Ministra Izabella Teixeira ganha prêmio da ONU por ação ambiental


A ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, recebeu na ultima quarta-feira (18/09), no Museu Americano de História Natural, em Nova York, o Prêmio Campeões da Terra 2013. A homenagem, oferecida pela Organização das Nações Unidas (ONU), é destinada a líderes de governo, da sociedade civil e do setor privado que se destacam na atuação pelo meio ambiente. A ministra, uma das vencedoras de edição 2013, será premiada na categoria Liderança Política por, entre outras conquistas, ter desempenhado papel importante na redução do desmatamento na Amazônia e por sua atuação internacional em defesa do meio ambiente.
 


             

Ao ser comunicada sobre o prêmio, a ministra declarou estar honrada e surpresa com a indicação, destacando o fato de ser analista ambiental e funcionária de carreira do governo brasileiro. “Este é um prêmio que reconhece e determina que a gente faça mais”, disse. “Um prêmio que chama a atenção de que o Brasil é uma sociedade que tem condições de alcançar o desenvolvimento sustentável mais rápido do que qualquer país no mundo, não só pelas características ambientais que nós temos, mas também pelas características de um povo pacífico e de um país que todo mundo se junta. Temos condições de fazer essa transição numa velocidade mais rápida e com menos barreiras”.

                O subsecretário-geral da ONU e diretor executivo do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), Achim Steiner, parabenizou a ministra, afirmando que o compromisso dela com o meio ambiente tem sido foco de sua carreira. “A ministra Izabella Teixeira tem estado no centro de alguns dos assuntos mais debatidos e transformadores do momento, desde a Rio+20 (Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável) até a reforma da política florestal brasileira. Izabella tem feito uma abordagem baseada em princípios e pragmatismo e, ao mesmo tempo, construindo pontes para outras questões”, assinalou.

                A ministra foi convidada pela Secretária-Geral da ONU a fazer parte, entre 2010 e 2012, do Painel de Alto Nível sobre Sustentabilidade Global, que apresentou uma nova visão sobre crescimento econômico e prosperidade. Após o Brasil ter sediado a Rio+20, em 2012, com destacada atuação na preparação da conferência e na articulação para o seu documento final, foi nomeada para participar do Painel de Alto Nível do Secretariado Geral da ONU de Pessoas Eminentes para a Agenda de Desenvolvimento Pós-2015. O painel aconselha a organização na definição dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável e no modelo de desenvolvimento para após 2015.

           O Campeões da Terra é organizado pela ONU desde 2005 e promovido pelo PNUMA. A lista de homenageados inclui o ex-vice-presidente dos Estados Unidos Al Gore, o ex-líder soviético Mikhail Gorbatchev, e o presidente do Comitê Olímpico Internacional, Jacques Rogge, entre outros. Até hoje, 59 pessoas e organizações foram premiados por sua liderança, visão, inspiração e ação com o meio ambiente.

 

Foto: Terra Brasil

Fonte: http://www.mma.gov.br

Laísa Mangelli

ONU parabeniza iniciativa dos EUA em limitar a emissão de gases de efeito estufa


Emissões de gases de uma velha usina de energia movida a carvão no Kosovo. Foto: Banco Mundial/Lundrim Aliu

As Nações Unidas parabenizaram, nesta segunda-feira (02) a iniciativa anunciada pelo presidente dos EUA, Barack Obama, de limitar as emissões de gases de efeito estufa produzidas pelas usinas no país.

Através de comunicado, o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, afirmou que se trata de “um passo significativo para a redução global das emissões dos gases de efeito estufa que estão desregulando o clima, agravando ao extremo os padrões meteorológicos e ameaçando a saúde humana, o crescimento econômico e o desenvolvimento sustentável”.

Ban pediu também  “aos líderes mundiais que aproveitem a oportunidade única da Conferência do Clima”, que a ONU realizará em setembro em sua sede em Nova York, para  anunciar as ações de combate às mudanças climáticas que tomarão em nível nacional.

A secretária-executiva da Convenção-Quadro da ONU sobre a Mudança do Clima (UNFCCC), Christiana Figueres, também elogiou a nova iniciativa, anunciada dias antes da próxima rodada de negociações climáticas da ONU, que começará na quarta-feira (04) em Bonn, na Alemanha. No encontro, ministros de quase todos os países do mundo discutirão questões políticas a serem resolvidos antes da assinatura de um novo acordo sobre o clima, que deve ser assinado em Paris (França) em 2015.

 

Fonte: ONU Brasil

Greenpeace faz alerta sobre ‘emergência climática’ à sede da reunião europeia


Bombeiros evacuam ativistas do Greenpeace que penduraram o grande banner com o slogan ‘Emergência climática’ na fachada do prédio do Conselho Europeu, em Bruxelas (AFP)

A polícia belga retirou quase 30 ativistas de Greenpeace da sede do Conselho Europeu, horas antes de uma reunião de cúpula de governantes da União Europeia (UE), para chamar a atenção sobre a “emergência climática”. Os ativistas se posicionaram na fachada do edifício Europa, onde exibiram faixas com o lema “emergência climática” e acenderam sinalizadores para simular um edifício em chamas.

Os agentes de segurança iniciaram uma operação para retirar os ativistas e vários deles foram detidos, informou Ilse Van De Keere, porta-voz da polícia de Bruxelas. O Greenpeace driblou a segurança do Conselho Europeu há 10 anos, em dezembro de 2009, para exigir ações da UE na reunião de cúpula da ONU que seria organizada poucos dias depois em Copenhague.

O protesto acontece em um momento chave para a política ambiental da União Europeia (UE). A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, apresentou na quarta-feira seu “Pacto Verde”, uma “nova estratégia de crescimento”. Os líderes europeus devem superar as divergências para apoiar o pilar do Pacto Verde: alcançar a neutralidade de carbono no bloco até 2050.

O presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, disse que espera um acordo para transformar a UE no “primeiro continente neutro” a respeito das emissões de CO2, uma das principais causas da mudança climática. “A transição trará importantes oportunidades, como o potencial de crescimento econômico, de novos modelos empresariais e mercados, de novos postos de trabalho”, afirma um rascunho da declaração.

A transição para economias e sociedades mais verdes, no entanto, ainda não convenceu países como República Tcheca, Hungria e Polônia, muito dependentes de energias fósseis e que pedem garantias em troca da mudança.

Para convencer os países mais relutantes, a presidente da comissão propôs a criação de um mecanismo de transição justo, que permita o uso de recursos públicos e privados de até 100 bilhões de euros entre 2021 e 2027.

O primeiro-ministro tcheco, Andrej Babis, pediu na quarta-feira à UE para assumir os custos “astronômicos” da transição climática em seu país e defendeu que a energia nuclear seja considerada uma energia “limpa” no bloco.

Os 28 países do bloco estão de fato divididos se devem considerar o setor nuclear, que será um dos elementos do debate, uma energia verde e, portanto, suscetível de receber subsídios e isenções fiscais.

O vice-presidente da Comissão para o Pacto Verde, Frans Timmermans, entrou na discussão e afirmou que, apesar da energia nuclear “não ser sustentável (…) tampouco tem emissões de dióxido de carbono”.

O plano para a descarbonização da economia europeia aumenta os temores sobre a situação social e do mercado de trabalho em vários países da Europa, sobretudo na região leste do continente, que já enfrentam os desafios da globalização e da revolução digital da economia.

O Marco Financeiro Plurianual (MFP) para o período 2021-2027 será o outro duro debate da reunião. Alguns líderes desejam desvincular o tema da questão climática, mas os dois temas devem ser contemplados em conjunto. “Será uma grande disputa, esta é uma questão muito complicada”, advertiu uma fonte diplomática.

AFP

‘O tempo está acabando’, alerta ONU diante de novo recorde nas emissões de CO2 no hemisfério norte


Foto: PNUMA

Diante do novo patamar atingido, no hemisfério norte, pelas médias de concentração do dióxido de carbono (CO2) na atmosfera – 400 partes por milhão (ppm) em abril, segundo divulgado da Organização Meteorológica Mundial (OMM) –, as Nações Unidas alertaram que o tempo para reduzir as emissões e controlar o aquecimento da terra “está acabando”. Esse patamar possui um significado científico e simbólico, e reforça a evidência de que a queima de combustíveis fósseis e outras atividades humanas são responsáveis pelo contínuo aumento dos gases responsáveis pelo aquecimento de nosso planeta.

“Isso deve servir para chamar a atenção sobre os constantes aumentos dos níveis de gases de efeito estufa que provocam as mudanças climáticas. Se quisermos preservar o nosso planeta para as gerações futuras, precisamos de medidas urgentes para parar novas emissões desses gases retentores de calor”, disse o secretário-geral da OMM, Michel Jarraud, nesta segunda-feira (26). “O tempo está se esgotando.”

Os níveis de CO2 na atmosfera no hemisfério norte já haviam alcançado a marca das 400 ppm em abril de 2012, mas esta é a primeira vez que a média mensal como um todo ultrapassou o patamar. Neste ritmo, a agência prevê que a média anual também ultrapasse a marca em 2015 ou 2016.

“O tempo está acabando”, disse o secretário-geral da OMM, Michel Jarraud. “Isso deveria servir como mais um alerta para o constante aumento da concentração dos gases que estão influenciando a mudança climática.” No momento, a ONU lidera os esforços pela obtenção de um compromisso legal e global sobre o clima até o fim do ano.

O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, convocou uma cúpula do clima para o dia 23 de setembro com participação de líderes de governos, empresas e sociedade civil para discutir este e outros assuntos urgentes ligados às mudanças climáticas.

Fonte: ONU BR

Dia Mundial da Biodiversidade é comemorado nesta quinta (22)


Em 1992, a ONU instituiu o dia 22 de maio para celebrar a data. Tema deste ano é a proteção da fauna brasileira

 

Nesta quinta-feira (22), o mundo todo irá celebrar mais um Dia Internacional da Biodiversidade. A data foi instituída em 1992 pela Organização das Nações Unidas (ONU) para conscientizar as pessoas sobre a necessidade de se conservar e proteger a diversidade de vida no planeta.  O tema deste ano é a proteção da fauna brasileira.

Segundo informações do Instituto Chico Mendes de Preservação da Biodiversidade (ICMBio), o Brasil possui mais de 120 mil espécies de animais e 40 mil de plantas. Entre os vertebrados, são 713 espécies de mamíferos, 1.900 de aves, 738 de répteis, 934 de anfíbios, 4.774 de peixes e outras 100 mil de animais invertebrados e o ICMBio é o órgão do Governo Federal responsável por cuidar da biodiversidade no Brasil.

Para proteger a fauna do Brasil, o governo federal assumiu, no âmbito da Convenção sobre a Diversidade Biológica (CDB), o compromisso de adotar medidas para prevenir a extinção de espécies por meio da Meta 12 de Aichi, relatório de preservação da biodiversidade que estabelece objetivos para o desenvolvimento sustentável. O objetivo é que até 2020 o risco de extinção de espécies ameaçadas chegue próximo a zero, com melhoras significativas na situação de conservação daquelas que estão em declínio ou em alguma categoria de risco.

Com o objetivo de manter este patrimônio natural, o Brasil vai criar gestão de Unidades de Conservação (UCs), proteger as espécies e reforçar o combate aos crimes ambientais. Este esforço é realizado no âmbito do Programa Pró-espécies, instituído pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA) em Janeiro de 2014, por meio da Portaria 43/2014.

Evento em Brasília

Para celebrar o Dia Internacional da Biodiversidade, ICMBio e Ministério do Meio Ambiente promoveu, nesta quinta-feira (22), um evento no Espaço Israel Pinheiro, na Praça dos Três Poderes em Brasília. Na ocasião, foram anunciadas as medidas de ampliação e incentivos adotados pelo Estado para a conservação das espécies da fauna brasileira.

Fonte:  Portal Brasil com informações do ICMBio

‘IPCC alerta que o mundo precisa agir’


"A grande mensagem do quinto relatório do IPCC é que a situação é cada vez mais crítica, e que, se nada ou muito pouco for feito, entraremos em uma trajetória muito perigosa. A janela de oportunidade para evitarmos o colapso do sistema climático é estreita", constata André Ferretti, coordenador Geral do Observatório do Clima, rede brasileira de articulação sobre as mudanças climáticas, e coordenador de Estratégias de Conservação da Fundação Grupo Boticário, em artigo publicado pelo portal do jornal O Estado de S. Paulo, 27-09-2013.

Segundo ele, "não há opção outra que não a ação incisiva, pois o custo para a sociedade global da inação é impagável. Centenas de milhares de pessoas morrem e são drasticamente afetadas por eventos climáticos extremos a cada ano, e isso tende a piorar, com eventos extremos mais fortes e mais frequentes".

Eis o artigo.

Nesta semana, representantes de governo de 195 países estiveram reunidos em Estocolmo, na Suécia, para aprovar o texto final do primeiro volume do Quinto Relatório de Avaliação sobre o Meio Ambiente do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC). O relatório vem sendo elaborado há quatro anos por centenas de cientistas renomados, do mundo todo, e seus outros três volumes deverão ser publicados até meados de 2014.

O IPCC analisa as pesquisas publicadas nos principais periódicos do mundo, com o objetivo de prover informações aos líderes mundiais sobre os efeitos e possíveis soluções para as mudanças climáticas. Desde a publicação de seu primeiro relatório, em 1990, o IPCC tem exercido grande influência nos debates e avanços das Nações Unidas, como na criação na criação da Convenção Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (1992) e do Protocolo de Quioto (1997).

E seu quarto relatório levou à conquista do prêmio Nobel da Paz para o IPCC em 2007. Mas ainda assim não foi suficiente para gerar ações dos governos na urgência e intensidade recomendada pela ciência a fim de reduzir os grandes impactos econômicos, sociais e ambientais previstos em decorrência das mudanças climáticas. O novo acordo global, tão esperado na COP15 (Conferência do Clima da ONU), realizada em 2009 em Copenhagen, na Dinamarca, não saiu até hoje. Agora o novo prazo para um acordo global é 2015. Restam-nos, portanto, pouco mais de dois anos para que todos os países que fazem parte da Convenção de Clima das Nações Unidas cheguem a um único consenso – vamos ouvir a ciência e agir.

A grande mensagem do quinto relatório do IPCC é que a situação é cada vez mais crítica, e que, se nada ou muito pouco for feito, entraremos em uma trajetória muito perigosa. A janela de oportunidade para evitarmos o colapso do sistema climático é estreita. As emissões globais têm que atingir seu pico nos próximos anos e começar a serem reduzidas de forma acelerada para evitarmos que o aquecimento ultrapasse os 2°C de aumento médio da temperatura média do planeta, limite que os cientistas consideram como administrável. Mesmo no melhor cenário de redução de emissões, teremos que ter estratégias para lidar com as consequências do aquecimento que já ocorre hoje e que irá aumentar nas próximas décadas, afetando a vida de milhões de pessoas.

O novo relatório aponta um aumento no grau de certeza da influência humana no aquecimento global, agora de 95%. As cidades e o processo de urbanização vêm ganhando cada vez mais espaço nas discussões, visto que até 2030 dois terços da população global viverá em centros urbanos — marca que já foi ultrapassada em nosso País–, que 75% de toda energia é consumida nas cidades e que nessas áreas os efeitos das mudanças serão mais sentidos, principalmente pela grande concentração de pessoas e todos os problemas ambientais característicos das regiões metropolitanas.

Esses resultados estão muito alinhados com o primeiro relatório de avaliação nacional do Painel Brasileiro de Mudanças Climáticas. Apresentado há pouco mais de duas semanas, o primeiro relatório nacional contou com a contribuição de mais de 300 cientistas e alerta a sociedade brasileira para os grandes impactos socioeconômicos e ambientais que nosso país sofrerá até o final do século, se mantida a tendência atual de emissão de gases de efeito estufa.

Não há opção outra que não a ação incisiva, pois o custo para a sociedade global da inação é impagável. Centenas de milhares de pessoas morrem e são drasticamente afetadas por eventos climáticos extremos a cada ano, e isso tende a piorar, com eventos extremos mais fortes e mais frequentes.

O Brasil conseguiu um feito inédito, que foi o de diminuir concretamente suas emissões com a queda no desmatamento. Porém, o País está pondo em risco esse único e importante trunfo, ao afrouxar as regras de controle do desmatamento, por meio da revogação do Código Florestal, do projeto substitutivo que visa alterar a Lei nº 9.985/2000 (do SNUC – Sistema Nacional de Unidades de Conservação), da tentativa de paralisar a criação de unidades de conservação (PEC 215), e da tentativa de abrir terras indígenas à exploração industrial (PLP 227). Além de tudo isso, o País não avançou em outras áreas de mitigação das emissões em adaptação às mudanças climáticas já em curso.

De 11 a 22 de novembro, será realizada a COP19 – 19ª Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima – em Varsóvia (Polônia). Os países membros estão recebendo da ciência um grande alerta para a urgência do avanço nas negociações para o novo acordo global de clima, a ser aprovado até a COP21, em 2015, em Paris (França). O Observatório do Clima, rede brasileira de ONGs e movimentos sociais sobre mudanças climáticas, criada em 2002, espera que o governo brasileiro adote uma postura mais proativa e mantenha o papel de protagonismo que vem marcando sua atuação desde a criação da Convenção do Clima, no Rio de Janeiro em 1992.

A realidade climática no Brasil é de seca extrema no Nordeste, a pior em décadas, mais uma enchente no vale do Itajaí, um tornado no sul de São Paulo, entre outros eventos extremos. O Brasil precisa reagir para tornar mudanças climáticas tema prioritário para os grandes planos de desenvolvimento do País, em todos os níveis de governo. Hoje temos trilhões de recursos a serem investidos em infraestrutura, planos de expansão da geração de energia principalmente de fontes fósseis (cerca de 70% dos investimentos do País), planos safra anuais e incentivos à indústria, sem nenhuma conexão com a lógica do desenvolvimento de baixo carbono. Temos um conjunto de políticas de clima desconexas, sem coordenação e que sequer tem seus potenciais impactos positivos monitorados; e o Fundo Clima está completamente ameaçado e com recursos contingenciados – fundo esse criado pelo governo brasileiro em dezembro de 2009, que tem por finalidade financiar projetos, estudos e empreendimentos que visem à mitigação (ou seja, à redução dos impactos) da mudança do clima e à adaptação a seus efeitos.

 

Foto: Envolverde

Fonte: IHU

Emissões de gases de efeito estufa subiram 1,6% ao ano entre 2008 e 2017


Com as políticas atuais em vigor, o mundo caminha para um aumento de temperatura de 3,5 °C neste século. Foto: PNUMA

A ONU Meio Ambiente divulgou no fim de setembro (22) uma retrospectiva de dez anos de seu Relatório de Emissões — uma publicação que compara os níveis de emissão de gases de efeito estufa para evitar os piores impactos das mudanças climáticas.

O mundo parece ter passado a última década fazendo exatamente o oposto do que deveria. Apesar dos avisos nos relatórios anuais, as emissões de gases de efeito estufa cresceram a uma média de 1,6% ao ano entre 2008 e 2017. De fato, essas emissões são agora quase exatamente o que os primeiros relatórios projetavam para 2020 se o mundo não alterasse seus modelos de crescimento insustentáveis e poluentes.

Com as políticas atuais em vigor, o mundo caminha para um aumento de temperatura de 3,5°C neste século, em comparação com os níveis pré-industriais. Isso está muito além dos objetivos do Acordo de Paris, que visa limitar o aumento da temperatura global a 1,5°C, ou pelo menos bem abaixo de 2°C.

Se este mundo mais quente se concretizar, todas as previsões de impactos climáticos catastróficos se tornarão realidade. Elevação do nível dos mares, eventos climáticos extremos e danos incalculáveis ​​às pessoas, prosperidade e natureza.

“A última década não trouxe a queda nas emissões de gases de efeito estufa que queríamos, isso é verdade. Mas, de várias maneiras, estamos em um lugar melhor do que há dez anos”, afirmou a diretora-executiva do PNUMA, Inger Andersen.

“Grandes avanços na conscientização, na tecnologia e na vontade de agir significa que agora estamos prontos para reduzir rapidamente as emissões de gases de efeito estufa”, acrescentou.

Uma plataforma para ação

O resumo de dez anos apresenta uma série de desenvolvimentos encorajadores que ocorreram: o foco político na crise climática é o mais alto de todos os tempos, inclusive por meio do Acordo de Paris sobre Mudanças Climáticas, e os eleitores e manifestantes, principalmente os jovens, estão deixando cada vez mais claro que a crise climática é a prioridade número um.

Cidades, regiões e empresas não estão esperando imposições de governos centrais. Cerca de 7.000 cidades de 133 países, 245 regiões de 42 países e 6.000 empresas com receita de pelo menos 36 trilhões de dólares se comprometeram a reduzir suas emissões.

Além disso, a tecnologia para reduzir de forma rápida e econômica as emissões melhorou significativamente. A energia renovável é um exemplo. Crescimento explosivo significa que a energia limpa evitou a emissão de aproximadamente 2 bilhões de toneladas de dióxido de carbono em 2017, pois forneceu cerca de 12% do suprimento global de eletricidade. A instalação de tecnologias agora está mais barata do que nunca.

Tudo isso é um progresso fantástico, mas não chega perto do suficiente. De acordo com o resumo dos dez anos, as nações devem pelo menos triplicar o nível de ambição refletido em suas promessas climáticas sob o Acordo de Paris — conhecidas como contribuições nacionalmente determinadas ou NDCs — para alcançar a meta de um mundo abaixo de 2°C. Devem aumentar a ambição pelo menos cinco vezes para a meta de 1,5°C.

Será crucial uma ação forte dos membros do G20, que juntos representam 80% de todas as emissões de gases de efeito estufa. Essa ação ainda não foi vista, de acordo com um capítulo preliminar do Emission Gap Report, que foca nas maneiras pelas quais o G20 pode aumentar a ambição climática.

Opções para cortes rápidos nas emissões são abundantes

No entanto, como revelam o resumo e o capítulo preliminar, o G20 e outras nações têm dezenas de opções para cumprir as metas de Paris. Ao usar apenas tecnologias comprovadas, o mundo poderia cortar 33 gigatoneladas de dióxido de carbono equivalente por ano até 2030. Isso é mais da metade das emissões globais anuais de gases de efeito estufa atuais. É mais do que suficiente para permanecer no caminho para o objetivo de 1,5 °C.

Cerca de dois terços desse potencial estão disponíveis em áreas onde um rápido progresso é possível: energia solar e eólica, aparelhos eficientes, automóveis de passageiros eficientes, reflorestamento e interrupção do desmatamento. Apenas uma fração desse potencial é capturada em compromissos nacionais sob o Acordo de Paris.

E ainda há muitas outras oportunidades.

O fim dos subsídios aos combustíveis fósseis reduziria as emissões globais de carbono em até 10% até 2030. A redução de poluentes climáticos de curta duração — como fuligem e metano — pode reduzir as temperaturas rapidamente, pois estes não permanecem na atmosfera da mesma maneira que o dióxido de carbono.

Além dessas iniciativas, a Emenda Kigali ao Protocolo de Montreal é um compromisso internacional de reduzir o uso de gases com alto potencial de causar aquecimento, conhecidos como HFCs, na indústria de refrigeração. Esta alteração pode resultar em até 0,4 °C de redução no aquecimento. Se a indústria melhorar a eficiência energética ao mesmo tempo, poderá dobrar os benefícios climáticos.

Mais uma década sem cortes significaria desastre

Em novembro, a ONU Meio Ambiente publicará a décima edição do Emission Gap Report. Ele detalhará o tamanho dos cortes anuais de emissões necessários para permanecer no caminho certo para cumprir as metas do Acordo de Paris. Isso informará os negociadores dos países que se reunirão para a próxima rodada de negociações climáticas sob a Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (CQNUMC).

Já sabemos que esses cortes terão de ser significativos. Todo ano de ação atrasada significa que os cortes se tornam maiores, mais caros e mais impraticáveis. Se chegarmos a 20 anos de Emission Gap Report e as emissões ainda não tiverem caído, o mundo enfrentará um desastre. Simplesmente não podemos dispor de mais uma década perdida.

Na Cúpula de Ação Climática, nas negociações climáticas de dezembro em Santiago do Chile, em todos os escritórios do governo, salas de diretoria, empresas e residências todos os dias, precisamos fazer muito mais a respeito da questão climática para garantir a segurança de gerações futuras, alertou a ONU Meio Ambiente.

A agência das Nações Unidas divulgou o resumo de dez anos na Cúpula de Ação Climática da ONU como parte de um pacote que analisa os avanços na ciência climática. O capítulo preliminar do G20 foi lançado de forma independente como mais uma contribuição para a Cúpula.

Para saber mais, visite https://www.unenvironment.org/pt-br/resources/preenchendo-lacuna-aumentando-ambicoes-de-mitigacao-e-acoes-em-nivel-global-e-do-g20

ONU News

Pequenas centrais hidrelétricas são tema de encontro promovido pela ONU e parceiros


Ocorrerá de 29 a 31 de outubro de 2013 em Campinas (SP) um evento sobre pequenas centrais hidrelétricas, cujo tema será: “Soluções Locais para a Mudança Climática e o Desenvolvimento Sustentável”.

O evento é promovido pelo Centro Nacional de Referência em Pequenas Centrais Hidrelétricas em Itajubá, Minas Gerais (CERPCH), o Centro Internacional de Pequenas Centrais Hidrelétricas em Hangzhou, China (IC-SHP) e a Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento industrial (ONUDI), por meio do programa Observatório de Energias Renováveis para a América Latina e o Caribe.

Ocorrerão também o 6º Fórum ‘Hydro Power for Today’ e o 3º Encontro Técnico do Observatório de Energias Renováveis para América Latina e no Caribe. Todos os eventos serão realizadas ao longo do I Latin American Hydro Power and Systems Meeting.

Os encontros reunirão os principais tomadores de decisão, acadêmicos, técnicos dos setores público e privado, bem como representantes da sociedade civil no mesmo local para um diálogo global sobre o desenvolvimento e crescimento das tecnologias hidrelétricas de pequena escala.

Todos os detalhes em http://www.renenergyobservatory.org/br/noticias/6o-forum-hydro-power-for-today-e-3o-encontro-tecnico-do-observatorio-de-energias-renovaveis.html

 

Fonte: ONU-BR

COP25 entra em semana decisiva sem sinais de ação ambiciosa


Conferência de imprensa de jovens ativistas pelo clima (AFP)

A segunda semana da 25ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas começa em Madri nesta segunda-feira, com uma enorme lacuna entre as expectativas dos defensores do clima e as intenções dos países mais emissores de gases de efeito estufa.

Os jovens gritam sua raiva, o chefe da ONU repete os avisos cada vez mais preocupantes, mas na COP25 os sinais de uma resposta ambiciosa dos países mais responsáveis pelas mudanças climáticas são fracos.

A lacuna até “cresceu”, estima Jennifer Morgan, diretora do Greenpeace Internacional. “A paralisia dos governos é incrivelmente perturbadora”.

Desta forma, nenhum dos grandes emissores deve fazer um anúncio significativo sobre suas ambições. Obviamente, nem os Estados Unidos que formalizaram sua retirada do pacto climático no próximo ano, nem a China, a Índia, o Japão ou mesmo a União Europeia, que concentra todas as esperanças.

O secretário-geral da ONU, António Guterres, foi mais claro do que nunca na abertura desta COP. “Esperamos um movimento profundo da maioria dos países do G20, que representam três quartos das emissões globais”, disse aos cerca de 200 signatários do Acordo de Paris, pedindo em particular o fim dos subsídios aos combustíveis fósseis e descarbonização de setores-chave da energia e transporte.

Mas o Acordo de Paris, que visa limitar o aquecimento a um máximo de +2 graus, prevê que os Estados revisem seus compromissos de redução de emissões somente em 2020, enquanto a maioria deles se concentra na COP26 em Glasgow.

“O grande evento será a COP26, mas não podemos esperar mais”, insistiu a jovem ativista climática Greta Thunberg, que chegou a Madri na sexta-feira e arrastou milhares de manifestantes pelas ruas.

A cinco dias para o final da reunião, “os sinais não são bons”, comentou Alden Meyer, da Union for Concerned Scientists, observadora de longa data das negociações climáticas.

Para China, Índia ou Japão, “se decidirem agir, será mais próximo da COP26”, disse. Quanto à UE, é em Bruxelas que ações podem ser adotadas em uma cúpula na quinta e sexta-feira.

“Recuo”

Enquanto isso, cerca de 70 países comprometidos em aumentar suas ambições de reduzir as emissões de gases de efeito estufa até 2020 se reúnem em Madri na quarta-feira.

Novos membros poderiam se unir a essa aliança, que representa apenas 8% das emissões globais, mas nenhum grande emissor, prevê Alden Meyer.

Neste contexto, muitos contam com o engajamento do setor privado. Um grupo de mais de 600 investidores institucionais que administram cerca de US$ 37 trilhões pediu nesta segunda-feira o fim do carvão e mais ambições dos Estados.

Mas para as regiões na linha de frente dos impactos já devastadores das mudanças climáticas, tudo isso está longe de ser suficiente.

“Algumas partes influentes dificultam os esforços para responder à emergência climática”, disse Janine Felson, representante do grupo dos 44 Estados insulares.

“Vimos recuos de nossos parceiros desenvolvidos” em matéria de “perdas e danos”, lamentou Sonam P. Wangdi, que preside o grupo dos Países Menos Avançados.

De acordo com um relatório recente do Instituto Internacional para o Meio Ambiente e Desenvolvimento, as famílias rurais de Bangladesh gastam US$ 2 bilhões por ano para reparar os danos causados por ciclones e outros eventos extremos.

AFP

Segundo agência da ONU, Tufão Hayan é alerta sobre impacto de mudança climática


   A Organização Meteorológica Mundial (OMM) afirma que 2013 deve ser um dos dez anos mais quentes já registrados e continuar com o padrão de altas temperaturas resultantes diretamente da mudança climática causada pela atividade humana. Pesquisadores afirmam que ainda não é possível afirmar se, com isso, a frequência de ciclones tropicais vai aumentar, mas o presidente da OMM, Michel Jarraud, diz que a expectativa é de que o impacto das tempestades seja mais intenso.

"Todos os anos mais quentes ocorreram desde 1998 e neste ano, mais uma vez, continua a tendência subjacente, de longo prazo. Os anos mais frios agora são mais quentes do que os anos mais quentes antes de 1998", afirma Jarraud.

"Concentrações atmosféricas de dióxido de carbono e outros gases de efeito estufa alcançaram novos patamares em 2012, e esperamos que eles alcancem níveis sem precedentes de novo em 2013. Isso significa que estamos comprometidos com um futuro mais quente."

   O presidente do Banco Mundial, Kim Yong Kim, disse à BBC que o aquecimento global já não pode mais ser ignorado e pediu medidas para reduzir emissões de poluentes e minimizar as probabilidades de desastres como o tufão Hayan, que matou milhares de pessoas nas Filipinas. A opinião de Kim também é compartilhada por Jarraud.

"As Filipinas foram prejudicadas pelo tufão Hayan e ainda estão lutando para se recuperar de um outro tufão há um ano", afirmou o presidente da OMM. "Apesar de não podermos atribuir diretamente os ciclones tropicais individuais à mudança climática, níveis mais altos do mar já estão tornando as populações costeiras mais vulneráveis a ondas causadas pelas tempestades", acrescentou.

   A projeção sobre 2013 divulgada nesta quarta-feira ainda é provisória e depende dos padrões de clima a serem registrados até o fim do ano, mas confirma que o nível global do mar bateu um novo recorde. O presidente do Banco Mundial afirmou que a tendência geral é clara e pediu que os governos acabem com subsídios a combustíveis fósseis e forneçam à população fontes limpas de energia.

Argumentos da Austrália

   O clima extremo não atingiu apenas as Filipinas. Em 2012, os Estados Unidos registraram recordes de temperaturas altas e, em 2013, foi a vez da Austrália. O país registrou o mais quente período de 12 meses, encerrado em agosto. O recorde foi quebrado nos 12 meses de setembro de 2012 a setembro de 2013 e novamente em outubro.

   Apesar dos recordes na temperatura, a mudança climática se transformou em uma polêmica política na Austrália, com o novo governo do país cancelando um imposto sobre carbono e se recusando a contribuir com um fundo criado para ajudar países pobres mais afetados pela mudança no clima. Há muito ceticismo sobre as mudanças climáticas na Austrália, e os ministros do governo do país destacam as incertezas a respeito das projeções futuras. Mas o pesquisador Kevin Parton, do Instituto da Terra, Água e Sociedade da Universidade Charles Sturt, em Nova Gales do Sul, diz que os dados divulgados nesta quarta reforçam os alertas da comunidade científica nos últimos anos.

"A mensagem geral da projeção da OMM é que as condições recentes em todas as partes do planeta foram precisamente o que os cientistas do clima previram que iria ocorrer sob as condições de aquecimento global", afirmou.

"Além do aumento nas temperaturas globais, a projeção aponta para muitos, muitos exemplos de clima extremo, da Grã-Bretanha à Rússia, do Sudão à Argentina. Também destaca o grande impacto da mudança climática no gelo do Mar do Ártico, na camada de gelo da Groenlândia, no gelo do mar da Antártida e no aumento global do nível do mar."

"Se você analisar as ondas de calor dos últimos 12 meses, então as condições extremas ocorreram na Austrália, África do Sul, Paquistão, Áustria, Finlândia, China e Japão", acrescentou.

   Steve Rintou, chefe de pesquisas do CSIRO (Centro de Pesquisa Marinha e Atmosférica da Austrália) lembra que a "temperatura média global em cada uma das últimas três décadas foi mais quente do que qualquer outra década antes, indo até 1850, como foi apontado no relatório do IPCC (Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas) lançado recentemente".

"Há provas convincentes de que as atividades humanas são primariamente responsáveis pelo aquecimento nos últimos 50 anos", acrescentou.

   As novas projeções coincidem com a realização da reunião sobre o clima da ONU em Varsóvia, na Polônia, onde delegações de diversos países lutam para avançar na elaboração de soluções políticas para lidar com o assunto.

Retirado do site: www.terra.com.br