Fogo avança na Amazônia, apesar da mobilização de soldados e aviões


Vista aérea de uma área afetada por um incêndio na floresta amazônica perto de Porto Velho, no estado de Rondônia, norte do Brasil, em 23 de agosto de 2019 (AFP)

Cerca de mil novos incêndios foram declarados nesta segunda-feira na Amazônia, enquanto os aviões do Exército Brasileiro atravessaram as grandes áreas afetadas para tentar conter as chamas que mobilizaram a atenção os líderes do G7 e mantiveram o mundo em suspense.

Porto Velho, capital do estado de Rondônia (norte), acordou com uma leve neblina de fumaça e cheiro de queimado trazido pelos ventos dos incêndios florestais na região, relataram jornalistas da AFP presentes no local.

Até domingo, 80.626 incêndios foram registrados em todo o Brasil, 1.113 novos focos em relação ao relatório de sábado, segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).

O saldo marca um aumento de 78% em relação ao mesmo período do ano passado.

No total, 52,6% dos focos estão localizados na região amazônica.

Dois navios-tanque Hércules C-130 baseados em Porto Velho iniciaram suas atividades, lançando dezenas de milhares de litros de água nos pontos de incêndio.

Os dispositivos fazem parte da operação militar ordenada na sexta-feira pelo presidente Jair Bolsonaro, sob pressão interna e internacional.

Cerca de 43 mil soldados de regimentos da Amazônia estão prontos para entrar em atividade, informou o ministro da Defesa Fernando Azevedo e Silva.

No Brasil, o crescente desmatamento causado a abrir espaço para as plantações ou pastagens agravou a temporada de queimadas habitual, dizem os especialistas.

O incêndio desencadeou um debate de alta tensão entre Bolsonaro e seu colega francês Emmanuel Macron, que levantou a questão na Amazônia na cúpula das maiores potências econômicas ocidentais, o G7, em Biarritz (sul da França).

O G7 concordou em repassar 20 milhões de dólares ao combate contra o fogo na Amazônia, a fim de somar mais aviões para controle do fogo.

A cúpula também acertou apoiar um plano de reflorestamento de médio prazo que será anunciado na ONU em setembro, disse Macron e o presidente do Chile, Sebastián Piñera.

Bolsonaro disse nesta segunda-feira que Macron “disfarça suas intenções” ao propor “uma ‘aliança’ dos países do G7 para ‘salvar’ a Amazônia, como se fôssemos uma colônia ou terra de ninguém”.

Ele também indicou que conversou com o presidente colombiano Iván Duque sobre “a necessidade de ter um plano conjunto entre a maioria dos países que compõem a Amazônia, que garanta nossa soberania e nossa riqueza natural”.

O Brasil aceitou até o momento a ajuda de Israel, que ofereceu enviar um avião.

AFP

Movimento Ecos visita a Escola Estadual Maestro Villa Lobos


A escola Estadual Maestro Villa Lobos recebeu a visita do professor Elmo Júlio de Miranda, representante da esquipe Ecos, movimento sócio ambiental e jurídico, apoiado pela Dom Helder Escola de Direito. O encontro foi para discutir as propostas futuras em que a equipe estará dinamizando em suas atividades de projeto.

A equipe Ecos vem oferecendo todo o empenho necessário para que a escola possa desenvolver o projeto com plena participação de seus alunos e corpo docente, que conforme a atual diretora, professora Alvalina, “o Ecos tem proporcionado bons resultados na escola, pela sua excelência de organização e de seus objetivos que despertam o interesse dos estudantes na escola, proporcionando melhoria nos níveis pedagógicos de maneira interdisciplinar”.

A referida diretora, ainda, ressalta sobre a questão principal de inserir a esses jovens uma nova mentalidade de interpretar as questões ambientais vigentes e dela poder envolver a inserção de valores que contribuirão para uma formação cidadã de seus alunos.

“A oportunidade do Movimento Ecos estar em parceria na escola Maestro Villa Lobos é muito gratificante, pois a responsabilidade que os jovens e todos nós temos de reavaliar nossas posturas e atitudes em relação às melhorias ambientais para toda sociedade e para o planeta, são necessárias e urgentes”, disse a professora Alvalina em encontro com o professor Elmo Júlio.

Publicado em: ECOS

Alunos do Movimento EcoDom realizam vestibular da Dom Helder e EMGE


Foto: Patrícia Almada

Após um ano recheado de tarefas e atividades, estamos chegando à reta final do Movimento EcoDom 2019. Dos dias 23 a 26 de outubro, os alunos das escolas parceiras do projeto puderam realizar as provas de vestibular para os cursos de Direito e Direito Integral, oferecidos pela Dom Helder Escola de Direito e Engenharia Civil e Ciência da Computação, ministrados pela Escola de Engenharia de Minas Gerais (EMGE).

Algumas novidades marcaram esta edição: as escolas parceiras tiveram um prazo para realização do vestibular da EMGE na própria instituição para evitar deslocamento. Além disso, as inscrições eram gratuitas e puderam ser feitas durante a final do Campeonato Estadual de Matemática (CEM), no dia 5 de outubro, e do Tribunal Internacional Estudantil (TRI-e), neste sábado (26).

As escolas que optaram por realizar o vestibular na própria instituição, fizeram as provas durante a manhã dos dias 23, 24 e 25. Já os alunos que realizaram as provas na sede da Dom Helder e EMGE, fizeram a partir das 14h, no dia 26.

A estudante Vitória Viana, que cursa o 3º ano na Escola Estadual Castelo Branco, parceira do EcoDom, prestou o vestibular para Engenharia Civil na própria escola e compareceu neste sábado (26) para disputar uma das vagas do curso de Direito da Dom Helder. E se for aprovada em ambos? “Vou para a EMGE, cursar Engenharia Civil”, afirmou Vitória sem hesitar. A estudante, que adora matemática, tem grande interesse e curiosidade port construções. “Fico olhando e pensando: como estes prédios enormes permanecem em pé? Fora isso, me apaixonei pela EMGE, desde a primeira vez que estive aqui. Acredito que a faculdade irá me impulsionar. O ensino é muito bom, assim como a nota no Ministério da Educação (MEC)”, contou.

Quem também se candidatou para ambas instituições é o estudante Gabriel Araújo, da Escola Estadual Caio Nelson de Senna. Só que, ao contrário de Vitória, ele optará pelo Direito Integral da Dom Helder, caso ocorra a dupla aprovação. “Participo do EcoDom, enviamos representantes para o festival de dança, para o CEM. Fiquei sabendo do conceito máximo obtido no Enade, o que me deixa ainda mais motivado”, afirmou Gabriel Araújo.

Centro Socioeducativo de Belo Horizonte

Pela primeira vez, a Escola Estadual Jovem Protagonista, membro do complexo socioeducativo de Belo Horizonte e parceira do Movimento EcoDom, realizou um processo seletivo de uma instituição particular dentro da escola. Na última sexta-feira (25), cerca de 20 alunos, de quatro unidades do complexo, realizaram o vestibular da EMGE. No sábado (26), dois alunos também tiveram liberação para fazer as provas para os cursos de Direito e Direito Integral na sede da Dom Helder.

A professora nucleadora do EcoDom na escola, Michelle Piancastelli Richard, declarou, muito emocionada, sobre a oportunidade oferecida pela Dom Helder e EMGE. “Fiquei muito feliz com os meninos realizando o vestibular. É impossível descrever a felicidade deles com essa oportunidade. Não tinha imaginado que seria tão produtivo e proveitoso para eles”. A professora agradece os coordenadores pela chance e diz que pretende ampliar a parceria com o Movimento EcoDom. “Ano que vem esperamos incluir todos os nossos alunos do ensino médio para abrirmos novas portas e dar a eles novas perspectivas”.

Provas e bolsas

O processo seletivo da Dom Helder constou de uma redação e de questões de múltipla escolha de Língua Portuguesa e Literatura. Para o Direito Integral, foram aplicadas também questões de História, Matemática, Geografia e Língua Estrangeira. Os candidatos da EMGE, por sua vez, realizaram prova de redação e questões de múltipla escolha de Língua Portuguesa, Matemática, Física e Química.

Os alunos das equipes EcoDom e das escolas parceiras do movimento poderão concorrer a bolsas de estudo de até 100% nos cursos da Dom Helder e EMGE (confira o edital abaixo). Além disso, os alunos que participaram do CEM também podem concorrer às bolsas de estudos disponibilizadas pela EMGE, nos cursos de Engenharia Civil e Ciência da Computação (confira o edital abaixo).

Para a professora Anacélia Santos Rocha, pró-reitora de Ensino da Dom Helder e da EMGE, o Vestibular 2020/1º superou todas as expectativas. “Foi muito bonito ver os candidatos chegando, alguns ansiosos, mesmo que tenham se preparado, outros bastante animados. A escola colocou toda a sua estrutura para acolher os estudantes e também seus pais e acompanhantes. Muitos optaram por esperar os candidatos, e puderam assistir documentários e filmes no auditório, havia cadeiras, água e cafezinho no hall de entrada. Foi um ótimo vestibular, desejamos sucesso a todos”, afirmou Anacélia, que integra a comissão organizadora do processo seletivo.

O coordenador-geral do Movimento EcoDom, Francisco Haas, comemorou a grande adesão dos alunos ao processo seletivo. “O vestibular da Dom Helder e EMGE foi sucesso!  Quase todas as escolas parceiras do movimento aderiram. Desejo muita sorte a todos, e que no ano que vem, possamos fazer um trabalho ainda maior junto ao EcoDom”, diz.

Resultado e matrícula

O resultado do Vestibular 2020/1º será divulgado dia 30 de outubro de 2019, a partir das 14h, nas páginas da Dom Helder e EMGE. A matrícula dos classificados deverá ser feita nos dias 1º e 4 de novembro, conforme os horários estabelecidos nos editais. Confira mais informações nas páginas da Dom Helder e da EMGE:

Vestibular 2020/1º – Dom Helder

Vestibular 2020/1º – EMGE

Bárbara Teixeira e Patrícia Azevedo

Macron anuncia R$ 91 milhões para a Amazônia e Bolsonaro diz que Brasil é tratado como ‘colônia’


Macron classificou o comentário de Bolsonaro sobre a primeira-dama francesa de ‘triste’. (Ian Langsdon/AFP)

BIARRITZ, França – O presidente da França, Emmanuel Macron, anunciou nesta segunda-feira (26) que os membros do G7 darão uma ajuda de pelo menos 20 milhões de euros (cerca de R$ 91 milhões) para combater os incêndios na Amazônia e rebateu os comentários feitos pelo presidente Jair Bolsonaro sobre sua esposa, Brigitte Macron, classificando-os de extremamente desrespeitosos.

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Além de enviar uma frota aérea para lutar contra as chamas, à qual a França prestará apoio militar com suas forças na Guiana Francesa, o G7 concordou com um plano de ajuda destinado ao reflorestamento, com participação da ONU, texto que deverá ser finalizado durante a Assembleia Geral das Nações Unidas no final de setembro.

Essa “Iniciativa para a Amazônia” necessitará do consentimento do Brasil e de outros oito estados amazônicos, em conexão com ONGs e populações locais. “Os países amazônicos precisam urgentemente de brigadas de incêndio e bombardeiros especializados”, afirmou o presidente chileno, Sebastian Piñera, convidado do G7.

Essas decisões refletem a vontade do presidente francês de fazer da Amazônia uma prioridade do G7, segundo os dois presidentes. “A segunda etapa, na qual devemos ter consentimento dos países amazônicos, será no âmbito da próxima Assembleia Geral da ONU, para implementar uma fase que consiste em proteger florestas, biodiversidade e reflorestar essas regiões do mundo”, afirmou Piñera.

O primeiro-ministro britânico Boris Johnson também prometeu nesta segunda-feira 10 milhões de libras (por volta de R$ 50 milhões) para ajudar a reflorestar a Amazônia.

Presente no G7, o secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, pediu à comunidade internacional que se mobilize com mais força. “Espero que possamos mobilizar mais recursos para ajudar os países da Amazônia”, disse Guterres.

Bolsonaro reage

Após o anúncio de ajuda do presidente francês, Bolsonaro disse que não pode aceitar que Emmanuel Macron faça o que chamou de “ataques descabidos e gratuitos” à Amazônia e disse que a proposta de Macron de uma aliança do G7 para salvar a floresta trata o Brasil como uma “colônia” e uma “terra de ninguém”.

“Não podemos aceitar que um presidente, Macron, dispare ataques descabidos e gratuitos à Amazônia, nem que disfarce suas intenções atrás da ideia de uma ‘aliança‘ dos países do G7 para ‘salvar‘ a Amazônia, como se fôssemos uma colônia ou uma terra de ninguém”, escreveu o presidente em sua conta no Twitter.

“Outros chefes de Estado se solidarizaram com o Brasil, afinal respeito à soberania de qualquer país é o mínimo que se pode esperar num mundo civilizado”, acrescentou.

Em sua publicação no Twitter, Bolsonaro também disse que conversou com o presidente da Colômbia, Iván Duque, sobre uma aliança entre os países que abrigam a Amazônia para “garantia de nossa soberania e riquezas naturais”.

Status internacional

O presidente francês até questionou a conveniência de conferir um status internacional à floresta amazônica, caso os líderes da região tomem decisões prejudiciais ao planeta.  Uma clara alusão ao presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, que o acusou de ter uma “mentalidade colonialista” por exigir uma ação internacional a respeito da região.

Associações e ONGs levantaram a questão de definir um status internacional para a Amazônia. “Este não é o quadro da iniciativa que estamos tomando, mas é uma questão real que se impõe se um Estado soberano tomar medidas concretas que obviamente se opõem ao interesse de todo o planeta”, disse Macron.

“As conversas entre Piñera e Bolsonaro não vão nessa direção, acho que ele está ciente desse assunto. Em qualquer caso, quero viver com essa esperança”, afirmou ainda, sugerindo que o presidente brasileiro não se oporia ao envio de aviões de combate a incêndios graças à mediação chilena.

Mas esse status “é um caminho que permanece aberto e continuará a florescer nos próximos meses e anos, porque a questão é tal no plano climático que não podemos dizer ‘este é um problema só meu’. É o mesmo para aqueles que têm espaços glaciais em seu território ou que impactam o mundo inteiro”.

Ele garantiu, no entanto, que construiu a iniciativa que será proposta às Nações Unidas “para respeitar a soberania de cada país”. Também confirmou que o líder indígena Raoni, opositor declarado de Bolsonaro, estava na região, mas à convite de ONGs. Se o cacique desejar, ele disse que está pronto para recebê-lo novamente.

Prioridade no G7

Emmanuel Macron fez da situação na Amazônia uma das prioridades da cúpula do G7, lançando um apelo a “todas as potências” para se mobilizar contra os incêndios e em favor do reflorestamento.

Quase 80 mil incêndios florestais foram registrados no Brasil desde o início do ano, incluindo pouco mais da metade na Amazônia. Sob pressão internacional, o Brasil finalmente entrou em ação no domingo na Amazônia, enviando em particular dois aviões C-130 Hercules.

Primeira-dama francesa

No fim de semana, Bolsonaro respondeu uma publicação de um seguidor em uma rede social na qual apareciam as fotos do presidente francês com sua esposa e de Bolsonaro com a primeira-dama Michele Bolsonaro e o texto “entende agora pq Macron persegue Bolsonaro” (sic). A resposta do presidente foi: “não humilha cara. Kkkkkkk” (sic).

Macron classificou o comentário de Bolsonaro sobre a primeira-dama francesa de triste e disse que os brasileiros merecem um presidente que esteja à altura do cargo.

O líder francês também disse que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, esteve ausente das conversas cobre mudanças climáticas e biodiversidade em uma reunião do G7 nesta segunda-feira porque estava ocupado em reuniões bilaterais.

Trump apoiou as tentativas dos líderes para erradicar os incêndios na Amazônia, disse Macron.

“Ele não estava na sala, mas sua equipe estava”, afirmou Macron em uma coletiva de imprensa após as conversas sobre o clima. “Vocês não devem interpretar a ausência do presidente norte-americano… os Estados Unidos estão conosco sobre a biodiversidade e a iniciativa da Amazônia.”

Reuters/DomTotal.com

Equipe Ecos visita Escola Estadual Ordem e Progresso


A Escola Estadual Ordem e Progresso, recebeu visita da equipe do Movimento Ecos, representada pelo professor Elmo Júlio, a monitora Larissa Martins e a aluna do curso de direito da Dom Hélder, apoiadora do Movimento.

A equipe da escola vem planejando atividades ligadas à energia, alimentação saudável e reaproveitamento de resíduos. Parte dessa equipe participou do Ecos em 2016 quando cursavam o 2º ano do ensino médio e já portando das experiências no Movimento, os alunos pretendem elevar os níveis dos objetivos.

A professora Daiane Florêncio, orientadora da equipe da escola, reuniu com todos os alunos para reiterar de todas as atividades e efetivou um cronograma de modo que todos participem e possam obter melhores resultados nas oficinas propostas.

O Diretor Acir Alves dos Santos, delegado de polícia e atual diretor da escola, reuniu com os representantes do Movimento Ecos no final do encontro e agradeceu a presença do Movimento sócio-ambiental na escola, apoiado pela faculdade de Ensino Superior Dom Helder Câmara,  cumprimentando o professor Elmo e agradecendo pela a atenção que se estabelece nessa parceria.

Publicado em: ECOS

Para especialista, bioma pode chegar a um ponto do qual não consiga se recuperar


‘Desta vez, trata-se de uma consequência da redução drástica no comando e no controle combinada com o incentivo dos líderes do governo’. (Bruno Kelly/Reuters)

O biólogo americano Thomas Lovejoy passou mais de 50 anos da sua vida estudando a Amazônia e hoje teme que a região possa estar chegando perto do chamado “turning point” (ponto de inflexão), do qual talvez não consiga mais se recuperar nem manter seus serviços ecossistêmicos. Testemunha das muitas transformações que a região sofreu neste período, ele alerta que a situação atual é a “antítese da sustentabilidade”.

A Amazônia sempre sofreu com queimadas no período seco, mas neste ano estamos batendo o recorde de focos de incêndio dos últimos sete anos. Há motivo de preocupação?

As queimadas puderam ser vistas do espaço. Considerando a escala de fogo e da fumaça, é uma das duas únicas ocasiões em que houve incêndios como estes. A outra vez foi em 1987, um ano do El Niño e muito seco, quando os incêndios produziram uma nuvem de fumaça tão grande quanto o Brasil pairando sobre a América do Sul. Em termos de desmatamento, certamente a metade da primeira década deste século foi bastante ruim, mas depois o desmatamento foi drasticamente reduzido por ações e políticas do governo (entre 2005 e 2012, a taxa de desmatamento da Amazônia caiu cerca de 80%).

Qual é a diferença do momento atual?

Desta vez, trata-se de uma consequência da redução drástica no comando e no controle combinada com o incentivo dos líderes do governo.

De que maneira isso é um risco para o futuro da Amazônia?

O problema é que a Amazônia não pode continuar absorvendo isso sem ultrapassar um ponto de inflexão em que a combinação de desmatamento extensivo, abuso de fogo e mudança climática prejudique o ciclo hidrológico. Com isso, o sul e o leste da região, além de uma parte da Amazônia central, podem se converter em savana, se não em caatinga. As recentes secas sem precedentes, de 2005, 2010 e 2015/16 são as primeiras oscilações desse ponto de inflexão.

Qual é o impacto da mudança?

Além do que isso representa em termos de perda de biodiversidade e liberação de carbono – e todo o significado que isso tem em termos de bem-estar para aqueles que vivem na Amazônia -, também significa menos chuvas e temperaturas mais altas para a agricultura no Brasil central. É a antítese da sustentabilidade. A fumaça que chegou a São Paulo deve ser vista como uma mensagem de que é hora de parar as práticas destrutivas atuais e retornar ao manejo sustentável e à proteção da grande floresta.

Agência Estado

Se não há meio ambiente, não há economia


Foto: EBC

No caminho da prosperidade, as economias modernas devastaram boa parte dos recursos naturais. Em nome do crescimento econômico, a atividade industrial dilapidou os serviços ecossistêmicos (responsáveis pela manutenção da biodiversidade), desfigurando a natureza em várias frentes. Indiscutivelmente, mudanças climáticas foram – e estão sendo – provocadas pelo “homem-econômico”. O objetivo? Fazer a economia crescer exponencialmente produzindo em excesso para atender o consumo exagerado. O resultado? O ambiente ameaçado pelo consumo excessivo. A consequência? Depleção ambiental.

Inequivocamente, produção econômica implica destruição e degradação do meio ambiente. Por si só, isso já é o bastante para orientar à tomada de decisão rumo à elaboração de um novo paradigma econômico voltado às ordens ecológicas; não às mercadológicas.

Se não mudarmos o atual paradigma econômico é a própria economia que cada vez mais se joga no abismo da destruição, tendo em vista que, como bem lembrou Lester Brown, “a economia depende do meio ambiente. Se não há meio ambiente, se tudo está destruído, não há economia”.

Nessa mesma linha de análise, Clóvis Cavalcanti nos diz que “não existe sociedade (e economia) sem sistema ecológico, mas pode haver meio ambiente sem sociedade (e economia)”. “Sem recuperar o meio ambiente, não se salva a economia; sem recuperar a economia, não se salva o meio ambiente”, contextualizou o ecologista norte-americano Berry Commoner (1917-2012).

Embora em seus modelos convencionais a economia tradicional faça questão de não contemplar a moldura ou restrições ambientais, pois a visão predominante do sistema econômico como um todo enaltece loas ao fluxo circular da riqueza, imaginando, com isso, uma economia como sendo um sistema isolado, como se fosse um corpo humano dotado apenas do aparelho circulatório, não há como negar o enorme grau de dependência da economia em relação ao ecossistema natural finito (meio ambiente), uma vez que a natureza fundamental da economia é extrair, produzir e consumir.
É intensa a relação da economia (atividade industrial) com o meio ambiente. Não se pode perder de vista que o sistema econômico é um sistema aberto que troca energia com o ambiente. Nessa troca, recebe energia nobre (limpa) e a devolve de forma degradada (suja).

Portanto, metaforicamente, se a economia é um corpo humano, o aparelho digestivo está aí contemplado, uma vez que recebe da natureza matéria e energia e devolve lixo, dejetos. Reafirmando essa ideia, convém resgatar uma passagem de Nicholas Georgescu-Roegen(1906-94): “o sistema econômico consome natureza – matéria e energia de baixa entropia – e fornece lixo – matéria e energia de alta entropia – de volta a natureza”.

Diante disso, é de fundamental importância subordinar o crescimento aos limites ecossistêmicos, uma vez que crescer além do “normal” é altamente prejudicial ao meio ambiente.

Por isso, o novo paradigma econômico precisa convergir com a ecologia, uma vez que dependemos dessa para nossa própria sobrevivência. O desafio é ímpar: produzir mais (bem-estar) com menos (recursos naturais). Produzir mais qualidade (desenvolvimento), e não quantidade (crescimento). Decorre daí a máxima de que somos, pois, dependentes do meio ambiente, contrariando assim o discurso de René Descartes (1596-1650) de que “somos senhores e dominadores da natureza”.

Por essa ideia do filósofo francês, a economia dilapidadora dos recursos naturais, manejada pelo “homem-econômico”, estaria agindo de forma correta em propagar destruição, poluição e degradação ambiental, uma vez que para gerar riqueza gera-se antes destruição natural.

O futuro da vida – e especialmente, da vida humana – na Terra, dependerá do rumo que se der hoje à economia. Se nosso objetivo maior for pela continuidade da vida de nossa espécie devemos seguir o receituário propugnado por Georgescu-Roegen: “um dia a humanidade terá de compatibilizar desenvolvimento com retração econômica”. Caso contrário, pereceremos.

IHU

Movimento Ecos visita Colégio Tiradentes


O Colégio Tiradentes da Polícia Militar de Minas Gerias da unidade de Santa Tereza recebeu a equipe Ecos, representada pelo professor Elmo Júlio de Miranda e a monitora Natália Siqueira de Paula, ex-aluna do colégio. O colégio já participa do movimento Ecos desde 2011 sendo campeão em categorias por duas vezes em 2012 e 2014.

A equipe do colégio pretende trabalhar maior parte das categorias, com atividades que possam ser conectivas em um todo, atendendo às necessidades do espaço do colégio, bem como o seu cotidiano. A ideia é promover melhorias respeitando a questão ambiental. O professor de biologia Robson é o orientador, enquanto o aluno André Rezende Soares Lino, do 3º ano do ensino médio, é o coordenador.

Os alunos ouviram os discursos dos professores Elmo e Robson sobre a atual crise ambiental e o papel da educação e dos jovens em compromisso às mudanças de atitudes e mudanças de posturas.

“Sempre esperamos o melhor quando a disciplina é existente, inclusive ela é parte integrante de qualquer questão, inclusive a ambiental, espera-se sucesso nos objetivos almejados dessa equipe, altamente disposta e organizada”, observou o professor Elmo Júlio no encontro, quando com todos esteve reunido.

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Responsabilidade com o meio ambiente pautou o 2º Seminário da Pegada Ambiental 2019 neste sábado


Tenente Pedro Aihara ao lado do coordenador geral do Movimento EcoDom, Francisco Haas, reitor da Dom Helder Escola de Direito, Paulo Umberto Stumpf SJ, e do professor nucleador Caio Lara.

Você já parou para pensar qual é o nosso papel diante das transformações climáticas hoje? Aparentemente, não temos muito controle do que acontece com a nossa natureza. Mas, você já pensou que nossas atitudes isoladas, quando somadas, podem gerar grandes consequências?! Esta foi a reflexão que o Tenente Pedro Aihara, porta-voz do Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais, nos trouxe no “II Seminário da Pegada Ambiental 2019: Desenvolvimento da escola pública sustentável em MG”, realizado neste sábado (24), no Espaço Cultural Dom Helder/EMGE.

Prestigiaram o evento o reitor da Dom Helder Escola de Direito, Paulo Umberto Stumpf SJ, a pró-reitora de ensino da instituição, Anacélia Santos Rocha, as representantes da Secretaria de Estado da Educação de Minas Gerais (SEE-MG), Dra. Geniana Guimarães Faria e professora Ana Silva Pereira, o coordenador geral do Movimento EcoDom, Francisco Haas, o professor coordenador do NPJ da Dom Helder, Luiz Chaves, o professor da Iniciação Científica da Instituição, José Cláudio Junqueira e a coordenadora do Centro de Simulação e Intercâmbio (CSI), Aline Oliveira.

Também estiveram presentes os professores nucleadores e bolsistas do movimento e mais de 100 escolas parceiras do EcoDom representadas por seus diretores, professores orientadores e alunos. Dentre estes, com destaque especial às professoras Carla Juliana Pereira dos Santos, da E. E. Maurício Murgel, Veridiana Martins dos Santos, da E. E. Getúlio Vargas e Alexandra Castro Lima, da E. E. Maria Luiza Miranda Bastos, que deram o seu testemunho de como o projeto está modificando os alunos e a própria escola.

Em suas palavras, o reitor da Dom Helder, Paulo Umberto Stumpf SJ, levantou a questão dos incêndios na Amazônia e dos desastres ambientais que Minas Gerais sofreu, deixando uma breve reflexão quanto às políticas ambientais. “Nós estamos vivendo um momento sem dúvidas muito preocupante na área ecológica. Pudemos observar esta semana os eventos relacionados a Amazônia e a manifestação internacional de repúdio à degradação e ao desmatamento da região. Nós devemos ter a consciência que, daqui a bem pouco tempo, país nenhum vai comprar o minério de Minas Gerais se esse estado não garantir uma política socioambiental com desenvolvimento sustentável”, salientou.

Além disso, o reitor agradeceu a cooperação técnica da SEE-MG com o Movimento EcoDom e recebeu em troca agradecimentos da representante do órgão, que também parabenizou o projeto. “É com muita gratidão que nós da Secretaria de Educação participamos de um momento tão importante e tão significativo num contexto que tanto nos preocupa. É um prazer para a nossa Secretaria ter como parceira uma instituição renomada como a Dom Helder, tão preocupada com os valores éticos e sociais. O ato educativo é o pressuposto da prevenção. A gente precisa disso, é nas nossas escolas que a gente trabalha com a perspectiva da prevenção”, diz.

Contextualizando a situação atual do Movimento EcoDom tivemos a fala do coordenador geral que alertou para os prazos de postagem das próximas tarefas e comentou sobre as próximas atividades do projeto. Vale lembrar que as tarefas do Projeto Socioambiental 2019 estão disponíveis na plataforma do EcoDom, onde também é possível ver um calendário com todas as datas de eventos e entrega de atividades.

Além disso, um grande convite foi feito aos diretores presentes: no dia 9 de novembro o Movimento EcoDom oferecerá um churrasco festivo no Campus III da Dom Helder, em Casa Branca, distrito de Brumadinho, para que os diretores possam sair um pouco da rotina e relaxar. Também já começou a ser montada a comissão que organizará a Caminhada Ecológica 2019 que acontecerá no dia 22 de novembro.

Pegada Ambiental 2019

O professor José Cláudio Junqueira, coordenador da Iniciação Científica da Dom Helder, responsável pela avaliação da Pegada Ambiental, falou um pouco sobre como está o andamento das avaliações dos índices da pegada. As escolas participantes são avaliadas em 10 índices e certificadas no final do projeto de acordo com o empenho das mesmas. Este ano, a escola que mais se destacar e ganhar o certificado de escola mais sustentável, poderá levar o professor orientador e dois alunos da equipe EcoDom para Fernando de Noronha.

É importante lembrar que os participantes da Pegada Ambiental 2019 devem preencher um formulário, que está disponível na plataforma, com os dados necessários para a somatória final das estatísticas. Para auxiliar no preenchimento, o professor Junqueira fez um vídeo explicando o que é cada índice da pegada ambiental e com o que ele deve ser preenchido.

CEM

Para tirar algumas dúvidas sobre o Campeonato Estadual de Matemática (CEM), convidamos a professora Aline Oliveira que explicou brevemente em que etapa o campeonato está. Lançado a cerca de quatro meses, hoje o CEM se encontra na fase de desafios que somam pontos e desclassificam as equipes que não postarem a resolução até a data prevista.

Vale lembrar que já está aberto o segundo desafio e a data limite para a postagem da resolução é até a próxima sexta-feira (30). Em setembro estarão disponíveis os exercícios de treinamento para a grande final do campeonato que acontece ao vivo no dia 5 de outubro.

Editais autônomos

Os editais autônomos do segundo semestre do EcoDom foram expostos durante o seminário para esclarecimento do público presente. O professor nucleador, Thiago Loures e a estagiária de comunicação, Bárbara Teixeira comandaram as explicações.

Sobre o edital do Concurso de Dança EcoDom foi explicado que as inscrições já foram abertas e estas devem ser feitas até o dia 2 de setembro com a postagem do link do YouTube da dança de cada equipe. A partir dos links, serão selecionadas 20 equipes que participação das eliminatórias no dia 27 de setembro, na Praça da Assembleia. Serão selecionados 5 finalistas que participarão da grande final do Movimento no dia 22 de novembro. O edital com mais informações pode ser encontrado na plataforma do EcoDom.

Já sobre o Concurso de Fotografia Garota e Garoto EcoDom 2019 foi exposto que as inscrições também já começaram e vão até o dia 1º de novembro. Porém, é importante lembrar que esta inscrição equivale à postagem de uma foto do modelo, usando a vestimenta escolhida, na tarefa específica do concurso na plataforma. Não se esqueça que essas fotos devem conter legendas e algumas hashtags para serem validadas. O resultado parcial com os cinco classificados de cada categoria será revelado no dia 8 de novembro e estes finalistas irão desfilar também na nossa grande final. Mais informações podem ser achadas no edital do concurso na plataforma do EcoDom.

Os ganhadores dos concursos além de participarem do nosso churrasco festivo no final do ano, ganharão smartphones, medalhas, troféus e certificados.

“Nosso papel diante das transformações climáticas: como posso fazer a diferença?”.

O Tenente Ahiara arrancou sorrisos e aplausos do público presente com suas histórias colecionadas durante sua formação. Pedro Aihara é graduado em direito pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e em ciências militares, com ênfase em gestão e prevenção de catástrofes, pelo CBMMG. Ele também é especialista em gestão de projetos pela Universidade de São Paulo (USP) e em prevenção de desastres pela Universidade de Yamaguchi (Japão).

Aihara já atuou em grandes desastres como o de Mariana e de Janaúba e esteve presente recentemente na tragédia de Brumadinho, onde atuou como porta-voz e ganhou grande destaque pelo seu desempenho. Para o nosso seminário, ele trouxe o que de melhor aprendeu com esses desastres e nos colocou para pensar que o que aconteceu antes e o que está acontecendo agora, como exemplo os incêndios da Amazônia, também é culpa nossa.

Em sua fala, Pedro salienta que nós somos capazes de salvar o mundo ao mesmo tempo somos capazes de destruí-lo. Dessa forma, devemos nos conscientizar que nossas atitudes geram um grande efeito dominó que se transforma em tragédia no final. O que precisamos, devemos e estamos fazendo através do movimento EcoDom é levar a educação socioambiental ao maior número de pessoas possível para que enfim nossa natureza não sofra mais consequências.

Ao final do evento os diretores, professores, alunos e bolsistas puderam se reunir com seus professores nucleadores para um bate papo. O certificado de participação do seminário será enviado por PDF, através dos professores nucleadores, aos que compareceram.

Texto: Bárbara Melo/EcoDom
Fotos: Patrícia Azevedo/DomTotal

Ecos convida para consolidação de parcerias neste sábado


Neste sábado (10), o Movimento Ecos realizará o lançamento da consolidação de parceria do Projeto Socioambiental de 2017. Diretores, professores e representantes das escolas parceiras são convidados a participar, uma vez que essa tarefa distribui 10 pontos, de acordo com três critérios:

1.       Presença institucional: direção (4 pontos)

2.       Presença do professor (a) orientador(a) (3 pontos)

3.       Dois alunos responsáveis pelo projeto (3 pontos).

O evento será realizado das 8h30 às 12h, na sede da Escola Superior Dom Helder Câmara. Além da consolidação de parceria, estão na pauta do encontro a apresentação do Movimento Ecos e do Edital Socioambiental de 2017, debates de estratégias para o desenvolvimento das temáticas, a caminha ecológica, os critérios de avaliação dos alunos conforme regimento e as bolsa para o vestibular unificado Dom Helder/EMGE.

Publicado em: ECOS