Ana Paula ganha liberdade provisória


Brasileira foi a primeira que não é de nacionalidade russa a ter pedido de fiança aceito para acompanhar as investigações em liberdade. Acusações, porém, permanecem.

      

                             Ana Paula, na audiência de ontem. Foto: © Vladimir Baryshev / Greenpeace                                   

A Justiça russa decidiu, nesta terça-feira, conceder liberdade provisória à ativista brasileira Ana Paula Maciel. A gaúcha foi a quarta pessoa, dentre os 30 presos, a ter o pedido de fiança aceito, e a primeira que não é de nacionalidade russa. Ontem, o fotógrafo freelancer Denis Sinyakov, a médica Ekaterina Zaspa e o ativista Andrey Allakhverdov – todos russos – também ganharam liberdade. O tripulante australiano Colin Rusell teve a prisão preventiva estendida por mais 3 meses. Todos, porém, continuam sob as acusações de vandalismo e pirataria. O grupo foi preso no dia 19 de setembro, após um protesto pacífico contra a exploração de petróleo no Ártico.

“Esta é a mais bela notícia que eu recebo nos últimos dois meses, mas a Justiça só será feita quando todas as acusações absurdas forem derrubadas”, afirmou Rosangela Maciel, mãe de Ana Paula, ao receber a notícia. “Uma pessoa que só faz o bem pelo planeta, como minha filha, precisa ser reconhecida pelos seus atos, não acusada injustamente. Somente assim podemos ter fé no futuro”.

Anunciadas as decisões, a Justiça russa ainda não divulgou, porém, quais serão as restrições para quem estiver em liberdade provisória. Ainda não se sabe, portanto, se Ana Paula poderá deixar o país ou receber visitas. Os detalhes devem ser esclarecidos nos próximos dias. As autoridades também não justificaram o porque de apenas alguns integrantes do grupo terem a liberdade concedida.

Enquanto isso, as audiências que vão determinar sobre a possível extensão do prazo de prisão preventiva dos demais ativistas continuam acontecendo durante esta semana. Nelas, o Comitê de Investigação russo pede o prolongamento das prisões por mais três meses, enquanto as investigações prosseguem.

“O pedido de fiança ter sido aceito para alguns de nossos amigos foi uma ótima notícia. Mas só vamos celebrar quando todos estiverem livres para voltar para casa e quando suas acusações forem retiradas”, disse Mads Christensen, do Greenpeace Internacional. “Mesmo em liberdade, eles continuam suspeitos de vandalismo, e a acusação de pirataria ainda não foi retirada oficialmente. Ainda que seja óbvio que nenhum deles é pirata ou vândalo, todos ainda têm a possibilidade de passar 20 anos numa cadeia”.

Até o final da semana, a Justiça deve decidir sobre o destino de todo o grupo de 28 ativistas e dois jornalistas.

Saiba mais sobre a trajetória da ativista em notícias anteriormente publicadas pelo IS Dom Helder:

Brasileira do Greenpeace presa na Rússia por 15 anos

Comissão de parlamentares vai à Rússia pedir libertação de ativista brasileira

Ativista brasileira presa na Rússia tem fiança negada

 

Fonte: Greenpeace Brasil

Ativistas ambientais são presos na Rússia


Em protesto pacífico no Ártico, ativistas do Greenpeace são presos pela Guarda Costeira Russa

            

No dia 18 de Setembro, o navio do Greenpeace fazia um protesto pacífico contra a exploração de petróleo no Ártico, no Mar Pechora, na costa Russa. Na tentativa de conscientizar as gigantes petrolíferas de preservar o gelo ártico, tão importante no equilíbrio ambiental do planeta. A Guarda Costeira Russa invadiu o navio Arctic Sunrise e levou todos os trintas ativistas presos sem nenhuma acusação legal. No momento do embarque dos oficiais russos, o navio Arctic Sunrise do Greenpeace rondava a plataforma Prirazlomnaya, da Gazprom, mantendo a distância limite de três milhas náuticas para águas internacionais, o que prova a ilegalidade da ação, já que o navio estava na Zona Econômica Exclusiva da Rússia (EEZ, em inglês), onde é garantida a livre circulação de embarcações estrangeiras. Utilizando helicópteros, os ativistas foram levados sob a mira de armas letais e aprisionados no navio da Guarda Costeira Russa. Entre os presos, está a brasileira Ana Paula Alminhana Maciel, de 31 anos, que integra o Greenpeace desde 2006.

                Sobre o ocorrido, Kumi Naidoo, diretor-executivo do Greenpeace Internacional, comentou: “Essa ação ilegal mostra exatamente quão longe a Rússia está disposta a ir para defender a exploração de petróleo no Ártico. Pedimos ao presidente Vladimir Putin que freie as ações violentas de sua polícia marítima, uma vez que nossos protestos pacíficos nunca requisitaram tal nível de agressão. Ativismo não é crime.”

                Segundo Bem Ayliffe, coordenador da campanha Polar do Greenpeace, “A Guarda Costeira da Rússia ameaçou nossos ativistas apontando armas de fogo, e disparou onze tiros de aviso na direção do nosso navio, ou seja, quem é a verdadeira ameaça à região? Se a Guarda Costeira quer proteger o meio ambiente, ela deveria parar de agir como uma escolta particular da Gazprom. A perfuração em busca de petróleo no Ártico representa um grave risco ambiental à região. Para isso, o Greenpeace protesta pacificamente para expor ao mundo como as grandes petrolíferas como Gazprom, Rosneft, ExxonMobil e Shell, em parceria com o governo russo, pretendem transformar uma das últimas regiões intocadas do mundo em puro negócio.”

                Todos os trinta ativistas seguem presos, a Justiça Russa decretou a prisão por dois meses de dois dos ativistas sob a alegação de inquérito criminal para apurar se a ação pode ser classificada como pirataria, o fotógrafo free-lancer Denis Sinyakov e Roman Dolgov estão mantidos no distrito de Leninsky, em Mursmansk (noroeste da Rússia). Até o fechamento dessa matéria não há informações sobre o julgamento dos outros 28 ativistas, que estão detidos em diferentes lugares ao redor de Murmansk.

          A exploração do petróleo no Ártico pode ter conseqüências irreparáveis, como vazamentos de óleo no mar, contaminação tóxica do ecossistema, além de destruir o que resta do gelo, levando a extinção os animais que o habitam, e pior, o degelo no topo do mundo reflete muito do calor do Sol de volta para o espaço, mantendo assim nosso planeta resfriado. Mais de 300 mil pessoas ao redor do mundo já se manifestaram contra o Governo Russo enviando mensagens pedindo a liberação dos ativistas.

Foto: Greenpeace

Laísa Mangelli

Comissão de parlamentares vai à Rússia pedir libertação de ativista brasileira


Brasília – Uma comissão de parlamentares deverá ir até a Rússia para interceder a favor da libertação da ativista ambiental brasileira Ana Paula Maciel. Ela foi presa após participar de uma manifestação do Greenpeace no Oceano Ártico (saiba mais sobre o caso da ativista aqui)

O presidente do Congresso Nacional, senador Renan Calheiros (PMDB-AL), decidiu nomear uma pequena comissão mista que vai pessoalmente conversar com o chefe do Poder Legislativo russo. A decisão foi tomada depois de uma reunião de Renan com  o presidente e o vice-presidente da Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da Câmara, deputado José Luiz Penna (PV-SP) e deputado José Sarney Filho (PV-MA); com os integrantes da Frente Parlamentar em Defesa dos Direitos Humanos deputada Erika Kokay (PT-DF), deputado Jean Wyllys (PSOL-RJ) e deputado Chico Alencar (PSOL-RJ); e o diretor de Políticas Públicas do Greenpeace, Sérgio Leitão.

Segundo informações divulgadas pelo site da presidência do Senado, Renan enviou uma correspondência à presidenta do Conselho da Federação da Assembleia Federal da Rússia, Valentina Matvienko, para pedir que a ativista brasileira seja libertada. Agora, a comissão de parlamentares brasileiros, cujos membros ainda não foram definidos, deverá fazer o mesmo pessoalmente.

Ana Paula Maciel está presa desde 19 de setembro na cidade de Murmansk, distante cerca de 2 mil quilômetros da capital Moscou. Os deputados que pediram a criação da comissão a Renan Calheiros alegam que estão preocupados com a integridade da ativista diante do início do inverno russo e de indícios de que ela estaria disposta a tirar a própria vida.

Mariana Jungmann
Repórter da Agência Brasil

Foto: Agência Brasil

Fonte: Agência Brasil

Clima: as cidades cada vez mais inóspitas para os jogos de inverno


Apenas metade das cidades que sediaram os Jogos De Inverno entre 1924 e 2010 será beneficiada por um “clima confiável” em 2050, diz um estudo

            

As mudanças climáticas tornarão impossível a organização dos Jogos Olímpicos de Inverno, mesmo em Grenoble e Vancouver onde já ocorreram, revelou um estudo realizado pela universidade de Waterloo.

Em 2080, o número será ainda mais restrito. Não restará mais que seis cidades, dentre as que já recepcionaram os jogos na hipótese do alto cenário do aquecimento global; um aumento de 4,4º C.

 “Simplesmente não haverá frio nos locais internacionais de renome, para acolher com confiança os jogos”, explicou o estudo, dirigido por Daniel Scott, que preside a cadeira de turismo e mudanças climáticasna Universidade de Waterloo, em Ontário.
 

Sotchi e Grenoble na cabeça

Os locais mais afetados são Sotchi, na Rússia, Grenoble na França, Garmisch-Partenkirchen na Alemanha e Chamonix na Suíça. Além de Vancouver no Canadá, Squaw Valley nos Estados Unidos, e ainda Sarajevo, Bósnia e Áustria.
 

No entanto, os Jogos Olímpicos de Inverno poderiam voltar a ser realizados nas instalações da Albertville (1992), Calgary (1988), Cortina d'Ampezzo, Itália (1956), St. Moritz, Suíça (1928 , 48), Salt Lake City, Estados Unidos (2002), Sapporo, Japão (1972), embora o termômetro sobe acima de 4 ° C.
 

O estudo observa que as cidades-sede dos Jogos Olímpicos estão lutando há décadas para se proteger contra os caprichos do tempo.
Gradualmente, desde os anos 50 , o hóquei no gelo, patinagem artística e curling foram realizadas em arenas fechadas, luge e bobsled movidos em pistas refrigeradas e nos anos 80, neve artificial apareceu nas faixas.
Ao mesmo tempo , a temperatura média durante o dia, em fevereiro tem vindo a aumentar nos locais que hospedam os Jogos Olímpicos : o termômetro foi de 0,4 ° C entre 20 e 50 anos, e 3,1 ° C entre 60 e 90. No início do século XXI, esse valor era de 7,8 ° C.

Uma pequena parte deste aumento é devido ao aquecimento global, o outro pelo fato de que o Comitê Olímpico Internacional (COI) está mais inclinado a dar os Jogos para as cidades, onde é mais quente.
Krasnaya Polyana estação de esqui de Sotchi, localiza-se a 568 metros acima do nível do mar, tornando-se o quinto lugar entre os mais baixos da história dos Jogos de Inverno.
O estudo é baseado em cenários do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC). A extremidade inferior, 2050, é um aumento de temperatura de 1,9° C em relação à média de 1981-2010, a alta é de 2,1° C e para 2080 é entre 2,7° C e 4,4 ° C.

Fonte: http://www.ledevoir.com/environnement/actualites-sur-l-environnement/398986/climat-des-villes-de-plus-en-plus-inhospitalieres-pour-les-jo-d-hiver

Publicado em 4 de fevereiro de 2014.

Tradução: Matheus Lima.

 

Rússia descobre cinco novas ilhas no Ártico após derretimento de geleiras


Soldados russos na base militar da ilha de Kotelny, no Círculo Polar Ártico (AFP/Arquivos)

A Marinha russa anunciou, nesta terça-feira (22), a descoberta de cinco novas ilhas que emergiram em meio ao derretimento de geleiras no Ártico.

As ilhas foram cartografadas em uma expedição realizada em agosto e setembro. Estavam escondidas sob geleiras, disse o chefe da frota, o vice-almirante Alexander Moiseyev, acrescentando que ainda não foram “batizadas”.

“Isso se deve, principalmente, é claro, às mudanças na situação do gelo”, declarou Moiseyev, que liderou a expedição, em uma entrevista coletiva em Moscou.

“Antes, eram geleiras. Achávamos que faziam parte da mesma geleira”, acrescentou, explicando que “o derretimento, o colapso e as mudanças de temperatura fizeram estas ilhas ficarem expostas”.

A perda de glaciares no Ártico entre 2015 e 2019 foi maior do que em qualquer outro período de cinco anos anterior já registrado, informou a ONU em um relatório sobre o aquecimento global do mês passado.

A Rússia instalou uma série de bases militares e científicas no Ártico nos últimos anos. O interesse é crescente, à medida que o aumento das temperaturas vai abrindo novas vias para a navegação e torna possível que sejam explorados recursos minerais até então inacessíveis.

Cerca de 60 pessoas participaram de uma expedição neste verão aos arquipélagos Terra de Francisco José e Nova Zembla, incluindo civis da Sociedade Geográfica russa. Foi a primeira em que se usou um rebocador de resgate, no lugar de um quebra-gelo.

Durante a expedição, o Ministério da Defesa anunciou que encontrou cinco novas ilhas na baía de Vize, frente a Nova Zembla, um grande arquipélago montanhoso com duas ilhas principais.

Estas ilhas já haviam sido detectadas por satélite, mas a expedição foi a primeira a avistá-las.

Além disso, a instituição confirmou a existência de uma ilha que previamente havia sido cartografada como uma península de Hall Island, parte do arquipélago da Terra de Francisco José, ao oeste de Nova Zembla.

AFP

China e Rússia proíbem produção de transgênicos em seus territórios


             

O governo chinês decidiu no último dia 17, não renovar a permissão para desenvolver arroz e milho transgênicos dentro do país. A produção dessas culturas no país começou em 2009, com a promessa de que os transgênicos diminuiriam o uso de agrotóxicos na agricultura chinesa em cerca de 80%, além de aumentar a produtividade.

Mas a permissão era apenas para pesquisa. A comercialização dos transgênicos estava proibida até se confirmar que as culturas não apresentariam malefícios à saúde. Em julho deste ano, no entanto, foi encontrado sacos de arroz transgênicos sendo comercializados no mercado chinês.

De acordo com Huang Jikun, cientista chefe da Academia Chinesa de Ciências, “a pressão da população, preocupada com a segurança alimentar, foi um dos elementos para essa decisão ser tomada”. Além disso, a China está alcançando o patamar de auto-suficiência na produção do arroz, não precisando assim desenvolver os transgênicos para garantir a alimentação de sua população. “Exportamos pouco arroz porque a maioria do que é produzido é consumido no nosso território”, afirma o cientista. 

Pelo Mundo

Outros países também têm proibido o consumo e produção de organismos transgênicos, alegando que a tecnologia não é segura. Um destes é a Rússia, que desde abril deste ano baniu os transgênicos de seu território, impondo uma moratória de 10 anos. 

De acordo com o primeiro-ministro Dmitriy Medvedev, “se os americanos gostam de comer produtos OGM (transgênicos), que os comam. Nós não precisamos fazer isso; temos espaço suficiente e oportunidades para a produção de alimentos orgânicos”.  E ainda segundo Irina Ermakova, vice presidente da Associação Nacional da Rússia para a Segurança Genética, “tem sido provado não só na Rússia, mas em muitos outros países do mundo, que os transgênicos são perigosos. O consumo e produção dessa cultura podem gerar tumores, câncer eobesidade entre os animais. Biotecnologias certamente devem ser desenvolvidas, mas os OGM devem ser interrompidos”, alertou.

México

Na América Latina, um tribunal do estado de Yucatán (México) recentemente revogou permissão outorgado à Monsanto, pela Secretaria de Agricultura, Pesca e Pecuária e a Secretaria de Meio Ambiente e Recursos Naturais em junho de 2012, que permitia o plantio comercial de soja com o agrotóxico Roundup.   

A utilização do veneno e dos transgênicos da empresa prejudicava agricultores e apicultores da área: O México é o sexto maior produtor e o terceiro maior exportador mundial de mel. Cerca de 25.000 famílias de Yucatán, região que produz ao redor de 40% do mel do país, depende de sua produção.    

As evidências científicas sobre as ameaças que representam os cultivos de soja transgênica para a produção de mel na península de Yucatán – inclusive nos estados de Campeche, Quintana Roo e Yucatán– convenceram o poder judiciário sobre a necessidade da retirada da permissão.A sentença determinou que não é possível a coexistência da produção de mel e soja com o uso de organismos geneticamente modificados (OGM), segundo publicou o jornal 'The Guardian'.

 

Fonte: mst.org.br 

Laísa Mangelli

Ativista brasileira presa na Rússia tem fiança negada


A situação da ativista Ana Paula Maciel está bem complicada, para dizer o mínimo. Inicialmente, acusada de pirataria, a bióloga gaúcha não conseguiu liberdade provisória da Justiça russa. O pedido foi negado nesta quinta-feira (24).

A apelação, feita por meio dos advogados do Greenpeace, pedia a liberdade de Ana Paula durante as investigações em troca de fiança. Foi entregue à Justiça uma carta de garantia assinada pelo embaixador brasileiro no país, Fernando Barreto. O documento assegurava bom comportamento e apresentação ao tribunal sempre que necessário.

Presos há mais de um mês, todos os 28 envolvidos no protesto, contra a exploração de petróleo no ártico pela empresa russa Gazprom, tiveram suas solicitações negadas. A única notícia favorável, até agora, é que as acusações de pirataria serão retiradas e os ativistas serão indiciados por vandalismo. Isso significa que a pena máxima, caso eles sejam condenados, será reduzida de 15 para sete anos.

“Aparentemente, isso pode parecer uma boa notícia, mas acusar ativistas pacíficos de vandalismo é tão absurdo quanto acusá-los de pirataria. E é contra essas arbitrariedades que vamos continuar levantando nossas vozes”, afirma o Greenpeace.

A campanha em apoio ao grupo já soma mais de 1,7 milhão de pessoas. Além das assinaturas, que podem ser feitas através deste link, as manifestações chegaram na esfera política. Na última quarta-feira (23), o presidente do Congresso Nacional, senador Renan Calheiros (PMDB-AL) anunciou que fará um pedido oficial ao parlamento russo pela libertação de Ana Paula.

Fonte: CicloVivo