auditados, como o Projeto Florestal Santa Maria, que promove a redução de emissões de carbono pela preservação e manutenção da reserva florestas (projeto certificado FSC e verificado pela Rainforets Alliance). Este mecanismo faz com que as florestas tenham mais valor em pé́ do que derrubadas, criando um valor financeiro para o carbono armazenado nas árvores, e contribui para a importante redução de emissão dos gases de efeito estufa, assim como o compromisso de preservação e perpetuação da floresta e sua biodiversidade.

 

Para Beltrame, “o apoio de diversas empresas e instituições como o Centro de Inovação, Empreendedorismo e Tecnologia (Cietec), Sebrae, USP tem contribuído para viabilizarmos projetos socioambientais em diversas empresas e eventos, tornando cada vez mais estas tecnologias financeiramente viáveis e com grande impacto positivo na sociedade.”

 

Veja mais ações sustentáveis em empresas e eventos em: Programa Evento Neutro (www.eventoneutro.com.br) e Programa CO2 Neutro (http://bit.ly/SeloCO2Neutro).

– See more at: Revista Sustentabilidade

Água em SP: por que é crime adiar racionamento


               

Para esconder crise em ano eleitoral, governo paulista improvisa “solução” que afetará abastecimento por 15 anos e provocará desastre ambiental

 

O uso do chamado “volume morto”, ou reserva técnica, pode levar ao colapso o sistema Cantareira, responsável por levar água para oito milhões de pessoas na Grande São Paulo e interior. Especialistas consultados pelo iG prevêem um desastre ambiental com a decisão do governo do Estado de iniciar a retirada de 400 milhões de metros cúbicos da água que fica abaixo do sistema de captação dos reservatórios.

As obras para extrair a água subterrânea – orçadas em R$ 80 milhões – começaram no dia 17 de março nas represas de Nazaré Paulista e Joanópolis. “Se a seca se repetir no próximo ano e o governo optar apenas pelo uso do volume morto, a Cantareira vai entrar em colapso e demorar de dez a 15 anos para se recuperar”, aposta José Cezar Saad, coordenador de projetos do Consórcio Intermunicipal das Bacias dos Rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí (PCJ), uma associação de indústrias, prefeituras e entidades de 43 municípios. “O racionamento deveria ter começado há um mês e precisaria atingir 50% da água consumida pelos paulistas.”

Inaugurado em 1973, o reservatório do sistema Cantareira precisou de 10 anos para encher em uma época em que a população da capital e cidades vizinhas girava em torno de 4,8 milhões de pessoas. “No regime típico de chuvas, foram necessários mais 10 anos para a Cantareira subir 20%. No ano 2000, os reservatórios estavam com 80% do volume útil e só chegou a 100% em 2010. Agora imagina quanto tempo vai demorar se a seca se mantiver e ainda secarmos a água do volume morto.”

De acordo com as contas do consórcio, 280 milhões de metros cúbicos do volume terão sido consumidos até o final do ano se metade da água consumida pelos paulistas não for economizada. Pior: se a chuva esperada não cair e 90% do volume morto forem consumidos, o reservatório entra em crise. “Para encher, será preciso parar de abastecer a região de São Paulo e liberar o mínimo possível para os leitos, e, ainda assim, vai depender muito do regime de chuvas”, prevê Saad. “Nós do consórcio sugerimos uma economia de 30% a 50% do consumo, e então chegaremos a outubro sem precisar usar o volume morto.”

Essa é uma das maiores preocupações da bióloga Silvia Regina Gobbo, da Universidade Metodista de Piracicaba. “Talvez a tentativa de usar esse volume seja porque não exista um plano emergencial de racionamento. Mas e se acabar o volume morto e não chover o necessário?”

A bióloga lembra que, quando o sistema entrou em operação, muitas espécies desapareceram com a transformação de rios em lagos. “A utilização do volume morto pode ocasionar uma nova crise ecológica porque a retirada dessa água afeta toda a cadeia ecológica”.

“Com menos água, o ambiente tem menor capacidade de manter populações de peixe, principalmente agora, final da piracema, o período de reprodução. A competição por espaço, alimento e oxigênio aumenta. O próprio esgotamento do sistema é um impacto ecológico sem tamanho e vai levar anos para se recuperar.”

Sedimentos

De acordo com Silvia, os paulistas também terão de consumir água de baixa qualidade, já que o líquido do volume morto fica em contato com 40 anos de sedimentos que se acumularam no fundo do Sistema. “Enquanto o reservatório estava cheio, os metais pesados e poluentes foram para o fundo e se juntaram ao lodo. Ao explorar essa água perto do chão, a própria sucção revolve esse sedimento e libera esses poluentes, tanto orgânicos (como restos de peixes mortos) como resíduos de agrotóxicos utilizados em plantações no entorno das represas que formam o sistema.”

Ela faz uma comparação com um copo de água com terra. “Depois de um tempo, o sólido se deposita no fundo. Ao chegar ao fim do copo, a chance de recolher água suja é maior. A água captada do volume vai precisar passar por tanques de decantação, encarecendo seu tratamento.”

Eleições

Saad acredita que a decisão de evitar o racionamento tenha sido tomada com vistas na eleição estadual deste ano. “Essa escolha, que é técnica, está sendo política. Mesmo que a economia de água girasse em torno de 35%, seria possível consumir algo em torno de 16% do volume morto.” Para a bióloga, “é preferível que seja má gestão e falta de um plano de emergência do que uma decisão relacionada à campanha política”. “No final das contas, os prejuízos serão arcados por quem estiver no comando do Estado no ano que vem.”

Procurada pelo iG para discutir a opção de usar o volume morto antes do racionamento, a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) – companhia que administra o sistema Cantareira – não respondeu até o fechamento da reportagem. Nesta terça-feira, a Cantareira tinha apenas 12% do volume de água.

No começo do mês, a presidente da Sabesp, Dilma Pena, afirmou que as projeções da empresa apontam segurança no abastecimento de água, sem necessidade de rodízio, até o final do ano, “considerando o pior cenário de chuvas e a utilização da reserva técnica (volume morto)”.

Fonte: iG São Paulo

Laísa Mangelli

Curso: Construções Sustentáveis


                                                     

O curso de Construções Sustentáveis tem como objetivo apresentar ao aluno conceitos de construção sustentável baseados no sistema de certificação LEED e rotulagens ambientais, para melhorar a performance Sócio Ambiental na Construção Civil, além da atualização sobre os principais temas de construção sustentável e suas aplicações.

Público alvo: Empresas e Indústrias em Geral, Construtoras, Incorporadoras, Imobiliárias, Escritórios de Arquitetura, Engenharia e Advocacia Órgãos públicos e instituições das áreas de Obras, Habitação, Planejamento Urbano, Energia e Meio Ambiente
Fornecedores de produtos, serviços e equipamentos especializados.

                                             

Investimento: entrar em contato para saber, inclusive das formas de pagamento e descontos.

Local: Rua Oscar Freire, nº2604, Pinheiros.

Para mais informações acesse o site.

Fonte: Agenda Sustentabilidade

 

Escassez hídrica: Sabesp aguarda agência reguladora


                 

A Sabesp aguarda que a Agência Reguladora de Saneamento e Energia do Estado de São Paulo (Arsesp) defina os últimos detalhes para dar início a aplicação de multas sobre as tarifas dos clientes que elevarem o seu consumo de água, mas ainda segue sem uma previsão definida para o começo da cobrança, afirmou o diretor de Relações com Investidores da concessionária, Rui Affonso. "A Procuradoria Geral do Estado (PGE) já deferiu a tarifa de contingência e agora a Arsesp está analisando as nuances de aplicação. Não temos uma data definida, justamente porque a proposta encontra-se em análise no órgão regulador", disse a analistas, investidores e jornalistas durante teleconferência realizada nesta manhã. 

Segundo o executivo, a futura arrecadação com o programa de ônus, se aprovado, não entraria diretamente no caixa da companhia. "A arrecadação com o ônus iria para uma conta especial que, por lei, só poderia ser utilizada para o tratamento do problema que gerou essa cobrança, ou seja, para o enfrentamento da crise", explicou. Dessa forma, os ganhos com as multas não devem compensar parte das perdas de faturamento projetadas por analistas para a Sabesp no ano. A expectativa é de uma queda do resultado líquido em função justamente dos custos das medidas adotadas pela concessionária para evitar um racionamento de água na Grande São Paulo. 

Para estimular a economia dos consumidores, a Sabesp adotou, em 1º de fevereiro, um programa de concessão de descontos de 30% nas tarifas dos clientes que reduzissem em 20% seu gasto mensal de água. Os custos com a medida, garantiu Affonso, não serão repassados num futuro reajuste tarifário. "O repasse dos custos do bônus no valor das tarifas está fora de cogitação", garantiu o executivo. 

Os resultados da companhia no primeiro trimestre de 2014 ainda não refletiram o impacto do programa de bonificação. O aumento de 5,6% receita líquida da Sabesp no período na comparação com igual trimestre do ano interior ocorreu, segundo Affonso, devido ao aumento do consumo de água nos dois primeiros meses do ano. "As altas temperaturas do período, principalmente, em janeiro e fevereiro, resultaram num aumento de 4,9% do consumo de água, acima das nossas expectativas, que eram de 2% a 2,5%", explicou. 

No entanto, Affonso reconheceu que, caso a crise persista, a Arsesp pode estudar alguma forma de compensação das perdas financeiras que a concessionária terá com medidas e investimentos emergenciais.

Fonte: http://www.estadao.com.br/

Laísa Mangelli

 

Virada Sustentável


                                      

A Virada Sustentável é um movimento de mobilização colaborativa para a sustentabilidade do Brasil.

Envolve articulação e participação direta de organizações da sociedade civil, órgãos públicos, coletivos de cultura, movimentos sociais, equipamentos culturais, empresas, escolas e universidades, entre outros, com o objetivo de apresentar uma visão positiva e inspiradora sobre a sustentabilidade e seus diferentes temas para a população.

Com feições de agito cultural e indo para sua quarta edição em São Paulo, a Virada Sustentável reúne centenas de atrações, atividades e conteúdos ligados aos temas da sustentabilidade (biodiversidade, resíduos, água, cidadania, mobilidade urbana, mudanças climáticas, economia verde etc.), realizadas simultaneamente em parques e espaços públicos, equipamentos culturais, universidades e escolas, todas gratuitas e abertas ao público.

Confira a programação no link:http://viradasustentavel.com/

Fonte: Agenda Sustentabilidade