Conferência – GES (gases do efeito estufa): o Japão joga a toalha.


O Japão, quinto maior emissor de gases do efeito estufa do planeta anunciou nessa sexta (15 de novembro de 2013) que deixará de lado seus objetivos quanto à redução de emissão.
Uma decisão criticada por diversos países presentes em Varsóvia para tentar elaborar uma nova estratégia mundial de luta contra as mudanças climáticas.

Em 2009, o Japão tinha o objetivo ambicioso de reduzir 25% de suas emissões de gases do efeito estufa até 2020, em relação ao ano de 1990. Porém essa meta fora construída antes da catástrofe nuclear de Fukushima, a qual ocorreu em março de 2011.

Sexta-feira, o porta voz do governo deixou claro que este objetivo não está mais no radar de Tókio. “Nós temos que escolher o abandono deste objetivo e visar uma redução de 3,8% entre 2005 e 2020”, disse Yoshihide Suga. Segue este novo alvo em relação ao nível de 1990, segundo os cálculos do governo japonês. 
 
Dizem que Tókio se valeu exaustivamente do uso de energia nuclear para reduzir suas emissões. Contudo, suas ambiciosas metas foram reduzidas a água em razão da decisão posterior dos 54 reatores do arquipélago. O número destes já foi reduzido a 50 com desmantelamento a cerca de 4 dos 10 que possuem suas centrais em Fukushima.  

 Resultado, o Japão deve voltar-se ao uso de suas centrais de carvão e gás. O arquipélago é também o primeiro importador do mundo de carvão e gás natural liquefeito. A energia nuclear representa a segunda fonte de eletricidade.

Críticas pertinentes

O pronunciamento de Tókio provocou criticas em Varsóvia, onde ocorre a conferência anual sobre o clima promovida pela ONU. A aliança dos pequenos estados insulares – que reagruparam 44 nações vulneráveis diante a elevação do nível do mar – salientou que esta decisão “representa um enorme passo para trás”. O tufão Haiyan, que varreu as Filipinas, “é apenas o mais recente desastre dentro de uma série de catástrofes meteorológicas”, afirmou a Aliança em um comunicado.  
 

A união europeia reconhece as dificuldades japonesas após o terremoto e a tsunami em março de 2011. “Se entendermos a situação, esperaremos de todos os países compromissados com a redução quanto à emissão de gases e particularmente dos países desenvolvidos que continuem a mostrar lideranças nesta matéria”, segundo o comunicado da Comissão europeia.          

O Japão não é o primeiro país desenvolvido a abdicar de seus compromissos. O Canadá de Stephen Harper jogou o protocolo de Kyoto no lixo. E a Austrália está agora no caminho certo para perder seus alvos, pois já aboliu várias medidas para reduzir as emissões.

 
Em resumo, “essa mudança histórica dentro da política climática japonesa pode constituir um ponto de inflexão que alimente uma espiral negativa na ambição global”, citou um analista da AFP (l’Agence France-Presse).

 

Fonte: Le Devoir
Publicado: 16 de novembro 2013. 
Autor: Alexandre Shields.
Tradução: Matheus Lima.

 

Conferência – GES (gases do efeito estufa): o Japão joga a toalha.


O Japão, quinto maior emissor de gases do efeito estufa do planeta anunciou nessa sexta (15 de novembro de 2013) que deixará de lado seus objetivos quanto à redução de emissão.
Uma decisão criticada por diversos países presentes em Varsóvia para tentar elaborar uma nova estratégia mundial de luta contra as mudanças climáticas.

Em 2009, o Japão tinha o objetivo ambicioso de reduzir 25% de suas emissões de gases do efeito estufa até 2020, em relação ao ano de 1990. Porém essa meta fora construída antes da catástrofe nuclear de Fukushima, a qual ocorreu em março de 2011.

Sexta-feira, o porta voz do governo deixou claro que este objetivo não está mais no radar de Tókio. “Nós temos que escolher o abandono deste objetivo e visar uma redução de 3,8% entre 2005 e 2020”, disse Yoshihide Suga. Segue este novo alvo em relação ao nível de 1990, segundo os cálculos do governo japonês. 
 
Dizem que Tókio se valeu exaustivamente do uso de energia nuclear para reduzir suas emissões. Contudo, suas ambiciosas metas foram reduzidas a água em razão da decisão posterior dos 54 reatores do arquipélago. O número destes já foi reduzido a 50 com desmantelamento a cerca de 4 dos 10 que possuem suas centrais em Fukushima.  

 Resultado, o Japão deve voltar-se ao uso de suas centrais de carvão e gás. O arquipélago é também o primeiro importador do mundo de carvão e gás natural liquefeito. A energia nuclear representa a segunda fonte de eletricidade.

Críticas pertinentes

O pronunciamento de Tókio provocou criticas em Varsóvia, onde ocorre a conferência anual sobre o clima promovida pela ONU. A aliança dos pequenos estados insulares – que reagruparam 44 nações vulneráveis diante a elevação do nível do mar – salientou que esta decisão “representa um enorme passo para trás”. O tufão Haiyan, que varreu as Filipinas, “é apenas o mais recente desastre dentro de uma série de catástrofes meteorológicas”, afirmou a Aliança em um comunicado.  
 

A união europeia reconhece as dificuldades japonesas após o terremoto e a tsunami em março de 2011. “Se entendermos a situação, esperaremos de todos os países compromissados com a redução quanto à emissão de gases e particularmente dos países desenvolvidos que continuem a mostrar lideranças nesta matéria”, segundo o comunicado da Comissão europeia.          

O Japão não é o primeiro país desenvolvido a abdicar de seus compromissos. O Canadá de Stephen Harper jogou o protocolo de Kyoto no lixo. E a Austrália está agora no caminho certo para perder seus alvos, pois já aboliu várias medidas para reduzir as emissões.

 
Em resumo, “essa mudança histórica dentro da política climática japonesa pode constituir um ponto de inflexão que alimente uma espiral negativa na ambição global”, citou um analista da AFP (l’Agence France-Presse).

 

Fonte: Le Devoir
Publicado: 16 de novembro 2013. 
Autor: Alexandre Shields.
Tradução: Matheus Lima.

 

Líderes Sustentáveis para os Sistemas Integrados de Gestão


Patrícia Elaine da Silva, especialista em Índice de Sustentabilidade Empresarial, falará sobre a importância de integrar todos os componentes e processos de uma empresa, por meio de um sistema integrado de gestão. De acordo com a profissional, isso torna possível a organização do trabalho, fazendo com que os objetivos sejam unificados e que exista sinergia. 

Para Patrícia, os profissionais precisam estar ajustados com o sistema interativo para que haja constante comunicação entre os setores, alinhada de acordo com um objetivo comum a todos os departamentos. 

A proposta dessa palestra é apresentar os princípios de uma gestão sustentável e os tipos e papéis de um líder para o desenvolvimento de um ambiente que efetivamente propicie o desenvolvimento sustentável, de forma que a atuação da liderança organizacional esteja integrada com os objetivos corporativos da empresa e com o planejamento estratégico. 

Os participantes terão a oportunidade de visualizar esses  princípios por meio de uma dinâmica com a apresentação de cases de líderes sustentáveis.

A palestra será realizada na sala K352, no Prédio Acadêmico 2.

E-mail: universitariosantoamaro@sp.senac.br
Telefone: 11.5682-7300

Localização: Av. Engenheiro Eusébio Stevaux, 823 – Santo Amaro São Paulo

Mais informações: http://migre.me/hBx0u

Fonte: Agenda Sustentabilidade

IX Seminário Nacional de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos


Em função do importante momento em que vivemos no Brasil aonde já contamos com o Plano Nacional de Resíduos Sólidos (inclusive já abordado no IS aqui) e sua regulamentação, muitos desafios ainda precisam ser enfrentados e a integração entre políticas públicas precisa ser pensada com visão macro na perspectiva nacional, estadual, regional e municipal.

Em sua IX edição, o Seminário Nacional de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos irá abordar o tema "Os Acordos Setoriais e as Oportunidades de Negócios". O evento busca promover o debate sistemático sobre a situação dos resíduos sólidos no Brasil, em consonância com o panorama internacional e estadual e contribuir para o aperfeiçoamento de técnicas, metodologias, introdução de novas tecnologias e formas de tratamento dos resíduos sólidos.

Data: 14 de novembro

Local: Feira do Verde
Endereço: Praça do Papa – Vitória/ES

                   

Informações e inscrições: Institutos Ideias

Pacto Global: plataforma online ajudará a administrar o uso da água


O Sistema de Autoavaliação e Eficiência Hídrica (SAVEh) ajudará pequenas e médias empresas a melhorar o uso de recursos hídricos. A plataforma segue as diretrizes do CEO Water Mandate do Pacto Global da ONU, iniciativa público-privada que mobiliza líderes empresariais na questão da gestão hídrica.

Mai-Lan Ha, assessora do CEO Water Mandate, participa de evento do Pacto Global. Foto: Fellipe Abreu/ Fórum Pacto Global

Mai-Lan Ha, assessora do CEO Water Mandate, participa de evento do Pacto Global. Foto: Fellipe Abreu/ Fórum Pacto Global

Já está no ar o Sistema de Autoavaliação e Eficiência Hídrica (SAVEh), que ajudará pequenas e médias empresas a melhorar o uso de recursos hídricos. A plataforma foi apresentada no início deste mês aos participantes do Fórum Pacto Global para ajudar a reduzir o consumo de água.

A partir do site www.saveh.com.br, a empresa se cadastra, responde a 40 questões e, com base nas respostas, recebe um plano de ação. A plataforma foi baseada nas boas experiências da Ambev e segue as diretrizes do CEO Water Mandate do Pacto Global da ONU, iniciativa público-privada que mobiliza líderes empresariais na questão da gestão hídrica.

Mai-Lan Ha, assessora sênior do CEO Water Mandate, explicou que há um movimento internacional de empresas, de diversos tamanhos e setores, comprometidas com a questão hídrica. Ela destacou a relação da água com outras temáticas ligadas aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Agenda 2030, tais como erradicação da pobreza (ODS 1), agricultura sustentável (ODS 2) e mudanças climáticas (ODS 13). O desafio do Pacto Global, segundo ela, é fazer com que o setor empresarial reconheça a importância do ODS 6, que é justamente assegurar a disponibilidade e gestão sustentável de água e saneamento para todos.

De acordo com Ricardo Biava, Diretor de Relações Corporativas da Ambev, a empresa reduziu perdas de água em 40% nos últimos 13 anos. Assim, além da plataforma online, a Ambev dará consultoria a 25 empresas, sendo cinco delas indicadas pela Rede Brasil do Pacto Global.

De acordo com o Instituto Trata Brasil, 6,5 bilhões de metros cúbicos de água foram desperdiçados em 2013 nos sistemas de distribuição urbanos em todo o país, representando uma perda de R$ 80 bilhões. Esse volume hídrico daria para abastecer 12 milhões de pessoas. Os números foram apresentados por Adriana Leles, Assessora de Gestão de Sustentabilidade da Sanasa.

Fonte: ONUBR

Os 6 pilares essenciais para uma cidade inteligente de médio porte


                                          

A mobilidade urbana foi o destaque na quinta-feira, 8 de maio, durante às palestras da Conferência Internacional de Cidades Inovadoras (CICI2014). O evento, promovido pelo Instituto Brasileiro da Qualidade e Produtividade (IBQP), Universidade Positivo e Prefeitura Municipal de Curitiba, reuniu palestrantes dos Estados Unidos, Itália e Áustria.

O professor da Universidade Tecnológica de Viena Rudolf Giffinger afirmou que as cidades têm de combinar crescimento econômico, urbanização e redução de emissões poluentes. O austríaco faz parte do projeto European Smart Cities, que estuda as perspectivas de desenvolvimento de cidades de médio porte, levando em conta economia, cultura e condições ambientais e sociais.

Giffinger afirmou que existem seis pilares essenciais de uma Smart City de médio porte.

  • 1) A ECONOMIA INTELIGENTE: promovendo a competitividade econômica por meio da integração de inovação e empreendedorismo;
  • 2) PESSOAS INTELIGENTES: isto é, a qualificação dos recursos humanos e das interações sociais;
  • 3) GOVERNOS INTELIGENTES: fomentando serviços aos cidadãos e ao funcionamento da administração pública;
  • 4) MOBILIDADE INTELIGENTE: visando a acessibilidade e redes de tecnologia de informação;
  • 5) AMBIENTE INTELIGENTE: por meio da atratividade de condições naturais, proteção ambiental e gestão de recursos;
  • 6) MODO DE VIDA INTELIGENTE: traduzido por qualidade de vida, englobando cultura, saúde, segurança e habitação.

A norte-americana Stephanie Gardner trouxe um novo olhar para as cidades, apontando iniciativas que repercutem na qualidade de vida da população e, sobretudo, na sustentabilidade. Entre as ideias apresentadas, está o aumento da área verde, o que influencia diretamente a qualidade do ar, a temperatura e a poluição sonora.

                                

Fazer localmente

"O grande desafio é introduzir e aumentar o número de plantas, tornando-as cidades biofílicas, conciliando a vida urbana à preservação da natureza", explicou. Um dos exemplos listados por Stephanie é de Singapura, que, desde a década de 1960, tornou a cidade mais verde, com o propósito de ser mais atrativa para investimentos.

Na mesma linha, o arquiteto e ecologista italiano Roberto Ervas também disse que hoje é preciso fazer localmente, porém pensando globalmente. Ele afirmou que as práticas implementadas em uma cidade devem levar em conta o bem de toda a população mundial. "É preciso pensar em uma educação voltada para o meio ambiente sustentável, focando em mobilidade e promovendo a infraestrutura inteligente", ressaltou.

 

 

O executivo responsável pelo programa de Mobilidade Urbana da Volvo Bus Latin America, Ayrton Amaral, destacou a busca por alternativas ao uso do petróleo, uma energia que, segundo ele, será extinta em 2080, caso continue a ser consumida no ritmo atual. "O Bus Rapid Transit (BRT) é uma boa solução. No futuro, uma solução seria o implementação de biarticulados híbridos."

Amaral disse que a Volvo já tem veículos híbridos, que, de acordo com ele, reduzem em 35% o uso de diesel e emissão de CO2. "Cada ônibus desse tipo reduz, por mês, em uma tonelada as emissões de CO2 em Curitiba", afirmou. Ele acrescentou, ainda, que o nível de ruído é zero na partida do ônibus e durante as paradas, pois, nessas ocasiões, o veículo desliga o motor a diesel. "Transporte mais qualificado é qualidade de vida."

Fórum iCities

Em paralelo à CICI2014, acontece o Fórum iCities, que aprofunda as discussões trazidas nas palestras. O tema abordado foi "Tecnologia para Cidades", mediado pelo doutor em Design e Arquitetura Caio Vassão, idealizador do protótipo "Cidade Distribuída", que propõe uma nova estruturação para as cidades, baseada na integração de serviços.

Entre os assuntos discutidos pela mesa composta por André Marim (empreendedor e COO da startup Fleety de mobilidade compartilhada), Luisiana Paganelli Silva (assessora de Relações Externas do IPPUC) e Dilney Emilio Bilbao, diretor de Desenvolvimento de Negócios da SmartGreen, destacam-se a gestão de combustíveis e a otimização do consumo de bens.

Consumo colaborativo

O principal destaque foi o debate a respeito dos sistemas de "Consumo Colaborativo", que propõem estabelecer um padrão de utilização compartilhada, principalmente de veículos automotivos. Segundo André Marim, é fundamental estabelecer ações entre a sociedade e o Poder Público: "É necessário que haja uma colateralidade entre a população e o governo, de modo a implementar uma nova cultura de consumo", ressalta.

Outras soluções propostas dizem respeito às políticas de modernização do transporte público. Para Luisiana Paganelli Silva, do Ippuc, quanto melhor o sistema de transporte público, mais atrativo ele se torna: "O investimento nos transportes coletivos devem ser realizados de modo a tornar os veículos particulares a última opção para as pessoas", defende.

Matéria originalmente publicada no portal EcoDesenvolvimento

Fonte: Cidades Sustentáveis

Áreas úmidas do Rio Grande do Sul. A gestão como alternativa à conservação ambiental.


Entrevista especial com Demétrio Luis Guadagnin

"O Rio Grande do Sul é um dos estados brasileiros mais ricos no que diz respeito à fauna de aves aquáticas", constata o pesquisador e professor de Ecologia da UFRGS.

“O fato é que na condição atual não podemos nos dar ao luxo de explorar qualquer recurso natural sem um sistema de gestão. Somos muitos e as populações e áreas silvestres estão reduzidas, o que implica riscos. O que também não significa que devamos abdicar de qualquer possibilidade de uso se esta for uma demanda legítima de algum segmento social. A questão é administrar com sabedoria os recursos e penso que isto pode ser feito”, aponta o professor e pesquisador Demétrio Luis Guadagnin, em entrevista por e-mail à IHU On-Line.

Demétrio é enfático ao defender o planejamento das áreas de conservação como alternativa mais viável. “Falta ainda ao Estado uma política estratégica de proteção da biodiversidade que claramente estabeleça as metas e as prioridades. Sem esta visão estratégica, é difícil saber até onde podemos chegar na proteção das áreas úmidas”, aponta. “A proteção tem seu papel na sustentabilidade, mas eu entendo que a questão central aqui é a conservação, mais que a proteção. Penso que muitos ambientalistas e cientistas vão concordar comigo que a conservação é um pressuposto do desenvolvimento e que desenvolvimento é diferente de crescimento e, provavelmente, contrário a ele”, complementa.

 

Demétrio Luis Guadagnin é formado em Ciências Biológicas pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, mestre em Manejo de Vida Silvestre pela Universidad Nacional de Córdoba – Argentina e doutor em Ciências Biológicas pela Universidade Federal da Paraíba. Atualmente é professor do Departamento de Ecologia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul – Ufrgs. Desenvolve pesquisas na área de Ecologia Aplicada, com ênfase em Conservação e Manejo de Vida Silvestre, e coordena o Laboratório de Biologia da Conservação do Centro de Ecologia da Ufrgs. Foto: www.crbiodigital.com.br

Confira a entrevista.

IHU On-Line – Como está a situação atual das áreas úmidas no Rio Grande do Sul no que se refere à proteção da biodiversidade de aves aquáticas?

Demétrio Luis Guadagnin – O Rio Grande do Sul é um dos estados brasileiros com maior riqueza e abundância de aves aquáticas e parte desta riqueza é explicada pela diversidade e abundância de áreas úmidas. O Estado inclui duas importantes unidades de conservação que protegem aves aquáticas — a Estação Ecológica do Taim (1)  e o Parque Nacional da Lagoa do Peixe (2). São duas das maiores unidades de conservação no RS. Ambas se situam na região costeira. Maçariquinhos (3) migratórios, aves costeiras e marinhas e algumas espécies continentais estão adequadamente protegidas nestas unidades. Por outro lado, existem diversas tipologias de áreas úmidas que não estão adequadamente representadas em nosso sistema, assim como as aves típicas destes ambientes.

Merecem atenção especial os campos úmidos de gravatás (4), típicos dos campos na região da Campanha (5) e também nos Campos de Cima da Serra (6), que muitas vezes não são sequer reconhecidos como áreas úmidas e abrigam diversas espécies de aves aquáticas ameaçadas de extinção. Também merecem atenção especial as matas paludosas (7) , típicas da Mata Atlântica da zona costeira, protegidas em apenas duas pequenas unidades — a Reserva Biológica da Mata Paludosa (8) e o Parque Estadual de Itapeva (9) . Temos também apenas uma lagoa costeira de águas doces protegida — a Lagoa Negra (10), no Parque Estadual de Itapuã (10). Em todo o Estado, os banhados vegetados, com uma cobertura complexa de vegetação emergente, tanto lenhosa (12) quanto herbácea (13), são importantes áreas de reprodução e estão em situação precária de conservação. Estes banhados em geral formam as margens de lagoas ou, em alguns casos, depressões de baixa profundidade, sendo bastante vulneráveis à drenagem para o plantio de arroz.

Outras áreas úmidas

Outro tipo de área úmida ainda muito desprotegida são os charcos temporários (14) , também típicos da zona costeira. Por serem temporárias e ocorrerem em campos arenosos ou sistemas de dunas, estas áreas úmidas também são frequentemente não reconhecidas como tal, ou consideradas como irrelevantes, quando na verdade abrigam uma fauna exclusivamente adaptada a esta condição e que inclui várias espécies ameaçadas, neste caso de peixes.

Quando pensamos em áreas úmidas, em geral nos vem à mente a visão de um banhado. Rios, praias e estuários também são áreas úmidas. Quanto aos rios, a situação é realmente dramática. Várias espécies de aves extintas ou ameaçadas estão associadas a rios. Não temos trechos de rios legalmente protegidos, embora tenha havido várias iniciativas neste sentido. Pelo contrário, mesmo áreas declaradas como importantes têm sido atropeladas com o descaso ou conivência da justiça e de órgãos ambientais para a construção de barragens. Existem vários casos muito bem documentados, como os das barragens de Itá (15) e Pai-Querê (16). Estamos agora com o mais novo e mais grave desafio neste campo, que é a barragem de Garabi-Panambi (17), que vai afetar o Parque Estadual do Turvo (18), sobretudo os ambientes de áreas úmidas, é claro. Quanto às praias, temos alguns trechos com pouca perturbação e ainda usados por aves migratórias, mas nenhum livre de interferências. Quanto aos estuários, nosso maior e quase único é o estuário da Lagoa dos Patos (19) , muito importante para vários grupos de aves e outros organismos e também em precária situação tanto de proteção quanto de conservação.

IHU On-Line – Em que medida a caça por lazer representa um risco à preservação das espécies?

Demétrio Luis Guadagnin – Prefiro falar em conservação ao invés de preservação, por admitir que as espécies silvestres, sejam animais ou plantas, são recursos naturais renováveis que podem ser explorados, desde que de forma sustentável e legítima. O termo caça de lazer requer uma conceituação para evitar confusão.

Existe a caça comercial, ilegal no Brasil, que acontece associada ao tráfico de fauna, e pode representar um risco para algumas espécies, como o cisne-de-pescoço-preto e o cisne-branco, mas não é mencionada como um fator importante para as espécies ameaçadas de extinção.

A caça desportiva é uma forma de caça de lazer que está atualmente proibida. Este tipo de caça, no passado, foi um auxílio na conservação de algumas áreas úmidas e não foi associado ao declínio populacional das espécies que tinham seu abate permitido. A prática de caça mais generalizada no Estado é aquela com o objetivo principal de abater animais para consumo próprio, considerada hoje uma atividade furtiva. Classifico esta caça como de lazer porque, embora a carne seja consumida, não é propriamente uma caça de subsistência, mas reflete o hábito cultural e o desejo de comer uma carne considerada exótica, embora no passado a importância desta fonte de proteína tenha sido maior. Também não é uma caça desportiva, pois não segue os princípios e a forma de organização dessa modalidade. Sabemos que muitas pessoas no meio rural mantêm o hábito de caçar por lazer. Não existem informações sobre o tamanho do extrativismo de aves aquáticas por este tipo de atividade e seu efeito na conservação.

É provável que a caça de aves aquáticas no Rio Grande do Sul não tenha sido um fator de ameaça importante no passado, mesmo sendo este hábito mais generalizado, porque as populações eram ainda abundantes e os ambientes silvestres eram ainda extensos. Atualmente, as populações de aves aquáticas estão todas reduzidas em função da degradação e perda das áreas úmidas. Não sabemos qual o tamanho do extrativismo que as populações atuais podem suportar e se o extrativismo atual está ou não colaborando para a retração populacional de alguma espécie. O fato é que na condição atual não podemos nos dar ao luxo de explorar qualquer recurso natural sem um sistema de gestão. Somos muitos e as populações e áreas silvestres estão reduzidas, o que implica riscos. O que também não significa que devamos abdicar de qualquer possibilidade de uso se esta for uma demanda legítima de algum segmento social. A questão é administrar com sabedoria os recursos, e penso que isto pode ser feito.

Outro fator de risco, associado a todas as formas de caça, é a acumulação de chumbo no ambiente, já que é usado nos projéteis. Embora o acúmulo de chumbo seja de fato um problema em diversos países, nossos estudos mostram que no Rio Grande do Sul isso ainda não aconteceu. Isso pode ser explicado pela forma como a caça se pratica aqui, em comparação com outros países, assim como pela intensidade da caça em si. Ainda assim, é um tema que merece ser debatido e investigado. É importante lembrar que o tipo prevalente de caça de lazer tem como alvo também outros grupos animais, além de também ser praticada em outros ambientes, e entendo que existem várias espécies e ambientes vulneráveis a ela, assim como existem oportunidades. É um grande desafio para o país ser capaz de administrar o uso dos seus recursos naturais renováveis.

IHU On-Line – Quais são os desafios para o Rio Grande do Sul em relação à meta mundial de tornar 10% do território em áreas de conservação, principalmente no que corresponde às áreas úmidas? É possível expandir?

Demétrio Luis Guadagnin – A meta mundial de 10% não foi cumprida em todo o país e já temos uma nova meta, estabelecida no ano passado, de 17%. Estas metas são interpretadas no Brasil como compromissos de proteção de biomas, não de tipos específicos de hábitat dentro de cada bioma. Ou seja, não existe uma meta explícita para as áreas úmidas. No caso particular das áreas úmidas, o Brasil é signatário da Convenção de Ramsar, mas esta não estabelece metas em termos de superfície a ser protegida. O desafio de tentar proteger 10% das áreas úmidas seria enorme.

Tomando o estado do Rio Grande do Sul como um todo, o fato de termos duas grandes unidades de conservação protegendo áreas úmidas na zona costeira poderia significar que estamos com uma situação relativamente manejável. Porém, como mencionei acima, existem muitos tipos de áreas úmidas não adequadamente protegidas em nosso sistema de unidades de conservação. É possível, sim, expandir a rede, aproveitando diversos mecanismos, como a efetiva implementação da lei de proteção da vegetação nativa (ex-código florestal), as compensações ambientais, o zoneamento ambiental (20), as áreas privadas – RPPN' (21) e outros instrumentos.

Falta ainda ao estado uma política estratégica de proteção da biodiversidade que claramente estabeleça as metas e as prioridades. Sem esta visão estratégica, é difícil saber até onde podemos chegar na proteção das áreas úmidas. Eu gostaria de ver implementado no Brasil, tanto para a conservação das áreas úmidas como para todos os tipos de hábitats, uma política de "No net loss", como existe nos Estados Unidos — qualquer perda, daqui para frente, deveria ser compensada com a recuperação de uma área de mesmo tipo, tamanho e qualidade. Um último aspecto que destaco sobre este tema: como avançar na proteção envolve custos, precisamos paralelamente avançar nos incentivos, nas políticas positivas. Neste aspecto, as áreas úmidas oferecem muitas oportunidades de ganhos econômicos por prestação de serviços ecossistêmicos e pela exploração de recursos naturais renováveis.

IHU On-Line – Como se dá o diálogo entre pesquisadores e ambientalistas com proprietários de áreas privadas para tentar minimizar os impactos ambientais e proteger o ecossistema?

Demétrio Luis Guadagnin – Antes de responder, cabe lembrar que existem diversos atores sociais envolvidos no desafio de conservar a biodiversidade em áreas privadas. Pesquisadores, ambientalistas e os proprietários são apenas três deles. Outros atores-chave incluem os técnicos dos diferentes setores do Estado, particularmente dos setores de meio ambiente, energia e agricultura, além da Justiça, da classe política e diferentes grupos sociais interessados no extrativismo de recursos, como caçadores, pescadores, indígenas, artesãos, entre outros atores.

Quanto à pergunta, penso que prevalece uma relação conflituosa, embora os avanços sejam notáveis.

Muito do debate ainda está centrado na discussão de novos instrumentos legais, do respeito às normas atuais, ou da efetiva implementação das normas, ou seja, um debate legalista que tende a colocar os atores em posições opostas e que é travado longe dos atores mais interessados. Muitas vezes o papel de árbitro é dado para os cientistas, um papel que não é seu e para o qual não somos preparados.

Geralmente pensamos que nesta mesa temos os proprietários sentados de um lado e os pesquisadores e ambientalistas do outro. É frequente, infelizmente, que proprietários e ambientalistas estejam em lados opostos da mesa. Os pesquisadores, entretanto, tendem a escolher o lado de acordo com sua área de atuação, o que sugere ciência normativa em muitos casos, em outros uma ciência orientada por diferentes posturas éticas e, em outros, um tecnicismo aético.

Debates polarizados

Qualquer debate ambiental que envolva cientistas apresenta evidências de que ciência não é de fato neutra. A falta de clareza dos cientistas sobre seu papel neste debate penso que tem sido um limitante da sua capacidade de interferir de forma positiva. Faço esta autocrítica como cientista reconhecendo que muitas iniciativas importantes no campo ambiental têm origem na ciência ou são dependentes dela para avançar. Quanto aos proprietários, ouço deles próprios que muitos se consideram conservacionistas, já que o que ainda existe de áreas naturais em terras privadas foi por sua decisão sobre como usar sua terra. É evidente que a imposição da lei também tem seu papel.

Quanto aos ambientalistas, penso que muitas de suas ações também acabam limitadas pela falta de uma visão estratégica de metas e prioridades, assim como no caso do Estado. O próprio sentido do que seja uma postura ambientalista ou uma questão ambiental confundem muitas pessoas e muitos debates. O caso da caça, da proteção dos animais e do controle de espécies invasoras é emblemático neste sentido. Seja como for, temos excelentes exemplos de cientistas, ambientalistas e proprietários engajados de diferentes formas na busca pela sustentabilidade, e acredito que estamos avançando no número e na qualidade destas experiências. Penso que devemos procurar avançar para outro tipo de debate, mais propositivo e menos acusativo.

Talvez mais proprietários se dispusessem a colaborar com a conservação da biodiversidade se lhes fossem oferecidas soluções eficazes, poucas das quais já foram produzidas ou avaliadas. Já comentei acima sobre as oportunidades e a importância de reconhecer o potencial das áreas úmidas e aves aquáticas de se aproveitar de mecanismos positivos de promoção da conservação, o que é particularmente importante no caso das áreas privadas.

IHU On-Line – É possível, a partir de um manejo adequado de áreas alagadas de arrozais, garantir a conservação ambiental de aves aquáticas em locais não naturais?

Demétrio Luis Guadagnin – Os arrozais podem e devem cumprir um papel complementar dentro de uma estratégia abrangente de conservação de áreas úmidas e aves aquáticas. O foco deve estar não exatamente na gestão dos arrozais, mas das propriedades dedicadas a este uso do solo. A unidade de análise e planejamento é a propriedade rural.

Arrozais não substituem áreas naturais, mas podem ser manejados de forma a ampliar as possibilidades de conservar a biodiversidade de forma compatível com a produção de arroz. Questões como a gestão da irrigação, a escolha das variedades, o uso de agroquímicos, a integração com áreas de reserva legal e de preservação permanente e o uso do solo pós-colheita são alguns dos aspectos que podem ser manejados para tornar as lavouras mais amigáveis à biodiversidade.

Acima comentei sobre a importância da ciência e a importância de mecanismos positivos. O manejo das propriedades orizícolas  é um excelente exemplo. Muitos proprietários estariam dispostos a tomar iniciativas de promoção da conservação da biodiversidade, desde que compatíveis com seu negócio, mas infelizmente ainda temos poucas ideias eficazes sobre como otimizar isso, seja enquanto técnica, seja enquanto instrumentos de incentivo.

IHU On-Line – Qual a relação entre desenvolvimento e proteção ambiental?

Demétrio Luis Guadagnin – Esta é uma questão complexa que extrapola o tema das aves aquáticas e áreas úmidas. Strictu sensu, proteger significa impedir qualquer forma de interferência em um estado ou um processo. Sugere, portanto, uma política restritiva e negativa. A proteção tem seu papel na sustentabilidade, mas entendo que a questão central aqui é a conservação, mais que a proteção. Penso que muitos ambientalistas e cientistas vão concordar comigo que a conservação é um pressuposto do desenvolvimento e que desenvolvimento é diferente de crescimento e provavelmente contrário a ele. Para avançar no tema teríamos que discutir os conceitos de crescimento, desenvolvimento, proteção e conservação para além do que posso me aventurar aqui.

IHU On-Line – Na sua avaliação, qual o conceito mais adequado de “desenvolvimento”?

Demétrio Luis Guadagnin – Adoto uma postura ambientalista quanto a esta questão. O desenvolvimento é sustentável, ou não será desenvolvimento. Em coro com as principais reflexões sobre o tema, penso que desenvolvimento significa satisfazer as nossas demandas presentes de forma socialmente justa (no centro do desenvolvimento está o bem-estar comum) e sem comprometer as possibilidades das gerações futuras de satisfazer suas próprias demandas, que não sabemos quais serão. Não podemos entregar um planeta vazio de oportunidades, e a biodiversidade é uma destas oportunidades. Uma atitude é sustentável se caminha nesta direção, se é melhor que as demais opções deste ponto de vista. Do ponto de vista ambiental, uma atitude sustentável deveria ser um pouco mais que isso — pressupõe limitar nossas ações à nossa capacidade atual de controlar seus efeitos diretos e indiretos, a curto e longo prazo, uma postura precavida, portanto. Estes são alguns elementos de um tema também bastante amplo e complexo.

IHU On-Line – A implantação do parque eólico (intitulado “energia limpa”) às margens da Lagoa dos Quadros, em Osório, no Rio Grande do Sul, gerou algum impacto na fauna local?

Demétrio Luis Guadagnin – Não conheço o projeto deste parque eólico para opinar especificamente sobre ele. Posso opinar sobre alguns princípios, que ajudam a ilustrar posicionamentos que fiz acima. Prefiro começar questionando a palavra impacto. Não gosto dela. Em geral tem uma conotação negativa, mas pode ser também positivo. Além disso, é uma palavra carregada de juízos de valor sobre o que seja positivo ou negativo. Prefiro falar em efeitos. Se estes efeitos são bons ou ruins é um julgamento que cabe à sociedade fazer. É inevitável que a implementação de parques eólicos cause efeitos na biodiversidade, pois implica em alterações de estruturas e processos locais, como a disponibilidade de hábitats, a circulação dos ventos, a criação de barreiras ao deslocamento de animais e propágulos e vários outros. Em termos de abundância, algumas espécies serão prejudicadas e outras beneficiadas. A questão é decidir por uma entre as diversas opções possíveis de atenção à demanda crescente de energia e entre aceitar ou questionar o crescimento da demanda. Gostaria de mais questionamentos sobre a necessidade de atender uma demanda crescente, um aspecto da questão que geralmente passa ao largo e é dado como indiscutível.

Se aceitamos que a demanda inevitavelmente deve crescer e se aceitamos que uma atitude é sustentável na medida em que traz menos efeitos indesejáveis que as outras opções disponíveis, entendo que a energia eólica é uma boa opção. Em princípio, salvo situações peculiares que exigem que se conheça o projeto em particular, prefiro parques eólicos sobre áreas produtivas, particulares, e não sobre áreas naturais ou públicas. As áreas naturais e públicas em geral são as melhores opções que temos para promover a conservação da biodiversidade. As áreas produtivas e privadas, por outro lado, podem se beneficiar com mais uma fonte de rendimentos, se compatível com os outros usos da terra. A área em questão não é considerada prioritária para conservação da biodiversidade em planos nacionais ou regionais e não está entre as mais importantes para aves aquáticas ameaçadas. Evitar interferências severas pelo menos nas áreas e sobre as espécies prioritárias do ponto de vista da conservação é um aspecto central numa política de sustentabilidade.

Notas:

1.- Estação Ecológica do Taim (ESEC Taim): unidade de conservação de proteção integral da natureza localizada no sul do estado do Rio Grande do Sul. Criada em 1986, possui uma área de 33 mil hectares. (Nota da IHU On-Line)

2.- Parque Nacional da Lagoa do Peixe: criado em 1986, o Parque possui 36,7 mil hectares. Atualmente é administrado pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). (Nota da IHU On-Line)

 3.- Maçariquinho: ave charadriiforme da família Scolopacidae. Possui pernas esverdeadas, e os adultos em fase reprodutiva são marrom-escuros com listras marrons em cima e branco embaixo. Faz o ninho no chão perto da água e tem preferência por tundras ou pântanos. (Nota da IHU On-Line)

  4.-Gravatá: termo comum a plantas pertencentes a vários grupos de epífitas, tais como o abacaxi-de-raposa, o caraguatá, etc. (Nota da IHU On-Line)

  5.- Campanha Gaúcha: região pastoril de planícies com coxilhas, localizada no sul da América do Sul. A Campanha abrange boa parte do estado do Rio Grande do Sul, o Uruguai e parte da Argentina. (Nota da IHU On-Line)

 6.- Campos de Cima da Serra ou Campos de Vacaria: região localizada no extremo nordeste do estado, na divisa com Santa Catarina. Com uma área de 21 mil km², é caracterizado por um relevo suave recortado por rios, formado por uma planície elevada de solo basáltico. (Nota da IHU On-Line)

 7.- Floresta perenifólia higrófila costeira ou floresta perenifólia latifoliada higrófila costeira: uma das subdivisões da Mata Atlântica, caracterizada pela alta densidade vegetal, com grande número de palmeiras, lianas, fetos e samambaias, alta pluviosidade e influência de um clima úmido marítimo. (Nota da IHU On-Line)

8.- Reserva Biológica Estadual Mata Paludosa: Unidade de Conservação do Governo do Rio Grande do Sul. Com uma área de 113 hectares, protege uma área de mata atlântica caracterizada pela transição entre encostas e baixadas. (Nota da IHU On-Line)

 9.- Parque Estadual de Itapeva: Unidade de Conservação do Governo do Estado do Rio Grande do Sul. Criado em 2002, possui uma área de mil hectares. (Nota da IHU On-Line)

 10.- Lagoa Negra: lagoa do Rio Grande do Sul, localizada no município de Viamão, a 60 km de Porto Alegre. A lagoa está localizada dentro do Parque Estadual de Itapuã. (Nota da IHU On-Line)

 11.- Parque Estadual de Itapuã: Unidade de Conservação no município de Viamão, no Rio Grande do Sul. Com uma área de 5,5 mil hectares, foi aberto para visitação em 2002. (Nota da IHU On-Line)

12.- Planta lenhosa: plantas capazes de produzir madeira como tecido de suporte dos seus caules. (Nota da IHU On-Line)

13.- Erva ou Planta herbácea: planta normalmente rasteira, sem caule lenhoso. (Nota da IHU On-Line)

14.- Charcos: massas de água parada ou de corrente muito reduzida, de caráter permanente ou temporário. Os charcos são de tamanho inferior ao de um lago e medem menos de 1 hectare. (Nota da IHU On-Line)

15.- Usina Hidrelétrica de Itá: localizada no rio Uruguai, entre os municípios de Itá (Santa Catarina) e Aratiba (Rio Grande do Sul). A Usina conta com capacidade instalada de 1.450 MW. O reservatório da UHE ITÁ inunda aproximadamente 103 km² de terras. (Nota da IHU On-Line)

16.- Usina Hidrelétrica de Pai Querê: projeto de construção do Governo Federal. A proposta é construí-la no Rio Pelotas, entre os municípios de Bom Jesus (RS) e Lages (SC). Aproximadamente 6,1 mil hectares de Mata Atlântica seriam alagados com a sua construção. (Nota da IHU On-Line)

 17.- Usinas Hidrelétricas de Garabi e Panambi: projeto de construção de hidrelétricas no Noroeste gaúcho até 2020. Juntas, as duas terão capacidade instalada de 2,2 mil MW e poderão desalojar 12 mil pessoas em uma área aproximada de 73 mil hectares. (Nota da IHU On-Line)

 18.- Parque Estadual do Turvo: Unidade de Conservação de proteção integral da natureza localizada no noroeste do Rio Grande do Sul, junto ao rio Uruguai. Criado em 1947, o Parque possui área de 17,4 mil hectares. Sua principal atração é o Salto do Yucumã. (Nota da IHU On-Line)

19.- Lagoa dos Patos: considerada a maior laguna do Brasil e a segunda maior da América do Sul, localiza-se no Rio Grande do Sul. Possui 265 quilômetros de comprimento, 60 quilômetros de largura (na sua quota máxima), 7 metros de profundidade (na sua quota máxima) e uma superfície de 10 144 km². (Nota da IHU On-Line)

20.- Zoneamento Ecológico-Econômico (ZEE) ou Zoneamento Ambiental: mecanismo de gestão ambiental que tem como objetivo viabilizar o desenvolvimento sustentável, promovendo o desenvolvimento socioeconômico com a conservação ambiental. O ZEE é instrumento da Política Nacional de Meio Ambiente, conforme no inciso II do artigo 9º da Lei nº 6.938/1981, e regulamentado pelo Decreto Federal Nº 4.297/2002. (Nota da IHU On-Line)

21.- Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN): modalidade de Unidade de Conservação (UC) contemplada pela lei federal nº 9.985 de 18 de julho de 2000. A RPPN figura entre as unidades de uso sustentável cujo objetivo básico é de compatibilizar a conservação da natureza com o uso sustentável de parcela de seus recursos naturais. Ao todo, existem hoje no Brasil, 750 RPPNs distribuídas pelo território nacional e que juntas somam cerca de 580 mil hectares de áreas protegidas, especialmente na Mata Atlântica. (Nota da IHU On-Line)

22.- Orizicultura – orizícula: relativo ao cultivo de arroz em lavouras. (Nota da IHU On-Line)

Gestão, Contabilidade e Comunicação para a Sustentabilidade Empresarial


          

Objetivo

O curso visa qualificar os alunos para desenvolver, monitorar, gerenciar e comunicar sobre as estratégias de negócio e indicadores de desempenho em que os interesses de todas as partes interessadas são incorporadas no contexto da sustentabilidade.
Ao fim do curso, os participantes adquirirão os seguintes conhecimentos:

– Conceitos e princípios de sustentabilidade ao nível empresarial e como abordá-los no desenvolvimento de modernas estruturas de governança corporativa e na definição das estratégias de negócios.

– Como identificar os riscos e as oportunidades relacionados às estratégias organizacionais sustentáveis.

– Como desenvolver um modelo gerencial baseado no balanced scorecard e num mapa estratégico orientado à sustentabilidade empresarial para empresas de diferentes setores.

– Como desenvolver indicadores de desempenho orientados para diferentes esferas da sustentabilidade empresarial e medir o progresso para cada objetivo estratégico definido.

– Técnicas de conceituação, design, de comunicação e de escrita de um modelo eficaz de relatório de sustentabilidade empresarial.

Público Alvo

O curso é adequado para aqueles que estão ou desejam estar envolvidos nas seguintes áreas: gestão e planejamento estratégico das organizações públicas e privadas, gestão ambiental, segurança e saúde, marketing e comunicação, recursos humanos, investimento ético, e relações públicas.

Pré-Requisito

É necessário estar matriculado em algum curso superior ou já ter concluído algum curso superior. Conhecimentos básicos nas áreas de gestão empresarial, contabilidade, comunicação e marketing são recomendados.

Carga Horária

24 horas.

Metodologia

    Os participantes do curso receberão uma apostila de autoria do professor, além de outras publicações de distribuição gratuita. Ao longo do curso haverá discussões sobre diferentes estudos de caso apresentados pelo professor e poderão compartilhar de suas experiências profissionais no campo da sustentabilidade empresarial. Os resultados de todos os exercícios apresentados em classe por cada grupo serão disponibilizados na intranet da CCE PUC-Rio e no website do professor.

    As aulas são apresentadas em Power Point e todos os slides são disponibilizados aos alunos antes de cada sessão junto com materiais de apoio (estudos de caso, literatura adicional) em formato eletrônico (em um CD ou em uma plataforma virtual).
Os trabalhos desenvolvidos pelos alunos serão publicados posteriormente no portal da rede internacional de sustentabilidade CRUSUS com a autoria dos participantes do curso e estarão visíveis a um público internacional, onde receberão comentários e sugestões adicionais. Os trabalhos desenvolvidos em grupos pelos alunos receberão um grau e serão devidamente revisados antes da publicação final dos mesmos.

Programa

Parte I: O surgimento e uma visão geral da Responsabilidade Social e da Sustentabilidade Empresarial (RS&SE)

• A evolução histórica da gestão estratégica nas organizações pelo mundo: da Teoria da Agência (Jensen e Meckling (1976) à Teoria dos Stakeholders

• Os fatores da mudança na abordagem de gestão estratégica

• A extensão da Responsabilidade Social Empresarial para a Sustentabilidade Empresarial

• A perspectiva multidimensional da Sustentabilidade Empresarial e seus principais conceitos

• Princípios inerentes a um desempenho empresarial sustentável

• A importância do valor das partes interessadas na gestão da sustentabilidade empresarial

• Os benefícios associados à sustentabilidade empresarial

• Conceitos relacionados à sustentabilidade empresarial: risco de reputação, inovação e marketing social, política e regulamentação da competitividade, ética empresarial, cidadania corporativa, responsabilidade social, eco-eficiência, globalização justa, estabilidade de desempenho.

• Modelo de Sustentabilidade Empresarial

• Análise comparativa de empresas com modelos de gestão convencionais e modelos de gestão sustentáveis.

Estudo de caso (diferente por grupo): Um estudo de caso será discutido em sala de aula sobre a identificação dos principais agentes econômicos, ambientais, aspectos legais / éticos e sociais relevantes para empresas de alguns setores e países a serem selecionados (cada grupo terá um setor específico a investigar).

Parte II: Governança corporativa no contexto da Sustentabilidade Empresarial

• Principais conceitos de Governança Corporativa e suas aplicações na sustentabilidade empresarial.

• Os princípios e objetivos de Governança Corporativa propostos pela Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE)

• Os compromissos do conselho diretor e do diretor executivo com a sustentabilidade da empresa

• Como desenvolver uma estratégia de sustentabilidade empresarial.

• Como envolver toda a organização e profissionais externos (outsourcing) para apoiar na implementação da sustentabilidade empresarial.

• As diferenças entre os sistemas de governança corporativa no Brasil e no mundo.

• Os fatores que impulsionam reformas nos sistemas nacionais de governança corporativa e nos padrões mundiais de governança corporativa.

• A influência crescente da mídia sobre as empresas na busca de práticas responsáveis de governança corporativa.

• A ética no contexto da governança corporativa e do investimento social responsável.

Estudo de caso (único para todos os grupos): Um estudo de caso comum para todos os alunos irá abordar um exemplo bem sucedido de uma estrutura de governança orientada para a sustentabilidade empresarial e uma estrutura de governança corporativa mal elaborada de outra empresa do mesmo setor. Os alunos irão identificar as principais diferenças entre ambas as empresas e os fatores críticos de sucesso.

Parte III: Gestão e Contabilidade para a Sustentabilidade Empresarial

• Custos no processo de tomada de decisão e avaliação de riscos no contexto da sustentabilidade.

• A avaliação de desempenho e sistemas de recompensa

• Os fundamentos e a implementação de sistemas de medição de desempenho em sustentabilidade: como medir os impactos e riscos inerentes.

• A extensão do modelo gerencial estratégico Balanced Scorecard aplicado à Responsabilidade Social e Sustentabilidade Empresarial (Sustainability Balanced Scorecard).

Estudo de caso (grupos): Um exercício será entregue a cada grupo de aluno com base na mesma empresa que escolheram no exercício I. Cada grupo tentará desenvolver uma matriz de análise de stakeholders (partes interessadas) baseada no modelo de Mendelow (poder vs nível de interesse) e um mapa estratégico no contexto da sustentabilidade da empresa baseado no Sustainability Balanced Scorecard (SBSC).

Parte IV: Indicadores de Desempenho e Guias de Relatórios de Comunicação em Sustentabilidade

Índices de Sustentabilidade Empresarial para Investimentos Socialmente Responsáveis

• Índices de Sustentabilidade Dow Jones (ISDJ)

• Índices de Sustentabilidade FTSE4Good

• Outros índices (breve abordagem)

Padrões de Relatórios de sustentabilidade empresarial:

• Global Reporting Initiative (GRI)

• Normas AA1000

• ISO 26000

• Connected Reporting Framework

Estudo de caso (diferente por grupo): Um exercício será entregue a cada grupo de alunos com base na mesma empresa que escolheram nos exercícios das partes I e III. Eles tentarão desenvolver indicadores de desempenho para a sustentabilidade da empresa, de modo que os objetivos estratégicos sugeridos no mapa estratégico do SBSC possam ser alcançados.

Parte V: Responsabilidade Social e Sustentabilidade Empresarial na Prática

• Alguns exemplos de boas práticas na implementação da sustentabilidade empresarial no Brasil e no mundo.

• Os prêmios ACCA para os relatórios de sustentabilidade empresarial.

• A análise dos índices de Sustentabilidade Dow Jones (DJSI) em 2012.

• A análise dos índices Accountability Rating 2012

• Os principais desafios e soluções alternativas na implementação e gestão da sustentabilidade empresarial (conclusões gerais).

• A evolução e as tendências dos relatórios de sustentabilidade empresarial.

Estudo de caso (único para todos os grupos): Os alunos irão analisar o relatório de sustentabilidade de uma empresa que está listada no Índice de Sustentabilidade Dow Jones e irão apontar falhas no relatório e sugerir formas de melhoria na comunicação para a sustentabilidade com base nas recomendações do Connected Reporting Framework e nas diretrizes da GRI.

Corpo Docente

Veja a relação do corpo docente (sujeito a alteração)

Matrícula

O aluno cujo curso for custeado por uma empresa deverá, depois de efetuar a matrícula, preencher o modelo da carta de compromisso da empresa e envia-la através do “Aluno on line”, no prazo de 24 horas. Posteriormente enviaremos, à empresa, a nota fiscal com boleto bancário.  O aluno receberá um email automático de confirmação de matrícula, contendo as instruções para uso do “Aluno on line”

Certificado

O aluno que preencher satisfatoriamente os quesitos frequência e aproveitamento terá direito a certificado.

Observações

Vagas limitadas.

A realização do curso está sujeita à quantidade mínima de matrículas.

Bolsas de Estudos: devido à natureza autofinanciada dos cursos oferecidos pela CCE, não há viabilidade financeira para a concessão de bolsas de estudo.

 

Fonte e mais informações: CCE PUC – Rio