Novo gás do efeito estufa descoberto é sete mil vezes mais potente que o CO2


Cientistas da Universidade de Toronto, no Canadá, descobriram recentemente um gás do efeito estufa (GEE), o perfluorotributilamina (PFTBA), que é 7,1 mil vezes mais potente do que o dióxido de carbono, podendo ter um impacto ainda maior no aquecimento global.

                                                 

O gás é usado na indústria elétrica desde a metade do século 20, e não é um elemento que ocorre naturalmente, sendo produzido em laboratório. Os pesquisadores afirmam que o PFTBA tem uma eficiência radiativa maior do que qualquer outra molécula detectada na atmosfera até hoje, o que sugere seu possível impacto no clima.

O potencial de aquecimento do gás foi descoberto recentemente e divulgado por um estudo publicado no periódico Geophysical Research Letters. Na pesquisa, os cientistas afirmam que as concentrações de PFTBA na atmosfera são baixas (0,18 unidades por trilhão em Toronto), ainda mais se comparado ao CO2, com 400 unidades por milhão.

Mesmo assim, o gás pode permanecer durante muito tempo na atmosfera. “O PFTBA é extremamente duradouro na atmosfera e tem uma eficiência radiativa muito alta; o resultado disso é um potencial de aquecimento global muito alto. Calculado em um período de 100 anos, uma única molécula de PFTBA tem o impacto climático equivalente à de 7,1 mil moléculas de CO2”, colocou Angela Hong, uma das pesquisadoras que trabalhou no estudo.

Além disso, não se sabe de nenhum processo para eliminar ou remover o PFTBA da atmosfera mais baixa, e por isso o gás é considerado um problema de longo prazo, podendo durar na atmosfera por cerca de 500 anos. O PFTBA só é destruído na parte mais alta da atmosfera.

“Esse é um alerta para nós de que esse gás pode ter um impacto muito grande nas mudanças climáticas – se houver muito dele. Já que não há muito dele agora, não temos que nos preocupar com isso no presente, mas temos que garantir que não se torne um grande contribuinte para o aquecimento global”, observou Drew Shindell, climatologista do Instituto Goddard para Estudos Espaciais da NASA, ao jornal The Guardian.

“O PFTBA é apenas um exemplo de um químico industrial que é produzido, mas não há políticas que controlem sua produção, uso ou emissão. Não está sendo regulado por qualquer tipo de política”, alertou Hong.

Fonte: EcoInformação

Relatório aponta que emissão de gases de efeito estufa ficam estáveis em 2018


Em 2018 as emissões brutas, de acordo com o levantamento, foram de 1,939 bilhão de toneladas de CO2, ante 1,932 bilhão em 2017 (Lula Sampaio/AFP)

As emissões de gases de efeito estufa no Brasil ficaram praticamente estáveis no ano passado, com flutuação de apenas 3% em relação a 2017. Apesar de ter ocorrido um aumento no desmatamento da Amazônia, que colaborou para a liberação de mais gás carbônico (CO2) no setor de uso do solo, houve queda nas emissões provenientes de energia, equilibrando a conta.

É o que aponta o mais recente relatório do Sistema de Estimativa de Emissões de Gases de Efeito Estufa (Seeg), do Observatório do Clima. O cálculo anual, feito por cientistas de diversas instituições, é independente das contas oficiais do governo, mas considera a mesma metodologia.

Em 2018 as emissões brutas, de acordo com o levantamento, foram de 1,939 bilhão de toneladas de CO2, ante 1,932 bilhão em 2017. O aumento da concentração de gases de efeito estufa na atmosfera é o que está promovendo o aquecimento global e as mudanças climáticas.

O ano foi marcado por altas de um lado, mas reduções por outro. As emissões resultantes do aumento de 8,5% no desmatamento da Amazônia observado entre agosto de 2017 e julho de 2018 – na comparação com os 12 meses anteriores – foram em parte compensadas pela redução de cerca de 10% na destruição do Cerrado, o que fez as emissões por mudança de uso da terra crescerem somente 3,6%. O setor, porém, continua respondendo pela maior parte das nossas emissões – 44%.

Já em energia, o aumento de 13% no uso de etanol no Brasil – combustível mais limpo, que zera suas emissões quando a cana-de-açúcar cresce e consome CO2 da atmosfera –, acabou resultando numa queda de 5% nas emissões do setor.

Também contribuiu para essa redução um aumento na presença de fontes renováveis, especialmente eólica, na geração de eletricidade. O ano teve mais chuvas, o que também favoreceu as hidrelétricas, de modo que o governo não teve de acionar muito as termelétricas.

Houve também uma leve queda nas emissões provenientes da agropecuária, de 0,7%, promovida pela diminuição do rebanho nacional que, segundo o IBGE, se deve ao aumento do abate de matrizes, em função do alto preço da carne no mercado internacional. O setor representa a segunda maior fatia das emissões brasileiras – 25%.

Agência Estado

Conferência – GES (gases do efeito estufa): o Japão joga a toalha.


O Japão, quinto maior emissor de gases do efeito estufa do planeta anunciou nessa sexta (15 de novembro de 2013) que deixará de lado seus objetivos quanto à redução de emissão.
Uma decisão criticada por diversos países presentes em Varsóvia para tentar elaborar uma nova estratégia mundial de luta contra as mudanças climáticas.

Em 2009, o Japão tinha o objetivo ambicioso de reduzir 25% de suas emissões de gases do efeito estufa até 2020, em relação ao ano de 1990. Porém essa meta fora construída antes da catástrofe nuclear de Fukushima, a qual ocorreu em março de 2011.

Sexta-feira, o porta voz do governo deixou claro que este objetivo não está mais no radar de Tókio. “Nós temos que escolher o abandono deste objetivo e visar uma redução de 3,8% entre 2005 e 2020”, disse Yoshihide Suga. Segue este novo alvo em relação ao nível de 1990, segundo os cálculos do governo japonês. 
 
Dizem que Tókio se valeu exaustivamente do uso de energia nuclear para reduzir suas emissões. Contudo, suas ambiciosas metas foram reduzidas a água em razão da decisão posterior dos 54 reatores do arquipélago. O número destes já foi reduzido a 50 com desmantelamento a cerca de 4 dos 10 que possuem suas centrais em Fukushima.  

 Resultado, o Japão deve voltar-se ao uso de suas centrais de carvão e gás. O arquipélago é também o primeiro importador do mundo de carvão e gás natural liquefeito. A energia nuclear representa a segunda fonte de eletricidade.

Críticas pertinentes

O pronunciamento de Tókio provocou criticas em Varsóvia, onde ocorre a conferência anual sobre o clima promovida pela ONU. A aliança dos pequenos estados insulares – que reagruparam 44 nações vulneráveis diante a elevação do nível do mar – salientou que esta decisão “representa um enorme passo para trás”. O tufão Haiyan, que varreu as Filipinas, “é apenas o mais recente desastre dentro de uma série de catástrofes meteorológicas”, afirmou a Aliança em um comunicado.  
 

A união europeia reconhece as dificuldades japonesas após o terremoto e a tsunami em março de 2011. “Se entendermos a situação, esperaremos de todos os países compromissados com a redução quanto à emissão de gases e particularmente dos países desenvolvidos que continuem a mostrar lideranças nesta matéria”, segundo o comunicado da Comissão europeia.          

O Japão não é o primeiro país desenvolvido a abdicar de seus compromissos. O Canadá de Stephen Harper jogou o protocolo de Kyoto no lixo. E a Austrália está agora no caminho certo para perder seus alvos, pois já aboliu várias medidas para reduzir as emissões.

 
Em resumo, “essa mudança histórica dentro da política climática japonesa pode constituir um ponto de inflexão que alimente uma espiral negativa na ambição global”, citou um analista da AFP (l’Agence France-Presse).

 

Fonte: Le Devoir
Publicado: 16 de novembro 2013. 
Autor: Alexandre Shields.
Tradução: Matheus Lima.

 

Conferência – GES (gases do efeito estufa): o Japão joga a toalha.


O Japão, quinto maior emissor de gases do efeito estufa do planeta anunciou nessa sexta (15 de novembro de 2013) que deixará de lado seus objetivos quanto à redução de emissão.
Uma decisão criticada por diversos países presentes em Varsóvia para tentar elaborar uma nova estratégia mundial de luta contra as mudanças climáticas.

Em 2009, o Japão tinha o objetivo ambicioso de reduzir 25% de suas emissões de gases do efeito estufa até 2020, em relação ao ano de 1990. Porém essa meta fora construída antes da catástrofe nuclear de Fukushima, a qual ocorreu em março de 2011.

Sexta-feira, o porta voz do governo deixou claro que este objetivo não está mais no radar de Tókio. “Nós temos que escolher o abandono deste objetivo e visar uma redução de 3,8% entre 2005 e 2020”, disse Yoshihide Suga. Segue este novo alvo em relação ao nível de 1990, segundo os cálculos do governo japonês. 
 
Dizem que Tókio se valeu exaustivamente do uso de energia nuclear para reduzir suas emissões. Contudo, suas ambiciosas metas foram reduzidas a água em razão da decisão posterior dos 54 reatores do arquipélago. O número destes já foi reduzido a 50 com desmantelamento a cerca de 4 dos 10 que possuem suas centrais em Fukushima.  

 Resultado, o Japão deve voltar-se ao uso de suas centrais de carvão e gás. O arquipélago é também o primeiro importador do mundo de carvão e gás natural liquefeito. A energia nuclear representa a segunda fonte de eletricidade.

Críticas pertinentes

O pronunciamento de Tókio provocou criticas em Varsóvia, onde ocorre a conferência anual sobre o clima promovida pela ONU. A aliança dos pequenos estados insulares – que reagruparam 44 nações vulneráveis diante a elevação do nível do mar – salientou que esta decisão “representa um enorme passo para trás”. O tufão Haiyan, que varreu as Filipinas, “é apenas o mais recente desastre dentro de uma série de catástrofes meteorológicas”, afirmou a Aliança em um comunicado.  
 

A união europeia reconhece as dificuldades japonesas após o terremoto e a tsunami em março de 2011. “Se entendermos a situação, esperaremos de todos os países compromissados com a redução quanto à emissão de gases e particularmente dos países desenvolvidos que continuem a mostrar lideranças nesta matéria”, segundo o comunicado da Comissão europeia.          

O Japão não é o primeiro país desenvolvido a abdicar de seus compromissos. O Canadá de Stephen Harper jogou o protocolo de Kyoto no lixo. E a Austrália está agora no caminho certo para perder seus alvos, pois já aboliu várias medidas para reduzir as emissões.

 
Em resumo, “essa mudança histórica dentro da política climática japonesa pode constituir um ponto de inflexão que alimente uma espiral negativa na ambição global”, citou um analista da AFP (l’Agence France-Presse).

 

Fonte: Le Devoir
Publicado: 16 de novembro 2013. 
Autor: Alexandre Shields.
Tradução: Matheus Lima.

 

Emissões globais baterão recorde em 2013


Volume de gases lançados na atmosfera deve alcançar 36 bi toneladas.

Relatório foi preparado por 49 especialistas de dez países.

As emissões globais de dióxido de carbono pela queima de combustíveis fósseis chegarão neste ano ao volume recorde de 36 bilhões de toneladas, segundo um relatório preparado por 49 especialistas de dez países.

O documento tenta mostrar os governos fracassaram em conter os gases do efeito estufa responsáveis pelo aquecimento global.

O relatório do Projeto Carbono Global, que reúne a cada ano dados de institutos de pesquisa do mundo todo, foi publicado nesta terça-feira (19) na revista "Earth Systems Data Discussions".

A estimativa de 2013 representa um aumento de 2,1% em relação a 2012, e de 61% em relação a 1990, ano-base para o Protocolo de Kyoto, único acordo global que estipula limites para as emissões nacionais de dióxido de carbono (CO2), o principal dos gases do efeito estufa.

O relatório foi publicado enquanto autoridades de quase 200 países estão reunidas em Varsóvia, na Polônia, para uma nova rodada de negociações para a definição de um novo acordo climático que entre em vigor em 2020.

"Os governos… precisam definir como reverter essa tendência. As emissões devem cair substancial e rapidamente se quisermos limitar a mudança climática global a menos de 2º C", disse em nota a coordenadora do relatório, Corinne Le Quere, do Centro Tyndall para a Pesquisa da Mudança Climática, da Universidade de East Anglia, na Grã-Bretanha.

Ela se referia ao aumento da temperatura média do planeta em relação aos níveis anteriores à Revolução Industrial. Cientistas ligados à ONU alertam que uma elevação além de 2º C desencadeará fenômenos extremos como inundações, secas e tempestades.

Retirado do Site: http://g1.globo.com/natureza/noticia/2013/11/emissoes-globais-baterao-recorde-em-2013-aponta-estudo.html

Obama e Hollande lançam chamada por acordo internacional sobre mudanças climáticas


                    

Os dois presidentes François Hollande e Barack Obama assinaram uma coluna em comum publicada pelo The Washington Post e pelo jornal Le Monde no dia 11 de fevereiro. Eles reafirmam seus objetivos de alcançar um “crescimento forte, durável e equilibrado” e anunciaram um acordo internacional de luta contra mudanças climáticas, focado sobre o objetivo de redução das emissões de gases do efeito estufa.

O crescimento consiste, portanto em um objetivo centralizado entre os Estados Unidos e a França. Esse objetivo de renascimento da economia procede da vontade de criar empregos e de estimular a inovação, particularmente sobre o domínio da energia “baseada no carbono”. O apoio de países em desenvolvimento ajudará “a se voltarem para as fontes de energia com baixo uso de carbono”.

A luta contra as mudanças climáticas constituirá de fato uma das metas principais da cooperação franco-americana. Essa ação se manifestará pelos esforços dirigidos para redução de emissões de gases contribuintes ao efeito estufa, que deverão ser concretizadas por um acordo internacional, reunindo preferencialmente mais países com a finalidade de compartilhar “o peso e o preço da liderança”.

Um acordo será talvez confeccionado, na conferência de Paris sobre o clima, a ser realizada no próximo ano. É o sucessor do Protocolo de Kyoto, de 1997, que continua a ser o único acordo internacional para combater as emissões de CO2. Este protocolo ainda não foi ratificado pelos Estados Unidos.

François Hollande optou por não pronunciar sobre as metas francesas em matéria de redução da frota nuclear. Concentrando seus esforços na redução das emissões de gases do efeito estufa (GEE), uma questão ainda particularmente aguda na escolha da estratégia energética francesa. Uma eventual extensão ou possível renovação da frota nuclear francesa ainda é de relevância pertinente.

Fonte: http://www.actu-environnement.com/ae/news/Obama-Hollande-changement-climatique-appel-20739.php4
Publicado em: 11 de fevereiro de 2014.
Autor: Pierre Emmanuel Bouchez.
Tradução: Matheus Lima

 

Termômetro do campo


O Brasil ganha um instrumento inovador para controlar as emissões rurais de carbono, tirar o agronegócio da condição de vilão do ambiente e aumentar as exportações.

Por Ricardo Arnt

A primeira ferramenta de mensuração das emissões de gases de efeito estufa na agropecuária, o GHG Protocol Agropecuária, acaba de ser lançada no mercado, desenvolvida por uma parceria do World Resources Institute (WRI) com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e a Universidade de Campinas (Unicamp). O instrumento oferece diretrizes, parâmetros e um programa específico para medir as emissões em empresas rurais, auxiliando a gestão do agronegócio e a expansão da agricultura de baixo carbono em novos mercados. Na prática, funciona como um termômetro de carbono.

Após dez anos de controle da febre de desmatamento da Amazônia (que chegou a desmatar 29 mil km2 num ano, em 1995), a agropecuária virou a segunda maior fonte de emissão de gases de efeito estufa (GEE) no país. Em 2012, o Brasil perdeu para a Indonésia o título constrangedor de campeão mundial do desmatamento, mas é o sétimo maior emissor de GEEs e assumiu compromissos globais para reduzir as emissões e preservar o clima e os recursos naturais, no âmbito do Protocolo de Kyoto.

O GHG Protocol é a ferramenta voluntária de gestão de gases-estufa mais usada no mundo, mas seus parâmetros foram estabelecidos em países de clima temperado. Talvez por isso, entre as 106 empresas brasileiras que já o adotam e publicam inventários de emissões regularmente, há apenas uma do setor de “agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura”. Agora, esse quadro pode mudar. 

Um grupo poderoso de exportadores – JBS Friboi, Duratex, Grupo Maggi, Marfrig, BP Biofuels e Bunge – ajudou a testar os critérios e os parâmetros para definir uma ferramenta de gestão de emissões para a agricultura tropical, considerando seus diferentes biomas, práticas de adubação e os tipos de pastagem do país. “A JBS foi convidada pelos fundadores do GHG, que sentiram a necessidade de criar uma metodologia exclusiva para o Brasil, baseada na agricultura e na pecuária de clima tropical”, confirma Márcio Nappo, diretor de sustentabilidade do grupo. “Sozinho, o setor já responde por um terço das emissões de todo o país”, ressalta.

De fato, “o Brasil consolidou-se como celeiro fornecedor de alimentos ao mundo, mas ao mesmo tempo estamos entre os maiores emissores de gases de efeito estufa”, ressalta Rachel Biderman, diretora do WRI-Brasil. “Considerando a redução das emissões com mudanças do uso da terra, devido à queda do desmatamento, a agropecuária está se tornando uma das maiores fontes de emissões e já produz 29,7% do CO2 bruto do país” (veja quadro acima). Neste ano é provável um novo recorde na produção de grãos e oleaginosas (como algodão, arroz, feijão, milho, soja e trigo). 

Controlar as emissões de GEE é um imperativo para sustar o aquecimento do planeta e expandir as exportações para a Europa e os Estados Unidos. Além disso, a gestão de emissões de gases proporciona aumento de competitividade das empresas, controle de riscos operacionais e de reputação, identificação de oportunidades de redução e sequestro de emissões, venda de créditos de carbono, conservação de energia, melhorias na qualidade do solo e no uso da água e aumento geral de produtividade. 

É importante, entretanto, que o sistema não se torne mais uma burocracia intransponível para o produtor rural. “Acho difícil, porque é fácil de usar. Trata-se de uma planilha Excel com 15 perguntas, baseadas no inventário de gases do Ministério de Ciência e Tecnologia, adaptadas para a realidade da nossa agricultura”, afirma o pesquisador Eduardo Assad, da Embrapa, que ajudou a formatar o termômetro de carbono agrário. “O fazendeiro vai respondendo e no final sabe quantas toneladas de CO2 produz ou sequestra.”

Várias práticas agropecuárias são geradoras de emissões. “Tem a fermentação entérica dos animais (a flatulência, produtora do gás metano), o cultivo do arroz, a queima de resíduos, a preparação dos solos com fertilização de nitrogênio e o cultivo de organossolos”, explica Biderman. “Também há emissões relativas a atividades associadas, como produção de energia e conversão de uso do solo, de floresta para pastagem ou de um tipo de lavoura para outro.”

Fronteira tecnológica

Poucos países no mundo estão em condições de atender à demanda crescente de alimentos num planeta que terá 9 bilhões de habitantes, em 2030. “O Brasil pode aumentar a atual colheita de 193 milhões de toneladas de grãos para 350 milhões, em 2050, sem desmatar nem mais um hectare”, afirma Assad. “Basta intensificar a agricultura, integrar lavoura, pecuária e floresta e disseminar o plantio direto.” O país já  desmatou cerca de 150.000 km2 de florestas, em parte cultivados e em parte degradados.

Hoje, as fronteiras agrárias estão no Vale do Araguaia, em Mato Grosso, onde pastagens exauridas estão sendo substituídas por lavouras de soja e milho, e no chamado Bamatopi, a área de Cerrado da Bahia, Maranhão, Tocantins e Piauí, que já responde por 10% da soja e 15% do milho produzidos no país. Pelo menos 50 mil km2 de pastagens degradadas podem abrigar sistemas integrados de lavoura- pecuária-floresta com tecnologia de sustentabilidade. “A agricultura sustentável é o maior aliado do meio ambiente. Podemos produ- zir mais com sistemas agroflorestais e preservar o que resta da Amazônia e do Cerrado”, diz Assad. 

Para os especialistas, a diversifi cação e a integração da produção agrícola, pecuária e florestal numa mesma propriedade, em rotação ou em cultivo consorciado, são a fronteira do aumento da competitividade no campo. Nos últimos 20 anos, as safras têm crescido mais do que o espaço ocupado por culturas, melhorando a produtividade do setor. Em Mato so, a Embrapa Agrossilvipastoril está calculando as emissões de GEEs dos vários sistemas de integração possíveis – lavoura-pecuária, lavoura-floresta, floresta- pecuária e lavoura-pecuária-floresta – para quantificar a cobrança de créditos de carbono. “Só na Amazônia já temos 19 sistemas agroflorestais formatados com rotação de grãos, pastagens e plantio de árvores definidos”, diz Assad. “O que nos falta é transferir tecnologia para o produtor e para a agricultura familiar, para além da classe média rural e das grandes empresas.” 

Para tanto, o governo lançou, em 2010, o Plano de Agricultura de Baixo Carbono (Plano ABC), que oferece subsídio e financiamento a juros baixos (4,5% ao ano), no Banco do Brasil e no BNDES, para recuperação de pastagens degradadas, integração lavoura- pecuária-floresta, reflorestamento e redução das emissões de carbono. Vinte mil contratos já foram assinados. A meta é chegar a 70 mil.

Em maio, foi regulamentado o funcionamento da Agência Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural (Anater) – a sucessora da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater), extinta pelo governo Collor, em 1990, com a demissão – e o desperdício – de 1.500 extensionistas rurais. A missão da Anater é alavancar a assistência técnica rural e coordenar o Plano ABC. Mas a agência ainda está longe de funcionar, embora já tenha uma sede construída, em Jaguariúna (SP). Nem a diretoria foi nomeada.

Vanguarda ambiental

Ninguém duvida que a agricultura de baixo carbono possa aumentar  a vantagem competitiva do agronegócio tropical. Enquanto a Europa considera novidade o plantio direto (o sistema de manejo do solo que mantém os resíduos vegetais na superfície, garantindo fertilidade e proteção contra erosão), no Brasil ele já é a norma. Em junho, a revista americana Proceedings of the National Acadea m b i e n t e my of Sciences publicou um estudo afirmando que ao diminuir a aragem de terra (tornando- a mais clara e capaz de refletir a luz do sol), o sistema retém o carbono no solo e diminui a temperatura local em até 2ºC. “Eles estão muito atrasados”, observa Assad. “No Brasil, mais de 50% das propriedades já praticam formas de plantio direto para preservar o solo e controlar pragas.”

Em Chapadão do Céu, em Goiás, Carine Schneider, diretora do Grupo Wink, contou à PLANETA que sua empresa começou a fazer plantio direto em 1991 e logo avançou para a integração lavoura-pecuária. “Acoplamos uma caixa nas plantadeiras John Deere para, no momento em que plantamos milho, na entrelinha de uma carreira para outra, liberar semente de capim e plantar pastagem. Antigamente, as sementes eram lançadas ao solo de avião, mas o nosso sistema é muito mais eficiente.”

A Wink está interessada no GHG Protocol Agropecuário, mas teme pela sua operacionalidade. “Precisa ser algo claro, palpável e não burocrático. Precisamos aprender a inserir essa ferramenta em nossas atividades. Mas a renda dos créditos deve ficar mais na mão de quem trabalha para isso: o produtor," ressalta.

A empresa inscreveu quatro projetos no Plano ABC. “Encaminhamos mais dois este ano. Com os recursos, melhoramos nossos pastos, ampliamos a área de integração lavoura-pecuária e corrigimos melhor o solo, aumentando a produção”, afirma Schneider. “Acho que podemos avançar no mercado mundial porque teremos mais produto para comercializar produzido de maneira ambientalmente correta e economicamente mais viável.” 

O grupo Bunge, que atua com mais de 16 mil fornecedores no Brasil, dispõe de certificações ambientais nas áreas de biodiesel e de soja, mas os parâmetros e as metas não refl etiam a realidade da sojicultura brasileira. “Agora temos diretrizes feitas no Brasil, que vão acelerar a gestão agrícola para adequação a nichos mais exigentes do mercado”, ressalta Rodrigo Spouri, especialista em sustentabilidade do grupo.

André Nassar, diretor da consultoria Agroícone, acha que a ferramenta facilitará a produção rural. “A inovação não está no instrumento, mas na perspectiva de o setor começar a utilizar as emissões como fator de performance. É importante ter fornecedores de carne, cana-de-açúcar e soja com garantias de legalidade e conformidade ambiental. Quem emite menos deve ser premiado.” Rachel Biderman lembra que há disposição internacional para definir um novo acordo mundial com metas de redução de emissões na COP- 21, marcada para 2015, em Paris. “Daqui a dois ou três anos o Brasil pode aprovar leis de redução de emissões que afetem o agronegócio. O produtor rural que fizer antes a lição de casa sobre a sua pegada de carbono terá uma vantagem considerável.” 

A oportunidade está diante das empresas. Enquanto a Europa, apesar de possuir solos mais férteis, produz durante seis meses do ano, a agricultura tropical proporciona três colheitas e “safrinhas” durante o ano inteiro. Com a agricultura de baixo carbono, a vantagem tecnológica será intensificada. Num primeiro momento, o termômetro de GEE do campo poderá ser útil para 1 milhão de proprietários rurais médios e 500 mil grandes produtores.  Mas se chegar à agricultura familiar o patamar cresce. Há 5,6 milhões de propriedades rurais no país. 

 

 

 

Comida para o mundo

Em 2013 o agronegócio exportou US$ 100 bilhões e importou US$ 17 bilhões. O saldo positivo de US$ 83 bilhões ameniza o déficit comercial do país e estabiliza a economia. Este ano, a safra de grãos atingiu 193 milhões de toneladas. Em três décadas, ela deverá crescer 40% para atender à demanda de alimentos de um mundo com 9 bilhões de pessoas. Veja, ao lado, o que o Brasil produz e quem compra.

 

 

Fonte:Revista Planeta 

Ministério lança estratégia de redução das emissões de gases do efeito estufa


estoqueflorestal-ecod.jpg
Estoques de carbono florestal: estratégia
Foto: Arquivo/MMA

O Ministério do Meio Ambiente (MMA) lança nesta quarta-feira, 6 de abril, em Brasília, a Estratégia Nacional para Redução das Emissões de Gases de Efeito Estufa provenientes do Desmatamento e da Degradação Florestal, Conservação dos Estoques de Carbono Florestal, Manejo Sustentável das Florestas e Aumento de Estoques de Carbono Florestal (Enredd+).

O evento incluirá apresentações e um debate entre representantes das instituições envolvidas no processo de amadurecimento do tema Redd+ no Brasil. O objetivo da estratégia é contribuir para a mitigação da mudança do clima por meio do combate ao desmatamento ilegal. Além disso, a Enredd+ aborda a conservação e a recuperação de ecossistemas florestais e tem por objetivo promover o desenvolvimento de uma economia de baixo carbono, com benefícios econômicos, sociais e ambientais.

A estratégia nacional foi estabelecida com a publicação da Portaria do MMA nº 370, de 2 de dezembro de 2015. Um de seus objetivos é aprimorar o monitoramento e a análise de impacto das políticas públicas para o alcance dos resultados de REDD+, no sentido de contribuir para frear o aquecimento global de acordo com os dispositivos acordados na Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças do Clima (UNFCCC, na sigla em inglês).

A estratégia contribuirá, ainda, para a mobilização de recursos internacionais em escala compatível com a meta nacional voluntária de corte de emissões até 2020

A Enredd+ também busca integrar as estruturas de gestão do Plano Nacional sobre Mudança do Clima e dos Planos de Ação para Prevenção e Controle do Desmatamento nos biomas, em consonância com as políticas voltadas para a mudança do clima, a biodiversidade e as florestas nos níveis federal, estadual e municipal. A estratégia contribuirá, ainda, para a mobilização de recursos internacionais em escala compatível com a meta nacional voluntária de corte de emissões até 2020.

Comissão
As ações serão acompanhadas pela Comissão Nacional para Redd+ (Conaredd). Instituído pelo Decreto nº 8.576, de 26 de novembro de 2015, o grupo tem a responsabilidade de coordenar, acompanhar e monitorar a implantação da Estratégia Nacional para Redd+. A comissão também tem a finalidade de coordenar a elaboração dos requisitos para o acesso a pagamentos por resultados de políticas e ações de Redd+ no Brasil, reconhecidos pela UNFCCC.

De acordo com o Decreto, a Conaredd+ é presidida pelo MMA e tem a participação da Casa Civil, dos ministérios das Relações Exteriores, da Fazenda, do Desenvolvimento Agrário, da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, da Ciência, Tecnologia e Inovação, além da Secretaria de Governo da Presidência da República. A Comissão conta ainda com representantes sociedade civil organizada e dos governos estaduais e municipais indicados pelas associações competentes.

(Via Ministério do Meio Ambiente)

Fonte: EcoD

União Europeia se compromete a reduzir 40% de suas emissões até 2030


      

Bloco se adianta ao propor oficialmente corte para acordo do clima de Paris. Bloco se adianta ao propor oficialmente corte para acordo do clima de Paris.

A União Europeia (UE) deu a largada rumo ao acordo do clima de Paris nesta quarta-feira (25), ao tornar-se o primeiro bloco a colocar na mesa sua proposta de redução de gases de efeito estufa para o novo tratado global, a ser implementado em 2020. Um documento divulgado pela Comissão Europeia detalha a visão dos 27 países sobre o novo regime climático e diz o que os europeus estão dispostos a fazer.

A chamada Contribuição Nacionalmente Determinada Pretendida (INDC) da UE chega um mês antes do prazo informal dado pelas Nações Unidas para os países desenvolvidos apresentarem seus números. Traz também um avanço ao propor que o novo acordo, que os europeus já estão chamando de Protocolo de Paris, tenha força de lei internacional. Porém, ainda faz pouco para colocar o mundo na trajetória segura de limitar o aquecimento global no fim deste século a 2 °C, objetivo almejado pelos membros da Convenção do Clima da ONU, com base nas recomendações da ciência.

A INDC europeia propõe reduzir as emissões dos 27 países do bloco “em pelo menos 40%” até 2030 em relação aos níveis de 1990, sem a compra de créditos de carbono de fora. Segundo o documento da Comissão Europeia, isso colocaria a UE numa trajetória “economicamente viável” de cortar 80% de suas emissões até 2050, permitindo uma chance “provável” de ficar dentro do limite de 2 °C.

Na linguagem estatística do IPCC, o painel do clima da ONU, “provável” significa uma chance de pelo menos 66%.

“Os europeus merecem crédito por terem sido os primeiros a fazer o anúncio, mas sua oferta está aquém do que seria sua contribuição justa ao esforço mundial de redução de emissões”, diz Mark Lutes, analista sênior de clima do WWF, uma das organizações integrantes do Observatório do Clima. “Estamos dizendo que o mundo precisa reduzir a zero as emissões de queima de combustíveis fósseis e chegar a 100% de energia renovável até 2050; e a proposta europeia não chega lá.” No entanto, ressalta Lutes, os europeus deixaram a porta aberta para revisões periódicas dos compromissos a partir de 2020, algo que o Brasil tem defendido nas negociações.

“Esperamos que a UE ainda possa aumentar sua contribuição à luz do que a ciência diz que é necessário fazer para evitar o caos climático”, diz o secretário-executivo do Observatório do Clima, Carlos Rittl. “Da mesma forma, esperamos que o Brasil não fique dependendo disso para colocar na mesa um compromisso de redução de emissões ambicioso e proporcional a sua responsabilidade. Para o Brasil, fazer a coisa certa no clima representa oportunidade de recolocar a economia nos eixos, e nós não podemos deixar essa oportunidade passar só porque outros países estão fazendo menos do que deveriam.”

“O Brasil é um dos países com mais oportunidades para redução de emissões e tem tudo para assumir um papel de protagonismo, estimulando os outros países a aumentarem a ambição do novo acordo global”, afirma o gerente de estratégias da conservação da Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza e coordenador-geral do Observatório do Clima, André Ferretti.

 

Fonte: CicloVivo

O que diz o novo acordo para reduzir o efeito estufa


O que diz o novo acordo para reduzir o efeito estufa – e o que ele tem a ver com a sua geladeira?

Acordo assinado em Ruanda é passo importante na redução da eliminação de gases (Foto: Frank Augstein/AP)Acordo assinado em Ruanda é passo importante na redução da eliminação de gases (Foto: Frank Augstein/AP)

Delegados de 150 países chegaram no dia 15 de outubro, na cidade de Kigali, Ruanda, a umacordoque tem sido descrito como “monumental” e uma grande vitória para o clima.

Seu objetivo é remover gradualmente os gases hidrofluorocarbonetos (HFCs), que são amplamente utilizados em refrigeradores, condicionadores de ar e aerossóis e são considerados muito prejudiciais para o meio ambiente.

Na verdade, em termos práticos, o acordado na conferência em Ruanda fará com que futuros refrigeradores sejam fabricados para usar menos gases que causam o efeito estufa.

De acordo com o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PENUMA), os hidrofluorocarbonetos são um dos maiores agentes geradores de efeito estufa e têm uma vida atmosférica longa.

Os delegados que estão na cidade africana aceitaram uma alteração complexa do Protocolo de Montreal de 1987 que obriga os países mais ricos a reduzir a utilização de HFCs a partir de 2019.

O secretário de Estado dos Estados Unidos, John Kerry, que ajudou a concretizar o acordo durante uma série de reuniões, disse que foi uma grande vitória para a Terra e que estava confiante do impacto significativo na luta contra o aquecimento global.

Hidrofluorocarbonetos presentes no ar-condicionado têm efeito mais forte sobre o aquecimento global do que o dióxido de carbono (Foto: Altaf Qadri/AP)Hidrofluorocarbonetos presentes no ar-condicionado têm efeito mais forte sobre o aquecimento global do que o dióxido de carbono (Foto: Altaf Qadri/AP)

“Este é um passo monumental que responde às necessidades das nações em particular e nos dá a oportunidade de reduzir o aquecimento do planeta em meio grau centígrado”, disse Kerry em conversa com a BBC.

“Sinto-me muito positivo sobre onde nós estamos. Nós fizemos todos os cálculos e todos se sentem confiantes de que os fundamentos estão lá”, disse.

“É uma grande vitória para o clima. Demos um grande passo no sentido de concretizar as promessas feitas em Paris em dezembro”, disse o Comissário Europeu para a Energia e Ambiente, Miguel Arias Cañete.

Ricos primeiro
O novo acordo será composto de três padrões para diferentes países, pois o objetivo é que as nações ricas reduzam a utilização de hidrofluorocarbonetos de forma mais rápida do que as pobres:

“É um dia histórico, certamente,” disse Durwood Zaelke, membro do Instituto para o desenvolvimento sustentável e governabilidade (IGSD, na sigla em inglês), organismo que tem participado das negociações desde o Protocolo de Montreal.

“Nós viemos com a ideia de conseguir a redução intermediária e vamos partir de Kingali com cerca de 90% das modificações feitas”, disse o especialista.

Comprando tempo
Se o acordo for implementado na íntegra, vai fazer uma grande diferença no que diz respeito ao aquecimento global.

“Os hidrofluorocarbonetos representam uma ameaça imediata para a segurança do clima devido à sua crescente utilização e alto potencial de causar o aquecimento global, que é milhares de vezes maior do que o dióxido de carbono”, disse Benson Ireri, conselheiro sênior da organização britânica de ajuda humanitária Christian Aid.

“Ao acordar uma redução inicial de hidrofluorocarbonetos, estamos comprando um pouco mais de tempo para obter uma economia global de baixo carbono e para proteger as pessoas mais vulneráveis do mundo”, acrescentou.

O mercado
Os defensores insistem que o acordo alcançado em Kigali vai ficar sobre o fundamento posto pelo Acordo de Paris, que foi assinado por mais de 190 países e entrará em vigência no início de novembro. O acordo foi firmado com o objetivo de limitar o aumento da temperatura global a menos de 2 graus Celsius.

O acordo significa que refrigeradores utilizarão gases menos nocivos no futuro.

Também se destacam as conquistas do Protocolo de Montreal, que em seus 30 anos de história permitiu a eliminação de 100 gases fluorados.

A premissa é que quando o regulamento for aprovado, a indústria desenvolva rapidamente alternativas.

“O mercado vai inundar a Índia (que tem um prazo de adaptação mais longo) e isso fará com que o país faça a transição muito mais rapidamente do que tem sido planejado”, disse Durwood Zaelke.

“A eliminação gradual sempre conduziu a uma transição no mercado, levando os retardatários a se sentirem obrigados a se mover no ritmo do mercado.”

Questionamentos
Mas alguns críticos indicam que o compromisso teria um impacto menor do que o esperado.

Eles questionam as concessões dadas para Índia e China, porque elas, em sua opinião, enfraquecem o impacto global do acordo.

“Eles precisavam chegar a um acordo aqui para que parecesse como legado de Obama. É por isso que a delegação dos EUA tem sido muito agressiva para que China e Índia a adiram ao acordo”, disse Paula Tejon Carbajal, da ONG Greenpeace International.

“É um passo na direção (redução) de 0,5 grau, mas ainda não foi alcançado. Eles dizem que o mercado vai trabalhar para nos levar até lá, mas nós não estamos lá ainda”, acrescentou.

Nas primeiras horas do sábado havia um certo sentimento de júbilo entre os delegados quando o negócio foi anunciado.

“É muito importante o que aconteceu”, disse um participante, “mas poderia ter sido maior.”

O que é o efeito estufa?
O efeito estufa é um fenômeno atmosférico natural que mantém a temperatura da Terra, ao reter parte da energia do sol. O aumento da concentração de dióxido de carbono (CO2) a partir da queima de combustíveis fósseis levou à intensificação do fenômeno eo consequente aumento da temperatura global, o derretimento do gelo polar eo aumento do nível do mar.

Fonte: G1.com