O mundo vai conseguir se alimentar no futuro?


            food-crisis-550px

Os impactos ambientais na agricultura criam problemas de instabilidade, escassez e volatilidade de preços de alimentos. Isto já é perceptível em alguns mercados, especialmente em países mais pobres e vulneráveis, que são severamente atingidos por extremos do tempo como enchentes e seca – e onde problemas estruturais como armazenamento e distribuição são agravados pela pobreza.

O mundo precisa urgentemente melhorar o modo como produz e consome alimentos. Nas próximas décadas, o setor agrícola, que emprega duas bilhões de pessoas, vai ter de fornecer comida suficiente para uma população crescente e ser um agente de desenvolvimento econômico social e econômico inclusivo. Os riscos ambientais, no entanto, aumentam.

Atualmente, usamos cerca de metade da vegetação do planeta para a produção de alimentos, de acordo com o World Resources Institute. A quantidade de terra utilizada pela agricultura cresceu em mais de dez milhões de hectares por ano desde os anos 1960, e a expansão das áreas de colheita e de pasto criam mais pressão sobre as florestas tropicais. Os espaços encolhem e os que restam são ameaçados por fenômenos criados pela própria atividade – a agricultura hoje responde por quase um quarto das emissões globais de gases de efeito estufa e 70% do uso de toda a água doce. Estas tendências tendem a se intensificar. Até 2050, o setor pode consumir 70% de todo o “orçamento” permitido de emissões consistente com a limitação ao aumento de temperaturas do planeta em até 2°C – limiar do cenário de desastre.

Há um grande gap a ser fechado, e isto tem de ser feito de maneira sustentável, de forma a melhorar a vida de agricultores pobres e reduzir o impacto da atividade no ambiente, que traria degradação dos solos, escassez de água e efeitos adversos da mudança do clima.

Mais de 800 milhões de pessoas vivem hoje em estado de insegurança alimentar, o que significa que estão periodicamente com fome. Existe um fosso de 69% entre as colheitas de calorias produzidas em 2006 e aquelas necessárias em 2050. Durante o mesmo período, a produção de leite e carne de pastos precisará crescer 40%, mais do que aumentou de 1962 a 2006.

“Bem-vindos à nova geopolítica da escassez de alimentos,” diz Lester Brown, fundador do WorldWatch Institute, e fundador e presidente do Earth Policy Institute, autor dePlaneta Cheio, Pratos Vazios – A Nova Geopolítica da Escassez Alimentar, de 2012. O influente pensador dizia já em 1978, em outra obra, que o mundo corria risco pela “sobrepesca, desmatamento e transformação de terra em deserto”.

Apenas na última década, diz ele, os estoques mundiais de grãos caíram em um terço. O súbito aumento de preços de alimentos, que dobraram entre 2007 e 2008, deixou mais pessoas famintas que em qualquer momento da história. Quando o período de abundância alimentar foi inaugurado, nos anos 1960, o mundo tinha 2 bilhões de habitantes. Hoje, tem 7 bilhões. De 1950 a 2000 houve saltos bruscos ocasionais de preços em grãos como resultado de eventos induzidos pelo tempo, mas seus efeitos eram de curta duração e logo tudo voltava ao normal. Normal é algo que não existe mais.

A escassez de alimentos provocou a queda de civilizações antigas como a dos sumérios e maias porque elas adotaram um modelo agrícola ambientalmente insustentável. E, enquanto nestes casos, a falência possa ser atribuída a duas tendências como desmatamento e erosão de solos, atualmente os problemas são de muitas naturezas, como a depleção dos aquíferos, o pico da produtividade de grãos e o aumento de temperaturas. Para países avançados como os EUA, onde as pessoas gastam 9% de sua renda com comida, não parece tão sério. Mas pense naqueles que gastam de 50 a 70% dos seus rendimentos para se alimentar, e no que acontece com eles quando os preços dobram. O número de pessoas com fome no planeta estava caindo nas últimas décadas do século 20, chegando a 792 milhões em 1997. A partir daí, começou a subir, chegando a 1 bilhão, e a situação mais grave é a encontrada no subcontinente indiano e na África Subsaariana.

Há até o prejuízo causado a safras pelos automóveis. Extensões cada vez maiores de terras agricultáveis estão sendo usadas para a insana produção de biocombustíveis, que irão alimentar uma frota sedenta – caso de extensões imensas de solo compradas muitas vezes ilegalmente ou tomadas por corporações na África para alimentar veículos na Europa. E há poucos sinais de que líderes políticos estejam entendendo a magnitude da crise.

Outro especialista, Paul McMahon, aponta em O Delírio Alimentar: A Nova Política da Comida (2013) que o que se planta hoje é o bastante para alimentar 9 bilhões de pessoas, população projetada para 2050. Para aumentar a disponibilidade, é preciso reduzir o desperdício, e usar cereais para colocar nas bocas de seres humanos, e não de animais – o que acontece em escala crescente pelo consumo de proteína das novas classes médias de países emergentes. Em partes da África, por exemplo, a produção pode dobrar, se não houvesse falta de conhecimento, de acesso à tecnologia e mercado disfuncionais.

McMahon descreve um quadro utópico: “Imagine que não existam fronteiras, disparidades econômicas, ou relações desiguais de poder dentro de sociedades. Em vez disso, pensem o planeta como um sistema único que pode ser administrado para fornecer alimentos e outros serviços para a humanidade”. Porém, ele mesmo diz, a suposição é uma “fantasia”.

No clássico Saciados e Famintos: Poder e a Batalha Oculta pela Sistema Alimentar Mundial (2007), Raj Patel examina um paradoxo. Sua tese é que a existência simultânea de quase um bilhão de pessoas subnutridas e o mesmo número de gente com sobrepeso é na verdade um corolário de um sistema no qual um punhado de corporações tiveram permissão de se apropriar do valor da cadeia alimentar. As consequências sociais são desastrosas, apesar de toda a retórica neoliberal de livre comércio e escolha.

Em um seminário realizado em Roma pela organização de alimentos e agricultura da ONU em 2009 (FAO), Como Alimentar o Mundo em 2050, se advertiu que a agricultura irá ser forçada a competir por terra e água com o espalhamento urbano, será exigido que ela atue em outras frentes importantes: adaptação e mitigação da mudança do clima, ajuda para preservar habitats naturais, proteger espécies ameaçadas e manter um alto nível de biodiversidade. Como se estes desafios não bastassem, cada vez menos pessoas viverão no campo, e menos ainda serão agricultores.

As questões levantadas pela FAO são muitas e diversas. Seremos capazes de produzir comida a preços acessíveis ou preços maiores de alimentos vão levar mais pessoas à pobreza e fome. Quais são as novas tecnologias que nos ajudarão a utilizar recursos escassos com mais eficiência, aumentando e estabilizando safras? Estamos investindo o suficiente em pesquisa e desenvolvimento para que revoluções aconteçam a tempo? Quanto precisamos investir para ajudar a agricultura a se adaptar à mudança do clima, e o quanto ela pode contribuir para mitigar eventos extremos do tempo?

Caso não haja soluções para estes problemas, os custos sociais serão imensos. O peso para a economia global trazido pela desnutrição, como resultado de produtividade perdida e custos diretos de saúde, podem ser de até 5% do PIB mundial, equivalente a U$ 3.5 trilhões por ano, ou U$ 500 por pessoa. Os custos da subnutrição e deficiência de micronutrientes são estimados em 2% 3% do PIB global, equivalente a U$ 1.4 trilhão e U$ 2.1 trilhões por ano. Uma conta muito cara, em dinheiro e, principalmente, em vida perdidas.

Foto: Oxfam East Africa / Creative Commons

Fonte:  Planeta sustentável

A evolução da gestão sustentável


Quando falamos em medir a sustentabilidade, algumas perguntas que vêm à mente dos executivos são: o que queremos medir exatamente? Com que “régua” ou metodologia devemos medir e avaliar a sustentabilidade? Como extrair valor desta informação?

Para a maior parte dos gestores, o ideal é que um estudo para medir e avaliar aspectos de sustentabilidade possa ajudá-los a aumentar as vendas, melhorar as margens de lucro ou, na pior hipótese, mitigar riscos e evitar perda de mercado por não disponibilizar para seus clientes as informações sobre os impactos ambientais de seus produtos. Nesse sentido, os estudos mais realizados para ajudar as empresas a reduzirem seus impactos ambientais são as pegadas de carbono, hídrica e a energética.

As ferramentas cujas metodologias são baseadas na Análise do Ciclo de Vida (ACV) proporcionam informações mais completas, pois trata-se de uma técnica que permite a quantificação dos impactos ambientais de um produto, sistema ou processo durante todo o ciclo de “vida”, ou seja, desde o início (por exemplo, da extração das matérias-primas) até o final da vida (quando o produto deixa de ter uso e é descartado como resíduo ou é reciclado), passando por todas as etapas intermediárias (manufatura, transporte e uso). Por essa razão, essa avaliação é também chamada de “análise do berço ao túmulo” ou do “berço ao berço”.

De acordo com a Associação Brasileira de Análise de Ciclo de Vida (ABCV), o número de especialistas em ACV no Brasil ainda é insuficiente para atender a crescente demanda por estudos. Segundo especialistas, como a doutora Kelly Alonso Costa (Universidade Federal Fluminense), em sua tese A utilização da Avaliação do Ciclo de Vida no processo de tomada de decisão em sustentabilidade na indústria da construção no subsetor de edificações, “os trabalhos acadêmicos brasileiros contemplam diversos segmentos, tais como: químico, petroquímico, construção civil, energético, automobilístico, agrícola, metalúrgico e eletrônico”.

Por outro lado, os dados exatos sobre a realização de estudos no Brasil sobre ACV são incertos, mas,  segundo a especialista, nos últimos anos 10 anos foi possível encontrar, em bancos de dados nacionais e internacionais, cerca de 280 trabalhos, entre dissertações, teses e artigos científicos publicados sobre o tema ACV. Com a criação de entidades e publicação das normas, observa-se uma maior produção nos últimos anos de trabalhos para a consolidação do banco de dados brasileiro.

Cabe, então, às empresas entender – e algumas já têm feito isso, como divulgado no Guia Exame de Sustentabilidade 2013 – que o tema da ecoeficiência é cada vez mais estratégico para as organizações. Além disso, pode ser mais interessante realizar estudos que ofereçam informações além das emissões de gases de efeito estufa ou apenas da pegada hídrica, pois possibilitam a melhoria de qualidade da gestão e a eficiência operacional.

Ferramentas que avaliam, simultaneamente, os impactos ambientais, sociais e econômicos são mais avançadas e completas, pois podem analisar mais de uma dezena de categorias, mais de 50 indicadores diferentes e mais de uma centena de fatores de avaliação. Aspectos como direitos humanos, consumo de energia, uso do solo, dentre outros fatores são essenciais para uma análise mais consistente. Os critérios científicos estão passando por constante evolução e o maior desafio para os especialistas em avaliação de sustentabilidade tem sido melhorar a qualidade dos bancos de dados locais.

Entramos na era da gestão sustentável compartilhada, por isso a necessidade de se pensar e planejar a sustentabilidade sob a perspectiva de toda cadeia de valor.

Roberto Araújo é diretor-presidente da Fundação Espaço ECO®.

Fonte: ideiasustentável 

Riscos de impactos ambientais na área de expansão urbana


       

Muito já foi feito para reeducar a sociedade na perspectiva da temática educação ambiental. Mas, sabemos, que um fator para esta falta de conscientização é o crescimento urbano populacional de forma desenfreada sem políticas públicas de conservação e prevenção do meio ambiente, consequentemente do solo regional. A sociedade vive uma crise ambiental jamais vista pelo fato que esta mesma sociedade propõe medidas paliativas de inibição ao crime contra o ecossistema. Buscamos refletir questões ambientais dentro do paradigma da educação brasileira uma vez que a responsabilidade de preservar o ecossistema do planeta é responsabilidade do sujeito, seja ele educador ou educando, pois ao contrário estamos fadados a destruição.

Os solos sobre os quais os homens desenvolvem suas atividades e expandem suas cidades, estão cada vez mais escassos. Isto, em grande parte, é devido ao seu uso indiscriminado, sem a mínima preocupação com o planejamento e gestão. Esta situação faz com que áreas nobres e produtivas se degradem a ponto de atingir estágios irreversíveis.

Como se não bastasse a questão dos riscos advindos de uma ocupação desordenada do espaço urbano e rural, temos um problema que tem se agravado muito com o crescimento da cidade, ou seja, a espacialização dos bairros e os eixos de crescimento que os mesmos seguem. A falta de monitoramento do crescimento do município é um dos grandes obstáculos à ação das prefeituras. Os cadastros desatualizados defasam a arrecadação de impostos, as áreas de preservação são ocupadas, e as cidades começam a apresentar uma ocupação desordenada.

As atividades antrópicas na cidade, se não realizadas disciplinadamente, seguindo os adequados parâmetros urbanísticos e ambientais, causam diversos tipos de poluição, com sacrifício à qualidade de vida, acirrando o indesejável conflito entre os interesses da proteção ambiental e do desenvolvimento socioeconômico, contrariando os princípios do almejado desenvolvimento sustentável, que para concretizar-se necessita, não do conflito, mas da conciliação entre esses interesses.

O avanço da urbanização, sua escala e velocidade não constituem problema em si, não fosse o modo como ocorreu. Deve-se estar atento para esse processo, pois a sustentabilidade do aglomerado urbano metropolitano, em sua componente físico-urbanística, relaciona-se com as seguintes variáveis: a forma de ocupar o território; a disponibilidade de insumos para seu funcionamento (disponibilidade de água); a descarga de resíduos (destino e tratamento de esgoto e lixo); o grau de mobilidade da população no espaço urbano (qualidade do transporte público de massa); a oferta e o atendimento às necessidades da população por moradia, equipamentos sociais e serviços; e a qualidade dos espaços públicos.

Os problemas ambientais urbanos nas cidades brasileiras não são novos, entretanto, o que está mudando é a consciência social de que muitos deles poderiam ser evitados e a importância que a solução desses problemas assume para a sociedade. Em um território urbanizado, onde prevalecem a escassez de terra adequada e acessível para o assentamento das populações de baixa renda e a precariedade nas periferias em um quadro de exclusão e pobreza, dificilmente poderão ser equacionados os problemas ambientais, sem uma política habitacional.  Construir "cidade" é tarefa social complexa, que requer investimentos públicos e privados, projetos e programas de intervenção e justiça na distribuição dos benefícios urbanos. Não basta abrir ruas e parcelar glebas em lotes, assim como para introduzir qualidade ambiental na cidade informal não basta regularizar loteamentos ou urbanizar as favelas.

O uso diferenciado da cidade demonstra que esse espaço se constrói e se reproduz de forma desigual e contraditória. A desigualdade espacial é produto da desigualdade social, torna-se preocupante a questão desse crescimento urbano, segregado, especulativo. Passar por cima de leis urbanas e ambientais não é o melhor caminho para o progresso. A questão de consultar  alvarás, serve em grande parte, para demonstrar a carência de informações extremamente importantes para medidas de cunho preventivas. A falta de pessoal e equipamentos da prefeitura implica na não fiscalização das leis, que, acabam perdendo seus valores diante da inadimplência observada. O crescimento, inchando os grandes centros, não é a melhor solução para os problemas de moradia e bem estar, como comprovamos através de estudos e tempo, pois pode trazer inúmeros problemas futuros, e aí sim, as novas gerações terão que arcar com um preço muito maior.

Desta maneira, chamar a atenção do Poder Publico, e também da sociedade civil e alertar para a problemática que envolve esse crescimento desordenado e lucrativo hoje pode minimizar tais infrações e corrigir situações que futuramente será tarde demais para correções. Essa dinâmica através de uma gestão publica, de um plano diretor e de boa vontade por parte das autoridades competentes e dos governos atuantes podem fazer grande diferença hoje e para o futuro.

 

Por: Luiz Henrique Lopes

Fonte: Meio Ambiente Técnico

Carro movido a ar


Carro movido a ar é opção para transporte com zero emissões de CO2

O automóvel é fruto de um trabalho de mais de duas décadas entre Nègre e a empresa francesa de tecnologia MDI. O formato ganhou mais visibilidade após ser licenciado nos estados unidos e ter recebido um investimento importante de US$ 5 milhões.


Foto: Divulgação

O AIRPod foi pensado para ser usado nas cidades. Já que o intuito é contribuir para melhorar a qualidade do ar e a mobilidade urbana, o preço precisava ser acessível. O objetivo foi alcançado, pelo menos para o padrão norte-americano. Mesmo com toda a tecnologia envolvida no carro, ele deve ser comercializado a US$ 10 mil.


Foto: Divulgação

A empresa norte-americana Zero Pollution Motors, responsável por financiar o projeto, pretende criar um novo tipo de negócio. A intenção é trocar as grandes fábricas tradicionais por modelos menores, que abrigassem a linha de produção e já comercializassem o carro. Isso reduziria uma série de gastos com logística e também os impactos ambientais deste transporte.

O AIRPod é um carro compacto, mas pode transportar até três pessoas, incluindo o motorista. Ele pesa apenas 217kg e chega a 80 km/h. De acordo com os fabricantes, a autonomia dele é de 128 quilômetros. No entanto, o abastecimento não deve ser um problema, como acontece com muitos modelos elétricos. Preencher o tanque com ar comprimido é uma tarefa que leva menos de cinco minutos e pode ser feito em qualquer máquina disponível nos postos de combustível.

Fonte: Ciclo Vivo

Conheça diferentes tipos de cosméticos e seus impactos ambientais


           

 

Você, como consumidor, saberia reconhecer a diferença entre cosméticos naturais, cosméticos a base de produtos naturais e cosméticos orgânicos na hora da compra? Se a resposta é não, então nós te explicamos.

 

Existem, no mercado, tipos de cosméticos que diferem dos produtos convencionais. Os convencionais não são passíveis de certificação ambiental, porém necessitam de regulamentação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). Outra questão que diferencia os cosméticos convencionais dos outros diz respeito à porcentagem de ingredientes sintéticos, derivados do petróleo, testados em animais e geneticamente modificados presentes no conteúdo do produto.

 

Cosméticos naturais

De acordo com Relatório do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE), os cosméticos naturais não devem conter aditivos químicos em sua composição. Para o Instituto Biodinâmico (IBD) e para a Ecocert os cosméticos naturais devem possuir matérias-primas naturais e não podem conter as matérias-primas proibidas:

                  

A Ecocert define que os cosméticos naturais podem ter, no mínimo 95%, do conteúdo total de matérias-primas naturais. Os outros 5% podem ser constituídos por substâncias sintéticas listadas pela certificadora, mas que não estão inseridas nas matérias-primas proibidas para cosméticos naturais.

 

Então para saber se o cosmético é natural, verifique a ausência dos ingredientes proibidos listados anteriormente. Se ele apresentar o selo IBD – Ingredientes Naturais ou o selo ECOCERT, é mais um fator de confiança de que ele é realmente um cosmético natural.

 

Além dos cosméticos naturais comercializados, existem também os caseiros, feitos por você ou por outra pessoa de maneira artesanal. Conheça receitas simples de como fazer pasta de dente e hidratante para a pele

 

Se o cosmético contiver alguma das matérias-primas proibidas listadas acima e ainda assim anunciar em sua embalagem que é um cosmético natural, então ele pode ser considerado um cosmético a base de produtos naturais. Vamos entender!

 

Cosméticos à base de produtos naturais

Esses cosméticos são amplamente difundidos no mercado porque são produtos fabricados de modo convencional, mas que possuem em sua formulação uma porcentagem de ingredientes naturais. Eles contêm as matérias-primas que são proibidas para os cosméticos naturais e uma ou outra matéria-prima permitida para produtos naturais.

 

O problema que envolve a comercialização destes cosméticos está no fato de que muitos são anunciados como 100% naturais. Alguns podem até conter selos do IBD ou da Ecocert porque estão utilizando na composição do cosmético um ingrediente que é certificado, ou por ser natural ou por ser orgânico. Mas isso não confere ao cosmético a propriedade de ser natural. Por falar nos orgânicos, o que são realmente os cosméticos orgânicos?

 

Cosméticos orgânicos

Segundo o IBD, existem os cosméticos orgânicos e os cosméticos feitos com matérias-primas orgânicas. Os cosméticos orgânicos devem possuir, no mínimo, 95% de matérias-primas certificadas como orgânicas. Os 5% restantes podem ser compostos por água e por outras matérias-primas naturais. A Ecocert segue esses mesmos princípios de definição de um cosmético orgânico. Já os cosméticos feitos com matérias-primas orgânicas devem possuir, no mínimo, 70% e, no máximo, 95% matérias-primas certificadas como orgânicas.

 

Essas matérias-primas certificadas orgânicas são naturais e baseadas nos métodos do sistema orgânico de produção, que procuram aperfeiçoar o uso de recursos naturais e socioeconômicos utilizando outros métodos alternativos ao uso de materiais sintéticos na cadeia produtiva (saiba mais sobre a diferença entre agricultura convencional e agricultura orgânica).

 

Portanto, quando um cosmético é natural, ele não necessariamente é orgânico, porém quando um produto é orgânico ele sempre será natural. E um cosmético a base de produtos naturais não pode ser considerado natural. O cosmético orgânico possui maior porcentagem de matéria-prima orgânica do que o cosmético feito com matéria-prima orgânica.

 

Reciclagem e descarte

Os cosméticos a base de produtos naturais, por serem quase iguais aos cosméticos convencionais, não podem ser descartados no lixo comum. Já os cosméticos naturais, orgânicos e feitos com matérias-primas orgânicas são considerados biodegradáveis, e, portanto, podem ser descartados no lixo comum. É importante sempre ler o rótulo para saber qual o melhor destino final do produto.

 

Fonte: http://www.ecycle.com.br/

Laísa Mangelli

Pressão pública leva grandes empresas de alimentos a melhorar suas políticas


 
A mobilização de centenas de milhares de pessoas fez com que nove das dez maiores empresas de alimentos e bebidas em todo o mundo melhorassem políticas de compras com impactos sociais e ambientais em suas cadeias de fornecimento ao longo dos últimos doze meses, declara a Oxfam, organização não governamental internacional que combate a pobreza.

A avaliação do primeiro ano do ranking de políticas empresariais da campanha Por trás das Marcas, lançado pela organização em 26 de fevereiro de 2013, mostrou que algumas empresas líderes do setor alimentício fizeram grandes avanços para a melhoria de políticas de compras de matérias primas envolvendo toda a cadeia de fornecimento, com impacto nos direitos à terra, direitos das mulheres e na redução das emissões de carbono. Mas, de maneira geral, as “Dez Grandes” evoluíram pouco como grupo, desmotivadas sobretudo por empresas que não demonstram interesse ou vontade de mudar.

 
 
Por trás das Marcas é um ranking que classifica as “Dez Grandes” de acordo com suas políticas sobre transparência (origem de suas matérias primas), gênero (situação das mulheres produtoras), trabalhadores (condições de trabalho), agricultores impactados, acesso a terras, à água e impactos no clima. Nove delas melhoraram no decorrer dos últimos doze meses. A General Mills, dona das marcas Haagen-Dazs e Nature Valley, entre outras, foi a única exceção, caindo para a última posição.
 
 
As três empresas com melhor desempenho – a Nestlé (1o lugar), a Unilever (2o lugar) e a Coca-Cola (3o lugar) – alcançaram suas posições com as melhores margens, respectivamente 10, 14 e 13%. A ABF, Associated British Foods (9o lugar) e a Kellogg’s (8o lugar) melhoraram significativamente, com 8 e 6%, respectivamente. As empresas com desempenho mediano– a Danone (6o lugar, empatado), a Mars (6o lugar, empatado), a Mondelez (4o lugar, empatado) e a PepsiCo (4o lugar, empatado) – também melhoraram, mas pouco, e precisam fazer muito mais.  
 
 
Para Simon Ticehurst, diretor da Oxfam no Brasil, “essas mudanças nas políticas são um primeiro passo rumo a melhores práticas e menos fome, menos pobreza e menos danos ambientais, impactando as comunidades envolvidas na cadeia de fornecimento das empresas do setor alimentício”.
 
Prioridade a mulheres e direito à terra
 
 
Em 2013, Por Trás das Marcas concentrou suas ações de mobilização pública especialmente nos temas terras e gênero, questões até então amplamente ignoradas pelas “Dez Grandes”. Em março, a Oxfam fez campanha para que a Mars, a Mondelez e a Nestlé, gigantes do chocolate, mudassem suas políticas e ajudassem a acabar com a desigualdade enfrentada por mulheres no campo – com sucesso.
 
 
Em outubro, apontamos para a Coca-Cola, a Pepsi e a ABF práticas que colaborariam com o fim das apropriações injustas de terras em suas cadeias de suprimento. A Coca-Cola, em particular, agiu rápido, e anunciou globalmente uma nova política de tolerância zero à apropriação injusta de terras. A ABF também aderiu a novas políticas, que começam a abordar a questão. A Oxfam está em diálogo com a Pepsi para obter um comprometimento semelhante.
 
 
“A maioria das Dez Grandes está na direção certa, agora que centenas de milhares de consumidores e investidores que controlam trilhões em ativos estão exigindo que o modo tradicional de conduzir os negócios seja repensado”, diz Winnie Byanyima, diretora-executiva da Oxfam Internacional.
 
 
“Algumas empresas mostraram liderança, mas outras parecem precisar ser empurradas. Vai levar tempo para reverter 100 anos de história, em que se dependeu de terra e mão-de-obra baratas, com um alto custo socioambiental, para se produzir em massa a lucros astronômicos. Foi dada a largada para a corrida rumo ao topo, e há tanto líderes quanto retardatários muito bem identificados.”
 
 
Novas políticas de seis das Dez Grandes endossam o princípio da Consentimento Livre Prévio e Informado, que ajuda a garantir que as comunidades locais sejam consultadas e deem seu consentimento antes de que as terras utilizadas por elas possam ser vendidas ou utilizadas em grandes empreendimentos.
 
 
Sete empresas já assinaram também os Princípios de Empoderamento da Mulher, da ONU, um compromisso de alto nível para que empresas melhorem as condições das mulheres impactadas por seus negócios. As três maiores empresas de cacau – Nestlé, Mondelez e Mars – lançarão, em maio de 2014, um plano de ação detalhado para lidar com a desigualdade de gênero em suas cadeias de suprimento. Oito empresas melhoraram suas políticas com impacto no clima, principalmente por meio de uma divulgação mais ampla sobre suas emissões de carbono e os riscos relacionados a mudanças climáticas.
 
Empresas estão preocupadas com a opnião do consumidor
 
 
“A grande lição do primeiro ano de Por trás das Marcas é que as empresas respondem de maneira rápida e eficaz quando os consumidores exigem métodos de produção mais responsáveis. Nas cadeias de suprimento, já vemos produtores e comerciantes agrícolas começando a melhorar suas práticas para não perder negócios com as “Dez Grandes”, suas maiores compradoras. Precisamos que números ainda maiores de consumidores se manifestem.”
 
 
 

Ranking completo em: http://www.behindthebrands.org/pt-br/ranking

 

Fonte: ImaFlora