Pequim vai aplicar medidas de combate à poluição em casos de emergência


A Prefeitura de Pequim vai colocar em uso medidas de emergência contra a poluição, como o fechamento de fábricas e limites à circulação de veículos, quando a contaminação atmosférica em níveis perigosos para a saúde durar por mais de três dias consecutivos.

A imprensa local publicou nesta quarta-feira que será estabelecido um rodízio na circulação de automóveis, de acordo com o último número da placa, pois está previsto que a concentração de partículas PM 2,5 – as mais perigosas para a saúde – superem os 300 microgramas por metro cúbico de ar durante três dias.

Quando a poluição atingir níveis prejudiciais à saúde, o "alerta vermelho", também serão suspensas as aulas nas escolas, assim como as operações de algumas fábricas.

Os cidadãos serão alertados sobre os níveis de poluição para que se protejam e tomem medidas para reduzir as emissões, afirmaram as autoridades municipais.

O subdiretor do Escritório de Proteção Ambiental da cidade, Fang Li, citado pela imprensa local, disse que vai fazer o possível para emitir os alertas de emergência com até 24 horas de antecedência.

O subdiretor da Comissão de Transportes de Pequim, Fang Ping, afirmou que, diante da previsão de um aumento na restrição à circulação de veículos particulares, o número de usuários do transporte público deverá aumentar em 2 milhões de pessoas. Com isso, o horário de funcionamento será ampliado em trinta minutos e a frequência na saída de ônibus e trens do metrô será maior.

A China, a segunda maior economia do mundo e país onde estão algumas das cidades mais poluídas do mundo, anunciou no mês de julho investimentos de US$ 277 bilhões para combater a poluição.

Os danos ao meio ambiente são uma das grandes preocupações da população chinesa, onde 76,1% das principais cidades registraram níveis de contaminação atmosférica acima do considerado seguro de acordo com os padrões chineses no ano passado.

O uso de carvão como principal fonte de energia nacional e o descaso com o meio ambiente, que perdurou por décadas no país, são algumas das principais causas da poluição ambiental que afeta o país.

Desde o último domingo, por exemplo, o nordeste da China registra altos níveis de contaminação atmosférica, uma vez que estão em funcionamento as calefações comunitárias, que utilizam o carvão como combustível.

O nível de poluição obrigou o fechamento de escolas, estradas e aeroportos em grandes cidades da região como Harbin e Changchun.

Fonte: Terra

Em breve um 51º Estado Americano?


         

Em março de 2011, depois de um tremor de terra de magnitude nove, um tsunami varreu a costa japonesa. Provocando a morte de mais de 15 mil pessoas, a destruição de 750 mil edifícios, e um acidente nuclear em Fukushima.  
Dois anos e meio depois da catástrofe, o Japão curou pouco a pouco suas feridas. Porém, há milhares de quilômetros, na outra costa do pacífico, uma nova consequência do Tsunami gerou polêmicas. 
As ondas gigantes do Tsunami – com altura estimada em mais de 30 metros- percorreram até 10km em direção ao interior de terras, destruindo parcial ou totalmente as zonas urbanas e acarretando pela mesma ocasião uma quantidade fenomenal de detritos: aproximadamente 5 milhões de toneladas de detritos de todos os tipos. (carros, barcos, casas, madeiras, móveis, plásticos e etc.) Os pesquisadores estimam que 70% dos detritos são escombros e restos do Japão.   Os restos dos detritos à deriva no oceano pacífico se aglutinam pouco a pouco e formam uma verdadeira massa, cuja superfície total se assemelha a da França. (700.000 km²).  
Impulsionada pelos ventos e correntes, a ilha artificial agora localiza-se a cerca de 2700 km da costa oeste dos Estados Unidos, que recebe mais e mais detritos à medida que progride. No entanto, conforme relatado pelo site do jornal Les Echos, os pesquisadores da Administração Nacional Oceânica e Atmosférica (NOAA) negam a existência da ilha artificial e preferem mencionar pilhas de resíduos e dejetos do Pacífico.
Contudo, além da poluição das águas, os detritos em massa tem causado alterações em animais e plantas marinhas. Desta feita, 165 espécies alteradas já foram catalogadas.

Fonte: www.urbanews.fr/2013/11/07/36706-un-51eme-etat-americain/
Publicado: sete de novembro de 2013
Autor: Edouard Malsch.
Tradução: Matheus Lima.

Um táxi ecológico


Para compensar a poluição causada pelo próprio táxi, o motorista João Batista criou um sistema de plantação de mudas de pau-brasil

               

Em 2007, o taxista João Batista já tinha uma clientela fiel em São Paulo, mas estava descontente com o trabalho. Nada relacionado ao trânsito – ele já tinha resolvido isso com bom-humor, revistas e até bebidas para os clientes. O problema agora era o aquecimento global. Descobriu que os carros eram verdadeiros vilões nessa história.

“Um táxi polui muito o ambiente, mas eu não poderia parar de trabalhar. Foi aí que comecei a pesquisar sobre como neutralizar o que eu mesmo sujei”. Também na rádio, fiel companheira dos taxistas, foi que João encontrou uma luz. “Eu estava ouvindo o (colunista da CBN) Gilberto Dimenstein, que falava sobre sustentabilidade. Falei ‘vou escrever para ele’”.

Com a ajuda de Dimenstein, João encontrou ONGs ambientais e, juntos, calcularam quanto CO2 o automóvel liberava por dia e quantas mudas ele deveria plantar para que elas absorvessem tudo. Depois, João chegou ao valor que precisava sugerir aos clientes para a compra das mudas.

Em seis anos, o taxista plantou quase 250 mudas de pau-brasil em praças da cidade de São Paulo. No início, os amigos não colocavam muita fé na ideia; eles lhe diziam que o vandalismo ia arrancar as mudas. Não foi o que aconteceu: as primeiras árvores, plantadas na praça do bairro onde mora, na zona leste, continuam lá, cada vez maiores.

Com uma tabela, o taxista apresenta no final da corrida quantos quilos de CO2 a viagem depositou no ambiente e quanto o passageiro desembolsa se quiser ajudar a comprar uma muda. Um trajeto de uma hora, por exemplo, deposita 11,7 kg de dióxido de carbono e gera uma contribuição de 62 centavos. “Se o cliente não quiser colaborar, não precisa. Mas todo mundo se sensibiliza. Tem gente disposta a ajudar mais e doa até R$ 50, R$ 100 (hoje, a muda custa cerca de R$ 100)”.

As subprefeituras oferecem a praça e a mão de obra. Pelo site de João* (oseutaxi. com.br), dá para se cadastrar num programa de fidelidade em que o usuário troca pontos por mais mudas de pau-brasil.

*O seu táxi

 

Fonte: Planeta Sustentável

Poluição do ar pode ter relação com aumento de casos de AVC, diz estudo


Quem vive em áreas poluídas têm mais chance de entupimento de artérias.
Investigação foi feita com 300 mil pessoas em cidades dos EUA, como NY.

Falta de manutenção do escapamento prejudica a saúde dos moradores de São Carlos, SP. (Foto: Paulo Chiari/EPTV)
Fumaça emitida por escapamento de automóveis lança materiais particulados que prejudicam a saúde de quem respira o ar contaminado (Foto: Paulo Chiari/EPTV)

Um novo estudo divulgado nesta segunda-feira (16) sugere que a poluição do ar tem relação com um possível estreitamento das artérias carótidas, responsáveis por transportar o sangue arterial do coração para o cérebro.

O entupimento delas pode provoca um acidente vascular cerebral (AVC).

Pesquisadores do Centro Médico Langone, hospital da Universidade de Nova York, nos Estados Unidos, analisaram registros de mais de 300 mil pessoas que vivem em Nova York, Nova Jersey e Connecticut.

Com os dados, eles descobriram que quem vivia em endereços com maior presença de poluição particulada ficou mais propenso ao estreitamento de suas artérias carótidas internas em relação a quem vivia em áreas menos poluídas.

A análise foi feita entre os anos de 2003 e 2008, com a ajuda de índices de poluentes obtidos pela Agência de Proteção Ambiental (EPA)

As principais fontes de emissões do material particulado são os veículos automotores, processos industriais e queima de biomassa. Esses agentes contaminantes causam danos graves à saúde, segundo cientistas.

O material particulado (que tem a sigla em inglês PM2,5) é uma denominação para um conjunto de poluentes como poeiras, fumaças e todo titpo de material sólido e líquido que fica suspenso na atmosfera por causa do seu tamanho pequeno.

As principais fontes de emissões desse tipo de material são os veículos automotores, processos industriais e queima de biomassa. Esses agentes contaminantes causam danos graves à saúde, segundo cientistas.

Menos poluição, menos risco
De acordo com o pesquisador Jeffrey Berger, da Divisão de Cardiologia da Universidade de Nova York, os dados reforçam a possibilidade de que a poluição do ar diária pode representar um alto risco de AVC, além dos fatores de risco tradicionais como a pressão arterial alta, colesterol, diabetes e tabagismo.

As duas artérias carótidas internas estão situadas em ambos os lados do pescoço e fornecem sangue ao cérebro. Normalmente, o AVC resulta do acúmulo de placas nessas artérias.

Segundo Jonathan Newman, cardiologista que liderou a investigação científica, ainda não é possível estabelecer a influência direta da poluição, mas a análise sugere que a hipótese de que a redução dos níveis de contaminação do ar influencia na queda da incidência de problemas nas artérias carótidas e, consequentemente, possíveis episódios de AVC.

Fonte: G1

A frágil saúde dos rios tem um recado sério para o Brasil


 

Rafael Pacheco/Prefeitura de Pirapora do Bom Jesus/Divulgação

Poluição: espuma é vista em trecho do Rio Tietê em Pirapora do Bom Jesus, em 23.06.2015.



Apesar do complemento "básico" no nome, o saneamento é um gargalo histórico no Brasil e nem mesmo a grave crise hídrica de 2014 conseguiu mudar esta sina. Uma abrangente pesquisa da ONG ambientalista SOS Mata Atlântica divulgada neste 22 de março, Dia Mundial da Água, comprova que pouco se tem feito para preservar este bem essencial à vida lá na sua origem – os rios, córregos e lagos do país.

O levantamento mediu a qualidade da água em 289 pontos de coletas distribuídos em 76 municípios de 11 estados brasileiros e do Distrito Federal e constatou que nada menos do que 36,3% dos pontos analisados apresentam qualidade ruim ou péssima.

Outros 59,2% estão em situação regular, o que significa um estado de alerta. Do total, apenas 13 pontos foram avaliados com qualidade de água boa (4,5%). Nenhum, porém, foi avaliado como ótimo.

Os dados da pesquisa foram coletados entre março de 2015 e fevereiro de 2016, um período marcado por fortes chuvas, e comparados aos resultados da pesquisa anterior, de março de 2014 a fevereiro de 2015, quando as regiões Nordeste e Sudeste enfrentaram uma grave estiagem.

"Buscamos essa comparação para ver como como os picos climáticos impactam na qualidadde da água e no controle de poluentes. Existe uma percepção de que as chuvas aumentam a capacidade de autodepuração dos poluentes nos rios. Mas a gente tem notado que, nos últimos anos, as chuvas têm influenciado negativamente a qualidade da água em regiões urbanas, principalmente nas áreas metropolitanas, como São Paulo", explica Malu Magalhães, coordenadora da Rede das Águas da Fundação SOS Mata Atlântica.

Neste ano, a cidade de São Paulo perdeu dois pontos que, até 2015, apresentavam qualidade de água boa, localizados em áreas de manancial no Parque dos Búfalos (Represa Billings) e em Parelheiros (Represas Billings/Guarapiranga).

O que mudou

Na comparação em todo o país, 125 pontos de coleta monitorados apresentaram tendência de comprometimento da qualidade da água, com leve piora nos indicadores. Houve ainda um aumento dos pontos com qualidade ruim de 41,6% para 47,2% e apenas 3,2% dos rios seguem apresentando qualidade de água boa.

Falta de tratamento de esgoto, lançamento ilegal de efluentes industriais e desmatamento associado a ocupações irregulares e a mudanças no uso do solo próximo a mananciais são as principais causas de poluição das águas e fontes de graves doenças de veiculação hídrica, como diarréia, hepatite e cólera. 

Diante de números tão preocupantes, o estudo assinala o papel fundamental do cuidado com o meio ambiente natural para a garantia de água de boa qualidade. Boa parte dos pontos (4,5%) que se encaixaram nessa categoria estão localizados em áreas protegidas e que contam com matas ciliares preservadas.

Em contrapartida, nas áreas com pouco cobertura verde, como a Cantareira, que possui apenas 20% de vegetação remanescente, as fortes chuvas aumentam as cargas difusas de poluição, como lixo, material particulado de veículos diesel e a gasolina, sedimentos, entre outros.

"Temos aí um alerta para as autoridades de que as chuvas não resolvem o problema da poluição. Mudar esse quadro exige que o saneamento entre para as prioridades dos gestores públicos", aponta Malu.
 
O tamanho do desafio

Em um país onde metade da população ainda não tem esgoto coletado em suas casas e cerca de 35 milhões de pessoas nem sequer têm acesso a água tratada, tal ambição pode parecer fadada ao fracasso.

Historicamente, o setor de saneamento sempre foi visto como uma espécie de patinho feio da infraestrutura, e o estudo comprova este descaso.

O próprio Plano Nacional de Saneamento Básico postergou a universalização do saneamento no país para 2033 – sendo que antes o prazo era até 2020 – em virtude da falta de investimentos no tratamento de esgoto e para acabar com os lixões nos municípios.

De acordo com a especialista da SOS Mata Atlântica, esses indicadores reforçam a importância da campanha "Saneamento Já", lançada pela ONG com o objetivo de engajar a sociedade em uma petição pela universalização do saneamento e por água limpa nos rios e praias brasileiras.

"As pessoas não associam a questão da saúde ao saneamento, coleta de esgoto e de lixo e acesso à agua tratada. Só a mudança de mentalidade vai transformar o saneamento em prioridade" diz. "Os rios são espelhos das políticas públicas, se a saúde deles vai mal, alguma coisa não está sendo feita", alerta. 

É fato que o cenário econômico desfavorável e os cortes nos gastos públicos do ajuste fiscal devem reduzir os investimentos no setor, mas a implementação de projetos de melhoria enfrentam um obstáculo maior: a má gestão. 

Um levantamento recente do Instituto Trata Brasil, ONG que faz estudos sobre saneamento, mostra que a burocracia somada à problemas de gestão ajudam a retardar o avanço do setor por aqui.

Do total das 337 obras de água e esgoto do PAC monitoradas pela ONG, apenas 29% estão concluídas, 15% em situação normal e 52% estavam em situação inadequada (sendo 20% paralisadas, 17% atrasadas e 15% não iniciadas). Talvez só mesmo uma ampla demonstração de insatisfação popular mude esse quadro.

Fonte: Planeta Sustentável 

China se arma para difícil luta contra poluição


            

Meta agora são as partículas finas

A capital chinesa está tentando acelerar a redução de poluentes de partículas, com o objetivo de chegar a um nível reconhecido como seguro internacionalmente, no mesmo momento em que concorre para sediar as Olimpíadas de Inverno de 2022.

Apesar dos desafios, Beijing fará todos os esforços de diminuição de suas concentrações das chamadas PM2.5, matéria particulada com um diâmetro de 2.5 microns, disse ontem Pan Tao, chefe do Instituto de Pesquisa de Proteção Ambiental da capital chinesa.

Os poluentes PM.25 podem penetrar nos pulmões e são muito perigosos para a saúde. Pan disse estimar que a intensidade das partículas na cidade deverá ser reduzida em 60 microgramas por metro cúbico a partir de 2017, e 35 microgramas a partir de 2030 – em relação aos atuais 89.5 microgramas.

A ambição de sediar as Olimpíadas de 2022 com Zhangjiakou, uma cidade na vizinha província de Hebei, chamou a atenção pública para a questão da poluição, debatida intensamente na China nos últimos anos.

Uma das medidas é a criação de novos tribunais ambientais,  multas diárias para poluidores ou o fechamento de suas operações. Analistas afirmam que se trata de passos positivos, mas não uma garantia de progresso.

“Não podemos dizer que estamos otimistas, mas vemos sinais de esperança,” afirmou Ma Jun, um importante ambientalista baseado em Beijing. “Estamos vendo ações muito concretas, planos muito amplos, que têm algumas medidas fortes, incluindo a supervisão pública,” disse ele, de acordo com o Yahoo News.

Foto: erhard.renz/Creative Commons

Fonte: Planeta Sustentável

UE Alerta Para Riscos da Poluição por Lenha e Carros a Diesel


   A poluição atmosférica está perigosamente elevada em muitas partes da Europa, resultando em problemas de saúde, mortes prematuras e enormes prejuízos econômicos associados à redução da produtividade agrícola.

   Embora as emissões de alguns poluentes tenham tido uma forte queda no continente nas últimas décadas, outros tipos de materiais estão tendo uma redução menos acelerada, por causa da expansão da frota de veículos a diesel e do crescente uso da lenha no ambiente doméstico, por ser uma alternativa mais barata que o gás.

   Segundo um relatório da Agência Ambiental Europeia, 22 países – incluindo potências econômicas como França, Itália e Polônia – excederam em 2011 o limite diário da UE para as emissões de partículas. Já os limites previstos pela Organização Mundial da Saúde (OMS), que são mais rigorosos, foram excedidos na maioria das estações de monitoramento do continente.

    Na última década, a maior rigidez na regulamentação europeia para usinas elétricas e outras atividades poluentes causou uma redução de 50 por cento nas emissões de dióxido de enxofre, que causa chuva ácida, enquanto as emissões de carbono foram reduzidas em um terço.

   Por outro lado, a quantidade de partículas nocivas e ozônio no ar caiu apenas ligeiramente. Junto com recentes descobertas da OMS mostrando que concentrações mais baixas de poluição atmosférica podem ser mais nocivas do que se pensava, há uma crescente pressão para que a União Europeia seja mais rigorosa no controle da poluição.

   "A poluição atmosférica está causando danos à saúde e aos ecossistemas humanos. Grande parte da população não vive em um ambiente saudável, segundo os atuais padrões", disse Hans Bruyninckx, diretor-executivo da Agência Ambiental Europeia, com sede em Copenhague.

   A adoção de limites mais rigorosos para o material particulado pode causar problemas para os governos europeus, já que muitos deles têm dificuldades para se adequar aos limites em vigor desde 2010, o que deixa até um terço dos europeus expostos a níveis perigosos de poluição por material particulado.

Retirado do Site: www.terra.com.br

Poluição ameaça saúde de 200 milhões de pessoas; veja piores locais


Ambientalistas publicaram lista com os dez locais mais contaminados do planeta. Entre eles está a antiga usina de Chernobyl, na Ucrânia

 

                       

Mais de 10 milhões de pessoas continuam com suas saúdes em risco por causa dos efeitos da antiga usina de Chernobyl

   Diferentes formas de contaminação comprometem a saúde de 200 milhões de pessoas no mundo, denunciaram esta terça-feira defensores do meio ambiente, que publicaram a lista dos dez locais mais contaminados do planeta. "Estimamos que a saúde de mais de 200 milhões de pessoas esteja ameaçada", afirmou o diretor da organização Blacksmith Institute, Richard Fuller.

   Para ajudar as autoridades a lutar contra as diferentes formas de contaminação, esta organização estabeleceu junto à Cruz Verde, uma ONG com sede em Genebra, uma lista dos dez locais mais contaminados do mundo.

   Entre esses locais está a bacia do rio Matenza-Riachuelo, na Argentina, onde 5 mil indústrias lançam seus resíduos entre Buenos Aires e o Rio da Prata, afetando a saúde de 20 mil pessoas.

   O lixão gigante de material eletrônico de Agbogbloshie, em Gana, que expõe 40 mil pessoas à contaminação por chumbo, mercúrio e cádmio, também integra a lista.

   As organizações denunciam, ainda, a contaminação do solo relacionada ao petróleo no delta do Níger, na Nigéria, assim como aquela provocada pelos resíduos de chumbo da explosão de minério (já encerrada) em Kabwe, a segunda cidade de Zâmbia.

   Em Jacarta, na Indonésia, mais de 500 mil pessoas diretamente e cinco milhões indiretamente são expostas a vários produtos químicos (chumbo, cádmio, cromo, pesticidas), lançados no rio Citarum, perto de Jacarta. No mesmo país, o mercúrio extraído das minas de ouro na província de Kalimantan, na ilha de Bornéu, ameaça a saúde de pelo menos 225.000 pessoas.

   Também na Ásia, cerca de 160 mil pessoas são vítimas de contaminação por cromo provocada por 270 curtumes em Bangladesh, particularmente em Hazaribagh.

   Dois locais na Rússia são denunciados pelos ambientalistas: na cidade de Dzerzhinsk, no centro da indústria química, 300 mil pessoas são ameaçadas pelos resíduos de 190 produtos tóxicos identificados em águas subterrâneas. E em Norilsk, na Sibéria, a contaminação do ar causada pelas minas de propriedade de Norilsk Nickel põe em grave risco a saúde de 135 mil pessoas.

   A lista inclui ainda a antiga usina nuclear de Chernobyl, na Ucrânia, onde mais de 10 milhões de pessoas continuam com suas saúdes em risco.

Fonte: TERRA – Sustentabilidade

Poluição: Uma nova economia do plástico é urgente


Poluição: Uma nova economia do plástico é urgente. Entrevista especial com Reinaldo Dias

 

“No mundo todo, mais de 70% do plástico produzido é depositado em aterros ou lançado em cursos d’água”, alerta o professor e especialista em Ciências Ambientais.

 

Foto:www.ecologiaverde.com

poluição provocada pelo descarte inadequado do excedente gerado pela lógica do consumo exacerbado, inerente ao sistema capitalista, que alimenta a obsolescência e incentiva a substituição incessante de bens de todo tipo, é um problema conhecido. As consequências desse comportamento também são sabidas, porém ele continua recorrente. A situação se agrava quando ao examinamos o material do qual é formada a maior parte desses produtos descartados: o plástico. Pesquisas revelam que as diversas formas assumidas pelo plástico, seja a presente emgarrafas PET ou nas fraldas descartáveis, levam cerca de 450 anos para se decompor na natureza. O pior é que a maior parte de todo o plástico produzido no mundo não é reutilizada e é descartada de forma inadequada, poluindo aterra e principalmente a água, tanto rios como oceanos.

 

Em entrevista por e-mail à IHU On-Line, o professor e especialista em Ciências Ambientais, Reinaldo Dias, chama a atenção para os dados divulgados recentemente pelo relatório “A nova economia do plástico: repensando o futuro”, elaborado pela Consultoria McKinsey & Co. e a Organização Não Governamental Ocean Conservancy e apresentado neste ano no Fórum Econômico Mundial de Davos, na Suíça. Para o pesquisador, o estudo é “um alerta para a humanidade de que estamos inviabilizando a vida marinha, sua diversidade e o enorme potencial que os oceanos possuem de produzir alimentos que amenizariam o problema da fome no mundo”.

Segundo o professor, atualmente “há cinco grandes manchas de lixo nos oceanos que podem ser vistas do espaço e que contêm cerca de 90% de resíduos plásticos. A ilha de lixo situada entre o Havaí e a Califórnia tem uma extensão de 1,4 milhão de km2. A mancha menos conhecida é a do Oceano Índico, mas acredita-se que é enorme, podendo chegar a uma extensão de 5 milhões de km2”.

Brasil, através da Lei 12.305/2010 busca regulamentar a questão do descarte de lixo instituindo a Política Nacional dos Resíduos Sólidos. Porém, da mesma forma que outras tantas leis no país, tais normas não são cumpridas. Diasaponta que “a lei havia dado prazo até agosto de 2014 para que as cidades acabassem com os lixões e aterros sem condições técnicas, no entanto até hoje menos de 40% dos municípios atingiram a meta estabelecida e se mantiver a média de crescimento do setor, o objetivo somente será atingido em 150 anos”.

O pesquisador afirma que a conscientização sobre o papel individual de cada cidadão, se responsabilizando pelo descarte correto do lixo que produz, e uma mudança na mentalidade política e econômica em relação à reutilização são os caminhos mais promissores em direção à mudança desse cenário. “A questão da reciclagem, de plástico e de outros materiais, deve ser vista dentro do contexto de formação de uma economia verde, de maior eficiência energética e na perspectiva do desenvolvimento sustentável. Nesse caso, deve ser considerada um novo nicho industrial, de transformação do lixo em riqueza”, ressalta.

Reinaldo Dias é graduado em Ciências Sociais, mestre em Ciência Política e doutor em Ciências Sociais pela Universidade Estadual de Campinas – UNICAMP. É especialista em Ciências Ambientais pela Universidade São Francisco – USF e atualmente leciona no curso de Administração do Centro de Ciências Sociais e Aplicadas – CCSA da Universidade Presbiteriana Mackenzie.

Confira a entrevista.

 

Foto:www.setorenergetico.com.br

IHU On-Line – O que representam os dados do relatório “A nova economia do plástico: repensando o futuro”, elaborado pela Consultoria McKinsey & Co. e a ONG Ocean Conservancy e apresentado no Fórum de Davos?

 

Reinaldo Dias – Representa em primeiro lugar um alerta para a humanidade de que estamos inviabilizando a vida marinha, sua diversidade e o enorme potencial que os oceanos possuem de produzir alimentos que amenizariam o problema da fome no mundo. Em segundo lugar representa uma reafirmação da cultura do desperdício que afeta as empresas, mas também os cidadãos. É a incapacidade de pensar que os recursos são limitados e escassos, e que os espaços públicos devem ser tratados com os mesmos cuidados com que tratamos as áreas particulares.

Um terceiro ponto diz respeito à incipiente compreensão humana da nossa dependência do mundo natural, do qual dependemos totalmente, não havendo um único material em nossas casas e cidades que não tenha origem natural. Esse aparente distanciamento da cultura humana em relação à natureza deve ser combatido, pois não criamos um mundo artificial que independe do natural, eles são interdependentes e temos que realizar um intenso trabalho deeducação ambiental para que todos os humanos compreendam isso.

IHU On-Line – Qual é o impacto, em termos de quantidade e potencial poluente, causado hoje ao meio ambiente pelo uso e descarte inadequado do plástico?

Reinaldo Dias – No mundo todo, mais de 70% do plástico produzido é depositado em aterros ou lançado em cursos d’água resultando em perdas enormes para alguns setores como o turismo, navegação e pesca. Além disso, também há um custo significativo para o poder público, que se vê às voltas com problemas causados pelo descarte inadequado desses materiais, como entupimento de redes de água e esgoto nas grandes cidades, causando alagamentos e destruição dos equipamentos públicos e a mortandade de peixes e outros animais de água doce e marinhos. Muitos animais ameaçados de extinção, como as diversas espécies de tartaruga, morrem em grande númeroasfixiados pela ingestão de plástico.

IHU On-Line – Que caminho em geral o plástico faz antes de chegar aos oceanos? De onde provém a maior parte desse material?

Reinaldo Dias – Predominantemente do descarte feito pelas pessoas, garrafas pets estão entre os mais encontrados, entre outros objetos de uso pessoal. Esse plástico das residências vai para os rios e daí para os oceanos. O aumento da conscientização das pessoas de que sua ação individual causa esse impacto no mundo natural é fundamental para combater o problema.

IHU On-Line – Qual é a área mais poluída dos oceanos? Por quê?

“Há cinco grandes manchas de lixo nos oceanos que podem ser vistas do espaço

  

 

Reinaldo Dias – Todos os mares apresentam correntes que se movem-se na forma de uma espiral e, na medida que avançam, vão concentrando todos os resíduos que encontram no caminho, formando ilhas ou manchas de lixo marinho, constituído principalmente de material plástico.

Há cinco grandes manchas de lixo nos oceanos que podem ser vistas do espaço e que contêm cerca de 90% de resíduos plásticos. A ilha de lixo situada entre o Havaí e a Califórnia tem uma extensão de 1,4 milhão de km2. A mancha menos conhecida é a do Oceano Índico, mas acredita-se que é enorme, podendo chegar a uma extensão de 5 milhões de km2.

IHU On-Line – De que forma o Brasil trata da questão do descarte adequado do lixo? Como estão as políticas para este setor? E em outros países, quais tratam desse tema de maneira melhor e pior no planeta?

Reinaldo Dias – O Brasil possui a Lei 12.305 de 2010 que instituiu a Política Nacional dos Resíduos Sólidos, que se fosse cumprida estaríamos numa situação bem melhor do que estamos agora. A lei havia dado prazo até agosto de 2014 para que as cidades acabassem com os lixões e aterros sem condições técnicas, no entanto até hoje menos de 40% dos municípios atingiram a meta estabelecida e se mantiver a média de crescimento do setor, o objetivo somente será atingido em 150 anos. O problema somente será resolvido com vontade política e amadurecimento da população em relação à necessidade de destinação correta do lixo.

política pública da destinação de lixo no Brasil deveria dar um enfoque central na educação ambiental ampla, precisa ser uma política efetiva de Estado, sem improvisos. Um dos países que enfrenta melhor o problema é aAlemanha, em termos de eficiência e sendo considerada a campeã da reciclagem. Nesse país, dos resíduos gerados,45% são reciclados38% queimados e 17% são destinados à compostagem. A política europeia para o lixo está focada no slogan “lixo pode virar ouro”, que incentiva a criação de negócios relacionados com o reaproveitamento dos resíduos descartados.

Os países com a situação mais deplorável no que diz respeito ao tratamento do lixo são inúmeros, sendo impossível identificar o pior. É importante destacar a contribuição negativa dos países desenvolvidos ao descartarem seu lixo em países em desenvolvimento, principalmente localizados na África e na Ásia, neste último caso com destaque paraBangladesh, que recebe em suas praias grande quantidade de material depositado por navios originados de países ricos.

IHU On-Line – No caso do Brasil, há dados sobre a situação dos rios quanto à poluição com lixo?

Reinaldo Dias – Os dados são específicos para determinados rios que chamam mais atenção, como o Tiete ouPinheiros em São Paulo, mas a situação se repete em todo o país, principalmente nas cidades. É facilmente encontrável na Internet cenas de acúmulo de milhares de garrafas PET e outros materiais em determinados pontos dos rios. Alguns cursos d’água se assemelham mais a esgotos a céu aberto irradiando mau cheiro, fenômeno comum em todas as capitais brasileiras. Infelizmente esta é a situação, que somente será resolvida com a ação efetiva do poder público, punindo empresas que contaminam e aumentando o nível de conscientização da população sobre o problema.

IHU On-Line – É possível encontrar uma alternativa ao uso do plástico? Quais são as variáveis envolvidas nesse processo?

Reinaldo Dias – O plástico tornou-se um componente essencial na nossa vida, é difícil encontrar no ambiente humano algum lugar onde não haja esse tipo de material. O que pode ser feito sempre é um melhor uso, com aresponsabilidade compartilhada do seu descarte entre fabricantes, comerciantes e consumidores. Outro movimento deve ser a adoção, em alguns produtos, de plásticos formados por material biodegradável, que ameniza seus impactos ao meio ambiente, como por exemplo, nas sacolas utilizadas no comércio.

IHU On-Line – No mundo, o Brasil é o campeão na reciclagem de latas, reciclando 98% do total produzido no país. Por que ainda não se tem índices de reutilização como estes para o plástico?

Reinaldo Dias – Este é um bom exemplo de como pode ser encontrada uma solução no contexto do atual modo deprodução capitalista, que é o vigente. A reciclagem das latas de alumínio foi transformada num bom negócio, sendo menor o custo de sua reciclagem do que a sua obtenção diretamente na natureza.

plástico deve trilhar o mesmo caminho, tem que viabilizar negócios rentáveis que gerarão empregos e contribuirão para o meio ambiente. A questão é que a relação custo-benefício está desfavorável para que isto aconteça, pois a principal matéria-prima para o plástico, que é o petróleo, está em queda livre, com preços cada vez menores, o que barateia o seu custo de produção. Neste caso, a solução seria a criação de políticas de incentivo ao setor, maior profissionalização dos empreendedores com a adoção de métodos de gestão adequados para o setor e geração de empregos decentes, pois ocorre neste campo muita exploração de mão-de-obra, com a justificativa de que se está oferecendo trabalho para pessoas necessitadas. Isso tudo deve ser permeado sempre, e fundamentalmente, pelo aumento da conscientização, o que implica em políticas públicas amplas de educação ambiental.

IHU On-Line – De que maneira a reciclagem, além de contribuir para a preservação do ambiente, pode também exercer uma função social?

Reinaldo Dias – Como havia mencionado anteriormente, temos que enfrentar o problema de que muitos programas de reciclagem de plástico envolvem uma exploração da mão-de-obra, buscando neste caso a redução de custos. Isto contraria frontalmente a proposta de sustentabilidade que envolve a reciclagem e a formação de uma economia circular, pois se foca somente no aspecto econômico e marginalmente no ambiental e social. A reciclagem pode exercer um importante papel social, como mostra o exemplo da União Europeia onde o tratamento de resíduos emprega mais de dois milhões de pessoas e com uma receita estimada em mais de 145 bilhões de euros.

  

“O preconceito em relação ao manuseio do lixo deve dar lugar a uma abordagem de máxima reutilização dos materiais descartados

IHU On-Line – Deseja acrescentar algo?

Reinaldo Dias – A questão da reciclagem, de plástico e de outros materiais, deve ser vista dentro do contexto de formação de umaeconomia verde, de maior eficiência energética e na perspectiva do desenvolvimento sustentável. Nesse caso, deve ser considerada um novo nicho industrial, de transformação do lixo em riqueza. Acontece que para que isto ocorra deve haver uma mudança de mentalidade, que pode começar nas universidades, incentivando a criação de startups voltadas para a reutilização de materiais descartados como negócio viável. Os estudantes devem aprender a ver o lixo como uma mina de múltiplos materiais que foram retirados da natureza e que podem ser reutilizados com diminuição de custo de fabricação.

Um bom exemplo ocorreu na reunião do clima, a COP21 que aconteceu em Paris em dezembro de 2015. Nesse evento a Adidas e a “Parley for the Oceans”, uma organização sem fins lucrativos que visa a proteção dos oceanos, apresentaram um calçado esportivo inovador que possui sua parte superior e uma sola impressa em 3D, fabricadas com resíduos plásticos dos oceanos. A iniciativa, além de contribuir para a diminuição da contaminação nos oceanos, cria um produto que já nasce com uma imagem positiva sancionada pela sociedade.

preconceito em relação ao manuseio do lixo deve dar lugar a uma abordagem de máxima reutilização dos materiais descartados. Cabe aos empreendedores tornar o negócio viável adotando soluções criativas para cada caso: plásticosalumíniopapel, metaisprodutos eletrônicos etc. O desafio é este para as universidades: geração de empreendedores que veem o lixo como fonte de riqueza, um dos componentes de um sistema circular e não como um produto final de um sistema linear que ainda é predominante em nossa economia.

(Por Leslie Chaves)

Fonte: IHU 

China vai reduzir consumo de carvão em Pequim para conter poluição


        

A China vai fechar as termelétricas a carvão em Pequim e limitar o uso do material para uso industrial neste ano, a fim de combater a poluição do ar na capital chinesa.

As medidas buscam cortar o total de carvão utilizado neste ano em 2,6 milhões de toneladas, e, no lugar disso, adotar energia limpa e a gás como uma alternativa menos poluente. As informações foram divulgadas recentemente pela agência oficial de notícias, Xinhua.

O gigante asiático prometeu reverter os danos causados a seu meio ambiente durante décadas de forte crescimento econômico e identificou as regiões de Pequim, Hebei e Tianjin como alvos-chave para o programa destinado a desacelerar indústrias como aço, energia térmica e cimento – todas grandes fontes de poluição atmosférica.

A cidade industrial de Tianjin, no norte do país, deve adotar várias medidas nos dias de poluição pesada, incluindo a restrição ao número de veículos em circulação nas ruas.

Crescimento econômico x qualidade de vida

O crescimento econômico sempre esteve no topo da agenda política na China, mas a irritação da população com a poluição vem provocando protestos e o governo agora promete ser mais firme e fazer da limpeza do meio ambiente uma prioridade.

Mesmo assim, as autoridades enfrentam com frequência dificuldades para fazer as medidas serem cumpridas por indústrias que provocam muita poluição e autoridades locais, obcecadas com o crescimento.

Fonte: Terra 

Laísa Mangelli