Curso Meio Ambiente e Sustentabilidade


                      

Público alvo: Este curso destina-se a todos, leigos, estudantes e profissionais, interessados em obter conhecimentos gerais sobre meio ambiente e sustentabilidade para se atualizar, preparar-se para futuros concursos ou ingressar nesse mercado de trabalho

Conteúdo Programático: Legislação e Licenciamento Ambiental; Avaliação de Impactos Ambientais; Economia do Meio Ambiente; Sustentabilidade e Responsabilidade Social Corporativa; Sistema de Gestão Ambiental; Gestão de Resíduos e Reciclagem; Análise e Monitoramento Ambiental; Auditoria e Perícia Ambiental

Carga horária: 40 horas

As inscrições devem ser realizadas através do site do Instituto Aqualung,

Mais informações podem ser obtidas através do e-mail: instaqua@uol.com.br Ou telefone: (21) 2558-3428

Fonte: Agenda Sustentabilidade

Legislação esbarra em problemas estruturais


A Guiana veio aderindo a práticas socioeconômicas focadas no crescimento e na sustentabilidade (Jody Amiet/AFP)

Márcio Luís de Oliveira* e Franclim Jorge Sobral de Brito**

A República Cooperativa da Guiana – antiga Guiana Inglesa – tem demonstrado forte intenção de alteração de sua política de desenvolvimento, não só para se inserir no contexto econômico internacional, mas também para adotar critérios de sustentabilidade socioeconômica, ambiental e orçamentário-financeira, posto que integra a região da América do Sul conhecida como Amazônia Internacional.

Mudanças no sistema constitucional e na legislação infraconstitucional, ocorridas no final dos anos de 1990 e início dos anos de 2000, fizeram com que o país se ajustasse a padrões internacionais de desenvolvimento, tornando-se, progressivamente, mais eficaz nos setores econômico e ambiental, ainda que conviva com diversos problemas socioeconômicos e ambientais. Contudo, a Guiana tem expressado real interesse e disposição para superá-los num prazo programado de 50 anos, nos quais se inserirá no que se pode chamar de “economia verde”.

Em sua história, o país tem vasta experiência na elaboração e adoção de programas de governo, uma vez que já foi adepto do socialismo de economia planificada pelo Estado. Desde o seu processo de abertura econômica e política, iniciado em 1989, a Guiana veio aderindo a práticas socioeconômicas focadas no crescimento e na sustentabilidade. Nesse período de três décadas, foram superadas grandes dificuldades. Portanto, o esforço concentrado de suas autoridades e de seu povo tem permitido que o país efetivamente integre o rol de nações em franco processo de desenvolvimento, a partir do início dos anos 2000.

Apesar de seus esforços, a economia do país ainda é muito concentrada nas atividades agropecuárias e sua indústria permanece fortemente lastreada na atividade extrativista, com pouca diversificação da produção industrial. Paralelamente, as populações locais ficam sujeitas à submissão de interesses econômicos escusos internos e externos, o que se agrava no interior, uma vez que a Guiana apresenta baixa densidade demográfica, sobretudo na região de florestas, que cobre 80% do seu território.

Ademais, a Guiana possui nove identidades ameríndias que se encontram espalhadas em seu território, inclusive nas regiões de floresta mais densa. Essa população, apesar de organizada e de ser destinatária de legislação que protege sua cultura e sua subsistência, sofre com pressões internas e externas de exploração na região. E, como tem acontecido em todo o continente latino-americano, a legislação tem baixa eficácia social como consequência da ausência de políticas públicas que as tornem efetivas.

Nesse sentido, reforça-se a necessidade de sinergia entre todos os Estados e povos da Amazônia Internacional para a urgência na adoção de políticas públicas efetivas de proteção, preservação e desenvolvimento sustentável de suas riquezas naturais e de melhoria das condições socioeconômicas de seus habitantes.

No atual cenário de globalização de mercado, a formação de uma cultura comum de proteção e de promoção conjunta entre os povos da Amazônia Internacional permanece substancialmente enfraquecida, o que dificulta o trabalho solidário e compartilhado de seus Estados e povos em prol da realização dos seus interesses comuns. Logo, o trabalho acadêmico, aliado às políticas de governo e à conscientização da sociedade civil pode em muito contribuir para a formação e a afirmação da identidade amazônica internacional a partir do fortalecimento da proteção das culturas dos povos originários e do meio ambiente local em cada Estado da região.

*** Este texto é o quinto da série de nove artigos sobre jurisdição ambiental dos países que compõem a Pan-Amazônia. A versão integral do livro Pan-Amazônia: O ordenamento jurídico na perspectiva das questões socioambientais e da proteção ambiental está disponível gratuitamente no site da Editora Dom Helder. Leia amanhã texto de André de Paiva Toledo sobre a Guiana Francesa.

Leia também: 

*Doutor e mestre em Direito (UFMG); aperfeiçoamento em Direito Internacional Público e Privado (Países Baixos); professor da Dom Helder Escola de Dieito; professor da Faculdade de Direito da UFMG; professor-visitante na Universidad Complutense de Madrid (Espanha); professor-colaborador na The Hague University of Applied Sciences (Países Baixos); consultor-geral da Consultoria Técnico-Legislativa do Governo de Minas Gerais.

**Doutor em Direito pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro. Mestre em Direito, graduado em Direito e em Filosofia. Coordenador da graduação de Direito Integral da Dom Helder escola de Direito e reitor da Escola de Engenharia de Minas Gerais (EMGE).

Bolívia traz inovações na legislação ambiental


A Constituição Boliviana estabelece a existência de uma jurisdição indígena, competente para julgar e revisar penalidades fixadas pelos núcleos comunitários. (AFP)

Por Marcelo Kokke*

A tendência de centralização de estudos e reflexões jurídicas e sociais a partir de uma leitura exclusiva nos referenciais europeus já privou o Brasil por anos, quem sabe séculos, de contato com realidades mais próximas e que muito podem contribuir para com o aprimoramento das regulações jurídico-sociais e ecológicas pátrias. A experiência do direito comparado se torna mais proveitosa e reflexiva quando se projetam reações e contornos de ordenamentos jurídicos vivenciados em contextos similares.

É justamente sob este prisma que a Dom Helder Câmara promove seus grupos de estudo e pesquisa acerca da Amazônia. Esse suporte permitiu a elaboração de obras científicas voltadas não somente à análise dos contextos normativos dos países amazônicos, mas também centrada em contribuir para com a realidade brasileira e um aprimoramento recíproco entre os países amazônicos.

Nesse quadro de desenvolvimentos, a análise da legislação boliviana ascende em vital importância. A dinâmica entre o reconhecimento social e cultural e o reconhecimento jurídico pode variar em gradações por vezes constantes, por vezes variáveis. Uma delas é a dosagem que se apresenta o pluralismo jurídico, em especial, a possibilidade de se institucionalizar níveis de jurisdição interna a determinados grupos originários ou tradicionais. O quadro acentua quando se tematiza o respeito e a afirmação das práticas sociais e cultura indígenas na Amazônia.

A Bolívia é precursora no tema. A Constituição Boliviana estabelece a existência de uma jurisdição indígena, competente para julgar e revisar penalidades fixadas pelos núcleos comunitários a partir de violações às suas regras de convivência e sociabilidade. Isso significa um pluralismo de regência da vida humana segundo o grupo social a que esteja vinculado o indivíduo, não por sua condição apartada, mas, pelo inverso, por sua imanente condição de integrante de uma coletividade de valores.

O estudo desenvolvido a partir da legislação boliviana permite situar os âmbitos de aplicação e limites de persecução das normas jurídico-sociais dos povos originários bolivianos. O esquadrinhar dessa aplicação irá revelar pontos de exaltação e também pontos de crise.

Os pontos de exaltação robustecem a coletividade em seus valores e dimensão de bem-viver próprios, em um eixo de conotações de qualidade de vida que se fazem paralelos aos valores hegemônicos pregados pelo ocidente em seu marco fixado desde a modernidade. Mas os pontos de crise também existem. Quais os limites de aplicação das normas comunitárias? Como equilibrar normas de bem-viver com postulados reconhecidos universalmente como próprios de direitos humanos? É justamente nesse tema que adentra a figura do Tribunal Constitucional como fator de conjunção, como linha de lastreamento a fim de que o pluralismo jurídico possa não se dissipar em um apartamento de regras e penalidades infensas a qualquer avaliação de justiça.

O artigo e a pesquisa revelam uma profunda necessidade de avançar na avaliação do pluralismo jurídico e suas formas de manifestação. O reconhecimento jurídico vai além de uma postura de abstenção de intervenção. Ele se revela na necessária incorporação ao ordenamento jurídico de institutos e instituições próprios para fins de afirmar a tutela indígena como regente de seu cenário de bem-viver, dentro de um marco universal de tutela dos direitos humanos.

Este texto é o primeiro da série de nove artigos sobre jurisdição ambiental dos países que compõem a Pan-Amazônia. A versão integral do livro Pan-Amazônia: O ordenamento jurídico na perspectiva das questões socioambientais e da proteção ambiental está disponível gratuitamente no site da Editora Dom Helder. Leia amanhã texto de Elcio Nacur Rezende sobre o Brasil.

* Marcelo Kokke é pós-doutor em Direito Público – Ambiental pela Universidade de Santiago de Compostela – ESMestre e doutor em Direito pela PUC-Rio. Especialista em processo constitucional. Pós-graduação em Ecologia e Monitoramento Ambiental. Procurador federal da Advocacia-Geral da União e professor da Dom Helder Escola de Direito.

Estudo alerta para insuficiência de promessas contra aquecimento global


Cientistas alertam que medidas urgentes devem ser tomadas contra crise climática Foto (Sam Panthaky/AFP/CP)

Independentemente da retirada anunciada dos Estados Unidos, os compromissos adotados pelos países signatários do Acordo de Paris ainda estão longe de conter o aquecimento global, segundo um estudo publicado na última terça-feira (5).

“As promessas são insuficientes para alcançar os objetivos e algumas sequer serão cumpridas”, afirmou à reportagem Robert Watson, ex-diretor do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas da ONU (IPCC) e autor principal do estudo.

Este conclui que três quartos dos compromissos assumidos no âmbito do Acordo de Paris de 2015 são insuficientes ou provavelmente inalcançáveis.

As emissões mundiais passaram de 44,7 Gt (1 gigatonelada = um bilhão de toneladas) em 2010 para 53,5 Gt em 2017. E mesmo que as promessas sejam cumpridas, alcançarão 54 Gt em 2030.

“Sem mudanças radicais (…) poderíamos viver em um mundo 1,5 grau mais quente em uma década”. Para permanecer abaixo desse limite, seria necessário reduzir 50% das emissões de gases do efeito estufa (GEE) até 2030, ressaltam os autores do estudo “A verdade por trás dos compromissos do clima”, publicado pela ONG americana Fundação Ecológica Universal (FEU-US).

O Acordo de Paris pretende limitar o aquecimento a um aumento inferior a 2 graus e se possível a 1,5 grau em relação à era pré-industrial, por meio das contribuições nacionais (NDC) de redução de emissões, revisáveis a cada cinco anos.

A um ano da primeira revisão, os autores analisaram os compromissos e concluíram que das 184 NDC, 128 são insuficientes, oito “parcialmente insuficientes”, 12 “parcialmente suficientes” e 36 suficientes.

Os quatro maiores emissores, China, Estados Unidos, União Europeia (UE) e Índia, respondem por 56% das emissões mundiais. Apenas a UE (9% do total) está caminhando para cumprir seu objetivo e inclusive ultrapassá-lo, com uma trajetória em direção a 58% de reduções em 2030, com um compromisso de “ao menos 40%”.

A China, o primeiro emissor mundial com 26,8% dos GEE, e a Índia, o quarto com 7%, basearam seus compromissos em uma redução de sua “intensidade carbono”. Mas os autores consideram “insuficiente” esta categoria, que vincula as emissões com o PIB global de um país.

Os Estados Unidos, segundo emissor com 13,1%, se comprometeram a reduzir de 26% a 28% suas emissões em 2025 em relação a 2005. Mas Donald Trump confirmou nesta sua intenção de retirar seu país do Acordo de Paris, uma decisão que poderia ser efetiva em 2020.

O quinto emissor mundial, a Rússia, sequer apresentou compromissos.

Dos 152 compromissos nacionais restantes, 126 são condicionais, sobretudo entre os países mais pobres que dependem do financiamento e do apoio técnico internacional, enquanto até agora “muito pouca ajuda internacional foi concretizada”, segundo o estudo.

“Em consequência, ao menos 130 nações (…) estão muito longe de contribuir para que se alcance a redução necessária de 50% das emissões mundiais até 2030 para limitar o aquecimento a +1,5 grau”, segundo os autores.

Paralelamente, 11 mil cientistas advertiram na terça-feira que a humanidade ficará exposta a “sofrimentos indizíveis” se a “crise climática” não for abordada rapidamente e com seriedade, em um chamado publicado na revista BioScience.

“É necessário aumentar imensamente os esforços para preservar nossa biosfera com o objetivo de evitar sofrimentos indizíveis”, escrevem os signatários, citando sobretudo a necessidade de diminuir o uso de energias fósseis, preservar a biodiversidade, reorientar as prioridades econômicas do crescimento para o “bem-estar” e controlar a pressão demográfica mundial.

AFP

Efeitos da mineração vistos do espaço



 

O deserto da Namíbia, no sudoeste da África é um dos lugares mais inóspitos do planeta. Não há quase nenhuma água corrtente na superfície, excepto quando algumas tempestades esporádicas trazem chuva no inverno. Mas há algo que atrai pessoas para a Namíbia: o país está entre os cinco principais exportadores de urânio do mundo.

 

Nesta imagem do satélite EO-1 de março de 2013 podemos ver a mina Rössing, a mais antiga e terceira maior fonte de urânio do mundo. O leito seco do rio Khan é visível na parte inferior da imagem. Alguns grupos ambientalistas alertam que amostras de água do canal do rio Khan mostraram níveis de urânio elevados, mas estudos posteriores apontaram que o urÂnio também ocorre naturalmente nos sedimentos do rio.

 


 

Com o aumento do custo do petróleo, minerar areias betuminosas tornou-se um empreendimento lucrativo na última década. Areias betuminosas consistem de argila, areia e outros minerais, revestido em água e um óleo viscoso chamado betume.

 

Para obter petróleo utilizável a partir desta mistura os produtores têm de separar o betume da areia usando água quente, e depois processar o betume em óleo cru. É um processo que consome muita energia e que até recentemente custava muito caro para ser rentável. Preços mais altos do petróleo agora compensam o custo.

 

Esta imagem feita pelo satélite Landsat em maio de 2011 mostra as minas de areias betuminosas localizadas ao redor do rio Athabasca, no Canadá. Esse tipo de mineração tem um grande impacto no meio-ambiente. Todo o processo, desde a mineração e separação de areias petrolíferas para a produção de óleo bruto, libera mais gases do efeito estufa do que outros métodos de produção de petróleo.

 


 

Com nomes como cério, lantânio e itérbio, as terras raras não tem nomes muito famosos. Mas os produtos que fazem uso delas certamente são, como ímãs, lentes de câmera e baterias.

 

Nesta imagem do satélite Terra de julho de 2001 podemos ver a mina de Bayan Obo, na China, de onde vem praticamente metade da produção mundial de terras raras.

 

Uma operação de mineração tão intensiva tem um forte impacto sobre o ambiente ao seu redor. Até 12.000 m3 de gás tóxico contendo dióxido de enxofre e ácido sulfúrico são liberados para cada tonelada de minérios extraidos do solo.

 


 

Esta foto feita por um astronauta a bordo da Estação Espacial Internacional em dezembro de 2009 mostra a enorme área onde são despejados os resíduos que sobram das operações da mina Escondida, no Chile, responsável por quase 10% de toda a produção de cobre mundial.

 

Os resíduos contendo cobre chegam na forma de um líquido esverdeado, que ao secar ganha as colorações mais acinzentadas vistas no resto da imagem. Os resíduos são contidos por uma barragem de contenção com mais de 1 km de comprimento, visível como uma linha reta no canto inferior esquerdo da imagem.

 


 

Esta mina fotografada a partir da Estação Espacial Internacional em outubro de 2013 é a maior mina a céu aberto da Califórnia, e está entre as maiores minas de borato do mundo. O complexo da mina estende-se por cerca de 54 quilômetros quadrados. Os boratos são os compostos químicos que incluem o elemento boro (B), sendo utilizados como componentes de alguns tipos de vidro, revestimentos anticorrosivos e detergentes.

 


 

Apesar de ser apenas um pequeno país, o Kuwait possui um enorme papel na produção de petróleo mundial. O país tem uma reserva estimada de 94 bilhões de barris de petróleo, cerca de 9 por cento de todo o petróleo do mundo.

 

O maior e mais antigo campo de petróleo do país é o  Greater Burgan, localizado no sudeste do Kuwait, produzindo cerca de 1,6 milhões de barris de petróleo por dia. Nesta foto do satélite Terra, de setembro de 2009, podemos ver o metano sendo queimado e a fumaça negra que isso gera quando a infraestrutura do poço não é capaz de capturar os gases que escapam das profundezas da terra junto com o óleo.

 


 

A evaporação da água do lago de sal Dabuxun, na China, deixa para trás uma grande quantidade de minerais, incluindo cloreto de sódio, potássio, bromo, halita, gesso e cloreto de magnésio. As lagoas de evaporação quadradas mostradas nesta imagem do satélite Landsat 8, feita em 15 de novembro de 2013, são usadas para extrair esses minerais.

Os minerais levaram milhões de anos para se acumular no lago, e são hoje valiosos para uma série de indústrias. A maior indústria de produção de potássio da China, incluindo a fábrica de fertilizantes de potássio Qinghai, está localizada na região.

(Fonte: Observatório da Terra – NASA)

 

Publicado em O Eco