Cozinha verde


Confira dicas para promover a sustentabilidade até mesmo na sua cozinha.

 

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ESCOLHA SEMPRE O ‘A’
Um dos principais fatores que você deve avaliar ao comprar um eletrodoméstico é a classificação energética do produto. “O ideal é que ele tenha uma etiqueta indicativa A, que representa o menor gasto de energia elétrica”, explica Fabio Machado, gerente de produtos da Electrolux do Brasil.

OLHE O TERMOSTATO
Segundo Machado, os refrigeradores modernos possuem tecnologias que controlam automaticamente a temperatura interna, de acordo com o ambiente externo. Ou seja, se está um calor danado, ele gela mais; se está frio, alivia o trabalho. “Isso evita que o refrigerador gaste energia desnecessariamente”, diz. Além de usar esse recurso, fique de olho nas instruções dos fabricantes para dispor os alimentos de forma adequada nos compartimentos. “Essas divisões são pensadas para melhorar a conservação e prolongar a durabilidade do que está na geladeira.

NÃO LAVE A LOUÇA
É isso mesmo! Um eletrodoméstico que ajuda na economia de água é a lava-louças. Em um ciclo do aparelho, o gasto é de, em média, 8,4 litros. “Se compararmos com a lavagem manual do mesmo tanto de louça, o gasto sobe para até 60 litros”, diz.

FECHE A PORTA
“Gastar menos energia no refrigerador depende de quantas vezes você o abre.” Você é do tipo que esquece de fechar a porta? Procure geladeiras com um sensor que dispara um alarme sonoro a cada vez que a porta não é bem fechada.

NÃO ABUSE DO ELÉTRICO
Se trocar o fogão por um forno elétrico, fique atento a algumas funções que dão um up na economia. “Ele deve ter vidro triplo na porta. O material retém o calor mais efetivamente dentro do aparelho, o que diminui o gasto de energia”, orienta Machado. Outro ponto importante é o uso do timer. “Ele é bastante útil para que você controle com precisão o tempo de cozimento, evitando que o forno fique ligado por mais tempo que o necessário e que seu jantar passe do ponto”, completa.

Fonte: Planeta Sustentável

Publicado em Consciência Ampla

Comportamento socioambiental de empresa influencia consumidor


As diversas manifestações pelo mundo afora sobre temas como aquecimento global, créditos de carbono, reduções nas emissões de CO2, acidentes ambientais, entre outros, começam, de forma direta e localizada, a atrair a atenção das pessoas e, conseqüentemente, a afetar as empresas na relação com seu público consumidor. Na verdade, esta é uma prática natural, principalmente em países desenvolvidos. Os consumidores estão mais exigentes e antenados neste tipo de informação, mesmo antes de materializarem o seu real desejo de consumir. 



Por estas bandas, esse comportamento também está se consolidando de forma rápida e porque não dizer, acelerada. Várias empresas, dos mais diversos setores, estão atentas a esse movimento e começam, de forma inteligente, a ter percepções interiores e olharem primeiro para dentro de si. Em primeiro lugar, as empresas estão apontando seu foco em direção ao seu público interno, depois para o seu entorno e, na seqüência, seu raio de atuação é ampliado para as diversas classes de consumo, com apelo específico e direcionado. 

Desta maneira, quando hoje uma empresa pensa em inovação, cada vez mais, ela deve estar aliada à responsabilidade social e à sustentabilidade no grande varejo, gerando maior competitividade e relacionamentos duradouros com os consumidores, com a sociedade e com o meio ambiente. 

Neste sentido, devido ao seu relacionamento direto com o consumidor final, as empresas varejistas representam um grande potencial de contribuição no campo da responsabilidade social, com novas aplicações e métodos de gestão e no desenvolvimento e comercialização de produtos inovadores, que transformam e/ou introduzem conceitos de respeito ao meio ambiente e à sociedade. 

Esses novos processos, calcados na inovação responsável, serão a chave para as empresas varejistas tornaram-se ainda mais competitivas, eliminando antigos modelos de gestão e de produções defasadas, qualificando-as como agentes de transformação na sociedade em que estão inseridas.  

Foto: Confap

Fonte: Revista Visão Socioambiental

Economia que cai do céu – como a captação da água da chuva pode gerar economia e sustentabilidade.


                    

O Brasil é reconhecido mundialmente pela abundância de seus recursos hídricos e pela tecnologia em tratamento de esgoto. Tecnologia essa que é custeada pelos seus consumidores que pagam, além de impostos, taxas referentes à água tratada que recebe, e ao esgoto que volta para estação de tratamento. A população e a indústria gastam muito para utilizá-la, desconhecendo que a solução cai literalmente do céu.

Temos constatado que a demanda por água doce cresce a cada dia, seja pelo aumento da população, seja pelos crescentes índices de poluição dos recursos hídricos. Isto está acontecendo em todo planeta, no meio urbano e rural. Por esta razão não devemos descartar nenhuma fonte alternativa de água. A captação da água da chuva surge como uma alternativa sustentável de economizar renda e os recursos hídricos disponíveis no meio ambiente. Mesmo para iniciantes a alternativa é possível.

Existem empresas em quase todos os estados do país, que  constroem a estrutura para a captação adequada da água da chuva. Mas o mesmo pode ser feito artesanalmente, tendo o telhado como superfície de captação, com calhas para coletar, tubos de PVC e filtros que tiram as impurezas (folhagens e pedras), e por fim um reservatório próprio para o armazenamento. A água da chuva tem diversas utilizações, em domicílios e estabelecimentos comerciais, podendo ser empregada em descargas, regas de hortas e jardins, lavagem de pisos, cisternas, tanques e automóveis, entre outras utilidades. Do ponto de vista da sustentabilidade, esses sistemas reduzem a dependência no fornecimento por empresas privadas e públicas, trazendo benefícios ao bolso e ao meio ambiente. Dependendo do tamanho da área de captação, em meses de fortes chuvas, o volume de água força o reaproveitamento do excesso. Contudo, também há períodos de estiagem, onde o índice pluviométrico é consideravelmente reduzido.

Recomenda-se não usar a água da chuva para fins potáveis, como cozinhar, beber ou tomar banho. Mas o mesmo pode ser feito com um tratamento mais avançado de descontaminação atendendo as regras do Ministério da Saúde.

            Segundo o Instituto Estadual do Ambiente (INEA), os índices pluviométricos registrados na cidade do Rio de Janeiro são de 1.500 milímetros anual. O que significa que cada metro quadrado de área impermeável recebe o equivalente a 1.500 litros de água por ano. Portanto um telhado de 100 metros quadrados adaptado para a captação da água, pode coletar anualmente 150 mil litros. Que venha a chuva!

Laísa Mangelli

 

Foto: Downloads Wallpaper

Sensibilidade ecológica e sustentabilidade ambiental


A sociedade, em todas as partes do globo, tem se preocupado cada vez mais com os diversos aspectos do equilíbrio ecológico. Muitas pesquisas de opinião pública têm sido elaboradas para comprovar essa maior conscientização e inúmeros são os exemplos que evidenciam o aumento da sensibilidade ecológica na sociedade atual, com ênfase nos países de maior desenvolvimento econômico e social. Podemos estudar em detalhes os canais de distribuição reversos sob uma perspectiva ecológica e de sustentabilidade; entretanto, a importância crescente desses aspectos como geradores de pressões sociais de diversas naturezas, que se transformam em um fator de influência modificador, em alguns casos de cadeias reversas, sugere que se antecipem comentários sobre seus reflexos na organização e na estruturação dos canais de distribuição reversos.

O aumento da velocidade de descarte dos produtos de utilidade após seu primeiro uso, motivado pelo nítido aumento da descartabilidade dos produtos em geral, ao não encontrar canais de distribuição reversos de pós-consumo devidamente estruturados e organizados, provoca desequilíbrio entre as quantidades descartadas e as reaproveitadas, gerando um enorme crescimento de produtos de pós-consumo. Um dos mais graves problemas ambientais urbanos da atualidade é a dificuldade de disposição do lixo urbano. A quantidade de produtos que se transformam rapidamente em “lixo” (nomenclatura usada de maneira imprópria) é crescente na atualidade. Embalagens descartáveis e produtos de informática geram preocupação em vista das quantidades e dos custos envolvidos em sua logística reversa.

Essas quantidades excedentes tornam-se visíveis para a sociedade em aterros sanitários, lixões, locais abandonados, rios ou córregos que circundam as cidades etc.; ficam pouco visíveis quando são depositados em mares e rios e não sobrenadam ou quando são simplesmente enterradas para uma solução posterior. Essa nova vertente de preocupação – a sensibilidade ecológica e a sustentabilidade ambiental – tem se convertido em mais um importante fator de incentivo à estruturação e à organização dos canais de distribuição reversos pós-consumo.

Esse crescimento da sensibilidade ecológica tem sido acompanhado por ações de empresas e governos, de maneira reativa ou proativa e com visão estratégicas variada, visando amenizar os efeitos mais visíveis dos diversos tipos de impacto ao meio ambiente, protegendo a sociedade e seus próprios interesses.

Acredita-se atualmente que as preocupações relativas à mudança de direção de prioridade dos eixos da sustentabilidade – onde a sustentabilidade econômica aparece em primeiro lugar, seguida da vertente ambiental e social – tenham mudado suas realidades no sentido de que as preocupações relativas à responsabilidade empresarial ética, ambiental e social sejam o alicerce necessário para a garantia da sustentabilidade econômica.

Além das possíveis oportunidades econômicas oriundas desses ‘reaproveitamentos’, ‘reutilizações’, ‘reprocessamento’, ‘reciclagem’ etc., a questão da sustentabilidade empresarial dirigirá esforços das empresas para a defesa de sua imagem corporativa e de seus negócios, enquanto as sociedades se defenderão por meio de legislações e regulamentações específicas.

Astuciosamente, empresas e governantes também se utilizam dessas preocupações como forma de diferenciação estratégica para seus produtos e interesses políticos, respectivamente, posicionando-se no mercado, verdadeira ou enganosamente, com vantagens competitivas ligadas ao apelo ecológico.

Ainda existe um longo caminho a ser percorrido na implantação da logística reversa no Brasil, com acesso a todos e presente em todos os estados. De forma eficaz e projeção de longo prazo, o hábito da reciclagem no pós-consumo nos levará ao patamar de lixo-zero, economia fortalecida, assim despencando as agressões ambientais que tais produtos causam na natureza.

Fonte: Livro “Logística Reversa – Meio ambiente e competitividade” de Paulo Roberto Leite, presidente do Conselho de Logística Reversa do Brasil (CLRB) – Editora Pearson

Foto: Techenet

Laísa Mangelli 

Seminário debate impacto ambiental da política tributária brasileira


O Instituto Ethos e o Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam), com apoio da Comissão de Assuntos Econômicos do Senado realizam em Brasília no dia 29 de outubro de 2013, a partir das 9h, no Plenário 19 da Ala Alexandre Costa, no Senado Federal, o Seminário “Política Tributária e Sustentabilidade – uma Plataforma para a Nova Economia”. A intenção é discutir novos rumos para a política fiscal e tributária brasileira.

                                             

De acordo André Lima, advogado especialista em políticas públicas do Ipam entre 2008 e 2012, foram destinados mais de R$200 bilhões em incentivos tributários federais para diversos setores da economia (indústria, agropecuária, energia, transportes) sem considerar qualquer preocupação com a sustentabilidade e transparência sobre seus impactos socioambientais. Para a indústria foram R$ 100 bilhões, para a agricultura R$ 45 bilhões, para o transporte R$ 11 bilhões e para o setor de energia R$ 9bilhões.

No mesmo período, lembra o especialista, menos de R$ 10 bilhões foram efetivamente investidos pelo poder público em créditos e incentivos tributários para atividades consideradas sustentáveis. “A incongruência entre, de um lado, a Política Nacional de Meio Ambiente e a Política Nacional de Mudanças Climáticas, e do outro, a política fiscal e tributária brasileira é evidente e vem aumentando a cada ano”, ressalta Lima.

Contramão constitucional

A Constituição Federal de 1988 estabeleceu em seu artigo 170 que a ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano e na livre iniciativa, tem por fim assegurar a todos existência digna, conforme os ditames da justiça social, observados dentre outros, o princípio da “defesa do meio ambiente, inclusive mediante tratamento diferenciado conforme o impacto ambiental dos produtos e serviços e de seus processos de elaboração e prestação” (inciso VI).

Para Caio Magri, gerente executivo de Políticas Públicas do Instituto Ethos, esse dispositivo constitucional apresenta um grande desafio no âmbito da estruturação das políticas de desenvolvimento econômico no Brasil. Para ele, os incentivos tributários têm sido importantes instrumentos da política econômica brasileira para estimular a produção e o consumo de bens e serviços essenciais para a manutenção e a geração de emprego, renda em setores supostamente estratégicos da economia, porém de sustentabilidade questionável.

“Mas o que notamos é a total ausência de transparência nos processos e nos critérios de tomada de decisão sobre os setores beneficiados com incentivos públicos”, constata Magri. Segundo ele os participantes do seminário devem propor uma aliança para uma política tributária justa e sustentável.  Com informações da assessoria.

SeminárioPolítica Tributária e Sustentabilidade – uma Plataforma para a Nova Economia”

Data: 29 de outubro de 2013
Horário: 9h às 18h
Local: Plenário 19 da Ala Alexandre Costa do Senado Federal
Brasília / DF

 

Fonte e mais informações: Observatório Eco

Financiando a aparência da felicidade


 
                    
Muito interessante e oportuno o discurso proferido por Jose Alberto “Pepe” Mujica, presidente do Uruguai, na 68° Assembléia Geral da ONU (em 24/09/13): “A humanidade sacrificou os deuses imateriais e ocupou o templo com o deus mercado, que organiza a economia, a vida e financia a aparência da felicidade. Parece que nascemos só para consumir e consumir. E quando não podemos, carregamos a frustração, a pobreza, a autoexclusão”.

Pepe Mujica ainda mencionou ter “angústia pelo futuro” e contextualizou que a nossa “primeira tarefa é salvar a vida humana”. Além disso, o governante uruguaio ressaltou a necessidade em defender as riquezas naturais: “Carrego a dívida social e a necessidade de defender a Amazônia, nossos rios (…)

O discurso de Mujica, além de ser pontualmente interessante, é também oportuno para se discutir a busca pela felicidade que, pretensamente, estaria repousada no ato de consumir, característica típica da sociedade de consumo capitalista.

Em outras palavras, o presidente do Uruguai reafirmou a crítica disparada especialmente pela economia ecológica (ciência e gestão da sustentabilidade, na definição empregada por Martinez-Alier) apontando dedo em riste para a sociedade de mercado que se empanturra de futilidades, e se regozija na superficialidade estabelecida no consumo de massa, como se os elevados níveis de consumo fossem, per si, os determinantes máximos para se alcançar a felicidade.

Por trás desse deus mercado que, como bem disse Mujica, “financia a aparência da felicidade” há que se observar a existência de milhões de seres humanos vagando por aí, completamente alijados do consumo básico e indispensável para a manutenção da vida.

Esses, os excluídos da economia mundial, para usarmos a expressão empregada por Amartya Sen (Nobel em economia), se atormentam diariamente com a fome, com a miséria, com a ausência de condições básicas de higiene, sem acesso à água potável, a saneamento básico, sem moradia, sem esperanças num amanhã mais calmo e próspero.

Ao todo, são quase 1 bilhão de estômagos vazios e bocas esfaimadas que conformam os excluídos da economia mundial apenas em relação aos que passam fome, “perambulando” pelas grandes cidades do mundo. Esses são os desesperançados que se contrapõem aos 20% da humanidade (1,4 bilhão de pessoas) que se chafurdam na prática do consumo fácil, abocanhando 80% de toda a produção mundial.

Contudo, cabe indagar: será que esses “privilegiados” do consumo, por deterem essa “facilidade” são mais felizes (possuem mais bem-estar) que os 5,6 bilhões de pessoas (80% da população mundial) que estão “do lado oposto do balcão de consumo”?

Felicidade estaria nessa facilidade em consumir? Dirigido por Helio Mattar, o Instituto Akatu, a maior referência brasileira quando o assunto é “consumo consciente”, em recente pesquisa intitulada Rumo à Sociedade do Bem-Estar mostrou que o brasileiro relaciona o bem-estar muito mais ao convívio social do que ao consumo.

Ser feliz é: estar com a família; ter amigos e relacionar-se bem com eles; e ter saúde. Segundo a pesquisa, para 6 em cada 10 brasileiros, conviver bem com a família e os amigos é parte considerável da concepção de felicidade. A tranquilidade financeira é entendida como atendimento às necessidades básicas para uma vida decente: boa alimentação, educação, saúde, lazer. Acima disso, o dinheiro e as posses materiais, para o brasileiro, não trazem felicidade – apenas 3 em cada 10 brasileiros “escolheram” a posse de tranquilidade financeira como elemento responsável pela felicidade.

A utilidade

                                   

Um ponto importante em torno dessa discussão está no fato da economia ser construída em cima da estrutura da utilidade. Utilidade (utilitarismo econômico) para os economistas só faz sentido se for pensada em forma de benefício, de bem-estar.

A base da Teoria do Consumidor passa pelo conceito de utilitarismo. Esse pode ser definido como o bem que se identifica com o útil. Os utilitaristas mais proeminentes – Jeremy Bentham (1748 – 1832) e John Stuart Mill (1806 – 1873) – foram claros a esse respeito: "a felicidade está na aquisição daquilo que nos é útil". O útil, grosso modo, leva à satisfação, leva ao prazer, leva ao bem-estar.

Em essência, esse é o objetivo da economia: proporcionar oportunidades e escolhas disponíveis a todos no dia a dia, auxiliando o maior número de pessoas na busca de algo fundamental: de algo útil, de bem-estar.

Bem-estar, então, se relaciona à busca pela própria felicidade. Pelo menos é isso o que diz a ciência econômica quando recomenda a seus “fiéis consumidores” que maximizem a utilidade esperada, ou seja, que no ato de tomada de decisões (não somente no ato de consumir) cada indivíduo alcance o maior nível possível de utilidade.

Conquanto, nem sempre essa utilidade está relacionada apenas (e tão somente) ao ato de consumir, como insistentemente parece recomendar a lógica mercadológica. Posso perfeitamente obter utilidade (ser feliz, ter bem-estar) ao encontrar alguém, ao falar com alguém, ao pensar em algo prazeroso, ao ler um poema agradável, ao respirar ar puro, ao contemplar uma obra de arte ou um monumento público.

Estou assim consumindo algo? Sem dúvida; no entanto, não estou tendo nenhum dispêndio para esse consumo. Para desespero do capitalismo do moderno e de seus asseclas, nem sempre um “consumo” vem seguido de gastos. O resultado obtido aqui é de ordem social, e não econômica.

Resultados sociais

Ora, se a economia é uma ciência social, nada mais justo que seus resultados apresentem significados sociais – e não apenas econômicos, como reiteradamente expressa a ordem econômico-consumista-mercadológica.

No entanto, esse lado social imerso nessa lógica econômica tem ficado à margem das decisões que priorizam, apenas e, tão somente, o lado econômico. O lado social, lamentavelmente, sempre foi – e continua a ser – relegado a quinto plano.

Pelo lado econômico, o que tem validade são os ganhos financeiros, não os prazeres-utilitários, ou seja, as felicidades que não passam pela disponibilidade financeira.

O que interessa para o lado econômico é o predomínio econômico-financeiro, não a abrangência social. Essa é a razão da existência de algumas discrepâncias que beiram, em nosso entendimento, a patologia.

O que precisa ficar claro é que definitivamente o mundo não é uma mercadoria e, "nem tudo está à venda" (everything for sale) para outra situação que “causa” profundo desespero nas bases do sistema capitalista/consumista. Logo, a felicidade, nesse sentido, não pode (e nem deve) repousar suavemente sobre o "nobre" ato do consumo exagerado que exige, por consequência, elevados dispêndios. Há algo muito mais interessante que leva à felicidade, ainda que a publicidade, diuturnamente, nos bombardeie recomendando o consumo a qualquer custo.

E a economia tem tudo a ver com isso. Basta atentarmos para o seguinte: aonde a economia estará no futuro depende daquilo que milhões de nós faremos nesse meio tempo até lá. Cabe a nós decidirmos o futuro. O futuro nos pertence e a felicidade, certamente, há de nos esperar na próxima esquina abraçada à maximização da utilidade esperada, ainda que o deus mercado esteja “financiando a aparência da felicidade”, como bem ponderou o presidente Mujica.

Marcus Eduardo de Oliveira*
Assista ao discurso completo de Mujica na ONU:
Veja AQUI o discurso traduzido na íntegra.
*Marcus Eduardo de Oliveira é economista com especialização em Política Internacional e mestrado em Estudos da América Latina pela Universidade de São Paulo (USP). É professor de economia do UNIFIEO e da FAC-FITO, em Osasco/SP. Autor dos livros 'Conversando sobre Economia' (Editora Alínea), 'Pensando como um economista' (Editora EbookBrasil) e 'Humanizando a Economia' (Editora EbookBrasil – livro eletrônico). Contato: prof.marcuseduardo@bol.com.br
Fonte: Dom Total

Condomínio elabora solução criativa para rateio da água


O hidrômetro coletivo muitas vezes pode ser motivo de dor de cabeça para o síndico do prédio, devido à forma de divisão da conta de água entre os condôminos. No entanto, soluções criativas e elaboradas em conjunto por síndicos e moradores podem dar certo, dividindo de maneira mais justa e funcional a cota mensal. O edifício Residencial Milazzo, no centro de Criciúma, há três anos utiliza uma metodologia que tem sido aprovada por todos.

                                              

O síndico Gregório de Stéfani, que atua pelo segundo mandato, afirma que os condôminos aprovaram a iniciativa de mudar a forma como a cobrança era até então realizada. “Afinal, agora quem usa menos paga menos”, informa. O síndico explica que, dentre os parâmetros mais importantes, é utilizado aquele referente ao consumo mensal do gás, devido aos aquecedores (à gás) de água.

O prédio tem 12 apartamentos e duas coberturas, totalizando 14 residências. “Aqui é bastante tranquilo, todo mundo se conhece, se dá bem e colabora”, afirma De Stéfani. O síndico ainda lembra-se de que, na época, a mudança e a aprovação dos moradores foram relatadas na ata da reunião.

Como funciona

O cálculo personalizado da cobrança passou por pelo menos um ano de estudo, e agora é aplicado pela empresa administradora do condomínio. “Para efetuar o rateio, alguns critérios são considerados”, explica o gerente administrativo da Consucril, Rogério Panatta.

Primeiramente, foi estabelecida uma cota para cada apartamento, de acordo com suas características, tais como número de quartos, garagem e área externa, este último item no caso das coberturas. “Cada residência tem sua cota, que é multiplicada por dois, por ser a soma da água com a taxa de esgoto”, informa Panatta. A soma dessas frações corresponde a uma taxa fixa, que chega a um valor aproximado do montante final.

Depois, a fim de chegar ao valor a ser cobrado de cada um dos apartamentos, o valor total de gás utilizado no mês é usado como indicador. “Essa diferença da cota fixa com o valor final é, então, dividida de acordo com o consumo de gás no mês”, explica Panatta. “Essa foi a forma que encontramos para identificar o consumo. Agora, quem gastou mais água, vai pagar um percentual maior”, complementa o síndico De Stéfani.

Moradores aprovam

A metodologia foi analisada e discutida antes de implantada. O condômino Joel Casagrande, que já foi síndico do prédio, lembra-se de que o consumo da água era muito alto. “Com o gás central, a vazão de água para o chuveiro, por exemplo, é seis vezes maior do que o uso de chuveiros elétricos”, indica. Segundo ele, foi interessante fazer a análise para se chegar à metodologia. “Tem que convencer através de dados e informação”, completa.

Para o gerente administrativo Panatta, durante esse período de acompanhamento comprovou-se de fato que o consumo de água está relacionado com o de gás, na mesma proporção, e isso demonstra o argumento verossímil para o rateio da cobrança. “Essa forma de rateio tem funcionado muito bem para o Residencial Milazzo”, destaca.

Fonte: Condominiosc.com.br

Alta tecnologia, economia e sustentabilidade: entenda como funciona um carro híbrido


            

Em busca de um planeta mais sustentável, as empresas vêm estudando alternativas para adaptar as atividades que sempre realizam, para que passem a ser ecologicamente corretas. Em suma, buscas-se, já há algum tempo, soluções socialmente aceitas, economicamente plausíveis e que não prejudiquem o meio ambiente.

O carro híbrido é um exemplo. Ele é composto tanto por motor elétrico quanto a combustão, sendo que o primeiro garante uma redução de consumo de combustível, pelo fato de “auxiliar” o motor principal do carro. Todavia, já existem modelos como o Full Hybrid, que contam com um motor elétrico que atua sozinho, ou seja, sem o auxilio do motor movido à gasolina. Nestes casos, economiza-se no mínimo 20% de combustível.

Entretanto, diferentemente do Full Hybrid, o Mild Hybrid proporciona uma economia de até 20%. Além disso, ele conta com um motor elétrico que auxilia o outro movido a gasolina.

Falando em preço, os carros híbridos, que já são produzidos há 10 anos, não são considerados automóveis populares, mesmo porque custam cerca de 30% a mais que os convencionais. Apesar disso, suas vendas já alcançaram um milhão de unidades por todo o mundo e acredita-se que elas tendem a aumentar nos próximos cinco anos – a estimativa é que tripliquem, alcancem 2,87 milhões, segundo a consultoria Gartner.

Em relação às peças que compõe o carro híbrido temos:

Baterias – Elas armazenam energia ao motor elétrico, o qual pode fornecer ou remover energia ás baterias;

Transmissão – Apresenta a mesma finalidade que os modelos convencionais;

Gerador – é semelhante ao motor elétrico, porém opera de forma a produzir somente energia elétrica;

Motor elétrico – Ele pode atuar tanto como motor quanto como gerador de energia para as baterias, já que é composto por energia eletrônica;

Tanque de combustível – Armazena energia para o desempenho do motor à gasolina;

Motor a gasolina – São parecidos com o motor à gasolina dos outros carros, entretanto, diferem-se no quesito tamanho e tecnologia, pois são um pouco menores e contam com uma tecnologia mais avançada. Visam tanto reduzir a emissão de poluentes quanto aumentar a eficiência.

As peças do carro híbrido são menores e mais leves, sendo que estes dois fatores permitem que o automóvel funcione com menos cilindros. Seu motor, por exemplo, é menor, não necessitando assim, consumir uma energia adicional. Além disso, quando falamos em carros híbridos, nos referimos a um sistema de recuperação de energia cinética, o qual eleva a autonomia da bateria.

Fonte: http://www.dinamicambiental.com.br/blog

Laísa Mangelli

Agenda brasileira para o desenvolvimento sustentável: economia para a sustentabilidade


O primeiro item proposto é a aprovação de uma política fiscal e tributária que incentive as atividades sustentáveis e desincentive as não sustentáveis.

Por Jorge Abrahão*

 

A vida política continua em ebulição, as candidaturas vão se delineando, mas os programas que eles vão defender para balizar suas ações de governo, caso eleitos, parecem ainda muito frágeis.

Daí o movimento de várias entidades da sociedade civil, inclusive do setor privado, em favor da elaboração de uma agenda nacional para o desenvolvimento sustentável, cujo conteúdo estamos comentado aqui neste espaço nas últimas semanas. A mensagem é de que há uma agenda comum proposta pela sociedade civil que pode ser adotada pelos governantes, independentemente dos partidos.

Na última vez que tratamos desse tema nesta coluna, listamos alguns projetos fundamentais que precisam ser adotados pelos governos para reduzir as desigualdades. Hoje, vamos tratar da economia para a sustentabilidade.

O primeiro ponto de proposta da agenda é a aprovação de uma política fiscal e tributária que incentive as atividades sustentáveis e desincentive aquelas não sustentáveis. Vale lembrar que política fiscal significa, grosso modo, a administração das receitas e despesas de um governo. Política tributária é aquela que envolve ações para angariar receitas para o erário público por meio de impostos e taxas.

Juntar política fiscal e tributária significa administrar receitas e despesas da União, dos Estados e dos municípios no sentido de contribuir para o fortalecimento de atividades ou negócios sustentáveis e desincentivar os que não sejam sustentáveis.

Isso já é feito, por exemplo, com o cigarro, cujos impostos não param de crescer há vários anos, para desincentivar o consumo. A medida foi adotada junto com outras ações educativas e de restrição à publicidade. O resultado é que o consumo de cigarros no país caiu 20% nos últimos seis anos.

A proposta é fazer algo parecido, por exemplo, com os materiais recicláveis, que, ao serem encaminhados para reaproveitamento, são novamente tributados como matéria-prima original. Acontece que latas, garrafas pet, aço e plásticos em geral já foram tributados na fonte na primeira vez em que saíram da linha de produção.

O que se perderia em receita de um lado – a desoneração dos recicláveis, no caso – pode ser compensado pelo aumento de tributos dos materiais que não podem ser reciclados e que ainda são utilizados pela indústria. Esse é o “desincentivo” às atividades não sustentáveis.

É claro que tudo isso deve passar por discussões com as diversas indústrias e com a sociedade, para definir as prioridades. Em parte, a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) e outros marcos regulatórios já trazem essa priorização. A questão principal é criar marcos regulatórios para que o Estado se movimente nessa direção.

Falando em marco regulatório, o país precisa de um que estabeleça e regulamente as compras públicas sustentáveis. Há leis e normas em vários Estados, municípios e órgãos públicos. Todavia, falta uma legislação geral que unifique e harmonize todas as ações locais, algo como uma Política Nacional de Compras Públicas Sustentáveis, que adote condicionantes de sustentabilidade, e não apenas de preço, para que as empresas possam participar de licitações ou vender produtos e serviços ao Estado brasileiro.

A ONU, inclusive, por meio do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), lançou um programa global para apoiar a adoção, pelos países-membros da entidade, de programas nacionais de compras públicas sustentáveis para redirecionar gastos públicos para produtos e serviços que tragam benefícios sociais e ambientais relevantes. Esse assunto foi tema de nosso artigo no último dia 30 de abril (“ONU lança programa para deixar os mercados mais sustentáveis”).

Inovação

Outro fator importante da economia para a sustentabilidade é que ela precisa ser inovadora em processos, produtos e serviços, menos intensiva em carbono, mais eficiente no uso e reúso de recursos naturais, gerando oportunidades para os ainda bilhões de excluídos e mantendo o bem-estar para todos. Esse desafio vai exigir o melhor do espírito empreendedor e da criatividade dos brasileiros e das brasileiras. Portanto, também precisaremos que os governos, em todos os âmbitos, incentivem, nas escolas, nas empresas e nos próprios órgãos públicos, a inovação científica e tecnológica no sentido do desenvolvimento sustentável.

Um exemplo brasileiro é o etanol de cana-de-açúcar. Ele foi uma inovação que surgiu ainda nos anos 1970, durante a crise do petróleo, e contou com muito investimento público em pesquisa e desenvolvimento. Hoje, o produto que compramos nos postos de gasolina já é muito mais avançado, graças a contínuos investimentos dos próprios produtores de cana e das empresas distribuidoras do combustível.

Questão de cultura

E não adianta pensar em inovação sem cuidar do aperfeiçoamento cultural de todos os brasileiros, mas principalmente dos jovens da periferia. Inovação implica mais mudança de comportamento do que acesso a bens de consumo. E, no caso do desenvolvimento sustentável, mudar processos, produtos e serviços significa transformar a maneira como vivemos. O bem-estar deve vir mais pelos valores do que pelo consumo, mais pelo compartilhamento do que pela posse de bens individuais. As inovações sustentáveis precisam levar em conta os limites do planeta e as necessidades dos seres humanos, entendendo o bem-estar como saúde, educação, segurança, saneamento e acesso à cultura, que são os bens imateriais da sociedade.

Ainda no âmbito da economia para a sustentabilidade, a agenda propõe que o Brasil aproveite mais as vantagens comparativas, entre outras, de recursos naturais e da janela demográfica (que permitirá ao país ter uma população economicamente ativa relevante, formando, em pouco tempo, imensa força de trabalho e um novo mercado interno).

Outra dessas riquezas que podem dar vantagem ao país na nova geopolítica do século 21 são as comunidades e povos tradicionais, cuja sobrevivência depende de manter e conservar nossos ecossistemas.

Precisamos de um novo padrão de desenvolvimento para garantir o bem-estar dessas populações, utilizando os recursos naturais sem destruí-los e gerando emprego e renda para esses milhões de brasileiros. Só conseguiremos tal patamar com políticas públicas e investimentos em ciência e inovação.

Finalmente, nesse item, não haverá economia para a sustentabilidade sem a progressividade dos tributos, principal ferramenta para uma rápida e consistente redução das desigualdades sociais.

Jorge Abrahão é diretor-presidente do Instituto Ethos.

 

Fonte: Ethos

Não basta só a embalagem ser sustentável, a estratégia também precisa ser


Pode até parecer incompreensível a ideia de ser sustentável individualmente, mas com pequenas atitudes ao longo do dia-a-dia, transforma-se em uma legião de formiguinhas que juntas podem mudar o mundo e a humanidade

 

   

Hoje em dia o tema sustentabilidade pode ser observado em todos os lugares: na televisão, nos jornais, nos anúncios, nos desenhos animados, nos filmes, nas camisetas, nas marcas das empresas, entre tantos outros lugares. Nas mídias sociais e redes, por exemplo, vemos muitos “posts” com animais sofrendo e com tema social de todo o mundo. 
 
Ainda constata-se que a maioria dos bancos brasileiros torna-se mais verdes, assim como grande parte das empresas de cosméticos avaliando seus fornecedores com base nesse parâmetro. A indústria automobilística e a logística pensam na emissão de CO2, as indústrias eletroeletrônicas desenvolvem a reciclagem, as empresas extratoras de minérios e derivados da natureza estudam seu legado na região, enfim, diversas ações estão sendo feitas em busca de um objetivo maior e comum.
 
Com este conceito sendo colocado diariamente em pauta, existe a questão da complexidade do tema e como as empresas inserem a sustentabilidade nas suas atividades e processos, produtos e embalagens.
 
Na pesquisa “Comunicação e sustentabilidade: O que a sua organização pensa e faz nesta área?” realizada com as 25 grandes empresas do CEBDS (Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável), 90% comentou que possui a sustentabilidade incorporada na estratégia de negócios. Já de acordo com pesquisa divulgada pela Accenture e United Nations Global Compact, 93% dos 776 CEOs entrevistados acham que a sustentabilidade será fundamental para o futuro das empresas. 
 
Entretanto, a questão colocada é exatamente o que se entende por colocar a sustentabilidade na estratégia de negócios da empresa? Com certeza não é somente ter uma embalagem reciclável ou com partes recicladas, mas sim um programa ou alguns processos de desenvolvimento sustentável em sinergia com os seus produtos, embalagens e serviços. Não estamos considerando somente a bela frase de missão, visão, valores e objetivos da organização, e sim de quais produtos e serviços vêm o faturamento e lucro destas empresas. 
 
E quando a empresa, no Brasil, faz um contrato social e posteriormente define quais serão as formas de faturamento e lucratividade, isto passará necessariamente por um produto ou um serviço à sociedade como um todo. Dessa forma, seja este produto ou serviço qual for, na sequência haverá a sua produção em massa, distribuição, venda e coleta (take back and recycling), e é justamente nestes pontos processuais que elas devem se adequar a normas, regras, legislações, certificações etc. 
 
Diante disso, a questão da inserção da sustentabilidade na estratégia e nos negócios da empresa está sendo bastante discutida, e implementada em parte das corporações brasileiras, porém não na sua maioria nem de forma orgânica, e isso se agrava ao considerarmos também as pequenas e médias empresas. 
Sendo assim as embalagens, produtos e serviços mais sustentáveis, somados aos processos, práticas, ações, indicadores e planos têm que estar intimamente ligados à estratégia das empresas. Isso realmente é inserir a sustentabilidade na estratégia de negócios, não somente uma maquiagem verde nos produtos e serviços.
 
Agora estas oportunidades estão mais próximas do Brasil, pois sua situação econômica e social está cada vez melhor e todos os focos de investimentos se voltam também para este país dos mercados emergentes. Temos que mostrar o poderio criativo e inovador das empresas locais buscando uma real transformação cultural, social e focado no desenvolvimento sustentável.