Arqueologia de uma tragédia


Arqueologia de uma tragédia: relatos de quem sobreviveu em Mariana –  

Um mês após o rompimento da barragem da Samarco, ex-moradores voltam às ruas do distrito de Mariana (MG) que foram encobertas pela lama.

“Era como se o mundo estivesse acabando. Eu sei que ninguém nunca ouviu o mundo acabando, mas foi essa sensação que a gente teve. Foi muito barulho e poeira”, rememorou Renato José Martins.

O mundo não acabou nesse dia, mas as ruas do pequeno distrito de Mariana (MG) sumiram completamente do mapa. O relógio marcava 16 horas do dia 5 de novembro, quando 65 milhões de metros cúbicos de rejeitos de minério invadiram o horizonte dos moradores de Bento Rodrigues.

“Eu tinha ido conversar com um colega pra gente pescar às seis da tarde, mas quando eu cheguei à praça ouvi um barulho imenso. Olhei pra trás e vi uma onda de poeira e um barulho que só aumentava. Peguei minha bicicleta e fui atrás da minha esposa, que está grávida de quatro meses, e dos meus dois filhos”, recordou Gleison de Souza.

Em menos de dez minutos, sem nenhum aviso ou alerta sonoro, a lama tomou conta de praticamente toda a comunidade. Ruas, casas, carros e uma quantidade incalculável de memórias foram soterrados pelo rompimento da barragem do Fundão, que era controlada pela Samarco – empresa de mineração que pertence à Vale e BHP Billiton.

Na véspera de completar um mês da tragédia anunciada, como comprovam os estudos feitos em 2013 pelo Instituto Prístino a pedido do Ministério Público Estadual que já alertava para os riscos de rompimento da barragem, Renato e Gleison voltaram aos escombros do que antes era Bento Rodrigues.

Antes disso, Renato já havia tentado voltar ao local dois dias depois da remoção forçada, mas foi impedido pelo exército. “Um deles apontou a arma pra mim e me obrigou a sair correndo apressado da minha própria terra”, afirmou Renato.

Apesar de não terem sido reprimidos por nenhum órgão de segurança na visita da última sexta-feira (04), o sentimento de tristeza era mútuo. “Eu morava na Rua Dona Olinda, 243. Minha casa era bem simples, mas eu gostava muito. Eu me sinto bastante humilhado em voltar hoje aqui”, admitiu Gleison.

O atingido, que já trabalhou um ano e três meses como sinaleiro na Samarco entre 2013 e 2014, questiona a postura da empresa. “Eu tive a oportunidade de ver a barragem abrir uma trinca quando trabalhava na Samarco. Na ocasião, eles deixaram uma equipe dirigindo dois caminhões e uma máquina. Agora a pergunta que fica é: essas pessoas não eram importantes para passarem por esse risco?”, questionou Gleison.

Memórias

Durante a visita ao local, Renato conseguiu encontrar sua casa em meio ao mar de lama. Após alguns minutos de paralisia, o jovem avistou o que poderia ser parte da sua história.

Não foi preciso muito tempo de escavação para o troféu de truco e as medalhas de futebol despontarem dos rejeitos tóxicos. Como havia saído apenas com a roupa do corpo, esses objetos passaram a ser as lembranças mais antigas que Renato conseguiu resgatar.

Por Guilherme Weiman,

De Mariana (MG)

Fonte: Brasil de Fato 

Laísa Mangelli

Primeira mina de diamantes da América Latina opera na Bahia a partir de 2015


       

A Lipari Mineração já cumpriu 35 condicionantes da Licença Prévia (LP) ambiental e protocolou o requerimento da Licença de Instalação (LI) para o Projeto Braúna no Instituto de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (INEMA), dia 24 de abril, avançando mais uma etapa para a concretização do empreendimento, no município de Nordestina, Bahia.

A produção industrial está prevista para o primeiro trimestre de 2015, precedida pelas atividades de comissionamento da mina e o aumento gradual da produção durante o último trimestre deste ano.  
 
"Desde janeiro a nossa equipe técnica ficou dedicada ao atendimento das exigências do INEMA para permitir o protocolo do requerimento da Licença. O resultado foi muito positivo e a partir de agora aguardamos a liberação da Licença de Instalação para iniciar as obras de implantação do Projeto Braúna ainda neste primeiro semestre", destacou o presidente e diretor executivo da Lipari Mineração, Ken Johnson, em entrevista ao Tribuna Feirense.
 
Segundo o executivo, durante os próximos dois meses os equipamentos com tecnologia específica para a planta de beneficiamento, oriundos da África do Sul, começam a chegar ao município de Nordestina, local de instalação do Projeto. 

A empresa já investiu no empreendimento mais de R$ 80 milhões em pesquisa, exploração e planejamento. Para a implantação, o montante previsto é de R$ 100 milhões.
 
O Projeto Braúna integra 22 ocorrências de kimberlito (rochas que contém diamante) e será a primeira mina de diamantes da América do Sul desenvolvida em rocha kimberlítica, a principal fonte primária do mineral. A entrada em operação do Projeto Braúna aumentará em cinco vezes a produção de diamantes do Brasil. 

Empregos 

"Na fase de construção e montagem do projeto haverá um impacto direto com a criação de até 600 postos de trabalho. Em seu pleno funcionamento, a perspectiva é que a mina empregue até 300 trabalhadores diretos e contribua para o surgimento de mais de 3.500 postos de trabalho indiretos", ressalta Johnson. 
 
Na primeira fase do projeto, cujo alvo é o kimberlito denominado Braúna 3, estima-se a extração de 4,9 milhões de toneladas de kimberlito, distribuídos em dois lobos principais (Norte e Sul) e a disposição de 32,9 milhões de toneladas de estéril (granodiorito), produzindo cerca de 2,5 milhões de quilates de diamantes durante os primeiros 7 anos de operação a céu aberto. A mina possui potencial para estender a vida útil da operação através de lavra subterrânea e do desenvolvimento de recursos adicionais associados às demais ocorrências de kimberlito que foram descobertas nas áreas de concessão da empresa.

Laísa Mangelli

O Código de Mineração, a tragédia da Samarco e os geólogos brasileiros


O Código de Mineração, a tragédia da Samarco e os geólogos brasileiros, artigo de Álvaro Rodrigues dos Santos

Bombeiros procuram por vítimas em meio ao mar de lama que engoliu o distrito de Bento Rodrigues, em Mariana (MG) | Antônio Cruz – Agência Brasil / ISA

Bombeiros procuram por vítimas em meio ao mar de lama que engoliu o distrito de Bento Rodrigues, em Mariana (MG) | Antônio Cruz – Agência Brasil / ISA

 

A revelação dos esquemas de corrupção na Petrobrás com participação ostensiva de funcionários de carreira, o conturbado e sinuoso desencaminhamento da discussão sobre o novo Código de Mineração, o desastroso rompimento da barragem de rejeitos da Samarco, a revelação pública do estado de insolvência do DNPM – Departamento Nacional de Produção Mineral e outros organismos públicos de regulação e fiscalização, a multiplicação de acidentes e instalação de áreas de risco envolvendo o meio físico geológico, são alguns dos fatos que compõem um quadro crítico que está a demandar a reflexão e o posicionamento dos geólogos brasileiros.

Dentro desse quadro circunstâncias especiais, onde estão em jogo grandes interesses da nação e também grandes interesses privados, não necessariamente conflitantes, mas também não necessariamente confluentes, impõem aos geólogos extremo cuidado na formação de suas opiniões, tão ansiosamente esperadas pela sociedade brasileira.

Duas visões extremadas tem sido comumente expressas, ambas com o dom de prejudicar e viciar o bom debate que se faz necessário para o encontro de bons diagnósticos, boas projeções e boas soluções. A primeira, bastante promovida nos últimos anos, e com presença crescente e forte especialmente no poder legislativo, desenha as empresas e empresários da mineração e de grandes obras civis como “sofridos patriotas, beneméritos geradores do emprego e da riqueza nacional, mas traídos e sabotados por um poder público que lhes explora em mil impostos e taxas e os sufoca com descabidas exigências ambientais, de segurança e de proteção de grupos indígenas”. A segunda, no extremo oposto, considera as grandes obras civis, a mineração e seus empresários como “intrínsecos elementos do MAL, destruidores do meio ambiente, desrespeitadores dos direitos trabalhistas, dilapidadores do patrimônio mineral brasileiro, exterminadores de culturas, tradições e costumes das regiões em que se instalam, sonegadores contumazes”.

É preciso escapar dessa polarização extremada, que não tem admitido qualquer possibilidade de entendimento entre sociedade e empresariado na busca por soluções que atendam os interesses maiores da nação. Não é o caso de sermos ingênuos, há sim péssimos empresários, aos quais só importa a ânsia por lucros rápidos e fantásticos, seja a que custo ambiental e social for, e que os prejudicados se danem. Como também há entre os que demonizam empresas e empresários aqueles cuja verdadeira intensão é tirar proveitos políticos pessoais dessa guerra assim movida, ou até fazer o jogo de outros grupos econômicos concorrentes.

Cabe nesse momento especialmente aos geólogos brasileiros e suas entidades, estimados e admirados pela população por sua dedicação e resultados na descoberta e defesa de riquezas minerais importantíssimas e no desenvolvimento das melhores técnicas para os empreendimentos se relacionarem virtuosamente com o meio físico geológico, a iniciativa de produzir o bom debate.

Para tanto, é necessário que, depois de tanta demora e manobras, se retire a votação do novo Código de Mineração no Congresso Nacional do regime de urgência a que está submetida. Passados vários anos não se fez a discussão devida, não faz o mínimo sentido permitir agora que as formulações legais sejam produzidas sob a ótica do oportunismo e da esperteza. Não há que se esperar outro resultado dessa loucura, senão um Código sofrível e a produção de um campo minado entre vitoriosos e derrotados.

Por fim, uma sugestão ao governo, chame as entidades representativas dos geólogos brasileiros, a FEBRAGEO – Federação Brasileira de Geólogos, a SBG – Sociedade Brasileira de Geologia, a ABGE – Associação Brasileira de Geologia de Engenharia, ouça o que elas tem a dizer, organize com elas uma proveitosa discussão que reúna todas as partes envolvidas, e com calma e sob a égide do interesse nacional maior cheguem a um denominador o mais comum quanto possível. Vai valer a pena.

Geól. Álvaro Rodrigues dos Santos (santosalvaro@uol.com.br)
Ex-Diretor de Planejamento e Gestão do IPT – Instituto de Pesquisas Tecnológicas
Autor dos livros “Geologia de Engenharia: Conceitos, Método e Prática”, “A Grande Barreira da Serra do Mar”, “Diálogos Geológicos”, “Cubatão”, “Enchentes e Deslizamentos: Causas e Soluções”, “Manual Básico para elaboração e uso da Carta Geotécnica”.
Consultor em Geologia de Engenharia e Geotecnia
Articulista e Colaborador do Portal EcoDebate

Artigo enviado pelo Autor e originalmente publicado em Viomundo, 23/11/2015.

in EcoDebate, 26/11/2015

“Efeito mineração”


“Efeito mineração” faz desmatamento na Mata Atlântica subir em Minas Gerais

Foto: wikipédia.

Rompimento de barragem destruiu 169 hectares de Mata Atlântica na cidade mineira de Mariana. Foto: Wikipédia.

 

Minas Gerais é o estado que mais destruiu a Mata Atlântica no período de 2014 e 2015. É o que mostra a nova edição do Atlas dos Remanescentes Florestais da Mata Atlântica, estudo divulgado nesta quarta-feira (25) pela SOS Mata Atlântica e pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).

O documento aponta que a Mata Atlântica perdeu 18.433 hectares (ha) no ano passado, taxa 1% maior que a do período anterior, que registrou 18.267 ha. A destruição equivale a desmatar 4,6 vezes o tamanho doParque Nacional da Tijuca.

Após dois anos de queda do desmatamento no estado, Minas Gerais voltou a liderar no ranking do país, com 7.702 ha de perda de Mata Atlântica, uma alta de 37% em relação ao período de 2013-2014. A mineração foi a principal responsável pelo aumento no estado: além do acidente em Mariana, que destruiu 169 hectares de Mata Atlântica, contribuiu o chamado “Triângulo do Desmatamento”, com destaque para a região de Jequitinhonha, no noroeste do estado. Nessa região, estão concentrados os municípios mineiros que mais desmatam a Mata Atlântica.

 

Os maiores desmatadores

A Bahia ficou em segundo lugar, com 3.997 hectares desmatados, 14% a menos do que o período anterior. O Piauí veio em seguida, mesmo reduzindo o desmatamento no estado em 48%, de 5.626, no ano anterior, para 2.926 hectares. É uma boa notícia, pois, no período entre 2013 e 2014, o Piauí liderou o ranking de desmatadores.

Minas, Bahia e Piauí têm em comum o fato que o desmatamento da Mata Atlântica é mais forte nas áreas que fazem limite com o Cerrado, bioma que sofre com o aumento da fronteira agrícola.

Os municípios que mais desmataram no período foram: Alvorada do Gurguéia (PI), responsável por desmatar 1.972 hectares; Baianópolis (BA) e Brejolândia (BA), que desmataram 824 ha e 498 ha respectivamente. Em quarto e em quinto lugares vêm os municípios mineiros de Curral de Dentro (492 ha) e  Jequitinhonha (370 ha), –  0 Triângulo do Desmatamento, que abriga ainda os municípios de Águas Vermelhas (338 ha), Ponto dos Volantes (208 ha) e Pedra Azul (73 ha).

O estudo destaca a má perfomance do Paraná, estado que apresentou o aumento mais brusco no período: de 921 ha de florestas nativas derrubadas entre 2013-2014 para 1.988 ha no último período, um aumento de 116%. Segundo o Atlas, o retorno do desmatamento nas florestas com araucária foi responsável por 89% (1.777 ha) do total destruído no estado.

Mata Atlântica se distribui ao longo da costa do país,  e cobre áreas de 17 estados, onde vive mais de 72% da população brasileira. Nessa extensa área, restam apenas 8,5% de remanescentes florestais com áreas maiores que 100 hectares.

Em 30 anos, o bioma perdeu 1.887.596 hectares, o equivalente à área de 12,4 cidades de São Paulo.

Fonte: (o)eco

‘Não existe nenhuma dúvida de que o amianto é um mineral lesivo à saúde’


Entrevista com Hermano Castro, Ensp/Fiocruz

                                  Imagem de pulmão de paciente com asbestose, uma das doenças causadas pelo amianto. Foto. Agência Fiocruz de Notícias (AFN)
Imagem de pulmão de paciente com asbestose, uma das doenças causadas pelo amianto. Foto. Agência Fiocruz de Notícias (AFN)

 

“Não existe nenhuma dúvida de que o amianto é um mineral lesivo à saúde. Segundo o critério 203 da OMS a exposição ao amianto crisotila aumenta o risco de câncer de pulmão, mesotelioma e asbestose e não há limite seguro para exposição”. A afirmação é do diretor da Escola Nacional de Saúde Pùblica (Ensp/Fiocruz) e especialista no tema, Hermano Castro. Em entrevista para o site do Centro Colaborador em Vigilância Sanitária (Cecovisa) da Ensp, Castro comenta os esforços brasileiros pelo banimento deste mineral, aborda as principais doenças relacionadas ao amianto, além de destacar os principais riscos ao meio ambiente.

 

O amianto foi proibido (uso, extração e comercialização) por 66 países, entre eles a Argentina, o Chile e o Uruguai. No Brasil, os esforços das instituições de saúde e ambientais pelo banimento do amianto se propagam em legislações estaduais e municipais. Quais as reais mudanças nos últimos anos e obstáculos encontrados para a sua proibição?

Hermano Castro: Infelizmente não temos uma Lei de banimento do amianto em nível nacional. Movimentos sociais locais têm conseguido discutir e aprovar lei municipal e Estadual que reduzem o uso do amianto, mas não tem sido suficiente para sensibilizar o Congresso Nacional. Atualmente encontra-se na pauta do STF ações sobre o amianto que podem, se aprovadas, garantir o seu banimento em todo território nacional. Hoje o principal obstáculo é o poder econômico que envolve toda a cadeia produtiva. O Brasil é o terceiro produtor de amianto com uma única mineração, situada em Goiás, que garante a produção, principalmente de telhas de amianto.

 

A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima haver 125 milhões de trabalhadores em todo o mundo expostos aos efeitos do amianto e a ocorrência de cem mil as mortes anuais causadas pelo amianto. Quais as principais doenças relacionadas ao amianto e qual a expectativa para os anos futuro?

Castro: As principais doenças relacionadas ao amianto são a asbestose, um tipo de fibrose pulmonar, irreversível e sem tratamento específico; os acometimentos pleurais: placas, calcificações, espessamento e derrame pleural; câncer de pulmão, mesotelioma e alterações funcionais respiratórias. Como o período de latência entre a exposição e o surgimento da doença pode ser de décadas: 3 a 4 décadas para o mesotelioma, por exemplo, mesmo com o banimento do amianto, ainda teríamos o surgimento de casos nos próximos 40 anos, refletindo a exposição ao mineral.

 

Além dos funcionários da empresa que utilizam o amianto como matéria-prima e que ficam expostos diretamente ao mineral, quais os riscos para as pessoas próximas – família, por exemplo, deste trabalhador?

Castro: Atualmente as empresas que utilizam o amianto realizam a própria lavagem das roupas, porém, durante muitos anos os familiares foram expostos ao mineral, com o aparecimento de muitos casos de doenças entre familiares, gerados pelo contato com o amianto trazido nas roupas dos trabalhadores.

 

E quais os reais riscos do amianto para o meio ambiente?

Castro: A degradação ambiental causada pela extração do mineral é uma realidade nas regiões de mineração. Além disso, o descarte inapropriado de materiais a base de amianto (telhas, caixas d água, passivo industrial) pode contaminar o solo e colocar em risco a saúde da população que entra em contato inadvertidamente com o material. Atualmente existe um resolução Conama 348 que considera o amianto resíduo perigoso e deve ter procedimento especial para o descarte. Alguns estudiosos consideram o mesotelioma (câncer de pleura relacionada ao amianto) um marcador de exposição ambiental, uma vez que um elevado percentual de mesoteliomas, alguns estudos chegam até 50% de casos, não tem relação com exposição ocupacional. O mesotelioma não tem relação de dose-resposta, ou seja, o câncer pode aparecer independente da dose de exposição, o que pode ser atribuída a exposição ambiental.

 

Existem movimentos sociais pelo banimento do amianto, inclusive de ex-trabalhadores, vítimas do amianto. Há um debate em torno dos danos e das pesquisas realizadas. O senhor sofreu interpelação judicial pelo Instituto Brasileiro de Crisotila e a pesquisadora Fernanda Giannasi também recebeu moção de apoio de associações das vítimas do amianto do Brasil e de outros países. Há ainda alguma discussão acerca dos danos do amianto à saúde e ao ambiente?

Castro: Não existe nenhuma dúvida de que o amianto é um mineral lesivo à saúde. Segundo o critério 203 da OMS a exposição ao amianto crisotila aumenta o risco de câncer de pulmão, mesotelioma e asbestose e não há limite seguro para exposição. Sem limite seguro não é possível haver controle da exposição, o que coloca em risco trabalhadores e população. Principalmente no consumo, onde o controle dentro da fábrica não é reproduzido para a população. Desta forma, a população se torna vulnerável e sob risco do adoecimento.

 

O Ministério Público da 9a Vara do Trabalho, em São Paulo, ajuizou uma ação que pode custar R$ 1 bilhão à Eternit, a título de indenização por doenças pelo uso de amianto. Até que ponto essas indenizações por parte justiça do trabalho podem ajudar na luta pela proibição do amianto?

Castro: Essas condenações, como a que ocorreu contra a Eternit na Itália em 2012, são um grande incentivo para a luta pelo banimento. Quanto mais for divulgado para a sociedade sobre os malefícios do amianto, mais difícil se torna a manipulação da opinião pública pelas grandes empresas que alegam que a utilização racional do amianto é segura.

 

Há algumas décadas, as empresas trabalhavam livremente com o amianto. Nos últimos anos, porém, o Supremo Tribunal Federal, por exemplo, tem discutido os riscos do amianto na extração, industrialização e comercialização do amianto. Quais os avanços deste então? 

Castro: O processo ainda se encontra no STF para julgamento, mas a redução no consumo brasileiro se deu muito mais pela informação sobre os males do amianto. Este é um ponto fundamental, o esclarecimento sobre os danos contribuem enormemente para que o consumidor escolha materiais no mercado sem amianto.

 

Em Minaçu, Goiás, encontra-se a única mina de amianto do Brasil, Cana Brava, controlada pela SAMA Mineração de Amianto, do grupo Eternit. Grande parte dos trabalhadores da cidade faz parte do quadro de empregados da mina. No caso do banimento, qual o debate em torno da solução para a dependência econômica da cidade a essa mineradora?

Castro: Com certeza o município sofreria um grande impacto econômico. O que não justifica o risco à saúde da população da cidade e ao país, além dos trabalhadores diretos da mina, todos expostos aos perigos do amianto. Há que se planejar em conjunto, com municípios, Governo Federal, de Goiás e os ministérios, alternativas para realocação dos trabalhadores diretos em novas atividades econômicas e incentivos a práticas sustentáveis e sem riscos à saúde.

 

A Organização Mundial da Saúde e a Organização do Trabalho chamaram atenção para o que seria uma ‘catástrofe sanitária’ se o uso e comercialização do amianto continuarem em vários países. O senhor concorda com esta avaliação?

Castro: Concordo, como já dito anteriormente, o período de latência para as doenças relacionadas ao amianto pode ser de décadas. Quanto mais utilizarmos o mineral, seja pela mineração, comercialização, exportação, maior será a incidência de doenças relacionadas ao amianto no futuro. Alguns estudos mostram que em países que aumentaram o uso do mineral, houve um aumento no número de casos de mesotelioma três décadas depois.

Informe Ensp/AFN, publicado pelo EcoDebate, 22/04/2014

‘Não existe nenhuma dúvida de que o amianto é um mineral lesivo à saúde’


Entrevista com Hermano Castro, Ensp/Fiocruz

                                  Imagem de pulmão de paciente com asbestose, uma das doenças causadas pelo amianto. Foto. Agência Fiocruz de Notícias (AFN)
Imagem de pulmão de paciente com asbestose, uma das doenças causadas pelo amianto. Foto. Agência Fiocruz de Notícias (AFN)

 

“Não existe nenhuma dúvida de que o amianto é um mineral lesivo à saúde. Segundo o critério 203 da OMS a exposição ao amianto crisotila aumenta o risco de câncer de pulmão, mesotelioma e asbestose e não há limite seguro para exposição”. A afirmação é do diretor da Escola Nacional de Saúde Pùblica (Ensp/Fiocruz) e especialista no tema, Hermano Castro. Em entrevista para o site do Centro Colaborador em Vigilância Sanitária (Cecovisa) da Ensp, Castro comenta os esforços brasileiros pelo banimento deste mineral, aborda as principais doenças relacionadas ao amianto, além de destacar os principais riscos ao meio ambiente.

 

O amianto foi proibido (uso, extração e comercialização) por 66 países, entre eles a Argentina, o Chile e o Uruguai. No Brasil, os esforços das instituições de saúde e ambientais pelo banimento do amianto se propagam em legislações estaduais e municipais. Quais as reais mudanças nos últimos anos e obstáculos encontrados para a sua proibição?

Hermano Castro: Infelizmente não temos uma Lei de banimento do amianto em nível nacional. Movimentos sociais locais têm conseguido discutir e aprovar lei municipal e Estadual que reduzem o uso do amianto, mas não tem sido suficiente para sensibilizar o Congresso Nacional. Atualmente encontra-se na pauta do STF ações sobre o amianto que podem, se aprovadas, garantir o seu banimento em todo território nacional. Hoje o principal obstáculo é o poder econômico que envolve toda a cadeia produtiva. O Brasil é o terceiro produtor de amianto com uma única mineração, situada em Goiás, que garante a produção, principalmente de telhas de amianto.

 

A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima haver 125 milhões de trabalhadores em todo o mundo expostos aos efeitos do amianto e a ocorrência de cem mil as mortes anuais causadas pelo amianto. Quais as principais doenças relacionadas ao amianto e qual a expectativa para os anos futuro?

Castro: As principais doenças relacionadas ao amianto são a asbestose, um tipo de fibrose pulmonar, irreversível e sem tratamento específico; os acometimentos pleurais: placas, calcificações, espessamento e derrame pleural; câncer de pulmão, mesotelioma e alterações funcionais respiratórias. Como o período de latência entre a exposição e o surgimento da doença pode ser de décadas: 3 a 4 décadas para o mesotelioma, por exemplo, mesmo com o banimento do amianto, ainda teríamos o surgimento de casos nos próximos 40 anos, refletindo a exposição ao mineral.

 

Além dos funcionários da empresa que utilizam o amianto como matéria-prima e que ficam expostos diretamente ao mineral, quais os riscos para as pessoas próximas – família, por exemplo, deste trabalhador?

Castro: Atualmente as empresas que utilizam o amianto realizam a própria lavagem das roupas, porém, durante muitos anos os familiares foram expostos ao mineral, com o aparecimento de muitos casos de doenças entre familiares, gerados pelo contato com o amianto trazido nas roupas dos trabalhadores.

 

E quais os reais riscos do amianto para o meio ambiente?

Castro: A degradação ambiental causada pela extração do mineral é uma realidade nas regiões de mineração. Além disso, o descarte inapropriado de materiais a base de amianto (telhas, caixas d água, passivo industrial) pode contaminar o solo e colocar em risco a saúde da população que entra em contato inadvertidamente com o material. Atualmente existe um resolução Conama 348 que considera o amianto resíduo perigoso e deve ter procedimento especial para o descarte. Alguns estudiosos consideram o mesotelioma (câncer de pleura relacionada ao amianto) um marcador de exposição ambiental, uma vez que um elevado percentual de mesoteliomas, alguns estudos chegam até 50% de casos, não tem relação com exposição ocupacional. O mesotelioma não tem relação de dose-resposta, ou seja, o câncer pode aparecer independente da dose de exposição, o que pode ser atribuída a exposição ambiental.

 

Existem movimentos sociais pelo banimento do amianto, inclusive de ex-trabalhadores, vítimas do amianto. Há um debate em torno dos danos e das pesquisas realizadas. O senhor sofreu interpelação judicial pelo Instituto Brasileiro de Crisotila e a pesquisadora Fernanda Giannasi também recebeu moção de apoio de associações das vítimas do amianto do Brasil e de outros países. Há ainda alguma discussão acerca dos danos do amianto à saúde e ao ambiente?

Castro: Não existe nenhuma dúvida de que o amianto é um mineral lesivo à saúde. Segundo o critério 203 da OMS a exposição ao amianto crisotila aumenta o risco de câncer de pulmão, mesotelioma e asbestose e não há limite seguro para exposição. Sem limite seguro não é possível haver controle da exposição, o que coloca em risco trabalhadores e população. Principalmente no consumo, onde o controle dentro da fábrica não é reproduzido para a população. Desta forma, a população se torna vulnerável e sob risco do adoecimento.

 

O Ministério Público da 9a Vara do Trabalho, em São Paulo, ajuizou uma ação que pode custar R$ 1 bilhão à Eternit, a título de indenização por doenças pelo uso de amianto. Até que ponto essas indenizações por parte justiça do trabalho podem ajudar na luta pela proibição do amianto?

Castro: Essas condenações, como a que ocorreu contra a Eternit na Itália em 2012, são um grande incentivo para a luta pelo banimento. Quanto mais for divulgado para a sociedade sobre os malefícios do amianto, mais difícil se torna a manipulação da opinião pública pelas grandes empresas que alegam que a utilização racional do amianto é segura.

 

Há algumas décadas, as empresas trabalhavam livremente com o amianto. Nos últimos anos, porém, o Supremo Tribunal Federal, por exemplo, tem discutido os riscos do amianto na extração, industrialização e comercialização do amianto. Quais os avanços deste então? 

Castro: O processo ainda se encontra no STF para julgamento, mas a redução no consumo brasileiro se deu muito mais pela informação sobre os males do amianto. Este é um ponto fundamental, o esclarecimento sobre os danos contribuem enormemente para que o consumidor escolha materiais no mercado sem amianto.

 

Em Minaçu, Goiás, encontra-se a única mina de amianto do Brasil, Cana Brava, controlada pela SAMA Mineração de Amianto, do grupo Eternit. Grande parte dos trabalhadores da cidade faz parte do quadro de empregados da mina. No caso do banimento, qual o debate em torno da solução para a dependência econômica da cidade a essa mineradora?

Castro: Com certeza o município sofreria um grande impacto econômico. O que não justifica o risco à saúde da população da cidade e ao país, além dos trabalhadores diretos da mina, todos expostos aos perigos do amianto. Há que se planejar em conjunto, com municípios, Governo Federal, de Goiás e os ministérios, alternativas para realocação dos trabalhadores diretos em novas atividades econômicas e incentivos a práticas sustentáveis e sem riscos à saúde.

 

A Organização Mundial da Saúde e a Organização do Trabalho chamaram atenção para o que seria uma ‘catástrofe sanitária’ se o uso e comercialização do amianto continuarem em vários países. O senhor concorda com esta avaliação?

Castro: Concordo, como já dito anteriormente, o período de latência para as doenças relacionadas ao amianto pode ser de décadas. Quanto mais utilizarmos o mineral, seja pela mineração, comercialização, exportação, maior será a incidência de doenças relacionadas ao amianto no futuro. Alguns estudos mostram que em países que aumentaram o uso do mineral, houve um aumento no número de casos de mesotelioma três décadas depois.

Informe Ensp/AFN, publicado pelo EcoDebate, 22/04/2014

Proposta permite mineração em unidade de conservação


Deputado Leonardo Quintão (PMDB-MG) alterou trechos do Código da Mineração. Foto: Lucio Bernardo Jr./Câmara dos Deputados.

Deputado Leonardo Quintão (PMDB-MG) alterou trechos do Código da Mineração. Foto: Lucio Bernardo Jr./Câmara dos Deputados.

O governo enviou ao Congresso o Novo Código de Mineração em junho de 2013 para ser votado em regime de urgência, mas os impasses em torno das novas regras e a aproximação das eleições adiaram a votação do relatório. Este ano, o projeto de lei voltou a tramitar. E o relator do projeto, Leonardo Quintão (PMDB-MG), apresentou informalmente esta semana o novo relatório do Código, mudando pontos importantes, entre os quais a permissão da mineração em áreas protegidas de uso sustentável.

O parecer de Quintão foi apresentado nesta quarta-feira (27) na comissão especial montada para analisar o novo código. Os parlamentares integrantes da comissão querem mais tempo para discutir o texto. A votação foi adiada para o dia 22 de setembro, o que desagradou o relator.

"São várias as inovações que colocamos no relatório para ajudar [na aprovação]. O que não pode é não votar o relatório. Queremos votar para termos uma lei estável no País, para garantir investimentos e, consequentemente, centenas de milhares de empregos serão criados."

Uma das modificações foi a criação de uma Agência de Mineração, com poderes para autorizar ou não outras atividades que possam “criar impedimento à atividade de mineração”. A agência substituirá as atuais atribuições do Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM).

Exploração em UC

A novidade que afeta em cheio a proteção ambiental no país é a autorização explícita para a explorar mineração em unidades de conservação de uso sustentável, como florestas nacionais e reservas de desenvolvimento sustentável. Para tal, será necessário que a área seja licenciada e que a empresa interessada realize o respectivo estudo de impacto ambiental.

Coordenador da Frente Parlamentar Ambientalista, Sarney Filho (PV-MA) reclamou que o parecer coloca a mineração acima dos interesses das unidades de conservação ambiental e de terras indígenas e quilombolas.

De olho nas áreas protegidas

Essa não é a primeira proposta que coloca as áreas protegidas na mira dos interesses do setor de mineração. Em 2012, o deputado Vinícius Gurgel (PR-AM) apresentou um projeto que liberava 10% das Unidades de Conservação de proteção integral à mineração. Em troca, os mineradores seriam obrigados a doar áreas com o dobro do tamanho das abertas à exploração comercial e com as mesmas características ecológicas e biológicas.

projeto sofreu modificações na Comissão de Minas e Energia da Câmara dos Deputados. O relator Bernardo Santana de Vasconcellos (PR-MG), além de manter a mineração das unidades de conservação, quis transferir o poder de criação de UCs de Proteção Integral para o Congresso Nacional.

A proposta não faz parte do projeto original do código de mineração. Após protestos dos ambientalistas, tanto o projeto original quanto seu substitutivo não foram para frente e o projeto acabou sendo arquivado.

Fonte: (o) eco 

Efeitos da mineração vistos do espaço



 

O deserto da Namíbia, no sudoeste da África é um dos lugares mais inóspitos do planeta. Não há quase nenhuma água corrtente na superfície, excepto quando algumas tempestades esporádicas trazem chuva no inverno. Mas há algo que atrai pessoas para a Namíbia: o país está entre os cinco principais exportadores de urânio do mundo.

 

Nesta imagem do satélite EO-1 de março de 2013 podemos ver a mina Rössing, a mais antiga e terceira maior fonte de urânio do mundo. O leito seco do rio Khan é visível na parte inferior da imagem. Alguns grupos ambientalistas alertam que amostras de água do canal do rio Khan mostraram níveis de urânio elevados, mas estudos posteriores apontaram que o urÂnio também ocorre naturalmente nos sedimentos do rio.

 


 

Com o aumento do custo do petróleo, minerar areias betuminosas tornou-se um empreendimento lucrativo na última década. Areias betuminosas consistem de argila, areia e outros minerais, revestido em água e um óleo viscoso chamado betume.

 

Para obter petróleo utilizável a partir desta mistura os produtores têm de separar o betume da areia usando água quente, e depois processar o betume em óleo cru. É um processo que consome muita energia e que até recentemente custava muito caro para ser rentável. Preços mais altos do petróleo agora compensam o custo.

 

Esta imagem feita pelo satélite Landsat em maio de 2011 mostra as minas de areias betuminosas localizadas ao redor do rio Athabasca, no Canadá. Esse tipo de mineração tem um grande impacto no meio-ambiente. Todo o processo, desde a mineração e separação de areias petrolíferas para a produção de óleo bruto, libera mais gases do efeito estufa do que outros métodos de produção de petróleo.

 


 

Com nomes como cério, lantânio e itérbio, as terras raras não tem nomes muito famosos. Mas os produtos que fazem uso delas certamente são, como ímãs, lentes de câmera e baterias.

 

Nesta imagem do satélite Terra de julho de 2001 podemos ver a mina de Bayan Obo, na China, de onde vem praticamente metade da produção mundial de terras raras.

 

Uma operação de mineração tão intensiva tem um forte impacto sobre o ambiente ao seu redor. Até 12.000 m3 de gás tóxico contendo dióxido de enxofre e ácido sulfúrico são liberados para cada tonelada de minérios extraidos do solo.

 


 

Esta foto feita por um astronauta a bordo da Estação Espacial Internacional em dezembro de 2009 mostra a enorme área onde são despejados os resíduos que sobram das operações da mina Escondida, no Chile, responsável por quase 10% de toda a produção de cobre mundial.

 

Os resíduos contendo cobre chegam na forma de um líquido esverdeado, que ao secar ganha as colorações mais acinzentadas vistas no resto da imagem. Os resíduos são contidos por uma barragem de contenção com mais de 1 km de comprimento, visível como uma linha reta no canto inferior esquerdo da imagem.

 


 

Esta mina fotografada a partir da Estação Espacial Internacional em outubro de 2013 é a maior mina a céu aberto da Califórnia, e está entre as maiores minas de borato do mundo. O complexo da mina estende-se por cerca de 54 quilômetros quadrados. Os boratos são os compostos químicos que incluem o elemento boro (B), sendo utilizados como componentes de alguns tipos de vidro, revestimentos anticorrosivos e detergentes.

 


 

Apesar de ser apenas um pequeno país, o Kuwait possui um enorme papel na produção de petróleo mundial. O país tem uma reserva estimada de 94 bilhões de barris de petróleo, cerca de 9 por cento de todo o petróleo do mundo.

 

O maior e mais antigo campo de petróleo do país é o  Greater Burgan, localizado no sudeste do Kuwait, produzindo cerca de 1,6 milhões de barris de petróleo por dia. Nesta foto do satélite Terra, de setembro de 2009, podemos ver o metano sendo queimado e a fumaça negra que isso gera quando a infraestrutura do poço não é capaz de capturar os gases que escapam das profundezas da terra junto com o óleo.

 


 

A evaporação da água do lago de sal Dabuxun, na China, deixa para trás uma grande quantidade de minerais, incluindo cloreto de sódio, potássio, bromo, halita, gesso e cloreto de magnésio. As lagoas de evaporação quadradas mostradas nesta imagem do satélite Landsat 8, feita em 15 de novembro de 2013, são usadas para extrair esses minerais.

Os minerais levaram milhões de anos para se acumular no lago, e são hoje valiosos para uma série de indústrias. A maior indústria de produção de potássio da China, incluindo a fábrica de fertilizantes de potássio Qinghai, está localizada na região.

(Fonte: Observatório da Terra – NASA)

 

Publicado em O Eco