China: poluição será motivo de conflitos sociais


Afirmação é do próprio governo

Em março, o presidente chinês Xi Jimping se comprometeu, durante a sessão anual do Congresso do Partido do Povo, a punir “com mão de ferro” os violadores da Lei Ambiental do país.

Desde janeiro começaram a valer algumas emendas na lei. Poluidores receberão multas diárias caso não melhorem seus padrões e reportem suas medidas contra apoluição e a evolução de seu nível. Sob certas condições, grupos não governamentais podem processar o governo por danos.

A nação também planeja colocar em vigor suas primeiras medidas para diminuir a poluição do solo e emendas para proteção da água. Pequim deverá fechar suas quatro últimas grandes usinas a carvão ano que vem. Serão substituídas por usinas a gáscom capacidade de fornecer duas vezes mais eletricidade.

Hoje, o Instituto de Planejamento Ambiental (parte do Ministério do Planejamento Ambiental) disse que a economia agora “basicamente deu adeus à escassez” e terá de satisfazer a crescente demanda pública por um país mais limpo.

“Há uma enorme brecha entre a rapidez do que está sendo feito e a da demanda popular, e os problemas do ambiente podem com facilidade se tornar motivo de problemas sociais”, disse o instituto em relatório publicado no jornal oficial China Environmental News.

De acordo com dados governamentais, apenas oito das 74 cidades monitoradas pelo ministério no ano passado alcançaram os padrões de qualidade do ar, e não se espera que os níveis médios de poluição sejam satisfatórios até 2030. Mas o instituto afirma que a guerra agora deverá ser mais fácil com mudanças estruturais na economia, informa o Globe and Mail.

Foto: theglobalpanorama/Creative Commons/Flickr

Fonte: Planeta Sustentável

China e EUA ratificam Acordo de Paris


Adesão conjunta dos dois maiores poluidores do planeta põe tratado do clima mais perto

de entrar em vigor ainda neste ano; Brasil perde oportunidade de protagonismo político

Siderúrgicas em Benxi, China: velha economia está ficando para trás (Foto: Andreas Habich)

Siderúrgicas em Benxi, China: velha economia está ficando para trás (Foto: Andreas Habich)

 

CLAUDIO ANGELO
DO OC

China e Estados Unidos, os dois maiores emissores de gases de efeito estufa do planeta, anunciaram na noite desta sexta-feira a ratificação do Acordo de Paris.

O anúncio, como vinha sendo antecipado, ocorreu antes da reunião do G20, que começa neste domingo na cidade chinesa de Huangzhou.

Com a adesão da China, maior emissor absoluto (responsável por 20% do CO2 do planeta) e dos Estados Unidos, maior poluidor histórico (responsável hoje por 17% das emissões), o novo acordo do clima avança significativamente em sua implementação.

“A história julgará o esforço de hoje como um ponto de virada”, disse o presidente dos EUA, Barack Obama, ao chegar a Huangzhou na manhã de sábado (noite de sexta em Brasília) e anunciar a ratificação. O Congresso do Povo da China havia feito o anúncio na mesma manhã, segundo informou a rede BBC. Segundo os chineses,

A secretária-executiva da Convenção do Clima da ONU, Patricia Espinosa, comemorou a adesão. Ela soltou um comunicado agradecendo aos dois países. “Quando mais cedo Paris for ratificado e implementado, mais seguro o futuro se tornará”, declarou.

O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, também elogiou a decisão, dizendo que Obama e o presidente da China, Xi Jinping, foram “visionários, corajosos e ambiciosos”.

A adesão conjunta sino-americana eleva para 26 o número de países que já ratificaram o acordo do clima. Juntos, eles respondem por 39,06% das emissões globais de carbono.

Para entrar em vigor, o Acordo de Paris precisa de 55 ratificações, que somem 55% das emissões mundiais. Há expectativa de que o número de ratificações de outros médios e grandes poluidores, a serem anunciadas ao longo deste mês, possa cumprir ambos os critérios, o que faria o pacto climático entrar em vigor já neste ano – quatro anos antes da data oficial, 2020.

O Brasil perdeu nesta semana a chance de ser o primeiro dos dez maiores poluidores a ratificar Paris. Depois de uma aprovação em tempo recorde do acordo no Congresso, o presidente Michel Temer havia chegado a marcar a cerimônia de promulgação para 29 de agosto – antevéspera do impeachment de Dilma Rousseff.

Sem dar explicações, porém, Temer cancelou de véspera o ato e remarcou-o para 12 de setembro.

FANTASMA DE COPENHAGUE

Para Obama, que se despede da Presidência em novembro, ratificar o Acordo de Paris tinha um duplo objetivo: deixar um legado diplomático de relevo e evitar que a eleição americana, em novembro, pudesse repetir a tragédia de 2000. Naquele ano, o republicano George W. Bush foi eleito e um de seus primeiros atos foi rejeitar o Protocolo de Kyoto, o acordo do clima anterior ao de Paris. Isso soterrou na prática o sucesso do tratado.

Neste ano, outro republicano, Donald Trump, tem ameaçado cancelar ou rever a adesão americana ao Acordo de Paris. Após a ratificação, porém, isso fica muito mais difícil.

Obama também busca resolver uma questão hamletiana, por assim dizer: foi graças à oposição concertada de EUA e China que naufragou a primeira tentativa de firmar um acordo global contra a mudança climática – a conferência de Copenhague, em 2009.

O fracasso de Copenhague atrasou em uma década a ação climática global, enquanto emissões de gases-estufa e eventos climáticos extremos não pararam de bater recordes.

O atraso pode ter custado caro à humanidade: um relatório divulgado na última quinta-feira mostra que os países do G20 precisam sextuplicar seus esforços de redução de emissões se quiserem cumprir a meta de Paris de estabilizar o aquecimento global em menos de 2oC.

Fonte: Observatório do Clima

Países ricos se opõem a medir a responsabilidade histórica pelo aquecimento global


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A União Europeia e os Estados Unidos se opuseram nesta sexta-feira a uma proposta dos países em desenvolvimento para se medir a responsabilidade histórica de cada nação pelo aquecimento global.

O estudo guiaria o acordo das Nações Unidas previsto para ser fechado em 2015 sobre corte de gases do efeito estufa.

Os países ricos temem que qualquer estudo científico que culpe as nações desenvolvidas mais do que outras pelo problema, já que elas queimam combustíveis fósseis desde a Revolução Industrial, possa atrasar ainda mais as negociações sobre o tema nas Nações Unidas.

O Brasil ganhou o apoio de mais de cem países em desenvolvimento, durante reunião que acontece em Varsóvia até o dia 22 de novembro, para uma proposta de pedir que os especialistas das Nações Unidas investiguem a responsabilidade histórica de cada país na emissão dos gases do efeito estufa.

Um estudo como esse poderia guiar o novo pacto sobre o assunto, previsto para ser acordado em 2015 e começar a valer em 2020.

No entanto, ele também pode levar a impasses políticos e legais. “Responsabilidade”, nesse caso, pode ser interpretado como o reconhecimento de um débito por ter causado mais secas, enchentes, entre outros.

“Não estamos encontrando uma resposta positiva dos países desenvolvidos… o que é muito surpreendente para nós”, afirmou o líder da delegação brasileira, José Antonio Marcondes de Carvalho, à imprensa. “Por que eles estão rejeitando até conversar?”

A UE, por sua vez, afirmou que tal estudo pode demorar muito e ter um foco muito limitado.

“Tememos que a proposta possa politizar o processo e nos fazer perder o limite de 2015 para o novo acordo”, declarou Juergen Lefevere, líder da delegação do bloco. “A discussão deve ser sobre um conjunto muito maior de indicadores, e não somente o histórico de emissões.”

Outros fatores, segundo ele, poderiam ser emissões atuais e futuras, projeção de crescimento econômico e populacional, capacidade e custo para o corte de emissões.

A China é hoje o principal emissor de gases do efeito estufa, à frente dos Estados Unidos, da UE, da Índia e da Rússia.

Pelo seu crescimento econômico, a China vai se juntar aos Estados Unidos e à UE como os que mais emitiram gases do efeito estufa desde 1850.

Nações ricas devem ser responsabilizadas?  Ou melhor pagar pelos estragos que causaram?

Fonte: Help Planeta

Moradores vendem saco com ‘ar puro’ na China


Ele é recolhido na região montanhosa protegida de Qingyuan.

O ar puro é contraponto à poluição de grandes cidades do país.

 

Do G1, em São Paulo

Por conta da poluição das grandes cidades chinesas, como Pequim e Xangai, moradores de Qingyuan encontraram uma forma curiosa para obter uma renda extra. No sábado (19), eles foram fotografados vendendo sacos de ar puro recolhido na região montanhosa protegida de Qingyuan, na província de Guangdong.

Moradores vendem saco com 'ar puro' na China (Foto: Reuters)Moradores vendem saco com 'ar puro' na China (Foto: Reuters)
Fonte: G1

China se arma para difícil luta contra poluição


            

Meta agora são as partículas finas

A capital chinesa está tentando acelerar a redução de poluentes de partículas, com o objetivo de chegar a um nível reconhecido como seguro internacionalmente, no mesmo momento em que concorre para sediar as Olimpíadas de Inverno de 2022.

Apesar dos desafios, Beijing fará todos os esforços de diminuição de suas concentrações das chamadas PM2.5, matéria particulada com um diâmetro de 2.5 microns, disse ontem Pan Tao, chefe do Instituto de Pesquisa de Proteção Ambiental da capital chinesa.

Os poluentes PM.25 podem penetrar nos pulmões e são muito perigosos para a saúde. Pan disse estimar que a intensidade das partículas na cidade deverá ser reduzida em 60 microgramas por metro cúbico a partir de 2017, e 35 microgramas a partir de 2030 – em relação aos atuais 89.5 microgramas.

A ambição de sediar as Olimpíadas de 2022 com Zhangjiakou, uma cidade na vizinha província de Hebei, chamou a atenção pública para a questão da poluição, debatida intensamente na China nos últimos anos.

Uma das medidas é a criação de novos tribunais ambientais,  multas diárias para poluidores ou o fechamento de suas operações. Analistas afirmam que se trata de passos positivos, mas não uma garantia de progresso.

“Não podemos dizer que estamos otimistas, mas vemos sinais de esperança,” afirmou Ma Jun, um importante ambientalista baseado em Beijing. “Estamos vendo ações muito concretas, planos muito amplos, que têm algumas medidas fortes, incluindo a supervisão pública,” disse ele, de acordo com o Yahoo News.

Foto: erhard.renz/Creative Commons

Fonte: Planeta Sustentável

China vai reduzir consumo de carvão em Pequim para conter poluição


        

A China vai fechar as termelétricas a carvão em Pequim e limitar o uso do material para uso industrial neste ano, a fim de combater a poluição do ar na capital chinesa.

As medidas buscam cortar o total de carvão utilizado neste ano em 2,6 milhões de toneladas, e, no lugar disso, adotar energia limpa e a gás como uma alternativa menos poluente. As informações foram divulgadas recentemente pela agência oficial de notícias, Xinhua.

O gigante asiático prometeu reverter os danos causados a seu meio ambiente durante décadas de forte crescimento econômico e identificou as regiões de Pequim, Hebei e Tianjin como alvos-chave para o programa destinado a desacelerar indústrias como aço, energia térmica e cimento – todas grandes fontes de poluição atmosférica.

A cidade industrial de Tianjin, no norte do país, deve adotar várias medidas nos dias de poluição pesada, incluindo a restrição ao número de veículos em circulação nas ruas.

Crescimento econômico x qualidade de vida

O crescimento econômico sempre esteve no topo da agenda política na China, mas a irritação da população com a poluição vem provocando protestos e o governo agora promete ser mais firme e fazer da limpeza do meio ambiente uma prioridade.

Mesmo assim, as autoridades enfrentam com frequência dificuldades para fazer as medidas serem cumpridas por indústrias que provocam muita poluição e autoridades locais, obcecadas com o crescimento.

Fonte: Terra 

Laísa Mangelli

Sonho de prosperidade deve ser revisto


Poluição do ar em cidades obriga chineses a reverem seu sonho de prosperidade

Mulheres usam máscaras para se proteger de poluição em Pequim, na ChinaA notícia foi publicada ontem (24) pelas agências internacionais e replicada em jornais e sites: a poluição provocou alerta vermelho em dez cidades chinesas (leia aqui).  Hoje (25), o Aeroporto de Pequim cancelou  quase cem voos hoje por causa da névoa de poluição e  foi emitido pelo governo o alerta laranja –  que é o segundo mais alto numa escala de quatro níveis –  por conta das partículas PM2,5, muito perigosas para a saúde porque penetram profundamente nos pulmões. Tem cerca de 30 vezes mais dessas partículas no ar da cidade de Pequim do que a Organização Mundial de Saúde (OMS) considera recomendado para os humanos.

Mas não é de hoje que algumas cidades chinesasvêm sofrendo com a poluição. Durante a  Conferência do Clima em Paris (COP-21), que conseguiu um acordo histórico para baixar emissões de carbono, as notícias eram as mesmas. Pequim havia entrado em alerta vermelho, pela primeira vez na história, o que significa restrições ao tráfego de automóveis, fechamento de fábricas, escolas, interrupção de obras de construção. Também ficam proibidos fogos de artifício e churrascos. As pessoas são obrigadas a usar máscaras e, de preferência, reduzir suas atividades ao ar livre.  Não é pouca coisa.

Um estudo feito em agosto deste ano por especialistas da Universidade de Califórnia (leia aqui, em inglês)concluiu que a poluição do ar está matando cerca de quatro mil pessoas na China por dia. O estudo culpa as emissões causadas pelo farto uso de carvão no país que, como se sabe, não poupou combustível, décadas a fio, para mover a máquina de um modelo econômico baseado em obras faraônicas e numa indústria pesada.

 São os efeitos dessa vontade de se tornar a segunda maior economia do planeta que estão agora sendo sentidos por grande parte da população. Uma classe média que recém descobriu artigos de luxo está sendo, agora, obrigada a botar um pé no freio do consumismo e a olhar com atenção para a saúde. O preço por ter caído na armadilha de alcançar o progresso a qualquer custo está saindo bem caro.

Ainda segundo o estudo, coordenado por Robert Rhode, a população chinesa está hoje respirando um ar que é mais poluído do que o mais poluído ar dos Estados Unidos. A única salvação será reduzir as emissões do gás que mais colabora para a poluição, que é o dióxido de carbono. Em novembro do ano passado, os presidentes dos dois países assinaram um acordo sobre reduções de emissões (veja aqui) . Mas Xi Jinping se comprometeu a cortar as emissões até 2030, ano em que espera que 20% da energia produzida no país será de origem em fontes limpas e renováveis.

Pelo que se está vendo acontecer no ar chinês, no entanto, as medidas deveriam começar hoje, o quanto antes.

Um dos artigos do livro “Creating a Sustainable and Desirable Future” (Ed. World Scientific), que reúne textos de 45 estudiosos do tema sustentabilidade é de Peggy Liu, principal coordenadora da organização sem fins lucrativos “Joint US-China Collaboration on Clean Energy – Jucce e conhecida como “deusa verde” na China. A publicação é de 2012, portanto numa época em que a situação não oferecia tanto risco quanto hoje. Mas, já então, a preocupação era grande.

“Nós temos ouvido a estatística dramática de que se os sete  bilhões de habitantes da Terra quisessem viver como os americanos, precisaríamos de mais cinco planetas para nos suportar. Mas quando as classes consumidoras dos países em desenvolvimento explodirem, com a previsão de que a classe média da China adicione o equivalente a um Estados Unidos e meio nos próximos 13 anos, nós vamos ter que atualizar essa estatística brevemente”, escreve a autora.

Dá para perceber, no artigo de Peggy Liu, que há um desejo de mudança para tirar o país desse problema e da fama de ser o maior poluidor, acima dos Estados Unidos. Uma agenda verde vem ganhando força, e começa, segundo Liu, em reinventar a prosperidade, levando em conta um consumo sustentável. Grandes empresas estão sendo chamadas a colaborar, assim como os movimentos sociais estão sendo chamados a criar campanhas que ajudem as pessoas a repensar suas atitudes na hora de consumir.

Peggy Liu cita o ativista ambiental norte-americano Adam Werbach, para quem o erro está em não se fazer uma forte ligação entre a sustentabilidade e as aspirações diárias das pessoas.

“As pessoas não querem o verde, elas querem o verde dourado. Para oferecer (aos chineses) uma alternativa à altura do Sonho Americano, nós precisamos de um estilo de vida sustentável que atraia os cidadãos comuns. Não devemos ignorar as estatísticas alarmantes ou a necessidade de sacrifício, mas não deveríamos fazer dessas estatísticas o centro da campanha. É preciso mostrar não só aquilo que é bom, que faz bem, mas também o que não é bom, o que faz mal”, escreve Peggy Liu.

O que interessa mostrar aos chineses é que é possível consumir com qualidade, não em quantidade. Como eles começaram a ganhar e gastar mais dinheiro, agora será preciso convencê-los a não cair na armadilha de comprar dispositivos baratos, que usam muitos recursos, em vez de produtos e serviços de alto valor sustentável. E os chineses estão maduros para entrarem nesse movimento, acredita Peggy Liu.

“A Revolução Cultural quebrou o tecido social chinês e o povo foi imerso em imagens publicitárias estrangeiras de luxo nas últimas décadas. Hoje o Sonho Chinês é uma visão que ainda não existe, mas é uma questão de orgulho para a China defini-lo de seu próprio jeito. Qiu Baoxing, o vice ministro  para Desenvolvimento da Habitação Rural e Urbana, abriu uma sessão de treinamento sobre urbanização sustentável, dizendo: ‘Nós não podemos continuar seguindo cegamente o Sonho Americano. Isto é simplesmente insustentável para a China e para o mundo’. O novo Sonho Chinês pode ser preenchido com os valores chineses que são fortemente alinhados com sustentabilidade – saúde, respeito, harmonia com a natureza e evitar o desperdício”, escreve ela.

Uma forte campanha já está em curso, tentando criar uma ressonância cultural, o que vai facilitar que as pessoas queiram fazer a mudança. As redes sociais estão sendo usadas, os programas de televisão também. Peggy Liu lembra que, em geral, campanhas como essa podem dar certo, como podem não dar. Mas ela acredita no sucesso da empreitada porque o povo chinês está aberto a mudar. Não só porque a crise não está favorecendo mais o consumismo exagerado, como porque o governo chinês está empenhado, junto a organizações não governamentais, no sentido de mostrar que é possível olhar além do PIB, para índices de felicidade.

Se não for por isso, o fato de ter que usar uma máscara enfiada no rosto cada vez que sair de casa vai fazer o povo chinês pensar duas vezes antes de comprar coisas que não vai usar.

Mas, como se sabe, não é só disso que depende a limpeza do ar da China. Segundo uma reportagem recentemente publicada na revista “The Economist”, a indústria do carvão é responsável pela maioria dos empregos nas províncias do Norte. Desligá-las vai ser uma tarefa árdua, que vai requerer mais do que mudança de hábitos de consumo.

Fonte: G1

Governo chinês reconhece que quase 60% das águas subterrâneas do país estão poluídas


Cerca de 60% dos 4.778 pontos em 203 cidades  monitorados pela China apresentaram a qualidade das águas subterrâneas “muito ruim” ou “relativamente ruim” em 2013, apontou um relatório do governo divulgado pela agência estatal de notícias Xinhua nesta terça-feira (22).

 

Segundo o Ministério de Terras e Recursos 43,9% dos pontos apresentaram qualidade das águas subterrâneas “relativamente ruim” e 15,7% foram classificados como tendo uma qualidade das águas subterrâneas “muito ruim”.

 

Segundo os padrões do país, uma água que apresente qualidade relativamente ruim só pode ser utilizada para consumo após passar por um tratamento apropriado. Já a água classificada como tendo qualidade muito ruim não pode ser utilizada para consumo sob nenhuma hipótese.

 

No ano anterior, a porcentagem de água que não poderia ser diretamente ingerida era de 57,4%, tendo aumentando 2,2% para 59,6% em 2013. No total, 647 pontos de monitoramento mostraram melhoras na qualidade da água em relação a 2012, mas em compensação 754 pontos apresentaram uma piora na qualidade.

 

No início deste mês, um vazamento químico contaminou o abastecimento de água da cidade de Lanzhou, que tem dois milhões de habitantes, com benzeno, levando grande parte da população a depender da água vendida em garrafas.

 

Infelizmente, a poluição hídrica não é a única forma de contaminação enfrentada pela China atualmente, e o país vem sofrendo para controlar os níveis de poluentes na água, terra e ar. Na última semana, o Ministério de Terras e Recursos apresentou alguns dados indicando que quase 20% do solo do país está contaminado com cádmio, mercúrio ou arsênico.

 

Além disso, nos últimos anos, as grandes metrópoles chinesas têm vivenciado situações alarmantes em relação ao nível da poluição atmosférica, que em muitos casos aumenta o número de casos de doenças e mortes por problemas respiratórios e impossibilita inclusive que os habitantes saiam às ruas.

 

Autor: Jéssica Lipinski   –   Fonte: Instituto CarbonoBrasil

Crédito imagem: Changhua Coast Conservation Action

China e EUA lançam plano para proteger oceanos


Países querem criar área marinha protegida na Antártica, no Mar de Ross.

Governos também se comprometeram a combater o tráfico de animais.

Trilha em Punta Sur permite ver o oceano turquesa de Isla Mujeres (Foto: Amanda Lee Myers/AP)Cooperação entre China e EUA quer fortalecer a proteção dos oceanos (Foto: Amanda Lee Myers/AP)

China e Estados Unidos lançaram uma iniciativa conjunta nesta quarta-feira para proteger os oceanos, ressaltando essa cooperação como prova de que os dois países podem trabalhar juntos apesar dos desacordos persistentes.

O secretário de Estado norte-americano, John Kerry, e o conselheiro de Estado chinês, Yang Jeichi, presidiram a primeira reunião de um novo grupo de trabalho sobre os oceanos, no terceiro e último dia de negociações anuais entre Pequim e Washington.

"Mais uma vez nós estamos desbravando novos caminhos no que diz respeito à China e à capacidade dos Estados Unidos para encontrar uma área em que podemos cooperar, que tem grande importância…para todos os povos", disse Kerry.

Cerca de 400 funcionários chineses visitam Washington desde domingo para o diálogo estratégico e econômico anual, um fórum para os dois desconfortáveis parceiros tentarem atar laços cada vez mais complexos.

China e Estados Unidos são duas das principais nações pesqueiras do mundo, afirmou Kerry, e também líderes em ciência dos oceanos.

"Então nós temos uma oportunidade real aqui para sermos capazes de trabalharmos juntos para lidar com a conservação e proteção dos oceanos", explicou, acrescentando que poderia ser "uma peça central no relacionamento recém-definido com a China".

Yang concordou, dizendo que os oceanos eram "uma pátria comum da humanidade, vitais para nossa sobrevivência e desenvolvimento".

Mesmo que as duas principais economias do mundo continuem em desacordo sobre alguns aspectos da política marítima – em especial a reivindicação territorial de Pequim sobre a soberania do Mar da China do Sul – Kerry disse que "no meio marinho há uma necessidade urgente de que os nossos países deem um passo à frente e tenham liderança".

"Os oceanos são parte de nós, todos nós", Kerry insistiu, dizendo que "precisamos prestar atenção com cuidado às responsabilidades que temos".

Selvageria primitiva
Pequim e Washington estão trabalhando juntos para tentar criar uma área marinha protegida na Antártica no Mar de Ross, declarou Kerry, fazendo referência a um dos últimos verdadeiros lugares selvagens do mundo.

Os Estados Unidos têm procurado há muito tempo criar uma reserva marinha no Mar de Ross que se estende por 1,34 milhão de quilômetros quadrados em uma área muitas vezes referida como o "Último Segredo", devido a sua condição primitiva.

Ambientalistas dizem que o Oceano Antártico é o lar de mais de 10.000 espécies únicas, incluindo pinguins, baleias e lulas colossais.

Mas, para o desgosto dos ambientalistas, a China bloqueou a iniciativa em uma reunião na Austrália no ano passado. Os dois países também concordaram em reforçar a cooperação no combate ao tráfico ilegal de animais silvestres.

Uma nova pesquisa divulgada esta semana pelo Pew Research Center mostra que a oferta dos Estados Unidos de se voltar mais para a Ásia ganhou apoio geral em ambos os lados do Pacífico.

Os Estados Unidos ainda são vistos como primeira potência econômica do mundo, ainda mais do que no ano passado. Mas 48 por cento das 45.435 pessoas entrevistadas em 40 países acreditam que a China irá substituir os Estados Unidos como superpotência líder mundial.

Transparência
Em seu florescente laço econômico, o lado dos Estados Unidos salientou a necessidade de transparência e uma regulamentação adequada para as empresas.

A China é a fonte de investimento direto estrangeiro nos Estados Unidos que mais cresce, e em 2014 as exportações norte-americanas para a China atingiram 124 bilhões de dólares, tornando-se o terceiro maior mercado de exportação.

"Um ingrediente-chave é a adoção de normas reguladoras que sejam transparentes, previsíveis e abertas para envolver as partes de entrada", explicou o secretário do Tesouro norte-americano, Jacob Lew, em uma mesa redonda com os principais executivos-chefes de empresas chinesas e americanas.

"É também de vital importância que haja políticas de tecnologia não-discriminatórias e mercado aberto em tecnologias de informação e bens de comunicação".

O vice-premiê chinês Wang Yang, falando através de um intérprete, disse que o investimento empresarial foi uma parte importante do relacionamento.

"Ainda há problemas e obstáculos, e estes requerem novas formas de pensar", afirmou.

Fonte: G1

 

 
 

 

 

 
 

 

China será a maior potência em energia renovável em 2035


 

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País vai ultrapassar EUA, União Européia e Japão combinados

A China deverá em 2035 gerar mais eletricidade de energia renovável do que EUA, União Européia e Japão juntos, de acordo com relatório divulgado ontem pela Agência Internacional de Energia (AIE).

Em seu World Energy Outlook, a agência afirma ainda que as fontes renováveis – eólica, solar, hidroelétrica e biomassa – somarão mais de 30% de toda a oferta mundial, ultrapassando o gás natural e se igualando ao carvão como principal fonte.

A energia eólica e a solar fotovoltaica terão ganhos especialmente grandes, ajudando a fazer com que renováveis respondam por quase meta do aumento de geração global de energia nas próximas duas décadas.

Mas as emissões de carbono da produção de energia devem aumentar 20% no período. No entanto, afirma a AIE, “a combinação certa de políticas e tecnologias está provando que as ligações entre crescimento econômico, demanda de energia e emissões ligadas ao setor podem ser enfraquecidas.”

Apesar deste otimismo, estes dados indicam que as temperaturas médias globais irão avançar no longo prazo, acima do máximo de 2Cº, considerado um limite seguro.

“Como fonte de dois terços das emissões globais, o setor de energia será crucial para determinar que as metas da mudança do clima sejam ou não cumpridas,” diz a agência, de acordo com a Bloomberg.

Foto: JF Marrero/Creative Commons

Fonte: Planeta Sustentável