Brasil Prioriza Exportação de Recursos Naturais


A historiadora Julianna Malerba, coordenadora do núcleo de Justiça Ambiental e Direitos da ONG Fase, palestrou no início da semana na plenária do Comitê Nacional em Defesa dos Territórios frente à Mineração, em Brasília. Logo após sua explanação, ela concedeu a entrevista abaixo:

Você poderia explicar como a atividade mineral se insere no contexto de reprimarização da economia brasileira?

– O Brasil tem construído uma estratégia de desenvolvimento calcada na exportação de seus recursos naturais. E isso tem levado à reprimarização de sua pauta exportadora com reflexos na estrutura produtiva do país. Dados do Ipea mostram que, nos últimos dez anos, houve um aumento bastante significativo da participação da atividade extrativa mineral no PIB e um decrescimento da participação da indústria de transformação na produção de riqueza do país. Isso tem significado uma simplificação da nossa economia com diminuição do número de empregos em setores de maior intensidade tecnológica . Vemos isso claramente no setor mineral. É um setor que gera poucos postos de trab alho e destrói alternativas socioprodutivas existentes nos territórios em função da pressão que exerce sobre os os recursos naturais e, consequentemente, sobre a s populações que precisam desses recursos.

Qual é o impacto do uso de energia pela mineração nos territórios?
– O setor mineral é intensivo no uso de energia. O processo de beneficiamento e transformação mineral, a exemplo da transformação de bauxita em alumínio e de ferro em aço, demanda enorme quantidade de energia elétrica e de combustíveis fósseis. Um único caminhão gigante em Carajás, por exemplo, utiliza em um dia quatro mil litros de diesel. Além disso, as esteiras rolantes que transportam minérios em Carajás funcionam 24 horas por dia movidas a energia elétrica. Isso explica a entrada da Vale no consórcio de Belo Monte em 2011. Sem as hidrelétricas na Amazônia dificilmente a Vale conseguiria ampliar sua produção de minério de ferro com a abertura da Mina S11D , em Carajás, em fase de licenciamento.

Poderia dar mais exemplos?
– A mineração em grande escala modifica radicalmente os territórios. O grande fluxo de trabalhadores aumenta a pressão sobre os serviços públicos, gera especulação imobiliária. A pressão da atividade sobre os recursos hídricos e a infraestrutura local tende a progressivamente inviabilizar as atividades econômicas pré-existentes. Na cidade de Conceição de Mato Dentro, onde há a mina da Anglo-America, os agricultores familiares têm denunciado o impacto da atividade sobre a qualidade da água. A vocação turística da cidade sofreu um baque. Embora no processo de implementação muito se divulgue sobre a geração de emprego, pouco de fala sobre a perda de alternativa de trabalho gerado pela atividade mineradora. E o projeto de lei para um novo código mineral deveria criar mecanismos para evitar esses tipos de situação, criando critérios qu e assegurassem que as atividades socioeconômicas sejam não só mantidas como priorizadas frente à mineração.

Artigo escrito por: Rogério Daflon

Retirado do Site: http://www.canalibase.org.br/a-aposta-do-brasil-na-exportacao-de-recursos-naturais/

“As águas subterrâneas são um recurso pouco entendido e ainda pouco apreciado”


Entrevista especial com Ricardo Hirata

“Nos aquíferos é que se encontra reservada a maior parte da água do mundo — 97% das águas doces e líquidas do planeta. Quando vemos problemas de estiagem, que serão agravados pelas mudanças climáticas, podemos supor que é no recurso subterrâneo que está a possibilidade de superação”, destaca o hidrogeólogo.

 
 
Foto: iThirst

“O usuário não tem ideia dos custos de extração das águas e, sobretudo, de que problemas advindos da falta de controle afetam a sua extração. Ele está pagando mais pela água sem saber que muitas vezes é a irregularidade dos poços do seu vizinho que está provocando esse incremento de gastos. Isso ocorre também com grandes usuários, incluindo as companhias municipais de água. É um conflito não percebido pela população, que não tem ideia de causa e efeito nesse ambiente. Mesmo os técnicos do estado têm muitas vezes uma percepção bastante restrita desses problemas, ainda mais em áreas urbanas. As empresas, os condomínios e mesmo as concessionárias poderiam economizar muito se medidas simples, mas bem equacionadas, fossem implementadas em suas captações”, aponta o hidrogeólogo Ricardo Hirata.

O pesquisador lidera o Centro de Pesquisas de Água Subterrânea – CEPAS, instituição vinculada à Universidade de São Paulo – USP e que há mais de dez anos investiga os índices de nitrato em águas subterrâneas no estado de São Paulo. “O nitrato é o contaminante mais comum encontrado nas águas subterrâneas no Brasil e no resto do mundo”, enfatiza Hirata. As principais fontes de contaminação são o esgoto urbano, proveniente de fossas sépticas ou negras ou mesmo do vazamento das redes de saneamento que sofrem com a falta de manutenção, e o uso excessivo de fertilizantes nitrogenados no meio rural. As pesquisas do CEPAS vêm demonstrando aumento na concentração de nitrato nas águas subterrâneas, mesmo naquelas áreas em que há redes antigas de saneamento — o que é indicativo da existência de vazamentos nos canos de esgoto.

“As águas subterrâneas são um recurso pouco entendido e ainda pouco apreciado pela população, embora elas sejam utilizadas por mais de 35-40% da população brasileira. No estado de São Paulo, mais de 70% de seus municípios são total ou parcialmente abastecidos pela rede pública com águas de aquíferos. Isso é mais notável em cidades de médio e pequeno porte, onde os recursos subterrâneos são comparativamente mais vantajosos que os recursos superficiais. Cidades como Ribeirão Preto – SP, Porto Alegre – RS, Manaus – AM, Natal – RN, Brasília – DF, São José dos Campos – SP, Jales – SP, Marília – SP dependem fortemente das águas subterrâneas”, ressalta o pesquisador.

Foto: bloggeografiaf

Ricardo Cesar Aoki Hirata é diretor do Centro de Pesquisas de Águas Subterrâneas – CEPAS da Universidade de São Paulo – USP e professor do Instituto de Geociências da mesma instituição. Possui graduação em Geologia pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho – UNESP, mestrado e doutorado em Geociências com área de concentração em Recursos Minerais e Hidrogeologia pela USP e pós-doutorado pela Universidade de Waterloo, no Canadá. É consultor da UNESCO e da International Atomic Energy Agency – IAEA, tendo atuado também como consultor da Organização Pan-Americana da Saúde – OPAS/OMS.

Confira a entrevista.

Ricardo Hirata. Foto: arquivo pessoal

IHU On-Line – Que relação há exatamente entre os índices de nitrato e a contaminação de aquíferos por infiltração de esgoto urbano?

Ricardo Hirata – O nitrato é o contaminante mais comum encontrado nas águas subterrâneas no Brasil e no resto do mundo. As suas características de alta mobilidade e grande persistência nas águas subterrâneas fazem com que plumas de nitrato sejam encontradas em quase todos os aquíferos urbanos no Brasil. Nesse caso, a principal fonte é o esgoto proveniente de fossas sépticas ou negras ou mesmo do vazamento da rede de esgoto, que carecem de manutenção.

IHU On-Line – Este cenário é também verificado no meio rural? Qual a incidência de contaminação das águas por fertilizantes e agrotóxicos?

Ricardo Hirata – O nitrato também é bastante comum no meio rural, pois em áreas agrícolas o excesso de fertilizantes nitrogenados, que é bastante comum, acaba chegando até o aquífero, contaminando-o. Neste caso, não temos muitos estudos no Brasil e, portanto, temos ainda pouca ideia de sua extensão. Mas, a partir da experiência em outros países, é de se acreditar que haja problemas no Brasil, atingindo-se grandes áreas, sobretudo pela sua grande vocação agrícola, de alta técnica.

IHU On-Line – Quais são os principais riscos da ingestão de nitrato para a saúde humana?

Ricardo Hirata – O nitrato é um contaminante de média toxicidade. Assim, em concentrações acima de 10mg/L (como nitrogênio-nitrato; e 45mg/L, como nitrato), pode provocar a meta-hemoglobinemia, que afeta bebês. Há igualmente suspeitas de que, em concentrações bastante menores, ele também seja carcinogênico [que pode provocar câncer].

IHU On-Line – Que outros contaminantes nocivos à saúde humana são encontrados nas águas subterrâneas? Que riscos provocam?

Ricardo Hirata – Há uma infinidade de compostos que podem, em concentrações excessivas, provocar problemas à saúde humana. Um grupo de contaminantes bastante preocupantes são os solventes sintéticos clorados. Esses apresentam grande toxicidade e são bastante persistentes e móveis em aquíferos. O interessante é que, devido a sua grande volatilidade, esses contaminantes não têm a mesma importância para as águas superficiais. Isso faz com que os órgãos de controle ambiental do Brasil não deem atenção a eles em programas de monitoramento regular nas águas subterrâneas. Metais pesados formam outro grupo bem importante e nocivo às águas subterrâneas, embora eles não apresentem a mesma mobilidade que o nitrato ou os solventes clorados nos aquíferos.

IHU On-Line – Nesta perspectiva, quais foram os principais resultados encontrados pelas pesquisas realizadas pelo CEPAS?

Ricardo Hirata – Os resultados que o CEPAS tem acumulado ao longo desses 10 anos no estudo do nitrato fez concluir que esse contaminante tem sido detectado cada vez mais no estado de São Paulo, permitindo afirmar que todas as cidades paulistas apresentam, em variados graus, problemas com esse contaminante. A rede oficial de monitoramento do estado, operada pela Companhia Ambiental do Estado de São Paulo – CETESB, tem inclusive mostrado aumentos nas concentrações desse contaminante em seus poços, corroborando com os resultados de nossas pesquisas.

Outra importante constatação que não era considerada pelos gestores ambientais é que grandes plumas de nitrato estão sendo detectadas em aquíferos urbanos, mesmo que a área já tenha há muito tempo rede de esgoto. Embora a existência de rede de esgoto diminua substancialmente a carga contaminante ao subsolo (comparativamente a fossas sépticas e negras), a falta de manutenção da rede pública e os seus vazamentos são suficientes para criar importantes plumas contaminantes. O que preocupa nesse cenário é que simulações em computador feitas pelo nosso grupo com as plumas observadas em cidades (mesmo com rede de esgoto) têm mostrado que estas levariam, caso cessadas completamente as fugas de esgoto, mais de 60 anos para ter os seus aquíferos novamente limpos, mostrando claramente que evitar o problema é a melhor e mais barata solução para o nitrato. Neste caso, o que se conclui é que a rede de esgoto moderna, com tubos plásticos, deve anteceder a qualquer ocupação do terreno urbano.

IHU On-Line – Estes resultados servem de parâmetro para outras realidades regionais e/ou para um cenário nacional?

Ricardo Hirata – Sim, a presença de nitrato em outros aquíferos fora do estado de São Paulo deve ocorrer, e até em maiores proporções, pois as cidades possuem menor cobertura de rede de esgoto comparativamente às cidades paulistanas. O melhor exemplo disso é Natal – RN, cidade abençoada pela excelente qualidade de suas águas subterrâneas, mas onde a concessionária tem dificuldades de fornecer água sem nitrato (e potável) à sua população. A combinação entre poços mal localizados (dentro da malha urbana densa) e a falta histórica de rede de esgoto tem criado os sérios problemas lá observados.

IHU On-Line – Há fiscalização sobre a potabilidade da água de poços tubulares (artesianos)?

Ricardo Hirata – A legislação que controla o uso da água subterrânea é estadual e em muitos estados há mecanismos para a fiscalização da qualidade das águas extraídas por poços tubulares. O problema é que essas leis são pouco seguidas, foram daqueles instrumentos que não “pegaram” ainda. O usuário não vê importância na regularização de seu poço e nos benefícios que isso pode trazer para ele e para toda a comunidade, e, por extensão, ao ambiente. De outro lado, o estado não tem oferecido nenhum dos serviços pelos quais ele é responsável, como o de implementar a sustentabilidade do recurso, fazendo com que o controle evite a contaminação e os problemas de superexploração.

A falta de um controle das demandas de água pode levar a importantes problemas, muitas vezes desconhecidos pelos usuários, incluindo:

a) redução dos níveis aquíferos, encarecendo o bombeamento das águas subterrâneas pelo aumento do consumo de energia ou necessidade de aprofundamento do poço;

b) redução dos fluxos de base a corpos de água superficial, como rios e lagos, causando problemas de vazão durante, sobretudo, as estiagens;

c) indução de contaminação e salinização das águas;

d) indução de problemas geotécnicos, como afundamentos do terreno;

e) exaustão do recurso e sua perda.

Outra área de pesquisa do CEPAS está concentrada na gestão dos recursos hídricos subterrâneos e tem concluído que o usuário não tem ideia dos custos de extração das águas e, sobretudo, de que problemas advindos da falta de controle afetam a sua extração. O usuário está pagando mais pela água sem saber que muitas vezes é a irregularidade dos poços do seu vizinho que está provocando esse incremento de gastos. Isso ocorre também com grandes usuários, incluindo as companhias municipais de água. É um conflito não percebido pela população, que não tem ideia de causa e efeito nesse ambiente. Mesmo os técnicos do estado têm muitas vezes uma percepção bastante restrita desses problemas, ainda mais em áreas urbanas. As empresas, os condomínios e mesmo as concessionárias poderiam economizar muito se medidas simples, mas bem equacionadas, fossem implementadas em suas captações.

IHU On-Line – Qual é a relevância dos poços tubulares para o abastecimento de água no Brasil?

Ricardo Hirata – Muito maior que a percepção que o brasileiro e seus gestores têm. As águas subterrâneas são um recurso pouco entendido e ainda pouco apreciado pela população, embora elas sejam utilizadas por mais de 35-40% da população brasileira. No estado de São Paulo, mais de 70% de seus municípios são total ou parcialmente abastecidos pela rede pública com águas de aquíferos. Isso é mais notável em cidades de médio e pequeno porte, onde os recursos subterrâneos são comparativamente mais vantajosos que os recursos superficiais. Cidades como Ribeirão Preto – SP, Porto Alegre – RS, Manaus – AM, Natal – RN, Brasília – DF, São José dos Campos – SP, Jales – SP, Marília – SP dependem fortemente das águas subterrâneas. Mesmo na Bacia do Alto Tietê, as águas subterrâneas são o quarto mais importante manancial, fornecendo mais de 10 metros cúbicos por segundo de água, superando os outros cinco mananciais superficiais operados pela Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo – SABESP. Na agricultura, o censo agrícola do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE computa mais de 450 mil poços tubulares (não cacimbas) em áreas rurais brasileiras.

IHU On-Line – É viável a descontaminação da água com incidência de nitrato?

Ricardo Hirata – Sim, há tecnologias, como os sistemas de osmose reversa, que são bastante caras. Há técnicas de descontaminação das águas dentro do aquífero, com a injeção de produtos que provocam a desnitrificação, mas essas técnicas estão ainda no campo da pesquisa. O que as empresas concessionárias de água têm feito é mesclar águas contaminadas com outras em que a concentração de nitrato é menor, permitindo fornecer águas não contaminadas.

Foto: Mundo das Tribos

IHU On-Line – O que pode ser feito para a reversão deste quadro de contaminação contínua das águas subterrâneas?

Ricardo Hirata – Um dos grandes problemas que as águas subterrâneas enfrentam é o desconhecimento de sua importância, o que leva à falta de atenção por parte dos gestores. As águas subterrâneas não estão na agenda dos governos nem do setor agrícola. De um lado há um recurso já bastante utilizado no Brasil, cujos ganhos econômicos, sociais e ambientais não são percebidos, entretanto, pela população. Isso faz com que esse recurso não seja discutido nas grandes tomadas de decisão no planejamento urbano ou mesmo rural.

De outro lado, nos aquíferos é que se encontra reservada a maior parte da água do mundo — 97% das águas doces e líquidas do planeta estão nos aquíferos. Quando vemos problemas de estiagem, que serão agravados pelas mudanças climáticas, podemos supor que é no recurso subterrâneo que está a nossa possibilidade de superação do problema, a partir do uso conjunto e racional do recurso subterrâneo e superficial. É uma imensa caixa de água de excelente qualidade esperando para ser convenientemente aproveitada. Assim, investir no conhecimento do recurso, buscando as novas oportunidades, é imperioso para aumentar a segurança hídrica em cidades.

Um segundo ponto é que os estados, por meio de seus órgãos gestores, realmente gestionem as águas subterrâneas, fazendo com que as leis sejam de fato cumpridas, e que a população e usuários sejam informados dos benefícios e limitações que podem surgir pelo mau uso do recurso ou do solo.

IHU On-Line – As políticas públicas de saneamento e a legislação brasileira dão conta da preservação das águas e, consequentemente, da saúde humana?

Ricardo Hirata – Em parte sim, mas é importante notar que a simples presença de redes de esgoto não elimina o problema da contaminação por nitrato em áreas urbanas. Novas redes, com novos materiais, e manutenção periódica é que vão garantir a qualidade das águas. Da mesma forma, os planejadores devem levar em consideração que é importante construir redes de esgoto nas novas áreas urbanas (preferencialmente antes de sua ocupação), antecipando-se aos problemas.

Outro ponto importante é que muitos sanitaristas acreditam que se deveria fechar os poços tubulares quando a área já tenha rede de água potável. A motivação para isso é muitas vezes simplista e não leva em consideração o real papel que o abastecimento privado tem nas nossas cidades. Por exemplo, considerando-se as cidades da Bacia do Alto Tietê. A população é razoavelmente bem servida de água, mas o que os dados estatísticos oficiais esquecem é que temos mais de 10 metros cúbicos por segundo advindos de 12 mil poços privados que suplementam o abastecimento. Sem essa água, o sistema de abastecimento não daria conta e teríamos sérios problemas. O mesmo é para Recife, onde mais de 13 mil poços (a maioria privada) suplementam o abastecimento da Companhia Pernambucana de Saneamento – COMPESA e fazem a diferença, sobretudo em períodos de estiagem como o que ocorreu recentemente.

Adicionalmente, deve-se considerar a economia que as águas subterrâneas trazem para o usuário. Um poço bem operado em um aquífero produtivo geralmente fornece água com menores custos, comparativamente às águas das concessionárias, e muitas vezes com qualidade superior. Vide as águas minerais. Todas elas são subterrâneas!

Fonte: IHU – Unisinos

ONU: 40% de conflitos internos nos últimos 60 anos têm vínculo com exploração dos recursos naturais


O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon destacou nesta quarta-feira (6) a importância de proteger o meio ambiente em tempos de conflito armado e ressaltou que uma forte governança dos recursos naturais pode ajudar a prevenir conflitos e contribuir para a paz a longo prazo.

“Fortalecer o gerenciamento dos recursos naturais e melhorar o monitoramento dos Estados afetados por conflitos pode ajudar a evitar que os recursos alimentem os conflitos e direcionar receitas muito necessárias para a revitalização econômica e contribuir para a paz mais duradoura”, disse Ban em sua mensagem marcando o Dia Internacional para a Prevenção da Exploração do Meio Ambiente em Tempos de Guerra e Conflito Armado.

De acordo com o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), pelo menos 40% de todos os conflitos internos nos últimos 60 anos têm sido associados com a exploração dos recursos naturais – sejam os recursos de alto valor como madeira, diamantes, ouro e petróleo, como recursos escassos como a terra fértil e água.

Na Somália, por exemplo, estima-se que o comércio ilegal de carvão vegetal representa uma receita anual de até 384 milhões de dólares para grupos insurgentes e terroristas.

O PNUMA aproveitou a oportunidade proporcionada pelo Dia para lançar um novo site oferecendo aos usuários acesso gratuito a dezenas de casos de estudos que ensinam sobre o papel dos recursos naturais na construção da paz.

O site, que inclui seis livros com 150 casos de estudos e análises que examinam as experiências de 60 países e territórios afetados por conflitos, servirá como uma plataforma global para a partilha de informações, experiências e aprendizado sobre as relações entre os recursos naturais, conflitos e paz.

Ban também apontou para o desafio da eliminação segura de armas de guerra sem prejudicar o meio ambiente. “A contaminação ambiental também inclui minas terrestres e dispositivos explosivos não detonados, que representam uma ameaça particular para as mulheres e crianças, que muitas vezes são mais vulneráveis devido às suas atividades diárias”, acrescentou.

Estratégias contra crimes ambientais em debate

O PNUMA e a Interpol estão marcando o Dia com a realização de uma reunião de alto nível em Nairóbi, no Quênia, sobre os impactos do crime ambiental na segurança e no desenvolvimento.

A reunião de dois dias analisará o desenvolvimento e a implementação de estratégias inovadoras para combater o crime ambiental, trabalhando com governos, organizações internacionais e comunidades locais.

Em comunicado conjunto, as agências salientaram que o crime ambiental, como o comércio ilegal de animais selvagens, é um problema internacional crescente.

Estima-se que o comércio de animais selvagens sozinho renda 15 a 20 bilhões de dólares por ano, ajudando a financiar o terrorismo e o crime organizado em todo o mundo. Além disso, a pesca ilegal não declarada e não regulamentada varia de 11 a 26 milhões de toneladas por ano, o equivalente a 15% das capturas mundiais.

O diretor executivo do PNUMA, Achim Steiner, disse que “o roubo dos recursos naturais por parte de poucos às custas de muitos está emergindo rapidamente como um novo desafio para a erradicação da pobreza, o desenvolvimento sustentável e uma transição para uma economia verde inclusiva”.

Informe da ONU Brasil, publicado pelo EcoDebate

A água é para todos


                                

Vivemos em um mundo cada vez mais preocupado com questões de segurança, seja ela nacional, comunidade, família ou mesmo pessoal. Recursos de sobrevivência também é uma preocupação, especialmente agora que a população mundial se tornou dependente dos recursos naturais – terra, florestas e água – onde a exploração já atingiu todos os limites conhecidos. A velocidade e o volume dessa exploração são sem precedentes, e ao longo das mudanças e impactos ambientais vêm ameaçando a manutenção da vida humana e natural. Vários setores estão competindo pelo acesso a esses recursos naturais, gerando pobreza e degradando o meio ambiente, aumentando assim a necessidade de uma gestão adequada. É preciso um governo mais eficiente e maior cooperação para discutir os desafios dos recursos naturais do planeta.

Hoje o foco é a água, onde 1.2 bilhões de pessoas, cerca de um quinto da população mundial, vivem em área de escassez hídrica. Projeções dizem que em 2025, quase 1.8 bilhões estarão vivendo em regiões de escassez absoluta de água. Aproximadamente, 1.6 bilhões de pessoas, enfrentarão escassez econômica de água, o que significa que não terão dinheiro suficiente para comprá-la. O principal impulso do desafio da água é o crescimento econômico e o desenvolvimento urbano. Atualmente, a demanda global por água é de 4.5 bilhões de metros cúbicos por dia,  e a expectativa é de crescer para 6.9 bilhões de metros cúbicos de água, superior a atual, abastecendo de água potável somente 40% da demanda. A água, ou melhor, a falta dela, também será um obstáculo para o crescimento; no momento, a agricultura usa cerca de 70% da água doce disponível no mundo. Mas o governo, a indústria, e as famílias também precisam de água: 65% a mais do que já é retirado da natureza, serão necessários para suportar o crescimento das economias nacionais.

            Embora as questões do meio ambiente e dos recursos naturais estarem em discussões há anos, só hoje que tal discussão está atingindo um público mais amplo e em outro nível de atenção. Isto pode ser em parte, pois a economia global identificou a água como recurso indispensável, para o funcionamento de qualquer empreendimento, reconhecendo também que a água é cada vez mais um fator limitante para a sustentabilidade de muitas operações. Dado o cenário das mudanças climáticas, a pressão é sobre as empresas encontrarem formas, não só para competir com um mundo de escassez hídrica, mas para colaborar e contribuir para uma maior sustentabilidade e acesso à água para todos.

Embora existam potentes soluções disponíveis, para erradicar a escassez da água no mundo, até o presente momento, a motivação para agir na escala e níveis necessários não estão acontecendo. A presença ativa de companhias privadas na Semana da Água na Ásia, em Março deste ano, pode trazer à tona a motivação e urgência para agir mais rapidamente.

Os esforços devem ir além de garantir acesso aos recursos hídricos, mas também deve contribuir para um ciclo hidrológico sustentável nos ecossistemas, e partilha igualitária de água para todos, garantindo a sua viabilidade em longo prazo. As empresas e indústrias devem também assegurar que, no processo de garantir a sua própria sustentabilidade, que  contribua para a sustentabilidade do mundo, sem tirar nada injustamente de ninguém. Se as pessoas estão preocupadas apenas com a sua própria fonte de água, e garantir o seu próprio abastecimento, não é sustentabilidade, e sim auto-preservação.

            A população mundial deve reconhecer sua interdependência quando se trata de questões de água, estamos crescendo cada vez mais e os recursos hídricos são finitos e vulneráveis. A ONU declarou 2013 como o Ano Internacional da Cooperação da Água, e identificou várias oportunidades de trabalhar em conjunto para garantir o seu uso sustentável.

A água é vital para a vida. Todos nós somos afetados pelos problemas de escassez de água e, portanto, devemos participar na busca de soluções. O futuro da água no mundo só pode ser assegurada através da cooperação e colaboração de todos.

 

Fonte: EcoJesuit

Foto: ECOinforme

Tradução: Laísa Mangelli

Alguns números que te farão ver a questão ambiental com outros olhos…


Fala-se tanto em Meio Ambiente e em preservação dos recursos naturais nos dias de hoje que a questão chega até a ser banalizada. Entretanto, será que mesmo sabendo de causas de nossos problemas ambientais, as pessoas contribuem de forma efetiva para conservação dos recursos naturais? Mais do que isso: será que procuramos nos informar devidamente sobre tal assunto? Digo, das consequências da inação ou da ação nociva ao meio que nos circunda?

Com intuito de contribuir à essa discussão, gostaria de tomar um pouco de seu tempo para listar algumas curiosidades um tanto impactantes sobre a situação em que nosso planeta se encontra e sobre impactos ambientais diversos advindos da ação antrópica.

Você sabia que…

– nas últimas três décadas foram consumidos 33% dos recursos naturais de todo o planeta?

– uma tonelada de papel reciclado poupa cerca de 22 árvores, economiza 71% de energia elétrica e polui o ar 74% menos do que se fosse produzido de novo?

– os Estados Unidos, com cerca de 5% da população mundial, consomem 30% dos recursos mundiais?

              

– 1 litro de óleo de cozinha usado despejado na pia chega a contaminar de uma só vez 1 milhão de litros de água, o suficiente para a sobrevivência de uma pessoa até os 40 anos?

– 75% das zonas de pesca do planeta estão sendo exploradas ao máximo, ou além da sua capacidade?

– é preciso cortar uma árvore de 15 a 20 anos de idade para produzir apenas 700 sacos de papel?

– 80% da cobertura vegetal original das florestas do planeta desapareceram?

– a natureza leva de 2 a 6 semanas para decompor um jornal, 1 a 4 semanas para as embalagens de papel, 3 meses para as cascas de frutas, 3 meses para os guardanapos de papel, 2 anos para as bitucas de cigarros, 2 anos para os fósforos, 5 anos para as pastilhas elásticas, 30 a 40 anos para o nylon, 200 a 450 anos para os sacos e copos de plástico, 100 a 500 anos para as pilhas, 100 a 500 anos para as latas de alumínio e um milhão de anos para o vidro?

              

           – perdemos 2000 árvores por minuto na Amazônia, área equivalente à de um campo de futebol?

– diariamente cada um de nós é responsável pela produção de cerca de 1,3 kg de resíduos, o que ao longo de um ano são quase 500 kg?

– a cada ano um automóvel produz, em média, quase quatro vezes o seu peso em dióxido de carbono?

E então, você já sabia de algumas dessas informações? E seus amigos, estão por dentro de tais dados? Que tal compartilhar curiosidades e trocar conhecimentos?

 

Fonte: E esse tal meio ambiente?

 

 

Confira 18 motivos para incentivar a agricultura urbana


Artigo da jornalista Claudia Visoni para o blog Simplesmente

Típico da nossa sociedade compartimentada, o viaduto é uma solução pontual e ineficiente para apenas um problema. Custa muito, em geral não resolve o congestionamento, mas consegue aniquilar a qualidade de qualquer espaço urbano. Uma horta comunitária em uma praça ou uma horta para comercialização nas zonas mais afastadas do centro representa o oposto: solução quase grátis, prazerosa e sistêmica para um montão de problemas. Senhores governantes: por que investir tanto em viadutos e tão pouco em agricultura urbana?

Quando comecei a plantar comida na cidade, só estava pensando no primeiro objetivo dessa lista. Aos poucos, fui descobrindo todos os outros. 

        

Benefícios ambientais

1. Menos pressão sobre os recursos naturais – Cada pé de alface produzido no quintal ou na horta da esquina dispensa espaço no campo, transporte e embalagem. Na verdade, no caso da hortaliça-símbolo da salada, até o método de colheita muda: você só retira da planta as folhas que vai consumir naquele momento e ela continua produzindo por mais alguns meses. É urgente que as populações urbanas reduzam a demanda sobre os recursos naturais, pois as cidades hoje ocupam 2% da superfície terrestre mas consomem 75% dos recursos.

2. Combate às ilhas de calor –  Áreas pavimentadas irradiam 50% a mais de calor do que superfícies com vegetação. Em São Paulo, a geógrafa Magda Lombardo constatou que a temperatura pode variar até 12 graus entre um bairro e outro. Não por acaso, a Serra da Cantareira e a região de Parelheiros são as mais frescas da cidade: é onde a vegetação se concentra.

3. Permeabilização do solo – Enchentes e enxurradas violentas são em parte resultado do excesso de pavimentação na cidade. E simples jardins de grama, onde o solo fica compactado, não absorvem tanta água quanto canteiros fofinhos das hortas.

4. Umidificação do ar – As plantas contribuem para reter água no solo e manter a umidade atmosférica em dias sem chuva.

5. Refúgio de biodiversidade – Nas hortas comunitárias recuperamos espécies comestíveis que se tornaram raras (como caruru, ora-pro-nobis, bertalha), plantamos variedades crioulas (as plantas “vira-lata” que têm maior variedade genética e por isso são mais resistentes às condições climáticas adversas) e atraímos uma rica microfauna, especialmente polinizadores como abelhas de diversas espécies, que estão em risco de extinção provavelmente pelo uso de agrotóxicos nas zonas rurais. Sou voluntária da Horta do Ciclista e testemunha de que as borboletas, joaninhas e abelhas aparecem em plena  Avenida Paulista quando plantamos flores e hortaliças.

6. Redução da produção de lixo – Os alimentos produzidos localmente não só dispensam embalagens (que correspondem à maior parte do lixo seco produzido) como absorvem grande quantidade de resíduo orgânico na fabricação de adubo e até materiais de difícil descarte como pneus e restos de madeira, que são usados na delimitação de canteiros.

7. Adaptação às mudanças climáticas – A emissão descontrolada de gases do efeito estufa está tornando o clima mais instável e imprevisível, o que é péssimo para a produção de alimentos. A agricultura urbana tem sido considerada uma importante alternativa para a segurança alimentar e existem estudos indicando que cerca de 40% dos alimentos podem ser produzidos dentro das cidades. 

 

Benefícios urbanísticos

8. Conservação de espaços públicos – Para explicar vou contar uma historinha: em 12 de outubro de 2012, quando fizemos o primeiro mutirão na Horta do Ciclista encontramos no local muito lixo, cacos de vidro e até fezes e seringa usada. A partir do momento que começamos  a cuidar daquele canteiro, a população passou a respeitar. Não houve depredação nem mesmo durante as grandes festas e manifestações que têm acontecido na Avenida Paulista.

9. Redução da criminalidade – Uma horta necessita de cuidados diários e se torna um local muito visitado. Famílias com crianças pequenas gostam de freqüentá-las, assim como velhinhos, grupos de estudantes e um monte de gente bem intencionada em busca de uma canto pacífico na urbe. O clima comunitário naturalmente afasta quem está pretendendo cometer atos ilícitos. No Brasil ainda não há estimativas sobre isso, mas nos Estados Unidos vários estudos já foram feitos, alguns deles citados nesse artigo http://www.motherjones.com/media/2012/07/chicago-food-desert-urban-farming.

10. Vida local – Um dos problemas das grandes cidades, particularmente de São Paulo, é o excesso de deslocamentos numa malha viária sobrecarregada. A agricultura – seja ela praticada como forma de lazer, trabalho comunitário ou profissão – fixa as pessoas no território diminuindo a demanda por transporte.

11. Contenção da mancha urbana – Se há incentivo para a produção agrícola nas franjas das cidades e a atividade se combina com turismo rural, diminui a pressão para desmatar e lotear.  Mas esse benefício a população e os agricultores não conseguem manter sem o apoio do poder público.

 

Benefícios sociais e pessoais

12. Renascimento da vida comunitária – As hortas promovem a integração entre pessoas de diferentes idades, origens e estilos de vida. Assim como os cachorros, são mediadores sociais muito eficientes. Não falta assunto quando há tanta coisa a admirar, tanta tarefa a compartilhar, tanta dica e receita a trocar.

13. Lazer gratuito – Plantar custa praticamente nada. É divertido, um bom pretexto para juntar os amigos e fazer um lanche comunitário e ainda dá para levar umas verduras para casa sem pagar.

14. Mais saúde – Agricultura é exercício e cada pessoa regula a intensidade. Do tai-chi-chuan contemplativo de joaninhas ao aero-power-enxadão, tem ginástica para todos os gostos. Além disso, mexer com a terra é terapia preventiva e curativa de depressão, ansiedade, adicção, sedentarismo, obesidade, entre outros problemas, sobretudo mentais. E nesse item tem até pesquisa brasileira para comprovar. A autora é Silvana Ribeiro, da Faculdade de Saúde Pública da USP.

15. Educação ambiental na prática – Ver de perto o desenvolvimento das plantas, da germinação à decomposição, é muito melhor e mais eficaz do que aprender sobre os ciclos da natureza numa sala de aula ou num livro. Além de uma universidade viva de botânica, as hortas são excelentes locais para estudar o ciclo da água e a microfauna, entre muitos outros temas.

16. Educação nutricional – Como na TV não passa anúncio de brócolis e abobrinha e o “estilo de vida moderno” afastou muitas famílias dos alimentos na forma natural, existem crianças hoje em dia nunca viram um pimentão ou uma cenoura. Para ter uma ideia dos riscos da alimentação industrializada para as próximas gerações, sugiro assistir o documentário Muito Além do Peso. Para ver como a agricultura urbana pode inverter esse jogo, sugiro ler American Grown (de Michelle Obama) e Edible Schoolyard (de Alice Waters). Ou simplesmente dar uma voltinha na horta comunitária mais perto de você.

17. Promoção da segurança alimentar – Nossos antepassados sabiam conseguir comida sem ter que comprar. Praticamente toda a humanidade era composta de camponeses. Esses conhecimentos foram sendo desprezados nas últimas décadas e, diante da  perspectiva de crise econômica e ambiental, reavivá-los pode ser muito útil. Se você não gosta de conversa apocalíptica, favor voltar ao item anterior: segurança alimentar não é só ter o que comer, é também saber escolher os alimentos corretamente.

18. Integração agricultor/consumidor – Quem planta comida, mesmo que seja em três vasos no quintal, se torna curioso a respeito da origem dos alimentos que consome. E se sente irmanado aos agricultores: quer saber mais, tem vontade de visitar e apoiar os produtores, busca alimentos  cultivados de forma mais justa e sem uso de fertilizantes químicos e agrotóxicos. Junto com as hortas urbanas que surgem nos bairros de classe média de São Paulo estão nascendo muitas conexões e até amizades com agricultores próximos da metrópole. Um ciclo virtuoso e nutritivo de cuidados mútuos.

 

Para saber mais – A cidadezinha de Tordmorden, na Inglaterra, ficou famosa porque tem hortas comunitárias em todos os cantos, até na delegacia e no cemitério. O pessoal de lá registrou dicas para quem quer replicar a experiência:

1) Comece com o que você tem e não com o que você não tem;
2) Não faça um plano estratégico;
3) Não espere por permissão;
4) Simplifique;
5) Deixe a existência da horta divulgar o movimento e provocar diálogos;
6) Faça conexões;
7) Comece agora, pensando duas gerações adiante;
8) Redescubra talentos esquecidos;
9) Reconecte pequenas empresas e artesãos com os consumidores;
10) Redesenhe sua cidade.

Aqui no Brasil, nós, do grupo Hortelões Urbanos, fizemos esse roteiro colaborativo para uma horta comunitária:

1) Encontre um espaço disponível;
2) Procure parceiros;
3)Converse com os vizinhos;
4) Vá com a turma visitar as hortas comunitárias que já existem;
5) Junte os voluntários para desenhar e planejar a horta que será construída;
6) Consiga sementes, mudas, composto orgânico, enxadas, pazinhas de jardinagem, folhas secas, material para delimitar os canteiros e fazer plaquinhas;
7) Realize o primeiro mutirão;
8 ) Monte uma escala de trabalho para regas e manutenção;
9) Crie uma forma de contato para outras pessoas se comunicarem com o pessoal da horta (blog, e-mail, grupo no Facebook, o que preferirem);
10) Celebre a abundância e a solidariedade.

 

Artigo publicado originalmente em: http://conectarcomunicacao.com.br/blog/

Fonte: Cidades Sustentáveis