Paris 2015: conferência sobre clima na França, uma aposta?


PLANETALaurent Fabius (Ministro das relações exteriores da França) apresentou nesta segunda-feira o programa francês para a conferência sobre o clima (COP 21) que poderá ocorrer em Paris no ano de 2015.

Depois da ducha fria em Copenhague, o planeta continua a aquecer, mas as negociações parecem nubladas. Nesta segunda-feira François Hollande recebeu o presidente do GIEC (Grupo de especialistas intergovernamentais sobre a evolução do clima), cujo relatório publicado em 27 de setembro, mais uma vez ressaltou a urgência em reduzir os gases do efeito estufa.

Um ato diplomático
Para o Ministro das relações internacionais Laurent Fabius, a conferência sobre o clima que ocorrerá em Paris “não deve ser uma reunião para tentar: esta reunião será para decidir”. Após o fracasso de Copenhague e a procrastinação seguinte “é essencial um acordo universal, com compromissos ambiciosos, para atingir a redução de emissores de gases do efeito estufa e isto será bem concluído em 2015”, anunciou Laurent Fabius.

          

Porque a França é sucesso enquanto outros países falham? Para Pascal Canfin, Ministro delegado ao desenvolvimento aplicado na organização da conferência sobre o clima “a França possui uma rede diplomática que lhe permite trabalhar com todos os países do mundo, estamos presentes no G8, G20, além de laços estreitos com alguns países africanos”.

Um exemplo a demonstrar

Pascal Canfin tem participado mensalmente junto de Laurent Fabius e o Ministro da Ecologia Philip Martin, em um projeto piloto para realização da conferência. Acreditam que o sucesso da conferência em 2015 está na sua preparação. “Temos pouco mais de dois anos, mas a armadilha seria deixar para mais tarde e não aproveitar o tempo para discutir por reuniões com representantes do mundo” afirma Canfin. 

O contexto internacional deverá igualmente ajudar a França a sair de cabeça erguida desta reunião da cúpula. As considerações ambientais tornam-se importantes dentro dos discursos da China e Barack Obama. Obama quer deixar o verde como um rastro de seu segundo mandato e um legado contra as mudanças climáticas nos Estados Unidos. Se a crise econômica não se arrastar até 2015, a França poderá muito bem realizar sua conferência sobre uma estrela de sorte. Não se esquecendo que a organização desta conferência obriga a França a ter uma liderança que passa, concretamente, a implementação de medidas, como a contribuição clima-energia ou a redução do consumo de energia em 50% até 2050. A França possui dois anos para se tornar um exemplo em matéria de emissores de gases do efeito estufa. Uma aposta não tão simples de  vencer.

– Audrey Chauvet
Publicada dia 30/09/2013 à 18h42 – atualizado em 30/09/2013 à 18h43
Fonte: 20 Minutes
Tradução: Matheus Lima

 

Bancos terão que implantar política socioambiental até fevereiro de 2015


              

       Tombini: “Considero essa regulamentação um marco em termos de responsabilidade socioambiental

 

As instituições bancárias terão até o dia 28 de fevereiro de 2015 para implantar política socioambiental. A determinação foi acertada na sexta-feira, 25 de abril, em cerimônia na sede do Banco Central (BC), em Brasília, da qual participaram mais de 40 representantes do setor, a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, e o presidente do BC, Alexandre Tombini.

Na ocasião, eles apresentaram a Resolução nº 4.327, que dispõe sobre as diretrizes da Política de Responsabilidade Socioambiental para instituições financeiras e demais organizações autorizadas a funcionar pela autoridade monetária.

A ministra afirmou que a resolução sintetiza pelo menos 20 anos de pensamento do mercado financeiro e representa uma nova abordagem da governança ambiental no sistema financeiro do Brasil e do mundo. O trabalho, conduzido pelo Banco Central e pelo ministério, em conjunto com outras instituições, foi preparado na Conferência das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável (Rio+20), em 2012, e em posteriores audiências públicas e restritas.

Nova governança

“Discutir meio ambiente não está mais circunscrito ao ministério”, declarou Izabella. “A nova governança ambiental perpassa todo o setor produtivo, muito além do que se vê”. Segundo ela, a resolução normativa do BC influenciará os novos modelos de governança ambiental nos setores públicos e privados do Brasil. “É o primeiro passo de uma nova fase em relação à política ambiental no Brasil”, finalizou.

Quem não cumprir o prazo, poderá sofrer processo administrativo previsto na Lei 4595/1964, que criou o Conselho Monetário Nacional entre outras providências.

O presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, destacou o caráter conceitual da resolução, fruto de um amplo debate com o ministério, as entidades de classe, organizações sociais e multilaterais. “Considero essa regulamentação um marco em termos de responsabilidade socioambiental e reúne diferentes pontos de vista segundo as melhores práticas internacionais”, declarou. “Acredito, também, que essas diretrizes que estabelecemos para o sistema financeiro serão referência no contexto internacional”.

Para ser colocada em prática, a resolução depende do esforço de cada instituição financeira em definir a sua própria política socioambiental, seguindo os princípios da proporcionalidade e da relevância explicitados no texto.

“A regulação exige que cada instituição financeira faça uma reflexão e identifique as melhores formas de mitigar os riscos socioambientais”, explicou o presidente do BC. Os riscos socioambientais, na Resolução nº 4.327/2014, são classificados como “a possibilidade de ocorrência de perdas das instituições decorrentes dos danos socioambientais”.

Mais complexos

O prazo para que as instituições possam se adequar ao sistema será até o dia 28 de fevereiro de 2015 – aquelas obrigadas a implantar o Processo Interno de Avaliação da Adequação de Capital (Icaap) – definidas por Tombini como “bancos mais complexos”. Para as demais, o prazo vai até o dia 31 de julho de 2015.

O plano de responsabilidade ambiental deve ser reavaliado pelo banco a cada cinco anos.

Algumas instituições financeiras já possuem comitê e políticas de responsabilidade socioambiental, mas o universo brasileiro inclui cerca de duas mil instituições que precisam se adequar à nova resolução. Quem não cumprir o prazo, poderá sofrer processo administrativo previsto na Lei 4595/1964, que criou o Conselho Monetário Nacional entre outras providências.

Fonte: EcoD 

Laísa Mangelli

Primeira mina de diamantes da América Latina opera na Bahia a partir de 2015


       

A Lipari Mineração já cumpriu 35 condicionantes da Licença Prévia (LP) ambiental e protocolou o requerimento da Licença de Instalação (LI) para o Projeto Braúna no Instituto de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (INEMA), dia 24 de abril, avançando mais uma etapa para a concretização do empreendimento, no município de Nordestina, Bahia.

A produção industrial está prevista para o primeiro trimestre de 2015, precedida pelas atividades de comissionamento da mina e o aumento gradual da produção durante o último trimestre deste ano.  
 
"Desde janeiro a nossa equipe técnica ficou dedicada ao atendimento das exigências do INEMA para permitir o protocolo do requerimento da Licença. O resultado foi muito positivo e a partir de agora aguardamos a liberação da Licença de Instalação para iniciar as obras de implantação do Projeto Braúna ainda neste primeiro semestre", destacou o presidente e diretor executivo da Lipari Mineração, Ken Johnson, em entrevista ao Tribuna Feirense.
 
Segundo o executivo, durante os próximos dois meses os equipamentos com tecnologia específica para a planta de beneficiamento, oriundos da África do Sul, começam a chegar ao município de Nordestina, local de instalação do Projeto. 

A empresa já investiu no empreendimento mais de R$ 80 milhões em pesquisa, exploração e planejamento. Para a implantação, o montante previsto é de R$ 100 milhões.
 
O Projeto Braúna integra 22 ocorrências de kimberlito (rochas que contém diamante) e será a primeira mina de diamantes da América do Sul desenvolvida em rocha kimberlítica, a principal fonte primária do mineral. A entrada em operação do Projeto Braúna aumentará em cinco vezes a produção de diamantes do Brasil. 

Empregos 

"Na fase de construção e montagem do projeto haverá um impacto direto com a criação de até 600 postos de trabalho. Em seu pleno funcionamento, a perspectiva é que a mina empregue até 300 trabalhadores diretos e contribua para o surgimento de mais de 3.500 postos de trabalho indiretos", ressalta Johnson. 
 
Na primeira fase do projeto, cujo alvo é o kimberlito denominado Braúna 3, estima-se a extração de 4,9 milhões de toneladas de kimberlito, distribuídos em dois lobos principais (Norte e Sul) e a disposição de 32,9 milhões de toneladas de estéril (granodiorito), produzindo cerca de 2,5 milhões de quilates de diamantes durante os primeiros 7 anos de operação a céu aberto. A mina possui potencial para estender a vida útil da operação através de lavra subterrânea e do desenvolvimento de recursos adicionais associados às demais ocorrências de kimberlito que foram descobertas nas áreas de concessão da empresa.

Laísa Mangelli