Alemanha vai subsidiar carros elétricos


Saltar dos atuais 50 000 carros elétricos nas estradas para 1 milhão em quatro anos. Esse é o objetivo ambicioso do governo da Alemanha, que anunciou nesta semana planos de investir 1 bilhão de euros para promover os carros verdes.

Segundo o plano, quem comprar um veículo elétrico será elegível a receber um desconto de 4 000 euros (15 810 reais), se for um modelo 100% elétrico, ou de 3 000 euros (11 850 reais) para um plug-in híbrido. No total, 600 milhões de euros serão destinados para este fim.

Com início em Maio, o programa não se aplicará a veículos que custem mais de 60 mil euros, e os interessados em comprar um carro verde precisam correr porque, a partir de 2018, o incentivo será revisado para baixo.

O projeto também prevê um orçamento de 300 milhões de euros até 2020 para acelerar a construção de infraestrutura para a mobilidade eletrificada, como estações de carregamento nas cidades e rodovias.

Além disso, outros 100 milhões de euros vão para a compra de carros elétricos para frotas do próprio governo federal. Atualmente, apenas 10% deles são movidos a eletricidade, mas o objetivo é chegar a 25%.

Qualquer montadora estrangeira pode participar do programa e se beneficiar da subvenção, que será dividida meio a meio entre o governo e as empresas signatárias do acordo. Até o momento, os únicos fabricantes que se inscreveram foram a Volkswagen, Daimler e BMW.

Dada a tendência dos compradores alemães de adquirir marcas nacionais, a indústria de automóveis do pais certamente será a que mais se beneficiará do programa.

Tábua de salvação

Países como a Noruega e a Holanda já usam sistemas de incentivos para encorajar o a expansão dos carros elétricos e é justamente nesses lugares que a mobilidade elétrica mais cresce. Com a investida, o governo alemão espera impulsionar o segmento de modelos verdes a ponto de torná-los um “mercado de massa”, conforme declarou o vice-chanceler e ministro da economia Sigmar Gabriel.

A iniciativa também ajudaria a frear os efeitos comerciais e ambientais do escândalo de manipulação dos testes de emissão nos modelos a diesel da Volkswagen.

De certa forma, o carro elétrico parece ser uma tábua de salvação tanto para a indústria automotiva  quanto para o governo daquele país.

Fonte: Instituto Ideias 

Alemanha também goleia em ranking de eficiência energética; Brasil é 15º


            

Os alemães não são campeões mundiais apenas no futebol, como vimos recentemente no Brasil. Em eficiência energética eles também ocupam o topo, segundo revela um estudo do Conselho Americano para uma Economia de Energia Eficiente (Aceee) que avalia a eficiência energética entre 16 importantes economias do mundo.

De acordo com o levantamento divulgado na quinta-feira, 17 de julho, um país que utiliza menos energia para atingir um mesmo resultado, ou mesmo superá-lo, reduz custos e polui menos, criando uma economia mais competitiva.

O estudo avaliou o uso de energia a partir de 31 indicadores, distribuídos em quatro áreas-chave: indústria, transporte, edificações e esforços nacionais em prol da eficiência energética.

Em um mundo assolado pelas mudanças climáticas e de pressão crescente sobre os recursos naturais, a busca pela eficiência energética deve ser regra. Apesar de possuir uma das tarifas mais caras de energia e uma fonte abundante e renovável, como as hidrelétricas, o Brasil não aproveita bem a energia que tem.

O país ocupa a 15ª posição do ranking – ganhamos apenas do México. Ao todo, o Brasil atingiu 30 pontos de um total de 100 possíveis.

No quesito “esforços nacionais”, o Brasil fez 4 pontos de 25 possíveis. Foram avaliados, por exemplo, esforços para criação de legislações ou políticas nacionais que estimulem o uso mais racional de energia.

Baixo desempenho

Eficiência energética nas indústrias preocupa ainda mais – o país fez 2 de 25 pontos totais.

Em “edificações”, outro setor que pressiona os recursos energéticos nos países, o Brasil somou 10 de 25 pontos possíveis. Foram levados em conta os códigos de construção e padrões de eficiência energética adotados, por exemplo, nos equipamentos usados.

Apenas no transporte, o país atingiu mais da metade da pontuação possível (14 de 25). O uso de etanol pela frota automotiva ajuda a melhorar o desempenho nesse quesito.

Fonte: http://www.ecodesenvolvimento.org/posts/2014/alemanha-tambem-goleia-em-ranking-de-eficiencia?utm_source=dlvr.it&utm_medium=facebook

Laísa Mangelli

Alemanha também goleia em ranking de eficiência energética; Brasil é 15º


            

Os alemães não são campeões mundiais apenas no futebol, como vimos recentemente no Brasil. Em eficiência energética eles também ocupam o topo, segundo revela um estudo do Conselho Americano para uma Economia de Energia Eficiente (Aceee) que avalia a eficiência energética entre 16 importantes economias do mundo.

De acordo com o levantamento divulgado na quinta-feira, 17 de julho, um país que utiliza menos energia para atingir um mesmo resultado, ou mesmo superá-lo, reduz custos e polui menos, criando uma economia mais competitiva.

O estudo avaliou o uso de energia a partir de 31 indicadores, distribuídos em quatro áreas-chave: indústria, transporte, edificações e esforços nacionais em prol da eficiência energética.

Em um mundo assolado pelas mudanças climáticas e de pressão crescente sobre os recursos naturais, a busca pela eficiência energética deve ser regra. Apesar de possuir uma das tarifas mais caras de energia e uma fonte abundante e renovável, como as hidrelétricas, o Brasil não aproveita bem a energia que tem.

O país ocupa a 15ª posição do ranking – ganhamos apenas do México. Ao todo, o Brasil atingiu 30 pontos de um total de 100 possíveis.

No quesito “esforços nacionais”, o Brasil fez 4 pontos de 25 possíveis. Foram avaliados, por exemplo, esforços para criação de legislações ou políticas nacionais que estimulem o uso mais racional de energia.

Baixo desempenho

Eficiência energética nas indústrias preocupa ainda mais – o país fez 2 de 25 pontos totais.

Em “edificações”, outro setor que pressiona os recursos energéticos nos países, o Brasil somou 10 de 25 pontos possíveis. Foram levados em conta os códigos de construção e padrões de eficiência energética adotados, por exemplo, nos equipamentos usados.

Apenas no transporte, o país atingiu mais da metade da pontuação possível (14 de 25). O uso de etanol pela frota automotiva ajuda a melhorar o desempenho nesse quesito.

Fonte: http://www.ecodesenvolvimento.org/posts/2014/alemanha-tambem-goleia-em-ranking-de-eficiencia?utm_source=dlvr.it&utm_medium=facebook

Laísa Mangelli

Hamburgo quer deixar de depender dos carros em 20 anos


A segunda maior cidade da Alemanha ganhará uma "Rede Verde", cobrindo 40% de sua área, para pedestres e ciclistas

Getty Images

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Objetivo é diminuir as emissões de CO2 e melhorar a saúde e a qualidade de vida da população

Imagine uma cidade grande em que é possível se locomover a qualquer lugar a pé ou de bicicleta, sem dividir seu caminho com nenhum carro. Hamburgo, segundo maior município alemão, está trabalhando em um plano que tornará isso possível dentro de 15 a 20 anos.

O projeto é construir uma “Rede Verde”, que conecta todos os parques e jardins de Hamburgo, onde não possam circular veículos motorizados. Este caminho cobrirá 40% da cidade e permitirá acesso a sua totalidade.

Um dos objetivos é diminuir as emissões de CO2, visto que Hamburgo teve aumento de 9ºC em sua temperatura média nos últimos 60 anos, e o nível do mar aumentou 20 centímetros. Além disso, a saúde da população também será beneficiada.

“Serão oferecidas oportunidades para fazer caminhadas, nadar, praticar esportes aquáticos, aproveitar piqueniques e restaurantes, e observar a natureza e a vida selvagem bem no meio da cidade. Isso reduz a necessidade de pegar o carro para sair da cidade no fim de semana”, afirma Angelika Fritsch, porta-voz de Hamburgo.

Via Inhabitat.

Fonte: Catraca Livre

Minha vida sustentável: “Esse negócio de possuir coisas está enraizado na gente”


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Camila, o marido, e os pequenos Maria, 4, e Gael, 2
Fotos: Arquivo pessoal

Era uma vez uma jovem brasileira que, há quase uma década, decidiu cruzar os oceanos em busca de sua felicidade. Ela saiu do emprego que tinha em São Paulo e foi viver como uma simples estudante nas vielas de Barcelona. Um ano depois, decidiu ir para Alemanha, onde fez MBA em Sustentabilidade na Universidade de Lüneburg.

Nas terras gélidas dos grandes pensadores, a jovem Camila Furtado casou-se com um alemão, teve dois filhos e, em vez de buscar a felicidade, aprendeu a encontrá-la todos os dias, na simplicidade do seu cotidiano. Agora, mais do que uma jovem em busca de aventuras, ela é a mãe de Maria (4) e Gael (2), à procura de valores melhores para passar para seus pequeninos.

"Vou jogar metade da minha casa fora e viver melhor". Foi por meio do post com este título, publicado no blog Tudo Sobre a Minha Mãe,  que o EcoD descobriu Camila. O site achou a história dela tão bacana que resolveram criar a série "Minha Vida Sustentável", com relatos pessoas comuns que decidiram dar um basta no modelo de vida atual e saiu em busca da sustentabilidade – e você, é claro, está mais do que convidado a contar sua história pelo e-mail redação@ecodesenvolvimento.org.br.

Mas, antes disso, fique por dentro da entrevista que o EcoD fez com Camila sobre os desafios de sua nova escolha.

EcoD: Quais são as principais diferenças entre o estilo de vida brasileiro x alemão?  E a questão ambiental, é apenas preocupação governamental ou os cidadãos também ligam para a temática?

Camila Furtado: Em relação ao consumo e ao meio ambiente os alemães são em geral bem mais conscientes que os brasileiros. Não tive muita dificuldade de me adaptar a isso, pois quando eu vim para Europa era exatamente esse estilo de vida que eu estava buscando. Uma vida mais simples mesmo. Eu passei um ano sabático em Barcelona antes de morar na Alemanha. Pedi demissão do meu trabalho em São Paulo e fui viver uma vida de estudante lá. Nunca vivi com tão pouco dinheiro como em Barcelona, mas nunca fui tão feliz. A gente cozinhava com amigos, em vez de ir em restaurantes caros, voltava da balada de "night bus" ou de bicicleta em vez de pagar táxis, não me "emperiquitava" tanto para sair. E desde essa experiência em Barcelona que esse estilo de vida meio frugal da classe média europeia me fascinou. Então quando eu vim para Alemanha, eu esperava viver assim.

Mas apesar disso, eu tive alguns momentos meio chocantes, principalmente na vida familiar. Lembro que quando eu esperava minha primeira filha meu marido ganhou uma mala de roupas usadas da filha de um amigo. Na época achei um absurdo, eu queria um enxoval completo novíssimo, mas depois vi que era uma besteira, as crianças perdem roupa super rápido, por que não usar umas coisinhas usadas e em bom estado de amigos? Hoje em dia, aceito as roupinhas usadas, e também passo as das minhas crianças para amigas com filhos menores.

Um amigo meu alemão acabou de ter um filho agora, nos encontramos para um café, e perguntei se ele queria algumas coisas dos meus filhos. Ele disse que não obrigada, porque como foi um dos últimos a ter filho, ganhou tanta coisa dos amigos, tipo coisas usadas, que não tinha comprado praticamente nada. Ah, e detalhe, ele é um executivo top. Ou seja, isso não tem nada a ver com pobreza.

Os alemães acham um absurdo o desperdício. Mesmo que eles tenham o dinheiro, porque pagar 60 euros num casaco de inverno, que seu filho vai usar uma temporada, só?

Quando eu vou para o Brasil eu fico chocada. Como as pessoas precisam ter coisas e mostrar as coisas que têm para todo o mundo. É como se você tivesse que sempre dar alguns sinais de quem você é, de acordo com o que você tem. Aqui na Alemanha, "todo mundo" pode ter um Iphone de última geração, por exemplo, então, não é isso que vai te diferenciar dos outros. É o que você tem dentro, o estilo de vida que você leva. Sinceramente, isso é libertador!

Quando e como tomou a decisão de viver uma vida com menos coisas?

Não foi uma coisa que aconteceu do dia para noite. Primeiro, veio como eu te falei acima, esse desejo de viver uma vida mais pé no chão, mais simples, do que a que eu vivia em São Paulo. Mais tempo para mim, menos escravidão com o trabalho, e tal…

“Quando conto para os meus amigos, que nossa família tem dois carros, todo mundo acha super estranho. Como se nós fossemos sem noção mesmo. Dá até vergonha"

Depois você começa a perceber que ter coisas não necessariamente te faz feliz. Aqui na Alemanha, as coisas são muito mais baratas que no Brasil. Uma família como a nossa, que é de uma classe média um pouco acima do padrão, pode ter praticamente tudo. Carro, aparelhos eletrônicos, mil brinquedos, mil roupas. No começo, quando eu mudei para cá, eu fui meio tomada por essa possibilidade de consumo tão fácil. Mas depois você vê que a sua casa está cheia de tranqueiras e isso não faz nenhuma diferença na sua felicidade. Claro que eu gosto muito de ter algumas coisas, e pago caro por elas se for o caso. Mas eu não preciso mais ter na quantidade que eu tinha antes.

Aqui em casa, nós temos dois carros. Meu marido trabalha em outra cidade, e a conexão com trens não é boa. E ele tem os horários meio loucos. Eu precisava de carro porque não vivemos no centro, e as crianças estudavam lá. Enfim, com pesar no coração, compramos um segundo carro. Eu morro de vergonha. Quando conto para os meus amigos, que nossa família tem dois carros, todo mundo acha super estranho. Como se nós fossemos sem noção mesmo. Eu sempre me vejo me justificando… Ou melhor, prefiro que ninguém perceba, sabe? Dá até vergonha. E claro que num contexto assim é mais fácil mudar.

Mas voltando a decisão, acho que para mim a gota final foi quando eu virei mãe mesmo. Como eu falei no post, é super difícil manter uma casa arrumada se você tem muita coisa. Então, 2013 está sendo para mim o ano da desintoxicação. Tô vendendo, dando, jogando fora. Se alguém vem me oferecer um brinde gratuito na rua, saio correndo!

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Ao menos duas vezes por mês, as crianças vão na biblioteca pegar livros emprestados

Quais são as principais dificuldades de se reduzir o consumo?

Reduzir consumo é um exercício diário. Como mãe, você compra para a família inteira, toda hora envolve pequenas decisões. No geral estou tentando aplicar a regra de ter poucas coisas, mas coisas boas, duráveis. E também não estou mais deixando me enganarem…. Vejo aquelas coisas no supermercado ou na loja dizendo "me compre! me compre! vou mudar sua vida”, e penso “não…” e saio feliz dando de costas!

E depois é como eu escrevi no post: “Este projeto é difícil para caramba. Primeiro, vamos combinar, é muuuuuuuito chato, dá trabalho, e você tem que decidir o que fazer com as coisas. Aqui na Alemanha até doar para quem precisa dá trabalho. Jogar fora também. O lixo tem mil restrições e se você for feliz e contente jogar a cafeteira sobressalente na lixeira do prédio, pode voltar com uma bela multa…. Além disso, esse negócio de possuir coisas está muito enraizado na gente. Dá medo de se arrepender, de alguma vez na vida precisar de novo daquele conjunto de chá que foi usado numa única ocasião nos últimos 5 anos. Mas estou decidida a começar uma nova era aqui em casa. A ordem agora é liberar a energia, doar e pasmem, até fazer uma grana…"

E a família, tem apoiado a decisão? Quais são os principais resultados até agora?

Meu marido é meio apegado… O sótão é só tralha dele, praticamente. Mas aos poucos ele está vendo que é mais fácil largar. Minha meta agora é conseguir jogar fora uns brinquedos DELE, que a mãe dele trouxe para cá quando as crianças nasceram. Ele morre de dó… E a mãe então nem se fala (risos!)

Eu ainda estou no processo de desintoxicação da casa, mas posso te dizer que já sinto as coisas bem mais fáceis. TUDO. Mais fácil de arrumar, de achar o que você tá procurando, e também de se concentrar nas coisas que você quer se concentrar, sabe? Um exemplo: toalhas e roupas de cama, tenho um armário só para isso. E esse armário estava lotado, fiz uma reflexão e pensei que nem que eu estivesse hospedando um batalhão eu ia precisar de tanta toalha e roupa de cama. Doei metade. Cada vez que eu abro aquele armário, e enxergo as toalhas que eu tenho, e pego uma sem cair outras mil, sinto um alívio…

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Camila tenta adotar um estilo de vida mais próximo da natureza possível

Além da redução do consumo, você adota outras práticas mais sustentáveis?

Nós fazemos o que todo mundo faz praticamente. Reciclamos o lixo, não desperdiçamos água, tentamos reutilizar as coisas, preferimos comprar produtos locais, andamos a pé e de bicicleta sempre que possível.

Quais são os valores que você que passar para os seus filhos? Qual é o mundo que você quer que eles vivam?

Eu quero que meus filhos cresçam conscientes de que a felicidade não está em ter coisas, nem em atingir um determinado status social. Claro que eu quero que eles gozem de segurança financeira, que tenham, como eu sempre tive, suas necessidades bem atendidas. Mas eu gostaria que eles fossem mais evoluídos espiritualmente do que a minha geração foi e ainda é. Que eles vejam que a felicidade está em ter amigos, ter família, se sentir em paz consigo mesmo, cultivar a bondade, ter chance de perseguir seus sonhos. Ou seja, que eles foquem mais no interior do que no exterior.

 

Fonte: EcoD

Bairro alemão aposta em energia solar


Bairro alemão que apostou na energia solar produz quatro vezes mais eletricidade do que consome

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A energia solar registra crescimento em todo o mundo, principalmente em países que incentivam essa fonte renovável de geração energética que, além de limpa, ainda gera economia na conta de luz. Nesse sentido, a Alemanha, segundo maior produtor mundial (atrás apenas da China) é um grande exemplo.

Um bom modelo a ser seguido é o do vilarejo conhecido como Schlierberg, em Freiburg. As 59 residências que compõem o bairro de aproximadamente 11.000 m² (há ainda um edifício comercial, chamado de Sun Ship – Navio Solar) são feitas de madeira. As casas têm aquecimento solar, instalações fotovoltaicas nos telhados e utilizam a luminosidade natural. Tecnologias avançadas como o isolamento a vácuo aumentam o desempenho térmico do sistema de construção. Outro processo utilizado é o de ventilação ativa com recuperação de calor.

Cada morador do bairro Schlierberg recebe, ao final de cada ano, um recurso do governo pelo excesso de energia produzida

Um sistema de compartilhamento de automóveis faz com que o número de veículos circulando nas imediações diminua.

Eficiência energética
Projetada de forma eficiente em 1994, a vila é repleta de telhados feitos com placas fotovoltaicas. O resultado é a geração de quatro vezes mais energia elétrica (420 mil kWh) do que o necessário para consumo próprio e a não emissão de aproximadamente 500 toneladas de dióxido de carbono (CO2) na atmosfera, segundo dados do próprio arquiteto responsável pelo projeto, Rolf Disch.

Cada morador do bairro Schlierberg recebe, ao final de cada ano, um recurso do governo pelo excesso de energia produzida que é vendida à rede ao longo de 12 meses.

Segundo informou a Plataforma Cidades Sustentáveis, foi criado também um fundo de energia solar para investidores interessados em geração fotovoltaica.

Agricultura Urbana: Hortas comunitárias se popularizam cada vez mais em Berlim


            

Seja no telhado de um shopping, seja em um antigo aeroporto, as hortas estão se espalhando por Berlim. Cada vez mais, moradores trabalham a terra para cultivar tomates, batatas e… vínculos sociais, em uma cidade onde ainda parece haver espaço para tudo.

 

Alguns agriões esmirrados resistem bravamente às chuvas e aos fortes ventos que varrem as pistas de aterrissagem de um aeroporto fechado em outubro de 2008 e transformado em um amplo parque para os berlinenses.

 

Quando chega o bom tempo, pepinos, aipos e manjericão crescem à sombra dos girassóis nesse jardim comunitário. Recentemente, uma colméia instalada no meio dos pequenos lotes começou a produzir o primeiro mel a levar o selo do antigo aeroporto de Tempelhof.

 

De dia, carrinhos de mão e mangueiras são usados a todo vapor nas matas de ervas aromáticas. Ao anoitecer, amigos brindam com cerveja para celebrar o espírito coletivo e a amizade.

 

“Allmende Kontor” e o vizinho “Rübezahl Garten” são duas das inúmeras hortas que cresceram como grama na capital alemã. No bairro popular de Wedding, uma associação planeja instalar cultivos de cenouras e morangos no telhado de um supermercado local.

 

“Trata-se de cultivar hortaliças e também de participar de um projeto coletivo, de fazer coisas juntos. É um lugar onde todo mundo participa”, explica Burkhard Schaffitzel, um dos iniciadores do “Rübezahl Garten”.

 

“As pessoas vêm de todos os horizontes, de imigrantes turcos a estudantes, passando por aposentados”, conta Gerda Münnich, uma entusiasta da “Allmende Kontor”.

              

 

Esse é exatamente o segredo do sucesso. Sua horta já conta com cerca de 300 “arrendatários” e tem uma lista de espera de mais de 200 pessoas. Os responsáveis pelo jardim pagam 5.000 euros por ano à Prefeitura para utilizar seu pedaço de terra e fazem apelos por doações para manterem a iniciativa.

 

Legumes e verduras crescem em baldes e caixas de madeira, porque a Prefeitura não permite as plantações diretamente no solo no antigo aeroporto. Alguns optaram pela originalidade. Sapatos usados, mochilas, ou até uma velha cadeira de escritório: vale tudo para garantir seu espaço na horta.

 

Horta, um lugar de socialização A escolha pela jardinagem cria um estilo de vida e, ao redor dela, surgem “pequenos lugares”. O mecânico de bicicletas “Ismael” oferece seus serviços em um reboque velho e amassado, instalado no terreno, enquanto uma “praça do povo”, no centro do jardim, permite que a comunidade possa assar salsichas quando o grupo organiza festas.

 

“A horta não é apenas um lugar dedicado a uma atividade de auto-subsistência, mas um lugar de socialização”, explica a socióloga alemã Christa Müller, que escreveu um livro sobre o “urban gardening” (agricultura urbana, em tradução livre).

 

O fenômeno é internacional. Desde seu início nos bairros pobres de Nova York, já foram criadas hortas comunitárias em Paris, Montreal e outras cidades. Na capital alemã, houve um empurrão muito particular: a reunificação da cidade, após a queda do Muro no final de 1989, que dividiu Berlim por 28 anos. A mudança deixou uma grande quantidade de espaços vazios e abandonados.

 

“Londres e Paris estão saturadas. Aqui ainda temos lugar para plantar verduras”, comemora Schaffitzel.

 

Para muitos, criar uma horta coletiva também é uma iniciativa cidadã. “Fazemos política no meio das alfaces”, brinca Gerda Münnich, que, depois de passar sua carreira diante das telas dos computadores, decidiu se dedicar às abóboras e aos repolhos.

 

“É se apropriar um pouco da cidade. É participar da decisão coletiva. Esse pequeno terreno que eu cultivo é um pedacinho da cidade que me pertence”, diz ela, com orgulho. Para a socióloga Christa Müller, esse movimento é uma espécie de contrapeso à sociedade neoliberal. Esses novos urbanos “ficam felizes de produzir algo eles mesmos, no lugar de encher o carrinho no supermercado”, considera Burkhard Schaffitzel, do “Rübezahl Garten”.

 

Fonte:  www.ecodebate.com.br ; http://hortajardimnavaranda.wordpress.com/

Laísa Mangelli