Alemanha também goleia em ranking de eficiência energética; Brasil é 15º


            

Os alemães não são campeões mundiais apenas no futebol, como vimos recentemente no Brasil. Em eficiência energética eles também ocupam o topo, segundo revela um estudo do Conselho Americano para uma Economia de Energia Eficiente (Aceee) que avalia a eficiência energética entre 16 importantes economias do mundo.

De acordo com o levantamento divulgado na quinta-feira, 17 de julho, um país que utiliza menos energia para atingir um mesmo resultado, ou mesmo superá-lo, reduz custos e polui menos, criando uma economia mais competitiva.

O estudo avaliou o uso de energia a partir de 31 indicadores, distribuídos em quatro áreas-chave: indústria, transporte, edificações e esforços nacionais em prol da eficiência energética.

Em um mundo assolado pelas mudanças climáticas e de pressão crescente sobre os recursos naturais, a busca pela eficiência energética deve ser regra. Apesar de possuir uma das tarifas mais caras de energia e uma fonte abundante e renovável, como as hidrelétricas, o Brasil não aproveita bem a energia que tem.

O país ocupa a 15ª posição do ranking – ganhamos apenas do México. Ao todo, o Brasil atingiu 30 pontos de um total de 100 possíveis.

No quesito “esforços nacionais”, o Brasil fez 4 pontos de 25 possíveis. Foram avaliados, por exemplo, esforços para criação de legislações ou políticas nacionais que estimulem o uso mais racional de energia.

Baixo desempenho

Eficiência energética nas indústrias preocupa ainda mais – o país fez 2 de 25 pontos totais.

Em “edificações”, outro setor que pressiona os recursos energéticos nos países, o Brasil somou 10 de 25 pontos possíveis. Foram levados em conta os códigos de construção e padrões de eficiência energética adotados, por exemplo, nos equipamentos usados.

Apenas no transporte, o país atingiu mais da metade da pontuação possível (14 de 25). O uso de etanol pela frota automotiva ajuda a melhorar o desempenho nesse quesito.

Fonte: http://www.ecodesenvolvimento.org/posts/2014/alemanha-tambem-goleia-em-ranking-de-eficiencia?utm_source=dlvr.it&utm_medium=facebook

Laísa Mangelli

Política de Resíduos Sólidos ainda não foi completamente implementada no País


Muitos municípios não conseguirão acabar com lixões até 3 de agosto

Os números mostram que quando o assunto é lixo o Brasil ainda precisa avançar e muito. Cada brasileiro produz em média 383 quilos de lixo por ano. Todo esse lixo chega a 63 milhões de toneladas em doze meses. E a tendência é piorar. A quantidade de lixo cresceu 21% só na última década, mas o tratamento adequado dado a esses resíduos não aumentou.

Segundo a Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais, só 3% dos resíduos sólidos produzidos nas cidades brasileiras são reciclados, apesar de 1/3 de todo o lixo urbano ser potencialmente reciclável.

Em 2010 o Congresso aprovou, depois de 20 anos de discussão, uma política nacional de resíduos sólidos (Lei 12.305/10). A intenção é estimular a reciclagem e a chamada logística reversa – quando o fabricante é responsável por recolher a embalagem do produto usado. Esse sistema já funciona no Brasil para o setor de agrotóxicos, pilhas e pneus.

Especialistas ressaltam que a coleta seletiva é essencial para que seja implementada a logística reversa, também prevista na lei. Mas de acordo com a Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública (Abrelpe), só existe algum tipo de iniciativa de coleta seletiva em 60% dos municípios brasileiros.

Para a consultora legislativa da Câmara dos Deputados Sueli Araújo, que atua na área de meio ambiente, é preciso cobrar a coleta seletiva. “As associações ambientalistas têm cobrado, mas podiam se dedicar um pouquinho mais.”

Ela ressalta que o Brasil é o país que mais recicla latinhas de alumínio, mas lembra que essa prática é anterior à lei e mérito dos catadores de lixo. Sueli afirma que é importante inserir os catadores no processo de destinação de resíduos e logística reversa, mas ressalta que essa atuação é limitada porque eles não podem lidar com substâncias perigosas que existem em alguns resíduos.

Lixões
A Política Nacional de Resíduos prevê também a construção de aterros sanitários para substituir os mais de dois mil lixões do País. Traz até uma data para o fim dos lixões: 3 de agosto deste ano. No entanto, falta menos de um mês para esse prazo expirar e a maior parte dos municípios ainda não está preparada para cumprir essa determinação.

 

 
 
 
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Jordy fala sobre o prazo para as cidades eliminarem seus lixões.

Para o deputado Arnaldo Jordy (PPS-PA), que é presidente da Comissão de Meio Ambiente, é preciso aumentar o prazo para as prefeituras acabarem com os lixões.

No ano passado, o presidente da Confederação Nacional de Municípios (CNM), Paulo Ziulkoski, já havia avisado que as prefeituras não tinham recursos para cumprir a lei. Ele explicou que, para acabar com todos os lixões do País, é necessário organizar a coleta seletiva, instalar usinas de reciclagem e depositar o material orgânico em aterros sanitários.

A consultora legislativa Sueli Araújo confirma que há uma demanda pela ampliação do prazo, mas alerta que esse adiamento precisa vir acompanhado de pactos que garantam o cumprimento desse novo prazo.

 

 
 
 
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Sarney Filho fala sobre o trabalho integrado da União e municípios.

Para o deputado Sarney Filho (PV-MA), presidente da Frente ParlamentarAmbientalista, o governo federal precisa coordenar melhor o trabalho das prefeituras.

“Não basta acabar com os lixões, você precisa gerenciar o destino desses resíduos”, alerta Sueli Araújo. Ela lembra que os municípios precisam elaborar um plano de gestão integrada de resíduos sólidos. Segundo a consultora, poucas cidades fizeram esse plano e tiveram pouco apoio, seja técnico ou financeiro, da União e dos estados.

A Política Nacional de Resíduos estabelece que os municípios que dispuserem lixo a céu aberto após agosto de 2014 passarão a responder por crime ambiental. As multas previstas variam de R$ 5 mil a R$ 50 milhões.

 

Fonte: Câmara dos Deputados

 

Brasil avança em energia solar e eólica


Até 2018, participação da energia eólica na matriz energética irá pular de 3% para 8%

            

País de dimensões continentais banhado por sol e com vasto litoral onde sopram ventos constantes, o Brasil começa a despertar para a importância das energias limpas, como a eólica ou solar: até 2018, segundo previsões da Associação Brasileira de Energia Eólica (ABEEólica), a participação da energia eólica na matriz energética brasileira vai saltar dos atuais 3% para 8%, alcançando, em mais alguns anos, o equivalente ao produzido pela hidrelétrica de Itaipu. No horizonte dos próximos dez anos, técnicos da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), vinculada ao Ministério das Minas e Energia, preveem que o Brasil terá a mesma capacidade de renováveis em comparação com as fontes atuais, mesmo com a diminuição das fontes hidráulicas. O custo da energia eólica também contribui para esse avanço: seu preço já é hoje inferior ao da energia das pequenas centrais hidrelétricas, por exemplo.

A energia solar avança em passos mais lentos, porém também promissores. Em meados da próxima década, estimativas da EPE indicam que a geração de energia solar ganhará mais impulso graças à tecnologia. Além dos painéis fotovoltaicos já utilizados, a potência solar concentrada (CSP, na sigla em inglês) permitirá a construção de usinas heliotérmicas que usam espelhos para concentrar a luz em pequenas áreas, gerando vapor que movimenta turbinas. Embora seu custo ainda seja proibitivo e superior ao da eólica, o sistema de energia solar permite que seu gerador “doe” energia para a rede em horários ociosos, recebendo depois compensações financeiras. Essa vantagem competitiva é um incentivo à sua instalação.

A ABEEólica prevê que em seis anos a capacidade instalada de energia éolica no país vai aumentar quase 300%. Considerando os parques em construção e a energia já contratada, isso significa um salto de produção dos atuais 3.455,3 MW para 13.487,3 MW, uma quantidade de energia suficiente para abastecer mais de 20 milhões de residências. O Rio Grande do Norte lidera a geração de energia eólica, com 46 parques instalados e produção de 1.339,2 MW. O Ceará vem em segundo lugar, com 22 parques e 661,0 MW. Em seguida, pela ordem de produção, temos Bahia, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraíba, Sergipe, Rio de Janeiro, Pernambuco, Piauí e Paraná.

Além de ser a que mais cresce no Brasil, a energia eólica deve ter sua produção mundial dobrada até 2020, segundo previsão da consultoria GlobalData. A capacidade instalada cumulativa saltará dos 319,6 GW produzidos em 2013 para 678,5 GW em 2020, sobretudo por causa da China, hoje responsável por 45% de toda a capacidade mundial, graças a uma política de concessões e disponibilidade de financiamentos a baixo custo pelos bancos. Os Estados Unidos continuam sendo o segundo maior mercado global, com capacidade de aumentar os atuais 68,9 GW para 104,1 GW em 2020, graças a políticas de incentivo a energias renováveis adotadas por vários Estados.

Fonte: http://epocanegocios.globo.com/Caminhos-para-o-futuro/Energia/noticia/2014/08/brasil-avanca-em-energia-solar-e-eolica.html

Laísa Mangelli

Tecnologia Terminator e o dilema brasileiro


Entrevista com Silvia Ribeiro

                                         

Apesar de o Convênio de Diversidade Biológica das Nações Unidas – CDB ter adotado uma moratória global conta a experimentação e o uso da tecnologia Terminator dez anos atrás, tramita no Congresso Nacional brasileiro dois projetos de lei que pretendem liberar o uso dessas sementes no país. As iniciativas são “extremamente preocupantes” e propõem a criação de uma “lei que é contra a soberania alimentar”, declara Silvia Ribeiro à IHU On-Line.

De acordo com a pesquisadora, a tecnologia Terminator foi desenvolvida pela empresa Delta & Pine, propriedade da Monsanto, em parceria com o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos. “Trata-se de uma tecnologia transgênica para fazer sementes suicidas: são plantadas, dão fruto, mas a segunda geração torna-se estéril, para obrigar os agricultores a comprar sementes novamente em cada estação”, explica.

Atualmente, seis transnacionais controlam as sementes transgênicas plantadas no mundo. Destas, cinco “têm patentes do tipo Terminator” e três “detêm mais da metade do mercado global de sementes (53%)”, informa. Na entrevista a seguir, concedida por e-mail, Silvia critica os projetos de lei (PL) de autoria da senadora Kátia Abreu (DEM-TO) e do deputado Cândido Vaccarezza (PT) e enfatiza que, se o Brasil aprová-los, estará “entregando a possibilidade de decidir sobre a sua própria alimentação”.

Silvia Ribeiro é pesquisadora e coordenadora de programas do Grupo ETC, com sede no México, grupo de pesquisa sobre novas tecnologias e comunidades rurais. Ela tem ampla bagagem como jornalista e ativista ambiental no Uruguai, Brasil e Suécia. Silvia também produziu uma série de artigos sobre transgênicos, novas tecnologias, concentração empresarial, propriedade intelectual, indígenas e direitos dos agricultores, que têm sido publicados em países latino-americanos, europeus e norte-americanos, em revistas e jornais. Ela é membro da comissão editorial da Revista Latino-Americana Biodiversidad, sustento y culturas, e do jornal espanhol Ecología Política, entre outros.

Confira a entrevista.

IHU On-Line – O que é a tecnologia Terminator?

Silvia Ribeiro – Trata-se de uma tecnologia transgênica para fazer sementes suicidas: são plantadas, dão fruto, mas a segunda geração torna-se estéril, para obrigar os agricultores a comprar sementes novamente em cada estação. Ela foi desenvolvida pela empresa Delta & Pine (agora propriedade da Monsanto) com o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos.

Cinco das seis transnacionais que controlam as sementes transgênicas plantadas em nível mundial têm patentes do tipo Terminator. A Syngenta é a que tem o maior número dessas patentes. As empresas que desenvolveram a tecnologia Terminator a chamaram de “Sistema de Proteção da Tecnologia”, porque ela serve para promover a dependência e impedir o uso de sementes sem lhes pagar royalties pelas patentes. Em seus primeiros folhetos de propaganda, elas asseguravam também que é para que “os agricultores do terceiro mundo deixem de usar suas sementes obsoletas”.

Nesse momento, elas mostravam claramente as suas intenções: acabar com as sementes campesinas e com o irritante fato de que a maioria dos agricultores do mundo (campesinos, indígenas, agricultores familiares) usam suas próprias sementes em vez de comprá-las no mercado.

IHU On-Line – Por que o Brasil tenta aderir à semente Tarminator se, no ano 2000, o Convênio de Diversidade Biológica das Nações Unidas – CDB adotou uma moratória global contra a experimentação e o uso da tecnologia Terminator?

Silvia Ribeiro – A tecnologia Terminator é uma panaceia para as transnacionais de sementes, porque lhes permite aumentar de forma exponencial a dependência dos agricultores, já que estes estariam obrigados a comprar sementes delas a cada ano, porque as sementes se tornam estéreis depois da primeira colheita. Não é como os híbridos, que, na segunda colheita, dá menos quantidade ou uma qualidade diferente, mas é uma semente que “suicida”; ela se torna totalmente estéril.

Por isso, as multinacionais tentaram, desde a aprovação da moratória internacional no ano 2000, por diversas vias eliminá-la. Agora, isso se manifesta mais claramente no Brasil, onde existem duas propostas para acabar com a proibição do Terminator hoje existente.

Se isso for obtido, o próximo passo será o de que o Brasil tentará mudar a moratória em nível internacional, porque se não o fizer, ao aplicar a Terminator, violará a moratória. Por isso, a discussão sobre esse tema no Brasil tem uma relevância mundial.

IHU On-Line – Quais são as implicações das sementes Terminator para a agricultura?

Silvia Ribeiro – A Terminator impede um ato que é a base de 10 mil anos da agricultura: cultivar e selecionar sementes da própria colheita e replantá-las para a próxima. As sementes são a chave para toda a rede alimentar. Quem controla as sementes controla a cadeia alimentar.

Por isso, as transnacionais químicas têm tentado fazer isso nas últimas três décadas, monopolizando o mercado global de sementes, comprando a maioria das empresas de sementes. Hoje, somente três empresas transnacionais, cuja origem é a produção de tóxicos químicos e agrícolas (Monsanto, DuPont, Syngenta), detêm mais da metade do mercado global de sementes (53%) e, entre as 10 maiores, controlam 73% do mercado global de sementes comerciais.

Apesar desses números tão alarmantes, a grande maioria das sementes do mundo continua nas mãos dos camponeses e dos agricultores familiares, que usam suas próprias sementes ou as misturam ocasionalmente com sementes comerciais.

Além disso, os grandes agricultores, nas variedades que dão bom resultado, continuam usando parte de sua colheita como sementes para replantio. Por isso, as empresas querem usar medidas tecnológicas que lhes garantam maior dependência e controle.

A consequência de usar a Terminator é que um punhado de fabricantes tóxicos transnacionais irá decidir o que vai ser plantado e o que todos os demais irão consumir.

IHU On-Line – Que ameaças de extinção e de modificação as sementes Terminator podem causar à biodiversidade?

Silvia Ribeiro – Todas as variedades que comemos hoje em dia em todo o mundo estão baseadas na criação, seleção, ressemeadura e intercâmbio de variedades entre agricultores/as e indígenas, processo que continua vivo e atuante. As diferentes culturas, gostos, situações geográficas e climáticas, a pequena escala e a necessidade de prevenir as condições mutantes criaram uma enorme diversidade agrícola, que também maneja e interage com a biodiversidade natural circundante. Isso significa uma grande resiliência com variedades que resistem melhor ao frio ou ao calor, à umidade ou à seca, além dos diferentes gostos e propósitos.

As Terminator são sementes uniformes que vão acabando com a diversidade à medida que são aplicadas. Em parte, porque elas se baseiam em algumas poucas variedades selecionadas pelas empresas centralmente para todo o globo ou para grandes regiões. A uniformidade produz uma enorme vulnerabilidade e mais demanda de tóxicos, o que serve ao lucro das empresas.

Mas, além disso, a tecnologia é tão complicada (se baseia na ativação de uma cadeia de genes, com a aplicação de um tóxico externo antes de cultivá-la) que, se for aplicada, certamente falhará em parte. Isso significa que os cultivos adjacentes que forem contaminados com pólen com a Terminator vão morrer (alguns), e outros continuarão levando o gene sem ativá-lo, que poderia continuar cruzando até que um químico ou alguma condição ambiental (como maior frio, calor, umidade) desate a cadeia e os esterilize.

Embora os que promovem a Terminator digam que ela é para a “biossegurança”, na realidade ela multiplica os riscos: algumas plantas se tornarão estéreis, e outras continuarão se cruzando, disseminando a ameaça.

IHU On-Line – As sementes Terminator são usadas em algum lugar do mundo?

Silvia Ribeiro – Não, em nenhuma parte do mundo. O Brasil seria o primeiro país a aplicar essa tecnologia tão perigosa e imoral.

IHU On-Line – Por que o México apoiou o fim da moratória contra a semente Terminator em 2006?

Silvia Ribeiro – A Terminator não é aplicada no México atualmente. Depois da assinatura do Tratado de Livre Comércio do Atlântico Norte com os EUA e o Canadá (Nafta, em sua sigla em inglês), as transnacionais se apoderaram de quase todo o mercado comercial de sementes e insumos agrícolas no México e têm enorme peso sobre o governo.

O México, nas negociações de biossegurança, fala muitas vezes em nome dos interesses não do seu país, mas das multinacionais e dos Estados Unidos, que não fazem parte do Convênio de Diversidade Biológica, onde está a moratória da Terminator. Por isso, ele também permitiu experimentos com milho transgênico, mesmo sendo o centro de origem do milho, apesar da oposição da população, dos agricultores e dos consumidores.

IHU On-Line – Como você analisa a posição do Brasil com relação às sementes Terminator e o Projeto de Lei de Cândido Vaccarezza (PT) para liberar essas sementes?

Silvia Ribeiro – Acredito que é extremamente preocupante, já que o partido é do governo e está promovendo uma lei que é contra a soberania alimentar, tanto no Brasil como no resto do mundo. Se o Brasil a aprovar, estará entregando a possibilidade de decidir sobre a sua própria alimentação. Além disso, a proposta de Vacarezza argumenta que a Terminator é necessária para poder fazer plantas transgênicas “biorreatoras”, isto é, que produzam substâncias industriais e farmacêuticas etc. Isso, por si só, apresenta enormes riscos ambientais e de saúde por causa da provável contaminação das redes alimentares.

A proposta de Vacarezza, que foi redigida por uma advogada da Monsanto, propõe que a Terminator seria para a “biossegurança”, porque evitaria a contaminação provocada por essas plantas de alto risco e de outras, como árvores transgênicas.

Mas, como expliquei antes, a Terminator nunca é uma medida de biossegurança, mas sim o contrário. Isso quer dizer que a proposta apresenta um risco triplo: que sejam cultivadas plantas que poderiam ser tóxicas para a saúde se contaminarem outras; que a Terminator seja aprovada (que, sem dúvida, será usada em todas as plantas, não só nessas, porque esse é o verdadeiro interesse das empresas); e que se incentive o uso de monocultivos de árvores transgênicas, que, a todos os problemas dos monocultivos, somarão o da contaminação transgênica e a esterilidade.

Sobre o processo, organizações brasileiras que acompanham o tema o descreveram assim: “Atualmente, a Lei de Biossegurança proíbe ‘a utilização, a comercialização, o registro, o patenteamento e o licenciamento de tecnologias genéticas de restrição do uso’ (art. 6º, Lei 11.105/05). Mas, mesmo sob o peso da moratória internacional e diante da atual proibição nacional, dois Projetos de Lei no Congresso tentam liberar as sementes Terminator no Brasil. Um é o PL 268/07, originalmente apresentado pela hoje senadora Kátia Abreu (DEM-TO), e atualmente de autoria do deputado Eduardo Sciarra (DEM-PR). E, em 2009, o deputado Cândido Vacarezza (PT-SP), que nunca atuou no campo da agricultura, apresentou o PL 5575/09, que prevê a liberação das sementes Terminator no Brasil. Em 2010, a Campanha Por um Brasil Ecológico e Livre de Transgênicos fez uma denúncia informando que o arquivo que está disponível no sítio da Câmara dos Deputados com a proposta do PL tem como origem o computador de uma das advogadas da empresa Monsanto! Esse Projeto de Lei foi muito questionado na sua tramitação na Câmara, mas, apesar disto, foi criada uma comissão especial para agilizar sua tramitação. Quando se cria uma comissão especial, o PL tramita em regime de prioridade, ou seja, diminui das 40 sessões da Tramitação ordinária para 10 sessões apenas!”.

Em junho de 2011, a Jornada de Agroecologia da Via Campesina no Paraná, com mais de quatro mil participantes, se pronunciou massivamente contra essas novas propostas de permitir a Terminator. O Seminário Internacional Cúpula dos Povos da Rio+20 Por Justiça Social e Ambiental, com cerca de 500 participantes, que foi realizada no Rio de Janeiro em julho de 2011, também se pronunciou.

As demandas ali propostas, para os poderes Executivo e Legislativo federais, foram:

– que o governo brasileiro mantenha o texto da Lei de Biossegurança (Lei 11.105/05) que proíbe a utilização de qualquer tecnologia genética de restrição de uso;

– que o governo brasileiro tenha uma posição firme e clara na Convenção sobre Diversidade Biológica para manter a moratória internacional às tecnologias genéticas de restrição de uso (GURTs), garantindo, como Estado-Parte da CDB, que a moratória também se aplica no Brasil;

– que o Congresso Nacional rejeite os PLs 5575/09 e 268/07 que tramitam na casa e que os senhores deputados Cândido Vacarezza (PT-SP) e Eduardo Sciarra (DEM-PR) arquivem esses PLs da pauta do Congresso, respeitando a moratória internacional à tecnologia Terminator e garantindo a soberania nacional em relação ao uso e reprodução das sementes, à segurança e soberania alimentar dos povos, e aos direitos dos agricultores, povos indígenas, povos e comunidades tradicionais, ao livre uso da biodiversidade e da agrobiodiversidade.

IHU On-Line – Como você recebeu a notícia de que Graziano da Silva assumiu a direção da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação – FAO?

Silvia Ribeiro – Acredito que Graziano da Silva deve afirmar claramente a mesma posição que o diretor anterior da FAO, ou seja, de condenação da tecnologia Terminator por ser uma ameaça direta à soberania alimentar.

IHU On-Line – Qual a sua expectativa com relação à Rio+20, que acontecerá no Brasil no próximo ano?

Silvia Ribeiro – Seria uma enorme contradição e uma vergonha internacional que um país que, pela segunda vez, será anfitrião de uma conferência sobre meio ambiente e desenvolvimento esteja, ao mesmo tempo, adotando uma tecnologia como a Terminator, que traz consigo grandes riscos para o meio ambiente e para a biodiversidade, e é rejeitada por todo o resto dos governos do mundo.

E que, além disso, para se ajustar aos interesses de três, quatro empresas transnacionais de sementes, tente romper a moratória internacional, algo que poderia ter consequências devastadoras sobre a biodiversidade e a soberania alimentar, não só do Brasil, mas também de tantos outros países muito mais vulneráveis, que agora estão protegidos pela moratória internacional.

Foto: Reprodução

Fonte: Ecodebate

Publicado pela IHU On-line.

 

O nebuloso cenário dos agrotóxicos no Brasil


Entrevista especial com Robson Barizon

 

“Ainda há muita informação a ser gerada para que consigamos ter uma posição mais assertiva sobre a condição do meio ambiente em relação à contaminação por agrotóxicos no Brasil”, adverte o engenheiro agrônomo.

 Foto: www.ambietica.com.br

Apesar de o Brasil ser o maior consumidor de agrotóxicos do mundo desde 2008, é preciso “gerar muito mais informação para entender como está o cenário de uso de agrotóxicos no país”, diz Robson Barizon, um dos autores do estudo“Panorama da contaminação ambiental por agrotóxicos e nitrato de origem agrícola no Brasil: cenário 1992/2011”, realizado pela Embrapa neste ano. Segundo ele, ainda são produzidas poucas pesquisas em relação às implicações do uso de fertilizantes na agricultura.

“A restrição orçamentária talvez seja o principal ponto a ser desenvolvido, porque ainda não temos programas de monitoramento, como seria o ideal. Todos os estados deveriam ter um programa de monitoramento, considerando suas culturas e as moléculas mais utilizadas na região, e a partir das conclusões dos monitoramentos regionais/estaduais, deveriam ser tomadas as medidas para mitigar os impactos levantados por esses monitoramentos”, pontua, em entrevista por telefone à IHU On-Line.

Entre as preocupações envolvendo o uso de agrotóxicos no país, Barizon chama a atenção para a contaminação da água, “já que a falta de saneamento de esgoto é um problema sério no Brasil. Esse esgoto tem níveis altos de nitrato, além de outros problemas microbiológicos, e níveis altos de nitrogênio. Em pontos próximos às áreas urbanas, é possível observar níveis maiores de nitrogênio, mas em bacias hidrográficas, onde a influência maior é só da área agrícola, os níveis de nitrogênio ainda são considerados baixos. Tendo a agricultura como fonte de contaminação, ainda não constatamos um problema que leve a ações maiores”. Entre as culturas que contaminam a água, está a produção de arroz irrigado. “Pelo fato de o arroz irrigado ser produzido com lâmina d’água, a qual retorna aos corpos d’água, existe, sim, um risco maior de contaminação nessa cultura do que em outras. Isso foi constatado em alguns estudos que nós levantamos. Então, nesse sentido, há, sim, uma preocupação com a cultura do arroz e deve ser dada mais atenção ao manejo desse produto”, adverte.

 Foto: www.ambietica.com.br

Robson Barizon é graduado em Engenharia Agrônoma pelaUniversidade Federal do Paraná – UFPR e doutor em Solos e Nutrição de Plantas pela Universidade de São Paulo – USP. Atualmente é pesquisador da Embrapa Meio Ambiente de São Paulo.

Confira a entrevista.

IHU On-Line – Quais são as principais conclusões do estudo sobre contaminação por agrotóxicos no Brasil, intitulado “Panorama da contaminação ambiental por agrotóxicos e nitrato de origem agrícola no Brasil: cenário 1992/2011”? É possível dar um parecer sobre o uso de agrotóxico nas regiões analisadas? Os níveis de uso de agrotóxicos são aceitáveis ou ultrapassam o limite permitido?

Robson Barizon – A principal conclusão a que chegamos com esse trabalho foi a de que ainda há muita informação a ser gerada para que consigamos ter uma posição mais assertiva sobre a condição do meio ambiente em relação àcontaminação por agrotóxicos no Brasil.

Pelos trabalhos que conseguimos levantar [1], os níveis de resíduos ainda são considerados aceitáveis e estão de acordo com os padrões internacionais estabelecidos. De todo modo, não foi possível uma conclusão assertiva sobre o panorama do uso de agrotóxicos no país, considerando a quantidade restrita de trabalhos encontrados sobre o tema.

IHU On-Line – Quais são os avanços em relação à análise da toxicologia dos agrotóxicos?

Robson Barizon – A ciência e os métodos estão avançando, inclusive a sensibilidade analítica dos equipamentos está evoluindo com o tempo. Então, moléculas que antes não eram detectadas passam a ser detectadas com métodos mais modernos e com equipamentos mais sensíveis.

 

"No Brasil ainda não há indicativo de que qualquer aquífero esteja contaminado"

IHU On-Line – Um dos objetivos do estudo foi identificar e avaliar o cenário de uso e presença de agrotóxicos e fertilizantes nitrogenados no Brasil. Quais são as principais constatações acerca desse ponto? Quais as ocorrências de agrotóxicos e de nitrato nas cinco regiões brasileiras analisadas e em quais culturas esse fertilizante é utilizado?

 

Robson Barizon – Hoje a produção agrícola brasileira é quase que completamente pautada pelo uso desse insumo. Nesse trabalho não foi abordada a intensidade de uso de cada uma das culturas produzidas no Brasil, mas de forma geral podemos dizer que os grãos utilizam agrotóxicos em uma intensidade menor, e culturas com valor agregado maior, como hortaliças e espécies frutíferas, usam agrotóxicos com uma intensidade maior.

Com relação ao nitrato, os níveis encontrados em áreas agrícolas foram baixos e não eram preocupantes. Talvez a preocupação maior seja realmente com a fonte urbana de contaminação, que é o esgoto não tratado. Então, no que se refere ao nitrato, há tensão com a fonte urbana de contaminação, já que a falta de saneamento de esgoto é um problema sério no Brasil.

IHU On-Line – Então o problema não está na quantidade de nitrato utilizado nas culturas agrícolas, mas na falta de tratamento da água?

Robson Barizon – Sim, porque como os esgotos no Brasil têm um percentual de tratamento muito baixo, uma parte do esgoto gerado é lançada diretamente nos rios. Esse esgoto tem níveis altos de nitrato, além de outros problemas microbiológicos, e níveis altos de nitrogênio. Em pontos próximos às áreas urbanas, é possível observar níveis maiores de nitrogênio, mas em bacias hidrográficas, onde a influência maior é da área agrícola, os níveis de nitrogênio ainda são considerados baixos. Tendo a agricultura como fonte de contaminação, ainda não constatamos um problema que leve a ações maiores.

IHU On-Line – Quais são as principais observações a serem feitas em relação ao uso de agrotóxicos na cultura de arroz, por exemplo, no RS? Há risco de contaminação dos corpos d’água que recebem a água da lavoura?

Robson Barizon – Pelo fato de o arroz irrigado ser produzido com lâmina d’água, a qual retorna aos corpos d’água, existe, sim, um risco maior de contaminação nessa cultura do que em outras. Isso foi constatado em alguns estudos que nós levantamos. Então, nesse sentido, há, sim, uma preocupação com a cultura do arroz e deve ser dada mais atenção ao manejo desse produto.

IHU On-Line – É alto o índice de uso de agrotóxicos na produção de arroz?

Robson Barizon – É alto, sim, o índice de uso de agrotóxico nessa cultura. Mas nós só incluímos na pesquisa os trabalhos que encontramos, os quais já mostram que existe um potencial de contaminação. Existem algumas iniciativas do Estado do Rio Grande do Sul para acompanhar a situação, porque realmente é necessário, uma vez que existe um uso intensivo de agrotóxicos na produção de arroz e a água utilizada para a irrigação retorna aos rios, aos corpos d’água.

IHU On-Line – O estudo aponta que na região Nordeste o uso de agrotóxicos é intenso por conta da produção de frutas para exportação. Quais são as frutas cultivadas a base de agrotóxicos? Nesse caso há um controle do uso de agrotóxico por conta da fiscalização do mercado externo?

Robson Barizon – A produção de frutas lá é praticamente feita de forma irrigada e basicamente é feita no Vale do Rio São Francisco. As principais culturas ali cultivadas são mamão, uva de mesa e melão. Só que nesse caso os níveis de agrotóxico são bastante controlados porque os países importadores têm normas rígidas de controle. Então, pelo menos nessas áreas existe um cuidado com o uso de agrotóxicos para que não ultrapassem os limites aceitáveis no fruto, porque os países que importam, geralmente países da Europa e do Hemisfério Norte, também fazem o controle.

"O Brasil recolhe acima de 80, 90% das embalagens e é o líder mundial nesse quesito, ou seja, é o país que consegue recolher o maior índice de embalagens de agrotóxicos"

IHU On-Line – Alguns aquíferos já apresentam indícios de contaminação por conta do uso de agrotóxicos? A pesquisa menciona uma preocupação com os aquíferos de Serra Grande e Poti-Piauí, no Piauí?

Robson Barizon – Nesse caso nós levantamos a informação e o cuidado preventivo que deve existir com esses aquíferos. Muitos aquíferos estão protegidos por uma camada de rocha impermeável, que funciona como uma barreira, mas os de Serra Grande e Poti-Piauí são aquíferos livres, ou seja, eles chegam até a superfície do solo, então o potencial de contaminação deles é alto. Porém, isso não quer dizer que eles já estejam contaminados. Nas áreas desses aquíferos existe o uso de agrotóxicos, mas apenas o uso não indica que haja contaminação, porque se podem selecionar moléculas — essa é uma das formas de se evitar a contaminação — que tenham menor solubilidade em água.

Existe uma variedade muito grande de moléculas, de propriedades físico-químicas de moléculas. Se, nessas situações, forem selecionadas moléculas que não sejam muito solúveis em água, que não vão ser transportadas junto com a água, que vão ficar retidas na superfície do solo, onde se precisa fazer o controle do fungo, da planta daninha, do inseto, então o risco de contaminação é bastante reduzido. Portanto, trata-se mais de um alerta para que sejam tomadas medidas de prevenção em relação aos aquíferos. No Brasil ainda não há indicativo de que qualquer aquífero esteja contaminado.

IHU On-Line – Na região Centro-Oeste, chama a atenção na pesquisa a redução entre 40 e 50% dos teores de matéria orgânica dos solos cultivados em relação aos solos virgens. Quais as implicações do uso de agrotóxico para o solo?

Robson Barizon – Principalmente onde a vegetação natural era mata, com grande porte de biomassa, quando foi feita a retirada dessa mata e foi introduzida a atividade agrícola, os níveis de material orgânico diminuíram. Isso aconteceu no Rio Grande do Sul, em Santa Catarina e no Paraná, quando se reduziu a Mata Atlântica para a expansão da agricultura, ou seja, os níveis de carbono foram reduzidos. Como um dos mecanismos de retenção dos agrotóxicos do solo é a retenção pela matéria orgânica, se o nível de matéria orgânica é reduzido, a retenção é menor.

O plantio direto, que foi adotado a partir da década de 1990 e se expandiu no Brasil, vai no caminho contrário; ele aumenta novamente os níveis de carbono. Então, medidas como essa, utilizadas na agricultura onde houve decréscimo dos níveis de matéria orgânica de carbono, possibilitam que se atinjam novamente os níveis iniciais de matéria orgânica ou, pelo menos, que se elevem esses níveis.

IHU On-Line – Como tem se dado o processo de recolhimento das embalagens de agrotóxicos? Qual a situação do Brasil em relação à logística reversa?

Robson Barizon – Esse é um motivo de orgulho para o Brasil, porque o país é referência mundial em logística reversa. Foi criado o Instituto para o Desenvolvimento Social e Ecológico – Idese, o órgão responsável pela organização e execução dessa atividade. O Brasil recolhe acima de 80, 90% das embalagens e é o líder mundial nesse quesito, ou seja, é o país que consegue recolher o maior índice de embalagens de agrotóxicos que, se ficarem na propriedade, no campo, têm um potencial alto de contaminação tanto para o trabalhador quanto para o meio ambiente.

IHU On-Line – Na pesquisa vocês mencionam que apesar de o uso de agrotóxico ter crescido consideravelmente no país, ainda há pouca pesquisa sobre o assunto. Quais as razões? E que tipo de estudo e monitoramento deveria ser feito para se ter um panorama do uso de agrotóxicos no país?

Robson Barizon – Esse é um processo lento e gradual. A legislação que trata da regulamentação do uso de agrotóxicos no Brasil tem avançado, inclusive nos últimos 20 anos. Mas o acompanhamento acerca do uso de agrotóxicos exige investimento, porque são análises caras. Então, a restrição orçamentária talvez seja o principal ponto a ser desenvolvido, porque ainda não temos programas de monitoramento, como seria o ideal.

Todos os estados deveriam ter um programa de monitoramento, considerando suas culturas e as moléculas mais utilizadas na região, e a partir das conclusões dos monitoramentos regionais/estaduais, deveriam ser tomadas as medidas para mitigar os impactos levantados por esses monitoramentos.

IHU On-Line – Qual é a alternativa aos agrotóxicos? É possível pensar no desenvolvimento agrícola sem o uso desses produtos?

Robson Barizon – Uma agricultura sem o uso de agrotóxicos não é possível; seria uma perspectiva utópica. Mas podemos avançar muito mais para reduzir o uso desses produtos. Nesse sentido, deve-se trabalhar em duas frentes: constatado o fato de que é preciso fazer uso dessa substância, então temos de controlá-la e monitorá-la; além disso, podemos fazer o uso racional dessas substâncias, utilizando-as somente quando for necessário.

Temos muito a avançar, por exemplo, no controle biológico, no uso de agentes biológicos para controlar outras pragas, quer dizer, se usa um inseto para controlar outro inseto, se usa um microrganismo para controlar outro inseto. Esse tipo de prática deveria ser mais estudado e desenvolvido no Brasil. Em relação à tecnologia de aplicação, é importante usar equipamentos com a regulagem correta para aquela condição de uso, para que se evitem perdas para a atmosfera, para que se evite a contaminação de áreas que não aquelas onde a lavoura está instalada. Então, há uma série de práticas que podem reduzir a quantidade de agrotóxico utilizada.

Hoje, o Brasil é o maior consumidor de agrotóxicos do mundo, tomando o posto que antes era ocupado pelosEstados Unidos, e a tendência é de alta. Então, todas essas medidas poderiam reverter essa tendência de aumento de consumo e trazer a agricultura brasileira para níveis mais sustentáveis.

NOTA

[1] O estudo “Panorama da contaminação ambiental por agrotóxicos e nitrato de origem agrícola no Brasil: cenário 1992/2011” foi realizado com base na análise de pesquisas acadêmicas sobre o uso de agrotóxicos no período de 1992 a 2011.

Brasil entra na lista dos “top 10” em fontes renováveis


Com os novos incentivos a projetos solares, país subiu duas posições no ranking mundial da consultoria EY de atratividade para investimentos em energias limpas

                  


O Brasil entrou, pela primeira vez, na lista dos dez primeiros colocados em um ranking mundial de atratividade para investimentos em energias renováveis formulado trimestralmente pela firma de consultoria EY (antiga Ernst & Young), que mede o ambiente de negócios em 40 países no segmento de fontes limpas de energia.  O Brasil subiu do 12º para o 10º lugar no "Renewable Energy Country Attractiveness Index" (Recai), após a decisão do governo federal de incentivar, a partir deste ano, a construção de usinas solares no país.

A indústria eólica já se consolidou no mercado brasileiro, que incentivou a instalação de aerogeradores a partir de 2003, logo após a crise e o racionamento de energia elétrica em 2001.  A indústria solar, porém, ainda é marginal no Brasil.  Os elevados custos dos painéis e a falta de fabricantes locais de equipamentos, que hoje são produzidos em larga escala na China, sempre emperraram os investimentos.

Mas esse cenário começa a mudar.  A Empresa de Pesquisa Energética (EPE), braço de planejamento do Ministério de Minas e Energia (MME), começará a oferecer neste ano contratos específicos de energia solar nos leilões de novos empreendimentos de geração.  Em seu relatório, a EY afirma que, em termos de atratividade para investidores em energias renováveis, o Brasil é o lugar mais "quente" do mundo neste momento.  Depois vêm o Quênia e a África do Sul.

"A instalação de parques solares é rápida e poderia ajudar o Brasil neste momento de seca" afirma Mário Lima, diretor executivo de consultoria em sustentabilidade da EY, citando a crise provocada pela queda nos reservatórios das hidrelétricas.  A eólica é uma fonte mais econômica, com custos mais baixos, mas a solar exige menos tempo de instalação, compara o executivo.

No ranking da EY, por exemplo, o Brasil já figura em 7º lugar em atratividade para investimentos em parques eólicos construídos em terra – o país cai para a 26ª posição na exploração de parques eólicos marítimos, que são mais comuns nos Estados Unidos, China e Alemanha.

O Brasil ocupa a 10ª colocação em investimentos em usinas termossolares e a 15ª posição em usinas solares fotovoltaicas.

Segundo Lima, o mercado brasileiro poderia se beneficiar dos pesados investimentos feitos pela China no segmento de energia solar, o que vai manter a tendência de queda nos custos dos equipamentos.  Hoje, todas as usinas solares do planeta possuem uma capacidade instalada de 50 GW.  "Em 2018, a China pretende atingir sozinha 75 GW de potência instalada em energia solar", diz Lima.

A China é altamente dependente de térmicas a carvão e está investindo em fontes alternativas de energia para reduzir suas emissões de CO2, afirma o executivo da EY.  Os índices de poluição são alarmantes em algumas cidades chinesas.

O Brasil, porém, precisa solucionar alguns gargalos para que a indústria solar se desenvolva.  Um deles, diz Lima, é a exigência de um elevado conteúdo local para a concessão de financiamentos por parte do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), que oferece crédito para os fabricantes de equipamentos por meio da linha Finane.

Normalmente, 70% dos recursos investidos pelos empreendedores nos projetos de geração de energia são alavancados.  Mas, para conceder empréstimos, o BNDES obriga que 60% dos equipamentos sejam fabricados localmente.

Segundo Lima, há expectativas no setor de que a exigência de conteúdo local seja reduzida numa primeira fase, para atrair fabricantes de equipamentos de energia solar para o mercado brasileiro.  O percentual, segundo ele, poderia ser reduzido para 20%.  Essas medidas estão sendo discutidas com o governo brasileiro, mas não há ainda uma "clareza" de como essa política será implementada, afirma Lima.  Segundo ele, uma das hipóteses debatidas seria a criação de uma linha de Finame específica para o setor solar.

"A energia solar é uma indústria de inovação e seria interessante para o Brasil desenvolver esse tipo de tecnologia", diz Lima, ao ressaltar que só a Weg, por exemplo, fabrica inversores no país.  Em sua avaliação, o modelo que o Brasil criou para a eólica é bem-sucedido e poderia ser usado para a solar.

Em energia solar, o Brasil fica bem atrás do Chile, país que ocupa o 13º lugar no índice global da EY.  Na utilização de energia solar concentrada (CSP), tecnologia também conhecida como termossolar, os chilenos já estão em segundo lugar no ranking mundial, com a construção de usinas no deserto do Atacama.

A diferença, porém, é que a economia chilena é mais aberta à importação que a brasileira, o que facilita os investimentos em projetos solares.  "No Chile, os investimentos são puxados pelo setor de mineração, que consome muita energia.  Pode-se criar sinergias interessantes entre os projetos", afirma Lima, lembrando que o Brasil também possui uma indústria de mineração desenvolvida.

Fonte: Observatório do Clima

Osasco recebe primeiro cinema sustentável do Brasil neste sábado


                                        

Neste sábado (25), o munícipio de Osasco recebe o CINESOLAR, primeiro cinema itinerante do Brasil que usa energia limpa e renovável – a solar – para exibir filmes. O projeto, desenvolvido pela produtora cultural Brazucah Produções, exibi o documentário “Qualé o teu Negócio?”, de Sérgio Gagliardi. A sessão, que acontece às 20h, integra a série de atividades gratuitas promovidas pelo espaço cultural Atelier Casa da Sogra. Após a exibição do filme, haverá debate com o diretor.

A programação do Atelier Casa da Sogra começa às 16h com uma oficina de customização de latas de spray ao som do músico David Maderit, além de uma exposição de arte. Já a noite, o CINESOLAR transformará o lugar em uma verdadeira sala de cinema. O projeto é um furgão equipado com placas solares capazes de captar a energia solar, além de um sistema para convertê-la em energia elétrica. Dentro do veículo há toda estrutura para montagem de exibições e apresentações, como cadeiras, tela de cinema e sistema de projeção, som e cabine de DJ.

O filme “Qualé o Teu Negócio?” retrata a história de 14 personagens, moradores das periferias de São Paulo e Rio de Janeiro, que encontram um caminho próspero no microempreendorismo. Nos quase 80 minutos, o documentário aborda uma realidade crescente no Brasil: a ascensão das classes C e D. Um verdadeiro recorte das mudanças sociais e econômicas vivenciadas pelo país, principalmente nos últimos 10 anos.

A Brazucah Produções, em parceria com a DGT Filmes, responsável pela realização do projeto “Exibindo Qualé o teu negócio?”, promovem, até fevereiro, um circuito de exibição alternativo e gratuito em bairros da capital e região metropolitana de São Paulo. Além disso, as sessões também acontecem em escolas e universidades. O objetivo maior desta ação é de compartilhar as experiências destes atores reais e servir de inspiração para outras pessoas.

Serviço:

16h às 20h: Oficina customização de latas de Spray e pocket show David Maderit
20h às 22h: Filme “Qualé o Teu negócio?” e debate com diretor Sérgio Gagliardi
Quando: Sábado, 25/01
Onde: Atelier Casa da Sogra – Rua Dois, 11 – Jd. Rochdale – Osasco/SP
Quanto: Entrada gratuita

Sobre a Brazucah Produções

A Brazucah Produções trabalha desde 2002 no lançamento de filmes e projetos de formação de público para o cinema brasileiro. “Qualé o Teu Negócio?” marca a entrada da Brazucah como distribuidora no mercado de cinema.

Na área de lançamentos, realizou ações para mais de 100 filmes nacionais, entre eles, Janela da Alma, Meu Nome Não É Johnny, Gonzaga de Pai pra Filho e Raul Seixas – o Início, o Fim e o Meio. Também é responsável pelo fomento de circuitos de exibição em espaços alternativos e democratização do acesso ao cinema através de projetos como a Rede Brazucah nas Escolas, o CINEB e o CINESOLAR, estação móvel de arte, cinema e sustentabilidade. Saiba mais: www.facebook.com.br/brazucah.

        

Sobre o Cinesolar

O CINESOLAR, projeto da Brazucah Produções, tem o apoio da Fundação Holandesa Doen e do Solar World Cinema, projeto holandês que difunde o conceito de agregar arte e cinema de maneira sustentável em vários países. No ano passado, a iniciativa brasileira promoveu uma série de atividades na capital paulista. A mais recente, em parceria com a Prefeitura de São Paulo, foi em várias unidades dos Centros Educacionais Unificados (CEUs) com sessões de cinema e oficinas de sustentabilidade. Neste ano, a previsão é que o projeto percorra outros estados brasileiros.

Sobre a DGT Filmes

Desde sua fundação em 1998 a DGT produziu mais de vinte documentários no Brasil e no exterior (Índia, Ásia Central, Noruega) tendo recebido prêmios de filme, direção de fotografia e roteiro.

Um dos pilares fundamentais da atuação da DGT é a pesquisa e a abordagem do universo urbano das classes C e D, que são retratados, entre outros, no premiado documentário “Povo lindo, povo inteligente!” (2007) sobre um sarau de poesia na periferia de São Paulo e na série de 42 quadros “Circular Periférico”, que foi ao ar na TV Cultura entre 2008 e 2010. Atualmente, é responsável pela gravação do quadro “Cultura de Periferia” que vai ao ar aos sábados no SPTV (Rede Globo). Saiba mais: www.qualeoteunegocio.com.br.

Sobre o Atelier Casa da Sogra

O Atelier Casa da Sogra, localizado no munícipio de Osasco, trabalha com a difusão da arte através de atividades destinadas para toda a comunidade. Idealizado pelo grafiteiro Dingos Delbarco, o espaço visa o desenvolvimento da cultura através da arte urbana, música, cinema e literatura.

O “Casa da Sogra” promove oficinas de grafitti e leitura, sessões de filmes com o “Cine Sogra”, entre outras atividades que levem experiências positivas para a comunidade. O Atelier Casa da Sogra nasceu da vontade de fazer mudança. Saiba mais: http://goo.gl/6R7zDt.

Fonte: Ideia Sustentável

Brasil vai proibir os testes em animais para cosméticos?


União Europeia, Índia e Israel já baniram a realização de testes em animais para a confecção de cosméticos. No Brasil, a organização HSI se mobiliza para proibir a prática e entregou ao governo petição, com relatório técnico, que agora em outubro, o mês dos animais.

Você sabia que, todos os dias, em laboratórios espalhados por todo o Brasil, animais estão sofrendo e morrendo para testar cremes para pele, tinturas de cabelo, batons e uma série de outros produtos não-essenciais? O questionamento é feito pela campanha Liberte-se da Crueldade, da Humane Society International (HSI), que luta para acabar com a realização de testes em animais na indústria da beleza. 

A mais nova ação do movimento acontece neste mês de outubro, quando se comemora mundialmente o Dia dos Animais. A HSI acaba de entregar petição, acompanhada de relatório técnico, ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCT) em que argumenta que esse tipo de crueldade animal não precisa mais acontecer nos dias de hoje. 

De acordo com a organização, os testes em bichos são antiéticos, uma vez que causam dor aos animais em nome do consumo de produtos dispensáveis, e podem ser substituídos por outras técnicas, que já são adotadas por empresas da indústria da beleza que se desassociaram desse tipo de prática. 

Acabar com os testes para cosméticos em animais é tão possível que, mundo afora, países como Israel e Índia e os 28 Estados-Membro da União Europeia já possuem leis para proibir a prática. No Brasil, o Conselho Nacional de Controle de Experimentação Animal (Concea), do MCT, prometeu debater o relatório da HSI em sua próxima reunião plenária, em 23 e 24/10. Será que teremos avanços?  

Enquanto o governo não bane a prática, as atitudes dos consumidores têm grande peso. Assista, abaixo, à animação em português que a HSI fez para conscientizar as pessoas a respeito das crueldades que podem estar por trás dos produtos de beleza que são levados para casa. A organização ainda possui campanhas parecidas em outros países, como Austrália, China, Coreia do Sul, Nova Zelândia e Rússia.

Assista, abaixo, à campanha "Liberte-se da Crueldade para acabar com testes em animais para cosméticos"

Foto: SocialGatas

Fonte:Planeta Sustentável

Laísa Mangelli

Presos do semiaberto ajudam na retirada do óleo que chegou à foz Rio Jaboatão


O Rio Jaboatão tem cerca de 75 quilômetros de extensão, sendo local de pesca e de reprodução de espécies, incluindo tubarões. (Reprodução/WhatsApp)

O óleo que atinge o Nordeste brasileiro há mais de um mês chegou na madrugada de quarta-feira, 23, à Praia Barra da Jangada, onde está a foz do Rio Jaboatão, em Jaboatão dos Guararapes, cidade vizinha do Recife, em Pernambuco. Funcionários da prefeitura, da Marinha, do Exército e 50 presos em regime semiaberto atuam na praia, que está isolada para o acesso de voluntários.

Resíduos foram identificadas em alto-mar por um pescador na noite anterior, por volta das 23h, enquanto as manchas foram detectadas na praia por volta das 4h30. Segundo o superintendente da Proteção e Defesa Civil de Jaboatão Artur Paiva, foram retiradas 44 toneladas de óleo somente nas primeiras horas da manhã. Agora, as ações são para tirar pequenos pedaços da substância. “A nossa preocupação foi tirar rápido, não dá para deixar desse jeito”, diz. “Não pode deixar entrar no estuário. A barreira foi acionada e não encontramos nada lá.”

A Marinha justifica o isolamento da praia como medida de segurança. “Pode ser um problema para a saúde de quem manuseia. Nem todos os voluntários têm material”, diz o comandante do destacamento dos fuzileiros, capitão-tenente Gilson Cunha.

Ao todo, 1,5 mil homens da Marinha atuam no Nordeste, dos quais 380 estão em Jaboatão. “É importante que a população confie na ação conjunta (dos governos municipal, estadual e federal).”

O trabalho está sendo majoritariamente dentro da água, pois o óleo afunda no rio (enquanto boia no mar). Não está descartada ação com mergulhadores para retirar o óleo do fundo. “Quando a maré baixar, vai se poder ter uma melhor compreensão da situação”, diz o capitão.

Por volta das 9h, chegaram ao local 50 reeducandos do regime semiaberto, da Penitenciária Agroindustrial São João, em Ilha de Itamaracá, no Grande Recife. Eles foram divididos em trios para recolher restos do óleo com sacos de lixo. A ação valerá como hora trabalhada e poderá ser deduzida da pena.

Inicialmente, o grupo iria para Cabo de Santo Agostinho, onde está grande parte do óleo, mas foram remanejados após a divulgação da chegada da nova mancha. “Não imaginava que estava nessa situação”, comentada o apenado Paulo Henrique da Silva, de 21 anos. “Estamos separando o óleo com as luvas. Alguns, temos mais sorte, outros são mais difíceis de tirar. Estou achando legal poder ajudar.”

A área está isolada com fitas, com a restrição de acesso até para a imprensa e os voluntários – alguns reclamavam da situação e apontavam que os militares não deveriam atuar de bermuda (por questões de segurança). Um dos poucos voluntários que conseguiu ajudar estava em um stand up paddle, que usava para se deslocar para longe da margem para procurar manchas.

“Não estão deixando ninguém. Assim que cheguei em Itapuama, soube que tinha chegado aqui. Veio gente da Marinha e do Exército para cá, aí a gente também se dividiu”, conta a bióloga e voluntária Gabriela Barros, de 31 anos. “Viemos dar suporte e não estamos podendo fazer nada. Trouxemos doação para cá abastecendo eles. A gente está usando o mesmo tipo de proteção que eles e já temos o conhecimento de quem está atuando nisso.”

O Rio Jaboatão tem cerca de 75 quilômetros de extensão, sendo local de pesca e de reprodução de espécies, incluindo tubarões. “Aqui tem caranguejo, camarão, peixes, logo na frente tem a colônia de pescadores que nos ajudou bastante a monitorar”, conta Edilene Rodrigues, superintendente de Meio Ambiente de Jaboatão. “A nossa barreira de contenção rompeu na madrugada (por causa da maré), mas o intuito é que, se viesse boiando (o óleo), conseguiria reter”, conta. “Várias redes de camarão foram distribuídas e conseguiram interceptar uma grande massa que chegou no domingo.”

Segundo o governo de Pernambuco, boias de contenção estão sendo colocando no mar e em rios desde o dia 17. Como o estuário do Rio Jaboatão tem densidades distintas, por reunir águas doce e salgada, o óleo consegue escapar por baixo da boia. Por isso, foi iniciada a colocação de redes submersas abaixo das boias, que somam três quilômetros de extensão.

Agência Estado

São Paulo realizou a FIFA Fan Fest com mais ações socioambientais do Brasil


 
 

 

A FIFA Fan Fest São Paulo assumiu o compromisso de neutralizar suas emissões de carbono, destinar os resíduos recicláveis à cooperativas de catadores e aplicar diversas outras ações para conscientizar e engajar os participantes.

 

A FIFA Fan Fest São Paulo foi um dos maiores eventos já realizados na cidade, e recebeu mais de 625.000 pessoas, realizou 76 shows e atividades culturais, durante a transmissão dos 25 dias de jogos da Copa.

 

Com objetivo de alinhar esporte e a preocupação socioambiental, a agência D+ assumiu o compromisso de realizar diversas ações socioambientais no espaço da Fan Fest, e também engajar o público visitante do espaço. Para Fernando Beltrame, presidente da Eccaplan Consultoria em Sustentabilidade, “Para um evento desta magnitude é importante aplicar ações ambientais, não apenas para compensar e mitigar o seu impacto ambiental, mas também conscientizar os participantes sobre a questão ambiental e mostrar que é possível e financeiramente viável aplicar ações sociais e ambientais em qualquer tipo de evento”.

 

A Fan Fest São Paulo recebeu o Selo Evento Neutro – Responsabilidade Compartilhada ao assumir o compromisso de quantificar e compensar todas as emissões de gases de efeito estufa, provenientes da: logística de montagem, realização e desmontagem; deslocamento de todo o staff, policiais, seguranças, equipe de saúde, bombeiros, bandas e atrações culturais; resíduos gerados; e consumo de diesel e biodiesel nos geradores de energia. Foi criado uma calculadora de emissões para os participantes calcularem e compensarem suas emissões de carbono (http://fanfest.eccaplan.com.br/).

 

 

Todo o resíduo reciclável da Fan Fest foi destinado a cooperativas de catadores, registradas na Prefeitura, e foi criado um espaço com diversas outras ações para incentivar tecnologias limpas e engajar os participantes, com: bancos de papelão KONKA e pneus reciclados, lixeiras de material reciclado, geradores com biodiesel, doação das lonas para confecção de ecobags, campanha do Ministério da Saúde de prevenção de AIDS e campanhas contra a exploração sexual infantil.

 

A compensação de carbono será realizada com a compra de créditos de carbono de projetos ambientais certificados e auditados, como o Projeto Florestal Santa Maria, que promove a redução de emissões de carbono pela preservação e manutenção da reserva florestas (projeto certificado FSC e verificado pela Rainforets Alliance). Este mecanismo faz com que as florestas tenham mais valor em pé́ do que derrubadas, criando um valor financeiro para o carbono armazenado nas árvores, e contribui para a importante redução de emissão dos gases de efeito estufa, assim como o compromisso de preservação e perpetuação da floresta e sua biodiversidade.

 

Para Beltrame, “o apoio de diversas empresas e instituições como o Centro de Inovação, Empreendedorismo e Tecnologia (Cietec), Sebrae, USP tem contribuído para viabilizarmos projetos socioambientais em diversas empresas e eventos, tornando cada vez mais estas tecnologias financeiramente viáveis e com grande impacto positivo na sociedade.”

 

Veja mais ações sustentáveis em empresas e eventos em: Programa Evento Neutro (www.eventoneutro.com.br) e Programa CO2 Neutro (http://bit.ly/SeloCO2Neutro).

– See more at: Revista Sustentabilidade