Reciclagem de gesso traz solução sustentável para a construção civil


               

                                  

Uma empresa de Canoas (RS), cidade da região metropolitana de Porto Alegre, resolveu investir em um negócio que está beneficiando geradores de resíduos da construção civil, a economia e o meio ambiente: a reciclagem de gesso. Atualmente, a Sebanella recebe cerca de 1.000 toneladas do material por mês e o reutiliza, por exemplo, como fertilizante na agricultura.

 

A idéia surgiu da preocupação com os impactos causados pelo descarte incorreto dos resíduos na natureza. "A constante expansão da construção civil traz muitos benefícios para a economia, mas ao mesmo tempo pode impactar negativamente em outras áreas, como o meio ambiente", destaca Sebastian Pereira, sócio-diretor da empresa. "Este crescimento na construção civil vem gerando mais resíduos e os mesmos estão sendo descartados de forma incorreta, já que os aterros cobram um valor elevado, dando margem ao descarte em aterros clandestinos".

 

Desde 2011, o gesso passou a ser considerado um material reciclável, assim como plásticos, papéis, metais e vidros, por exemplo. Para ser reaproveitado, contudo, os resíduos de gesso devem ser armazenados separadamente. Assim, chega-se a reciclar 100% do material, que possui inúmeras empregabilidades – além da reutilização na construção civil, pode ser aplicado controladamente na agricultura para a correção de solos, como aditivo para compostagem, absorvente de óleos, controle de odores e secagem de lodos em estações de tratamento de esgoto.

 

A reciclagem do gesso evita os impactos negativos que este resíduo causa quando descartado inadequadamente na natureza. Sua disposição inadequada ou em aterros sanitários comuns pode provocar a dissolução dos componentes e torná-lo inflamável. Esses impactos, no entanto, podem ser evitados encaminhando o gesso para a reciclagem. As empresas que adotam este procedimento, além de contribuírem para a preservação do meio ambiente, ainda gastam aproximadamente sete vezes menos do que gastariam com o descarte em aterros privados.

 

Rio lança programa de reciclagem de óleo em escolas públicas


 Agência Brasil

As escolas públicas do estado começaram a adotar, desde o dia 18 de novembro, as medidas de reciclagem e de sustentabilidade ambiental previstas no Programa de Reaproveitamento de Óleos Vegetais (Prove). A iniciativa visa estimular a reciclagem do óleo de cozinha para o uso como matéria-prima na produção de sabão e de fontes de energia alternativas, como o biodiesel. O lançamento ocorreu no Colégio Estadual Brigadeiro Schorcth, no bairro da Taquara, zona oeste da cidade.

Ao todo, dez escolas participarão da primeira fase do projeto. Cada uma delas receberá uma unidade ambiental para recolhimento do óleo, chamadas de ecoponto. Nesses locais, os cidadãos poderão entregar o óleo já foi utilizado, além de tirar dúvidas sobre reciclagem e produção de fontes alternativas de energia.

                                                   Iniciativa estimula a reciclagem do óleo de cozinha para o uso como matéria-prima na produção de sabão e de fontes de energia. Foto: Divulgação/SXC/EcoIn.

Iniciativa estimula a reciclagem do óleo de cozinha para o uso como matéria-prima na produção de sabão e de fontes de energia. Foto: Divulgação/SXC/EcoIn.

No Colégio Brigadeiro Schorcth, a reciclagem de óleo proporcionou a três professores uma viagem pela América do Sul. A jornada foi a bordo de um carro Mercedes-Benz 58, movido a óleo de cozinha reciclado por alunos da instituição de ensino.

Os profissionais de educação percorreram 22.720 quilômetros, deste total, 8 mil quilômetros foram abastecidos com o combustível alternativo criado pelos estudantes. Durante 37 dias, os docentes visitaram 29 cidades do Uruguai, da Argentina e do Chile. O objetivo principal foi coletar dados para serem trabalhados com os alunos, abordando os temas nas diversas disciplinas a partir do material produzido pela expedição.

Segundo a Secretaria de Estado do Ambiente (SEA), atualmente a maior parte do óleo vegetal é despejada em ralos, comprometendo as tubulações dos edifícios e das redes de tratamento de esgoto. Nas regiões onde não há rede coletora, o óleo vai diretamente para os rios e lagoas, aumentando significativamente a poluição e a degradação ambiental. Essa prática causa prejuízos à população, às concessionárias de saneamento e aos governos.

Criado em 2008 pela SEA, em parceria com o Instituto Estadual do Ambiente (Inea), o Prove têm como principal objetivo reduzir o impacto ao meio ambiente provocado pelo despejo de óleo. Atualmente, para entregar o óleo já usado, a pessoa deve procurar os ecopontos instalados em postos de combustível ou nas cooperativas de reciclagem de lixo.

 

Fonte: EcoInformação

Reciclagem de plásticos ganha nova certificação


             

 

 Foi implantado na ultima semana o Selo Nacional de Plásticos Reciclados (SENAPLAS), nova certificação de qualidade para os produtos derivados da reciclagem. Instituída pela Associação Brasileira da Indústria do Plástico (ABIPLAST), a regulamentação vai trazer mudanças para toda a cadeia produtiva de pós-consumo, incentivando a população a reaproveitar os materiais, além de trazer benefícios aos catadores e às indústrias que transformam os resíduos.

A nova regulamentação tem por objetivo fortalecer a reciclagem no país, tornando a atividade mais lucrativa e sustentável em suas etapas. Assim, o selo de produção vai colaborar para reduzir as distâncias entre os produtos virgens e os reciclados, agregando valor aos materiais encontrados no lixo. “Além de não gerar resíduos sólidos no planeta, a reciclagem traz a economia de todos os recursos necessários do ciclo de vida do produto. Sua importância é algo muito maior do que a população consegue perceber”, explicou Eloisa Garcia, gerente dos grupos de embalagens plásticas e de meio ambiente do Centro de Tecnologia de Embalagem.

Para conseguirem a certificação, as empresas recicladoras precisarão cumprir diversas demandas, desde a qualidade dos itens enviados para o reaproveitamento, até os impactos causados no ambiente e entre os profissionais envolvidos. Além de diminuir o número de indústrias de reciclagem clandestinas, a nova norma também contribui para a Política Nacional de Resíduos Sólidos, marco regulatório que incentiva a redução e o tratamento do lixo.

Os representantes da ABIPLAST também deixaram clara a importância do catador para a cadeia produtiva da reciclagem, e destacaram que a criação do novo selo vai colaborar para a capacitação e a valorização destes profissionais, por meio de projetos e da criação de novos empregos nesta área. Segundo especialistas, a cada emprego gerado em uma unidade de reciclagem, surgem trinta vagas indiretas nas etapas de coleta seletiva.

O novo selo da indústria da reciclagem vale em todo o país e pode contribuir para o aumento do índice de reaproveitamento de resíduos. De acordo com Marcos Nascimento, analista econômico sênior da ABIPLAST, 5,8 bilhões de reais são desperdiçados no país pelo não aproveitamento dos resíduos plásticos. “Aproximadamente, 30% do plástico consumido em nossa sociedade tem potencial para reciclagem. Destes, 22% são aproveitados”, conta o analista da organização responsável pelo controle de qualidade.

Fonte: http://pedesenvolvimento.com/

Laísa Mangelli

 

Proibição de plásticos na Califórnia


Proibição de plásticos na Califórnia, artigo de Roberto Naime

fonte da imagem: alpambiental.com.br/reciclagem/plasticos/ e recicloteca.org.br

 

[EcoDebate] As realidades do Brasil e do estado americano da Califórnia são bastante diferentes, mas sempre que se encontra um tema para reflexão, não se deve perder a oportunidade. Na Califórnia se institucionalizou, ou seja, virou lei, a proibição do uso de sacolas plásticas, pelo que se registra, a partir do ano de 2.016. A Califórnia é um dos estados americanos mais desenvolvidos e se fosse classificado separadamente teria a sétima maior economia do globo pela pujança de seu Produto Interno Bruto (PIB).

Aqui no Brasil, afora os estímulos para utilização de sacolas retornáveis ou permanentes, a eventual cobrança pelas sacolas de plástico, a desestimular seu uso, proibições de uso de plásticos se alternam com liberações, ao sabor de interesses de consumidores ou indústrias de plásticos. Lei mesmo, permitindo ou proibindo, não existe qualquer registro a fazer.

Ninguém é contra normatizações ou incorporações exegéticas à legislações atualmente vigentes, mas dentro da realidade brasileira, vários registros devem ser realizados. Nos Estados Unidos como um todo e na Califórnia em particular existe uma quase universalização do tratamento de esgotos e efluentes domésticos e outra quase generalização na utilização de moagem caseira de resíduos sólidos de natureza orgânica e sua destinação acompanhado de outros efluentes domésticos para tratamento quase universal.

Aqui no Brasil, a questão de saneamento básico é complicada, conforme bem abordam os dados e análises do site “Trata Brasil”. Além de índices muito reduzidos de tratamento de esgotos, que não atingem a 40% em todo o país, não existe infraestrutura instalada para moagem doméstica de resíduos sólidos orgânicos e sua destinação para tratamento como efluente adicionado aos esgotos domésticos. Mesmo que existisse a possibilidade, aumentaria apenas o volume de efluentes domésticos com elevada carga orgânica e não tratados.

Por outro lado a coleta de resíduos sólidos orgânicos, recicláveis e resíduos em geral, é bastante desenvolvida e cobre a maior parte das municipalidades do país. E esta coleta se viabiliza com o uso da embalagem plástica obtida em supermercados ou em outros pontos principalmente de varejo, uma vez que as embalagens fornecidas por atacadistas são diferenciadas. Tanto faz alguém utilizar uma embalagem plástica fornecida por algum varejista, ou adquirir embalagens plásticas com esta finalidade específica.

Ninguém está aqui defendendo o uso de embalagens plásticas em pontos comerciais varejistas. Sejam embalagens fornecidas gratuitamente ou mediante remuneração. Mas está se expondo a complexidade que assume uma questão, que aparentemente é simples. Como se diz em um aforisma popular, não adianta vestir um santo e desvestir o outro. Nossa própria legislação manifesta na Lei 11.445 que saneamento são as questões que envolvem os efluentes domésticos, água potável, a gestão de resíduos sólidos e drenagem urbana pluvial.

Não se está tampouco defendendo o uso indiscriminado e eterno de material plástico, seja em embalagens, seja em outras formas de utilização. Mas é preciso evoluir pensando no conjunto. Nem mesmo práticas de separação de resíduos sólidos, ou de segregação na origem, acompanhadas de coleta seletiva e da atuação de cooperativas de recicladores ou agentes ambientais, se encontra institucionalizada ou operativa, nem mesmo nas grandes cidades brasileiras como um todo.

Ocorrem iniciativas isoladas, mesmo quando persistentes no tempo. E isto é impressionante. Num país que detêm grande parcela de população pobre e desprovida de qualificação profissional para absorção no mercado de trabalho formal, nem mesmo os argumentos de geração de ocupação e renda e a materialização de inclusão social efetiva, sensibiliza boa parte dos administradores e gestores públicos.

Por isto não se pode condenar de forma simples, os fabricantes de plásticos, embora os mesmos procurem apenas defender seus interesses corporativos e econômicos e nada mais. Não existe consideração ou reflexão com a realidade do conjunto da sociedade.

Mas é preciso pensar coletivamente e refletir holisticamente sobre a situação descrita. Certamente em algum momento, a “era dos plásticos” passará sobre o cotidiano das nações. Mas é preciso pensar nas soluções globalmente. Ressalta-se a situação da Califórnia, que saudável ser possível eliminar os plásticos sem gerar transtornos de qualquer natureza para a vida cotidiana das pessoas.

Embora da lei aprovada em agosto de 2.010 estabelecendo os princípios e diretrizes da Política Nacional de Resíduos Sólidos (lei 12.305), onde se trata dos modernos mecanismos de gestão compartilhada e logística reversa, ainda é espantoso que passados 4 anos, além de não se ter erradicado os ”lixões”, não se conseguiu estabelecer de forma generalizada mecanismos de apoio a cooperativas de catadores ou agentes ambientais, que poderiam ser mais eficientemente incluídos em termos sociais, com a geração de ocupação e renda.

Os mecanismos de reciclagem são muito importantes, tanto para os catadores ou agentes ambientais, como para a natureza. Que observa redução de impactos ambientais relevantes sobre os recursos naturais pela menor demanda de matérias primas renováveis ou não renováveis, materializada pela reutilização dos materiais.

Quando um produto termina seu ciclo de vida útil, não significa que seus materiais componentes também tenham encerrado seu ciclo. Os materiais podem ser reutilizados para industrialização ou concepção de novos produtos. O exemplo mais clássico são as latinhas de alumínio que são recicladas gerando economias de água e de energia. A eficientização energética gerada se aproxima de 90%. O ciclo da reciclagem das latinhas atualmente gira em torno de 20 a 30 dias. O Brasil recicla cerca de 99% das latinhas de alumínio, sendo a maior referência mundial, seguido de perto pelo Japão.

A motivação e os estímulos é que podem ser diversos. No Brasil isto se deve ao valor econômico agregado à atividade, enquanto nos países desenvolvidos isto se deve a práticas institucionalizadas por políticas públicas e normatizações atuantes. Mas isto não importa. O fator relevante são os resultados para a qualidade ambiental e a qualidade de vida do conjunto das populações.

Dr. Roberto Naime, Colunista do Portal EcoDebate, é Doutor em Geologia Ambiental. Integrante do corpo Docente do Mestrado e Doutorado em Qualidade Ambiental da Universidade Feevale.

Sugestão de leitura: Celebração da vida [EBook Kindle], por Roberto Naime, na Amazon.

 

in EcoDebate, 10/09/2015

No ritmo atual uma montanha de lixo irá nos soterrar


Pesquisa revela que a produção de resíduos aumentou 29% em 11 anos no país e para reverter à situação um bom exemplo vem da nossa Amazônia

Fernando Frazão/ Agência Brasil
Produção-de-lixo

Hoje em média cada brasileiro gera 1,062 quilos de lixo por dia

Diferente da nossa economia, que apresenta desaceleração, o que não para de crescer é a  capacidade nacional de gerar cada dia mais lixo. Foi o que concluiu a nova pesquisa divulgada pela Abrelpe – Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais.

Segundo os dados levantados pela entidade em cerca de 400 municípios nos quais residem quase 92 milhões de pessoas, de 2003 a 2014 a quantidade de resíduos produzidos pelos brasileiros foi cinco vezes superior ao aumento populacional do período que foi de apenas 6%. Hoje em média cada pessoa gera 1,062 quilos de lixo por dia!

Os formuladores da pesquisa afirmam que essa é a primeira e mais abrangente feita sobre a situação dos resíduos no Brasil, após a entrada em vigor da PNRS – a Política Nacional de Resíduos Sólidos, em 2010. Desde então pouca coisa prevista na lei foi efetivamente implementada, entre elas, um aumento na reciclagem da ordem de 7,2%. Quando a lei passou a valer, apenas 57,6% das cidades brasileiras tinham coleta seletiva, agora esse número saltou para 64,8% dos municípios que reciclam seus resíduos. Um avanço, sem dúvida, bem tímido!

Mas as boas notícias praticamente param por aí! No ano passado apenas 58,4% de um total de 78,6 milhões de toneladas de resíduos coletados tiveram destinação adequada, ou seja, foram ao menos encaminhados para aterros sanitários, locais apropriados e preparados para receber esses materiais. Outros 41% foram parar em lixões ou aterros controlados, lugares inadequados e que oferecem riscos à saúde das pessoas, ao meio ambiente e podem trazer sérias e irreversíveis consequências como a contaminação do solo e do lençol freático, entre outros.

Exemplo na Amazônia

Recentemente tive a oportunidade de conhecer uma realidade que dá uma medida de quanto à falta de uma ação mais efetiva para a implantação da Política Nacional de Resíduos Sólidos deverá agravar um quadro que já pode ser considerado dramático.

À convite da empresa Tetra Pak, visitei experiências de coleta seletiva em comunidades ribeirinhas que fazem parte da Área de Proteção Ambiental (APA) do Rio Negro em Manaus, no estado do Amazonas.

O projeto desenvolvido em parceria com a FAS – Fundação Amazonas Sustentável tem o objetivo de reduzir os impactos causados pelo lançamento de resíduos que tradicionalmente eram jogados no Rio Negro ou enterrados e até mesmo queimados.

Quando a realidade dessas comunidades estava ligada, basicamente, ao descarte de material orgânico, ou seja, restos de alimentos, cascas de frutas e madeira, o próprio ambiente possuía condições razoáveis de absorção. A partir do momento em que as comunidades passam a consumir cada vez mais produtos descartáveis e alimentos industrializados embalados, entre outros, a situação muda completamente. Jogar no rio materiais como, plásticos, metais e até mesmo pilhas e baterias, altamente tóxicos e poluentes trás terríveis consequências para as pessoas e o meio ambiente amazônico.  

Algumas comunidades como a Três Unidos que fica às margens do Rio Cuieiras felizmente começam a entender os perigos do descarte indiscriminado desses materiais. O Centro de Triagem lá localizado recebe embalagens diversas e por meio de uma prensa entregue pela Tetra Pak, todo o material é compactado e depois enviado à Manaus para uma destinação correta.

Alunos de outras 19 comunidades se dirigem diariamente para estudar no Núcleo de Conservação e Sustentabilidade Assy Manana, onde estudam e são estimulados a enviar os resíduos de suas comunidades para serem prensadas no centro de triagem da Três Unidos. No ano passado cerca de 1,5 tonelada de resíduos passaram pelo local e neste ano são esperadas a coleta de duas toneladas de materiais recicláveis.

Fernando von Zuben, diretor de meio ambiente da Tetra Pak explica que o fornecimento dos materiais adequados para a construção do centro de triagem e os equipamentos compatíveis com as necessidades locais representam importantes apoios para a preservação ambiental, mas ressalta, “toda a mão de obra é local e os resultados só aparecem se as pessoas estiverem envolvidas com o projeto”. 

“Aqui na Amazônia as dificuldades para um processo como esse são bem maiores do que em São Paulo, por exemplo, por causa das questões logísticas da região”, afirma Virgílio Viana, engenheiro florestal e superintendente geral da FAS. Para ele, esses enormes desafios requerem uma conscientização ainda maior. A educação, o convencimento e o posterior engajamento das pessoas são as bases necessárias para o sucesso no trabalho de reciclagem.

Mesmo com a expansão do projeto previsto para atingir mais comunidades, ainda será pequeno diante de outras centenas de aglomerados humanos residentes na nossa Amazônia que, neste momento, estão jogando nos rios uma quantidade imensa de materiais poluentes e contaminantes. Por essa razão, os esforços precisam envolver seriamente mais atores da sociedade manauara e dos outros estados da região e de todo o Brasil. Só para se ter uma ideia, a geração de resíduos apenas em Manaus é superior a 1,5 milhão de toneladas anuais. De 2005 a 2012 houve um incremento de 38% na quantidade de resíduos produzidos pela capital do Amazonas, segundo a Secretaria Municipal de Limpeza e Serviços Públicos da cidade.

Como refletiu o cacique tuxaua Valdemir Triukuxuri, um dos líderes da comunidade Três Unidos, de acordo com a tradição indígena, tudo que é importante deve estar na frente, a vista de todos. Foi por essa razão que o Centro de Triagem possui localização privilegiada bem na frente da comunidade. “Índio considera um monumento, porque é bom para a saúde de todos”.

Pois bem são essas alternativas que nos restam: colocar o problema na frente para que todos possam ver e agir, parar de protelar indefinidamente os pontos principais previstos em lei como o fim dos lixões e o aumento da capacidade de reciclagem em todo o país ou só assistir o problema crescer perigosamente. Nesse último caso, o que o futuro nos reserva, se continuarmos a empurrar com a barriga a implantação da Política Nacional de Resíduos Sólidos? Será mesmo uma imensa e vergonhosa montanha de lixo que não mais poderá ser escondida.    
 

 
 

Realize a coleta seletiva no seu condomínio! Confira o passo a passo.


É importante planejar, comunicar e treinar todos os envolvidos

O seu condomínio já implantou a coleta seletiva? Para ajudá-lo nessa ação, separamos algumas dicas para que os materiais recicláveis do seu condomínio ganhem o destino correto.

Primeiro passo: local de armazenamento
– Verifique qual será o espaço ideal para armazenar os materiais recicláveis. Analise o tamanho do ambiente. Se for reduzido, utilize contêineres para facilitar a gestão do material. Se necessário, aumente o número de coletas por semana para não criar acúmulo de recicláveis;
– Mantenha esse espaço limpo e fechado para evitar mau cheiro e a entrada de insetos;
– Em média, um apartamento com duas pessoas produz um saco de 100 litros por semana de materiais recicláveis. A partir disso, tenha certeza de quem irá coletar e quantas vezes por semana;
– Verifique como a Prefeitura faz a coleta na sua cidade. Muitas vezes compensa contratar uma empresa qualificada ou uma cooperativa para a retirada;
– Cuidado com os papéis e plásticos. Por serem materiais de alta combustão e que podem causar incêndios, as seguradoras devem ser avisadas.

Segundo passo: comunique
– Informe todos os envolvidos no processo (moradores e seus empregados , , funcionários do condomínio). Utilize os meios disponíveis para informar (quadro de aviso, site do condomínio, redes sociais, e-mail, elevadores);
– Seja objetivo na comunicação (com pouco texto, letras grandes e uma imagem para tornar a mensagem mais atrativa);
– Durante o processo, destaque: a data início da coleta datas de treinamento, os dias da coleta e investimentos necessários para o processo;

Terceiro passo: treinamento
– Foque no “como fazer”. Faça um treinamento presencial com todos os envolvidos no processo, funcionários do condomínio, funcionárias domésticas e moradores. Com moradores, o melhor é marcar no período da noite, a partir das 19h. Com as funcionários do condomínio e pessoal, o treinamento é mais efetivo no período da manhã.

Importante lembrar:
– É necessário limpar os recicláveis sim: os recicláveis são como qualquer outra matéria-prima que será vendida. Se sujar, ela desvaloriza. Esse reciclável será armazenado em seu prédio, e se conter alimentos e outros rejeitos, atrairá insetos e animais.

– Não é necessário fazer a separação em lixeiras coloridas: é preciso somente dois coletores, um para recicláveis e outro para não recicláveis. Isso porque 99,9 % das empresas, cooperativas ou até mesmo a prefeitura, coletam todos recicláveis juntos. A triagem mais detalhada é feita depois, por tipo de material.

– Recicláveis: papel, vidro, metal, plástico, embalagem longa vida (Tetrapak).
– Não recicláveis e orgânicos: resíduos infectantes, guardanapo, entulho, restos de comida, madeira, papel higiênico sujo e isopor.

Com informações da Associação Brasileira dos Condomínios (Abracond) artigo do Alexandre Furlan, do Instituto Muda.

 

Fonte: Instituto Brookfiled

 

Usinas de reciclagem de entulho em Belo Horizonte


Usinas de reciclagem de entulho em Belo Horizonte e a reciclagem de resíduos da construção civil, artigo de Roberto Naime

Usina de Reciclagem de Entulhos. Foto: Fundação Metropolitana

 

[EcoDebate] Os resíduos sólidos resultantes do setor de construção civil, incluindo não apenas construções novas, mas também demolições costuma dobrar o montante de resíduos sólidos produzidos por uma comunidade. As pesquisas e o desenvolvimento de tecnologias para o reaproveitamento dos materiais advindos de construções e demolições são inúmeros.

Mas vale ressaltar experiência simples e que é muito relevante pela antiguidade e persistência que demonstram. São as usinas de reciclagem de resíduos sólidos da construção civil de Belo Horizonte. Dados indicam que a produção dos entulhos de construção civil, em todo país, representam um valor per capita que está em torno de 0,60 tonelada/habitante a cada ano. As quantidades são muito variáveis por região considerada, mas este número permite fixar um parâmetro idealístico para a situação.

Nas usinas de Belo Horizonte, são britados e transformados em brita e areia materiais de alvenaria passíveis de beneficiamento. A cidade conta com uma rede de coleta de pequenos volumes, que normalmente são destinados por carroceiros e outros pequenos veículos. Em volumes maiores, os entulhos são destinados diretamente na usina, sendo molhados para evitar a formação de poeira e posteriormente retirados materiais que não podem ser destinados aos britadores.

Com a primeira unidade operando desde o final do século passado, aproximadamente a partir de 1.998, a usina de reciclagem do Estoril, já foram viabilizados milhares de toneladas de reutilização de entulhos como solos para aterramento, areia e brita. Também se viabilizou empreendimentos de construção de blocos para construção a partir de material reciclado com cerca da metade do custo de bloco produzido com material novo.

A construção civil é um setor muito dinâmico da economia, sendo responsável por aproximadamente 20% do produto interno bruto (PIB). Estima-se que para cada posto de trabalho gerado sejam criados cerca de 3 postos indiretos. Assim estas iniciativas simples e bastante perenes devem ser especialmente saudadas como relevantes por toda a reciclagem que já produziram. A questão não é de serem umas operações que atinjam níveis de excelência. Mas é que enquanto se discute o ideal muitas vezes se deixa de realizar o óbvio e o simples. As usinas de Belo Horizonte, devem ser exaltadas por isto. São experiências antigas e muito práticas e persistentes.

A construção civil embora seja um setor muito dinâmico, nas grandes empresas, demonstra que não ocorrem mais tanta perda de material, mas nas empresas pequenas e médias, ainda é grande o desperdício pelas dificuldades de gestão e pelo conjunto do setor absorver a mão de obra mais desqualificada do mercado. Esta realidade faz com que o setor tenha muita importância social pela inclusão social que patrocina, mas, ao mesmo tempo, é uma realidade responsável pelos elevados índices de desperdício encontrados, que em média devem se situar entre 20 e 30% de todos os materiais.

Os problemas principais podem ser referidos com estocagem temporária dos materiais, transporte dentro da obra e gastos para retrabalho e recuperações de geometria de obra mal encaminhada. A perda da construção civil faz com que o meio ambiente sofra com a maior exploração para produção de bens industriais e também determina maior quantidade de emissões atmosféricas para transporte, além de maior dispêndio econômico, que normalmente é repassado para o custo final da obra e bancado por todo mercado consumidor.

Em Belo Horizonte, a cidade sempre esteve na vanguarda da administração e da gestão dos resíduos sólidos provenientes da construção civil, também chamados de entulhos. Em São Paulo e Curitiba também se conhece iniciativas, mas ligadas à iniciativa privada. O que não faz diferença alguma. Importam os resultados, tomara que sempre fosse viáveis economicamente, as iniciativas do setor privado. Social e ambientalmente tudo converge para as mesmas resultantes. Mas no setor privado prepondera ou determina o avanço da iniciativa, a viabilidade econômica como premissa.

Na capital mineira, existem três unidades recicladoras, sendo uma situada no bairro da Pampulha, outra no bairro Estoril e outra às margens da BR 040, no km 531. Para evitar desconfortos com ruídos, os equipamentos de britagem e as próprias pás carregadeiras, são revestidas, com materiais do tipo emborrachados, e também, com materiais silenciadores.

A coleta e transporte dos entulhos valoriza a atividade dos carroceiros, que são reunidos em associações e cadastrados com veículos transportadores autônomos. O entulho beneficiado é constituído por cimento, concreto, argamassa, telhas e tijolos inteiros ou quebrados. Ao chegar na usina o entulho é espalhado por trator e as impurezas que não podem ser beneficiadas, separadas manualmente, antes de transporte ao equipamento de britagem. O material que não pode ser britado é constituído por plásticos, papéis, papelão, metais e madeira.

Restos de tijolos e telhas são empregados como leito e subleito de pavimentos, enquanto resíduos de cimento, concreto e argamassa servem de matéria prima arenosa e são misturados a cimento novo para a fabricação de blocos e tijolos. Estes materiais são empregados pela prefeitura ou vendidos.

A vertente social é muito relevante na medida que os carroceiros são integrados no processo, com a prefeitura assumindo um apoio na manutenção veterinária dos equinos e emplacando as carroças, criando no carroceiro ampla consciência ambiental e econômica. Os materiais que antes não tinham serventia passam a ter valor na medida em que são reciclados para uso na própria construção civil.

Fica aqui registrada a relevância e principalmente o pioneirismo das iniciativas, que já contam com quase duas décadas, incrementando avanços ambientais importantes e melhorias na qualidade de vida das populações beneficiadas.

Dr. Roberto Naime, Colunista do Portal EcoDebate, é Doutor em Geologia Ambiental. Integrante do corpo Docente do Mestrado e Doutorado em Qualidade Ambiental da Universidade Feevale.

Sugestão de leitura: Civilização Instantânea ou Felicidade Efervescente numa Gôndola ou na Tela de um Tablet [EBook Kindle], por Roberto Naime, na Amazon.

 

in EcoDebate, 02/09/2015

Usinas de reciclagem de entulho em Belo Horizonte


Usinas de reciclagem de entulho em Belo Horizonte e a reciclagem de resíduos da construção civil, artigo de Roberto Naime

Usina de Reciclagem de Entulhos. Foto: Fundação Metropolitana

 

[EcoDebate] Os resíduos sólidos resultantes do setor de construção civil, incluindo não apenas construções novas, mas também demolições costuma dobrar o montante de resíduos sólidos produzidos por uma comunidade. As pesquisas e o desenvolvimento de tecnologias para o reaproveitamento dos materiais advindos de construções e demolições são inúmeros.

Mas vale ressaltar experiência simples e que é muito relevante pela antiguidade e persistência que demonstram. São as usinas de reciclagem de resíduos sólidos da construção civil de Belo Horizonte. Dados indicam que a produção dos entulhos de construção civil, em todo país, representam um valor per capita que está em torno de 0,60 tonelada/habitante a cada ano. As quantidades são muito variáveis por região considerada, mas este número permite fixar um parâmetro idealístico para a situação.

Nas usinas de Belo Horizonte, são britados e transformados em brita e areia materiais de alvenaria passíveis de beneficiamento. A cidade conta com uma rede de coleta de pequenos volumes, que normalmente são destinados por carroceiros e outros pequenos veículos. Em volumes maiores, os entulhos são destinados diretamente na usina, sendo molhados para evitar a formação de poeira e posteriormente retirados materiais que não podem ser destinados aos britadores.

Com a primeira unidade operando desde o final do século passado, aproximadamente a partir de 1.998, a usina de reciclagem do Estoril, já foram viabilizados milhares de toneladas de reutilização de entulhos como solos para aterramento, areia e brita. Também se viabilizou empreendimentos de construção de blocos para construção a partir de material reciclado com cerca da metade do custo de bloco produzido com material novo.

A construção civil é um setor muito dinâmico da economia, sendo responsável por aproximadamente 20% do produto interno bruto (PIB). Estima-se que para cada posto de trabalho gerado sejam criados cerca de 3 postos indiretos. Assim estas iniciativas simples e bastante perenes devem ser especialmente saudadas como relevantes por toda a reciclagem que já produziram. A questão não é de serem umas operações que atinjam níveis de excelência. Mas é que enquanto se discute o ideal muitas vezes se deixa de realizar o óbvio e o simples. As usinas de Belo Horizonte, devem ser exaltadas por isto. São experiências antigas e muito práticas e persistentes.

A construção civil embora seja um setor muito dinâmico, nas grandes empresas, demonstra que não ocorrem mais tanta perda de material, mas nas empresas pequenas e médias, ainda é grande o desperdício pelas dificuldades de gestão e pelo conjunto do setor absorver a mão de obra mais desqualificada do mercado. Esta realidade faz com que o setor tenha muita importância social pela inclusão social que patrocina, mas, ao mesmo tempo, é uma realidade responsável pelos elevados índices de desperdício encontrados, que em média devem se situar entre 20 e 30% de todos os materiais.

Os problemas principais podem ser referidos com estocagem temporária dos materiais, transporte dentro da obra e gastos para retrabalho e recuperações de geometria de obra mal encaminhada. A perda da construção civil faz com que o meio ambiente sofra com a maior exploração para produção de bens industriais e também determina maior quantidade de emissões atmosféricas para transporte, além de maior dispêndio econômico, que normalmente é repassado para o custo final da obra e bancado por todo mercado consumidor.

Em Belo Horizonte, a cidade sempre esteve na vanguarda da administração e da gestão dos resíduos sólidos provenientes da construção civil, também chamados de entulhos. Em São Paulo e Curitiba também se conhece iniciativas, mas ligadas à iniciativa privada. O que não faz diferença alguma. Importam os resultados, tomara que sempre fosse viáveis economicamente, as iniciativas do setor privado. Social e ambientalmente tudo converge para as mesmas resultantes. Mas no setor privado prepondera ou determina o avanço da iniciativa, a viabilidade econômica como premissa.

Na capital mineira, existem três unidades recicladoras, sendo uma situada no bairro da Pampulha, outra no bairro Estoril e outra às margens da BR 040, no km 531. Para evitar desconfortos com ruídos, os equipamentos de britagem e as próprias pás carregadeiras, são revestidas, com materiais do tipo emborrachados, e também, com materiais silenciadores.

A coleta e transporte dos entulhos valoriza a atividade dos carroceiros, que são reunidos em associações e cadastrados com veículos transportadores autônomos. O entulho beneficiado é constituído por cimento, concreto, argamassa, telhas e tijolos inteiros ou quebrados. Ao chegar na usina o entulho é espalhado por trator e as impurezas que não podem ser beneficiadas, separadas manualmente, antes de transporte ao equipamento de britagem. O material que não pode ser britado é constituído por plásticos, papéis, papelão, metais e madeira.

Restos de tijolos e telhas são empregados como leito e subleito de pavimentos, enquanto resíduos de cimento, concreto e argamassa servem de matéria prima arenosa e são misturados a cimento novo para a fabricação de blocos e tijolos. Estes materiais são empregados pela prefeitura ou vendidos.

A vertente social é muito relevante na medida que os carroceiros são integrados no processo, com a prefeitura assumindo um apoio na manutenção veterinária dos equinos e emplacando as carroças, criando no carroceiro ampla consciência ambiental e econômica. Os materiais que antes não tinham serventia passam a ter valor na medida em que são reciclados para uso na própria construção civil.

Fica aqui registrada a relevância e principalmente o pioneirismo das iniciativas, que já contam com quase duas décadas, incrementando avanços ambientais importantes e melhorias na qualidade de vida das populações beneficiadas.

Dr. Roberto Naime, Colunista do Portal EcoDebate, é Doutor em Geologia Ambiental. Integrante do corpo Docente do Mestrado e Doutorado em Qualidade Ambiental da Universidade Feevale.

Sugestão de leitura: Civilização Instantânea ou Felicidade Efervescente numa Gôndola ou na Tela de um Tablet [EBook Kindle], por Roberto Naime, na Amazon.

 

in EcoDebate, 02/09/2015

Manual prático sobre como descartar embalagens para a reciclagem


Depois de tantas manifestações de leitores relacionadas ao post publicado na semana passada cabe aqui retomar o tema. Antes de tudo, é muito bom ver como as pessoas estão cada vez mais interessadas e dispostas a discutir as questões que dizem respeito ao destino do lixo e à reciclagem.

                

 

O assunto incomoda, é polêmico, suscita o debate, que deve se desenvolver sem xiitismo. Afinal, a sustentabilidade é – e, acredito, nunca deixará de ser – uma questão em aberto para novas e mais aperfeiçoadas atitudes cotidianas. Não existem respostas prontas, nem fáceis, como afirmou o especialista em resíduos sólidos Sandro Mancini, professor do curso de Engenharia Ambiental da Universidade Estadual Paulista (Unesp), aqui entrevistado na semana passada.

 

Para tudo na vida, entretanto, deve existir bom senso. E o bom senso diz que não se deve descartar embalagens com excesso de alimentos. Incabível pensar em despejar na lata de lixo um pote de maionese com metade do conteúdo dentro.

 

Por outro lado, também não é nada aconselhável lavá-las com água e sabão como se fizessem parte da louça da cozinha, medida adotada por alguns leitores e revelada em seus depoimentos neste blog. Especialmente nestes tempos bicudos em que a água potável é cada vez mais rara e preciosa.

 

Publico aqui algumas práticas razoáveis que vários leitores deixaram em seus comentários e que assino embaixo:

 

– Tirar o excesso de restos de alimentos com o guardanapo de papel usado antes de descartar as embalagens;

– Colocar um mínimo de água nas embalagens de leite ou iogurte, chacoalhar um pouco e despejar o conteúdo nos vasos de plantas;

– Colocar as embalagens dentro do tanque e despejar a água já utilizada na máquina de lavar roupas para enxaguar as embalagens;

– Durante a lavagem da louça tampar a pia da cozinha e mergulhar as embalagens para lavá-las com a água do enxágüe;

– Lavar as embalagens com a água do cozimento de legumes;

– Colocar bacias debaixo das calhas para captar água da chuva e com ela retirar o excesso de resíduos das embalagens.

 

Uma sugestão do professor Sandro Mancini: embalagens com tampa, como latas de leite em pó, café solúvel, achocolatados em pó, potes de azeitonas, entre outras, devem ser descartadas devidamente fechadas para evitar contaminações.

 

E mais uma vez, como já foi informado no post anterior pelo professor Mancini: pergunte aos catadores do seu bairro qual nível de limpeza eles consideram suficiente para que possam manipular as embalagens sem riscos à saúde deles e dos trabalhadores das cooperativas de reciclagem.

 

Aproveite para ser simpático e atencioso com os catadores. São eles que ajudam a limpar a sua cidade.

 

Alguém tem mais alguma dica?

 

Fonte: Planeta Sustentável

Reciclagem de pneus mobiliza comunidade


Reciclagem de pneus mobiliza comunidade e poder público em Peixoto de Azevedo


Maria Dinalva, vê na capacitação de reciclagem de pneus uma forma de contribuir no combate ao Aedes Aegypti. Foto: Sucena Shkrada Resk/ICV

Maria Dinalva, vê na capacitação de reciclagem de pneus uma forma de contribuir no combate ao Aedes Aegypti. Foto: Sucena Shkrada Resk/ICV

Sucena Shkrada Resk/ICV

Dar um destino sustentável aos pneus inservíveis recolhidos pela Prefeitura de Peixoto de Azevedo, Mato Grosso, acumulados em um galpão público está mobilizando ações que envolvem diferentes pastas do governo municipal, o Conselho Municipal de Meio Ambiente (CMMA) e a comunidade local. A iniciativa foi batizada de “Reciclarte: arte, saúde e sustentabilidade”.

O pontapé inicial estão sendo oficinas de reciclagem, em que integrantes de diferentes associações de bairro da cidade estão se capacitando para transformar  os pneus em recipientes para a destinação de resíduos sólidos em suas próprias casas e em locais públicos, entre outras finalidades, como brinquedos em parques e creches e cercas e bebedouros de animais em áreas rurais.

A ideia é que se tornem multiplicadores e a proposta esta sendo encampada pelo CMMA, que deverá dar prosseguimento na Associação do Bairro Santa Isabel, com recursos do Fundo Municipal de Meio Ambiente (Fumdema). Essa ação é importante ao conselho, porque a temática de resíduos sólidos faz parte do plano de metas do município, um instrumento do Programa Mato-Grossense de Municípios Sustentáveis (PMS) de planejamento das ações municipais voltadas ao meio ambiente e agricultura familiar, que tem o apoio do Instituto Centro de Vida (ICV), por meio de arranjos locais.

A iniciativa teve seu embrião por meio de projeto apresentado por Clarice Marines Cenci Bee, coordenadora de Vigilância em Saúde, que compõe o CMMA. “Há quatro anos dei início à proposta, para chamar a atenção da população, quanto à esta alternativa de combate ao Aedes aegypti no município. Ao montar um grupo de trabalho no CMMA, conseguimos mostrar o projeto à promotoria pública, que teve boa receptividade”, conta.

Com isso, a proposta é que multas recebidas no órgão também sejam transferidas ao Fumdema, que começará a ser utilizado com este projeto. A estimativa de custo anual para as ações, segundo Clarice, é na casa de R$ 30 mil, que envolve prestação de serviços de educador, ferramentas, entre outras despesas.

Como ainda a verba não foi liberada e exige uma tramitação burocrática para a utilização dos recursos, foi firmada uma parceria com a Secretaria Municipal de Assistência Social, que possibilitou a realização das oficinas com cerca de 25 interessados da comunidade, em galpão cedido pela pasta da Cultura. “Com o curso, estou desenvolvendo a capacidade de transformação para tirar os pneus das ruas, que provocam doenças e poderei também gerar renda para a minha família”, disse a dona de casa Evonilde Costa, 39 anos, que participou do curso ministrado pelo artista Valdomiro Vougado.  “Assim evita que possam se encher de água e atrair os mosquitos da dengue”, completa Maria Dinalva Lima dos Santos, 49.

A secretária municipal interina de Meio Ambiente Afonsina Aparecida Fermino Crescêncio explica que o projeto é uma forma positiva de educação ambiental. “Futuramente o município também se adequará para facilitar a logística reversa destes pneus aos fabricantes, por meio do Reciclanip  (programa das indústrias dos pneus)”, disse.