São Paulo terá sacos de lixo específicos para reciclagem


                           

A Prefeitura de São Paulo está desenvolvendo um novo tipo de saco de lixo, feito especificamente para abrigar resíduos que devem ser reutilizáveis. A Secretaria de Serviços da cidade alega que testes ainda estão sendo feitos com os tipos de materiais, mas a cor ainda não foi definida.

A ideia é que os sacos sejam produzidos com plástico processado pelas quatro usinas que a cidade deverá ter até 2016 . As embalagens deverão trazer instruções de como separar os resíduos corretamente. De acordo com a pasta, já há casos de sucesso seguindo a mesma lógica em outras cidades do mundo.

Os sacos serão apenas uma das utilidades do material processado nas usinas. A central que já opera na cidade e que custou R$ 36 milhões, tem previsão de render 1,6 milhão por mês com a venda do material reaproveitado. Os gastos de custeio são da ordem de R$ 300 mil – o restante deve incrementar a renda de trabalhadores de cooperativas, mas também haverá dinheiro destinado a um fundo de estímulo de coleta seletiva.

O fundo em questão receberá recursos de empresas que farão a logística reversa. A Prefeitura já fechou convênios, homologados pelo Ministério do Meio Ambiente, com os setores de embalagens e de lâmpadas. Os recursos devem viabilizar a construção de mais usinas ou estimular usinas de compostagem domésticas, reduzindo também os detritos orgânicos.

(EcoD)

Fonte: Mercado Ético

Dificuldade em encontrar um ponto de coleta eficaz para os resíduos que recicla?


 O Rota da Reciclagem indica o ponto mais próximo de você

Em uma cultura onde já é difícil adquirir os hábitos da reciclagem, mais uma dificuldade vem no caminho, onde levar e a quem solicitar uma coleta seletiva e periódica? A partir dessas dúvidas e burocracias, já que o poder público ainda não tomou consciência de como tal investimento pode mudar a vida nas nossas cidades, é que muitas pessoas não possuem informações necessárias para a atividade e acabam desistindo no meio do caminho.

Foi pensando nisso que a empresa Tetra Pak desenvolveu a Rota da Reciclagem, um portal on-line que indica todos os pontos de coleta no país inteiro.

            

O portal mostra de forma didática como qualquer pessoa interessada pode participar do processo de separação e entrega das embalagens longa vida para a reciclagem. Informa ainda onde estão localizadas as cooperativas de catadores, as empresas comerciais que trabalham com compra de materiais recicláveis e os pontos de entrega voluntária (PEV) que recebem embalagens da Tetra Pak.

                             

Acesse: http://www.rotadareciclagem.com.br/index.html

Fonte: Rota da Reciclagem

Laísa Mangelli

Catadores viram solução para lixo da Copa


Cooperativas são responsáveis por recolher toneladas de resíduos dentro e fora das arenas e dar um fim correto ao lixo gerado pelo evento

      

A quantidade de lixo gerado pela Copa do Mundo é grande. Mas uma parte dele, ao menos, está contribuindo para o trabalho de um bom número de pessoas. Catadores de materiais recicláveis são responsáveis por recolher parte do lixo que tem se acumulado ao redor das arenas e Fan Fests.

A ação é financiada pelo Ministério do Meio Ambiente e coordenada pelas prefeituras de seis cidades-sede do evento: Belo Horizonte, Curitiba, Fortaleza, Manaus, Natal e São Paulo. A intenção do projeto é contribuir para o trabalho de parcela importante da população, os catadores, e ainda incentivar o descarte correto dos resíduos. Somente nos primeiros 5 dias de copa, 5 toneladas foram recolhidas nas Fan Fests. Todo o material recolhido é destinado às cooperativas de reciclagem.

Karla Vieira Semcom Semulsp

Karla Vieira Semcom Semulsp

Os Catadores trabalham tanto nas Fan Fests como dentro das arenas.

Na cancha

Os catadores também agem dentro das arenas que recebem os jogos da Copa. Em março deste ano, 840 catadores começaram a ser capacitados para trabalhar nas arquibancadas e dependências dos estádios. A iniciativa foi promovida pela Coca-Cola, uma das patrocinadoras oficiais do evento.

Há até um “Placar da Reciclagem“, que calcula a quantidade de materiais recolhidos até o momento dentro das arenas. É possível visualizar os diferentes tipos de resíduos e filtrar a coleta por estádio. ate o momento, segundo o site, foram coletadas 184 toneladas de materiais recicláveis.

Peso

A atuação dos catadores na Copa é reflexo da importância que eles vêm adquirindo na gestão de resíduos do país. Em quase 50 cidades brasileiras, cooperativas de catadores já são responsáveis por fazer a coleta seletiva oficial de materiais recicláveis.

A mudança se acentuou após o Plano Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), de 2011, que criou a possibilidade de prefeituras contratarem cooperativas para a gestão municipal do lixo.

O PNRS ainda determina que todos os lixões do país sejam fechados até agosto deste ano. A intenção é que eles sejam substituídos por aterros, que ficariam proibidos de receberem das prefeituras qualquer tipo de material reciclável. As prefeituras têm recorrido aos catadores, mas, segundo a Confederação Nacional dos Municípios, mais de 2 mil lixões ainda funcionam no país.A mudança se acentuou após o Plano Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), de 2011, que criou a possibilidade de prefeituras contratarem cooperativas para a gestão municipal do lixo.

Fonte: Catraca Livre

Conheça a escola que possui uma usina de biomassa com cobertura verde


    

O escritório de arquitetura Centerbrook projetou uma central de aquecimento por biomassa para a Escola Hotchkiss em Lakeville, Connecticut, EUA. O edifício se destaca por seu telhado verde, inclinado e ondulado, que “camufla” o edifício à paisagem. A usina utiliza lascas de madeira e substitui uma caldeira de óleo. Com esse novo sistema espera-se reduzir as emissões de CO2 em até um terço.

O edifício que abriga a central possui 16.500 metros quadrados e possui duas caldeiras de biomassa. Ele também abriga uma caldeira movida a óleo apenas para emergências.

 

            

A nova instalação é parte do compromisso da escola em se tornar um campus neutro em carbono até 2020. Hotchkiss é uma escola particular com 600 estudantes de todo os Estados Unidos e também do exterior. As duas unidades de caldeiras podem gerar vinte milhões de BTUs por hora pela queima de resíduos de madeira adquiridas de florestas locais de forma sustentável e com certificação (FSC) Forest Stewardship Council. As lascas de madeira substituem cerca de 150 mil litros de óleo combustível por ano e reduz as emissões de dióxido de enxofre por mais de noventa por cento.

As cinzas da combustão de resíduos é recolhida para utilização como fertilizante para hortas da escola, e um precipitador eletrostático remove 95 por cento das partículas de emissões. A chaminé de 48 metros dispersa emissões para os ventos predominantes, reduzindo os impactos ao nível do solo para quase zero.

          

Lascas de madeira coletadas de forma sustentável são consideradas um combustível "carbono neutro" pelo Painel Internacional sobre Mudança Climática, pois o CO2 produzido por seu uso é reabsorvido pelo ecossistema através do reflorestamento das florestas onde são originários. A usina de biomassa deve reduzir seis milhões de quilos de CO2 por ano.

A pequena usina se camufla na paisagem. Ela possui perfil baixo e um telhado verde inclinado e também ondulado. As características sustentáveis incluem: telhado ajardinado com um sistema de captação e filtragem da água da chuva, que é reabsorvida pelo solo.

A estrutura é feita em madeira laminada reflorestada e também por materiais com alto índice de reciclagem. Além disso, o edifício recebe luz do dia em abundância. O prédio também possui uma missão educacional, expondo suas tecnologias e estrutura de madeira para passeios de estudantes e grupos da comunidade que têm acesso a uma varanda com vista para mezanino e circunda a sala da caldeira. Além disso, gráficos e mapas de parede e uma série de monitores de computador interativos que rastreiam dados de desempenho estão em exibição. Fora da fábrica, os visitantes podem seguir um caminho pela natureza que oferece uma vista de perto do telhado verde.

"Nossa meta para este projeto foi construir sobre uma filosofia que conecta ainda mais os alunos para os recursos naturais que eles usam diariamente", disse Josh Hahn, chefe adjunto da escola e diretor de iniciativas ambientais. "Nossa fazenda conecta estudantes para seus sistemas alimentares, e a nova usina de biomassa irá conectar os alunos para os seus sistemas energéticos. Sabemos que a energia e questões ambientais em geral, serão prioridade para os nossos alunos quando entrarem em suas vidas adultas. Este edifício, construído como uma sala de aula, irá prepará-los para fazer escolhas criativas e inteligentes em um mundo com limites ecológicos", finaliza.

Fonte: http://pedesenvolvimento.com/

Laísa Mangelli

Ação ajuda a alimentar animais de rua ao mesmo tempo em que estimula a reciclagem


Animais de rua estão acostumados a serem durões em brigas, alimentar-se do lixo e aguentar frio e chuva. Mas e se pudéssemos ajudá-los a ter uma vida melhor? A empresa turca Pugedon criou uma ação que resolve dois problemas de Istambul, capital da Turquia, de uma só vez: enquanto estimula a reciclagem de garrafas, auxilia a alimentar cães e gatos que vivem pelas ruas da cidade.

Uma máquina foi colocada em um dos parques da capital e basta colocar uma garrafa para ser reciclada que ração é automaticamente depositada em um prato para os animais. E se na garrafinha ainda houver um pouco de água, basta depositar o líquido no outro recipiente.

Dessa forma, além de manter a cidade limpa e atentar para a importância da reciclagem, os animais de rua são alimentados e, o mais importante, são vistos pela população. Vale a pena assistir ao vídeo:

 

 

Reciclagem alimenta cães

Reciclagem alimenta cães

Reciclagem alimenta cães

Reciclagem alimenta cães

Reciclagem alimenta cães

Reciclagem alimenta cães

 

Fonte: Hypeness

 

Pra onde vai o lixo que você produz?


"Aumentando a escala e a cobertura da reciclagem, abrindo novas frentes de reaproveitamento do lixo, inclusive o orgânico, São Paulo avança no enfrentamento de um dos maiores desafios ambientais de nossas cidades", escreve Raquel Rolnikurbanista e professora da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo, em artigo publicado por Mercado Ético25-06-2014.

       

Eis o artigo.

Muita gente já separa em casa o lixo seco do lixo orgânico, mas pouco sabemos que destino têm esses materiais, o quanto de fato é aproveitado para reciclagem, se é possível aproveitar o lixo orgânico pra alguma coisa… Enfim, a destinação final do lixo que produzimos é uma das grandes preocupações de nossas cidades hoje. A maior parte do lixo ainda vai para aterros sanitários, cada vez mais distantes e com enorme impacto sobre as áreas onde estão instalados. Afinal, quem quer conviver com um aterro do lado de casa ou do trabalho?

Para se ter uma ideia, na cidade de São Paulo, hoje, temos coleta seletiva em 46% dos domicílios, mas menos de 2% do nosso lixo é de fato reciclado. Ou seja, não adianta ter coleta seletiva se não reaproveitamos de fato esse material. Com o objetivo de aumentar nossa capacidade de reciclar, a prefeitura de São Paulo inaugurou, no início deste mês, a primeira central de triagem mecanizada de resíduos recicláveis da América Latina, na Ponte Pequena, região do Bom Retiro, com capacidade para processar até 250 toneladas de lixo reciclável por dia.

Um dos grandes limites para a ampliação da reciclagem é justamente o acúmulo do material reciclado e a dificuldade de encaminhá-lo para reuso, por ser muito volumoso. Se ele fica acumulado em grandes quantidades em centrais de reciclagem, sejam estas de cooperativas de catadores ou de empresas, isso também limita enormemente o potencial de expansão da capacidade de reciclar da cidade. Com a mecanização, o lixo separado é prensado mecanicamente, diminuindo de volume e, assim, podendo ser transportado mais facilmente.

A receita gerada pela comercialização dos materiais processados pela central constituirá o Fundo Municipal deColetiva Seletiva, Logística Reversa e Inclusão de Catadores. Este fundo viabilizará a contratação de cooperativas de catadores que atuarão dentro da central – na triagem dos materiais e na operação das máquinas, por exemplo – e, ainda, permitirá parcerias com outras cooperativas, que continuarão atuando externamente na coleta seletiva. A gestão do fundo será feita por um conselho formado por 9 integrantes, sendo três da sociedade civil, três do governo municipal e três das cooperativas de catadores.

Ao incorporar as cooperativas na implementação deste novo sistema de coleta seletiva, espera-se melhorar as condições de trabalho dos catadores e, ainda, aumentar sua remuneração. A partir da instalação da central, a expectativa é ampliar o percentual de lixo reciclado em São Paulo para 10% até 2016. Além disso, até esta data, a prefeitura tem como meta fazer com que a coleta seletiva atinja todos os domicílios da cidade.

Ainda sobre esta questão da destinação do lixo, uma outra boa notícia recente é o lançamento do projeto Composta São Paulo, iniciativa da sociedade civil, encampada pela Prefeitura, que distribuirá inicialmente para dois mil domicílios composteiras domésticas, mais conhecidas como minhocários. Estas composteiras transformam o lixo orgânico em adubo e podem ser acondicionadas em quintais, áreas de serviço, garagens e mesmo em cozinhas.

Essa é uma iniciativa importantíssima se considerarmos que 51% do lixo produzido em nossas casas são resíduosorgânicos, ou seja, que não podem ser reciclados e vão direto para os aterros sanitários. Para participar do projeto e receber a composteira é necessário se cadastrar no site até o dia 27 de julho: www.compostasaopaulo.eco.br. O projeto prevê também oficinas de compostagem e plantio.

Aumentando a escala e a cobertura da reciclagem, abrindo novas frentes de reaproveitamento do lixo, inclusive o orgânico, São Paulo avança no enfrentamento de um dos maiores desafios ambientais de nossas cidades.

Fonte: IHU – Unisinos

Quem paga a reciclagem?


Na Europa são as empresas. No Brasil, o governo e o setor privado não se entendem.

                            

A associação dos fabricantes de vidro defende o modelo europeu. Grandes marcas rejeitam assumir as despesas. Foto: Wilson Dias/ABr

 

Uma disputa é travada entre o setor público e as empresas para definir quem é responsável pelos custos da reciclagem das embalagens no Brasil. Uma parcela importante do setor privado não quer assumir o gasto com a coleta seletiva, exigência do governo federal, enquanto outra corrente propõe um modelo de financiamento baseado na experiência da Europa.

A União deseja que as companhias assumam a parte dos custos da limpeza urbana relacionada à coleta de embalagens, cerca de 30% do lixo recolhido nas residências. “O que se discute é quanto e em que circunstâncias as empresas devem remunerar o município pela participação na logística reversa”, diz Zilda Veloso, diretora de Ambiente Urbano do Ministério do Meio Ambiente, em referência ao processo para garantir o retorno ao produtor dos materiais descartados pelos consumidores.

As maiores empresas da cadeia, entre elas Coca-Cola, Nestlé, Unilever e Walmart, são contra. Reunidas na Coalizão, grupo formado por 21 associações empresariais e liderado pelo Compromisso Empresarial para Reciclagem, elas tentam evitar o custo adicional. “Não temos de ressarcir a coleta seletiva, função legal das prefeituras”, diz Victor Bicca, presidente do Cempre. Caberia ao setor privado aumentar o número de pontos de entrega voluntária de lixo reciclável, apoiar as cooperativas de triagem e garantir a compra da sucata. Para o governo, não é suficiente.

A Associação Técnica Brasileira das Indústrias Automáticas de Vidro propõe um modelo de compartilhamento dos custos da reciclagem entre empresas e municípios. O formato, semelhante aos pontos verdes existentes em países europeus, é baseado no financiamento privado de uma gerenciadora responsável pela administração da logística reversa. “As empresas pagariam uma tarifa pela embalagem a cada produto colocado no mercado. A soma de recursos permitiria à gerenciadora discutir com os municípios como fazer o tratamento dos produtos”, diz Lucien Belmonte, superintendente da entidade. Caberia a essa estrutura fechar acordos e contratos com as cooperativas, beneficiadoras e recicladoras. A venda da sucata complementaria a remuneração do sistema.

O modelo é semelhante àquele sugerido pelo governo, a partir de um estudo de viabilidade técnico e econômica realizado pelo Instituto Brasileiro de Administração Municipal. Segundo a pesquisa, a existência de uma entidade gestora é importante para organizar o fluxo de sucata, otimizar o transporte entre centros distribuidores e obter ganho de escala. E a responsabilidade caberia às empresas. Uma terceira proposta, apresentada pela Associação Brasileira da Embalagem de Aço, também contempla a expectativa do ministério ao pressupor um gerenciamento e controle da logística reversa pelo setor privado.

O governo busca combinar as propostas apresentadas para chegar rapidamente a um acordo. A definição de um sistema de logística deve ocorrer até o fim de dezembro, depois de um ano e meio de discussão, para atender às normas da Política Nacional de Resíduos Sólidos, de 2010. As metas para redução do descarte de recicláveis em aterros sanitários começam a contar a partir de 2015.

                                                  coleta Quem paga a reciclagem?

Na proposta da Coalizão, agrada ao ministério a atenção dada às cooperativas, pois a lei de resíduos sólidos estabelece como prioritária a inserção dos catadores no novo sistema. O grupo propõe triplicar o número de cooperativas e sustenta que a formalização da estrutura existente seria suficiente para atingir as metas exigidas, se municípios implantarem corretamente a coleta seletiva. Estima-se em 600 mil a 1 milhão o número de catadores no País e em 30 mil as cooperativas, incluindo os informais. “O modelo informal tem proporcionado ao Brasil níveis de reciclagem muito altos. É preciso fortalecer esse sistema complementar, formalizá-lo e diminuir o número de intermediários”, defende Bicca.

O ministério cobra, porém, uma reestruturação completa do modelo, pois não concorda com a premissa de que o sistema atual é eficiente. A principal mudança em relação à cadeia que chega atualmente a metas impressionantes, como a reciclagem de 98% das latas de alumínio, é remunerar não só a sucata, mas toda a operação de coleta, transporte, triagem e beneficiamento dos produtos, além da destinação adequada da parcela não reciclável. Isso permitiria às cooperativas se autossustentarem e garantirem a venda até de materiais com baixo valor de mercado. Também evitaria a queda dos preços dos recicláveis em caso de saturação por insuficiente expansão do parque reciclador.

“Hoje, quem determina o preço do reciclável é a indústria compradora, que não assume o custo do serviço. O sistema funciona com o trabalho escravo de catadores desassistidos ou remunerados pelas prefeituras pelo serviço ambiental”, diz Karin Segala, coordenadora de projetos do Instituto Brasileiro de Administração Municipal.

Pesquisa realizada pela LCA Consultores a pedido do Cempre concluiu que o mercado informal no Brasil permitiu em 2012, a reciclagem de 65% das embalagens produzidas. “A conta foi feita a partir do produzido e do processado pelos recicladores, o que permite contabilizar o recolhido informalmente nas ruas e nos lixões”, afirma Bicca. O número é encarado com desconfiança por outros agentes do setor. Segundo a Associação Brasileira das Empresas de Limpeza Pública, o volume chega a, no máximo, 10%.

“Se fossem 65%, o problema estaria resolvido”, diz Segala. A meta da política nacional é chegar a 60% até 2031.
No município de São Paulo, onde o objetivo é saltar de 1,6% de coleta seletiva para 10% em 2016, a prefeitura investirá em centrais mecanizadas de triagem, além das 22 cooperativas conveniadas, por entender que apenas os catadores não darão conta da demanda. “As melhores cooperativas processam 4 toneladas de lixo por dia, e para atingir a meta será preciso processar 1,2 mil”, diz o vereador Nabil Bonduki. Para financiar a nova estrutura, a prefeitura tenta um acordo de cooperação com a iniciativa privada, o principal nó desse debate.

É preciso ainda aumentar a capacidade de reciclagem da indústria. As empresas têm investido em tecnologias que elevam o potencial de reutilização de materiais na sua produção. É o exemplo das garrafas PET, cuja redução do grau de descontaminação da resina reciclada permite que ela seja usada para fabricar outros recipientes de alimentos. As empresas reivindicam a desoneração dos materiais recicláveis para tornar os produtos mais competitivos em relação às matérias-primas virgens, proposta em estudo no governo. A oferta regular a ser garantida pela universalização da coleta é outro fator de estímulo.

“Hoje falta um gerenciamento do mercado de reciclagem que o encare como um setor econômico e não como um projeto social. Existe um potencial produtivo enorme, principalmente para os catadores, sem continuarmos a nos valer de sistemas subumanos com índices pífios de reciclagem”, diz Carlos Silva Filho, diretor-executivo da Abrelpe.

Além das embalagens em geral, há outros quatro setores que precisam implantar um sistema de logística reversa: de agrotóxicos e de lubrificantes, lâmpadas fluorescentes, eletroeletrônicos e medicamentos. Dentre eles, apenas o primeiro grupo chegou a um acordo. Os segmentos de lâmpadas fluorescentes e de eletroeletrônicos ainda discutem um modelo. A destinação correta das lâmpadas depende de uma solução para seu financiamento, mais cara por conta da toxidade dos componentes. Para eletroeletrônicos, um dos pontos a serem resolvidos é o modo de financiar o tratamento do resíduo decorrente do mercado ilegal. O acordo setorial para medicamentos está em fase de apresentação de propostas pelas empresas.

por Samantha Maia, da Carta Capital

* Publicado originalmente no site Carta Capital.

Fonte: Elvolverde

Seleção de catadores vai reciclar lixo produzido nos jogos da Copa


                           

Eduardo Ferreira de Paula foi convocado para a Copa do Mundo. Mas ele não vai entrar em campo. Com 25 anos de experiência como catador de materiais reciclados, vai coordenar a equipe que fará a coleta seletiva no Itaquerão, estádio onde o Brasil faz o jogo de abertura do Mundial.

Como ele, outros 840 catadores foram treinados pela Coca-Cola para trabalhar nas 12 arenas durante os jogos da Copa. A estimativa é que sejam recicladas pelo menos cinco toneladas de resíduos produzidas em cada partida. Isso corresponde a cerca de 65% do total de lixo produzido, considerando os números levantados pela multinacional de refrigerantes durante a Copa das Confederações.

“Nunca pensei que fosse fazer parte da Copa do Mundo. Foi uma surpresa para todos os catadores”, confessa de Paula, que construiu sua casa e sustentou quatro filhos catando vidro pelas ruas de São Paulo. Aos 47 anos, está ansioso pelo apito inicial do jogo entre Brasil e Croácia, no dia 12 de junho, mas sabe que o trabalho que tem pela frente precisa ser feito com seriedade. “Queremos mostrar na Copa que os catadores são uma categoria com dignidade”, resume.

A seleção dos profissionais que vão atuar na reciclagem dentro dos estádios foi feita por 160 cooperativas ligadas ao Movimento Nacional dos Catadores de Materiais Recicláveis (MNCR). O diretor de assuntos governamentais, comunicação e sustentabilidade da Coca-Cola para a Copa do Mundo, Victor Bicca, explica que a empresa preparou cartilhas, deu treinamentos teóricos e confeccionou uniformes para as equipes, de acordo com as expectativas climáticas para cada região. “Os catadores estão agora sendo treinados dentro das próprias arenas”, completa.

Duplo rendimento

Todo o material recolhido – majoritariamente copos plásticos, latas de alumínio e papelão – será destinado para as cooperativas envolvidas na coleta. “Vamos controlar o que cada grupo catou, as quantidades e encaminhar esse material para que as cooperativas vendam”, explica Bicca. Os catadores vão ganhar com a venda do material, além de um valor fixo pelo dia de trabalho: 80 reais pelo serviço e outros 30 para alimentação e transporte. “Está de bom tamanho”, calcula Eduardo de Paula.

A catadora Guiomar Conceição dos Santos, outra liderança do MNCR, concorda que o valor está dentro da média. “Tem gente que ganha 200 e outros que ganham dois mil”, explica. Mas ela estima que a renda média de um catador seja em torno de um salário mínimo por mês, 724 reais.

O Comitê Interministerial para Inclusão Social e Econômica dos Catadores de Materiais Reutilizáveis e Recicláveis, alocado na Secretaria Geral da Presidência da República, trabalha com valores um pouco menores. A coordenadora do comitê, Daniela Metello, estima a renda média em 570 reais mensais. Segundo ela, são cerca de 388 mil brasileiros que se declararam como catadores no Censo de 2010, mas por se tratar de um mercado com grande flutuação, a estimativa é de que 400 mil a 600 mil pessoas trabalhem com a coleta de resíduos recicláveis nas ruas do país. “Se estender para as famílias, teremos 1,42 milhão de pessoas que vivem dessa renda”, aponta.

Os ganhos dos catadores flutuam com o mercado. Também é o mercado que regula que tipo de material é procurado com maior avidez. “Em algumas áreas mais remotas, por exemplo, só vale a pena para os catadores recolher latas de alumínio, já que o transporte custa caro”, explica Metello. Os preços também mudam de região para região.

A tabela de preços da organização Compromisso Empresarial para Reciclagem (Cempre), formada por grandes empresas nacionais, aponta que uma tonelada de latinhas de alumínio é vendida por 2 mil reais no Recife, mas chega a 3 mil reais em Goiânia, por exemplo. Como cada lata pesa, em média, 14,5 gramas, são necessárias cerca de 68 mil unidades para chegar a uma tonelada.

Material valioso

Nos jogos da Copa do Mundo as latinhas não serão entregues ao torcedor: as bebidas serão despejadas em copos plásticos. Assim, as latas ficarão concentradas nos postos de venda, o que deve facilitar o trabalho de quem vai recolher o material. Além disso, por questões de segurança, a empresa de refrigerante instalará apenas lixeiras transparentes e espera contar com o apoio dos torcedores para separar o material reciclável dos resíduos orgânicos. “Preparamos um vídeo com a mascote da Copa, o Fuleco, explicando como o lixo deve ser descartado”, completa Bicca.

Mas a coleta não será restrita às arenas esportivas. De acordo com Claudio Langone, consultor do Ministério do Esporte que preside a Câmara Temática Nacional de Meio Ambiente e Sustentabilidade da Copa 2014, também foi feito um planejamento estratégico para as áreas de entorno e Fan Fests.

Segundo ele, parcerias com cooperativas de catadores diferentes das que atuarão nos estádios vão incluir mais profissionais, mas o trabalho será similar. Além de recolher copos e latas dentro das áreas de comércio restrito, caberá aos catadores instruir os torcedores para que descartem qualquer vasilhame antes de se dirigirem à fila de entrada, onde estão instalados equipamentos de raio-x. Bicca explica que como o volume de pessoas que vai passar por um espaço pequeno é grande – em torno de 60 mil em duas horas, em alguns casos –, é importante que o descarte de latinhas e garrafas seja feito antes.

Langone conta que a proposta de incluir os catadores no processo deve ser um dos legados deixados pela Copa. Seis das cidades que sediam jogos – Manaus, Belo Horizonte, Curitiba, São Paulo, Natal e Fortaleza – se habilitaram para receber financiamento para o projeto de inclusão e devem estender a atuação dos catadores no sistema de coleta seletiva para além do Mundial de futebol.

A participação dos catadores na coleta seletiva é uma das cinco metas traçadas pela Câmara Temática Nacional de Meio Ambiente e Sustentabilidade para minimizar os impactos do Mundial sobre o meio ambiente. As outras incluem construção de arenas certificadas, incentivo ao turismo sustentável, estímulo ao consumo de produtos locais e organicos e cálculo das emissões de CO2.

Daniela Metello, do Comitê Interministerial, completa que o objetivo é que, com a inclusão permanente nos esquemas municipais de coleta, os catadores passem a receber não apenas pelo material que juntam, mas pelo dia de serviço e pelo seu papel como agentes ambientais. Um reflexo disso é fazer com que a imagem dos catadores seja transformada gradualmente.

Grito de gol

 Victor Bicca concorda e garante que os testes feitos durante a Copa das Confederações provaram que os catadores sabem desempenhar seu papel com responsabilidade: conhecem as rotinas e não ficam parados vendo o jogo. Ele confia que, na Copa do Mundo, o desempenho será o mesmo.

No entanto, o catador Eduardo Ferreira de Paula, torcedor do Corinthians, não promete imparcialidade. “Antes de tudo, somos brasileiros, e quando todo mundo gritar gol, o negócio é largar o saco e partir para o abraço”.

Fonte: ambientebrasil.com.br

Laísa Mangelli

Ilha no Japão recicla e reutiliza 80% dos resíduos


                                
Enquanto alguns países têm problema para chegar ao lixão zero, no Japão a coisa já está bem mais adiantada
 
Kamikatsu é um vilarejo de 2.000 habitantes situado em uma região relativamente isolada do Japão. Em 2001, o poder público local decidiu diminuir as taxas de incineração dos resíduos domésticos na cidade por meio da implantação do programa Zero Waste Academy. 

No país asiático, o lixo não reciclado é geralmente incinerado, uma vez que a ilha sofre com problemas de espaço, tornando aterros sanitários inviáveis.

Os moradores da cidade passaram a separar seus resíduos em 34 tipos diferentes, que são levados a um posto de coleta pelos próprios cidadãos, em vez de serem recolhidos de maneira tradicional (apenas idosos sem carro estão isentos desta responsabilidade).

Como as casas estão localizadas em terreno montanhoso e há grandes distâncias umas das outras, a coleta com caminhões seria economicamente inviável. Além disso, há subsídios para a compra de material para compostagem, que é estimulada pela prefeitura. 

No próprio centro de coleta há uma feira de trocas e artesanato feito a partir daquilo que é trazido. A taxa de reciclagem da cidade, que era de 55% em 2000, agora gira em torno de 80%, sem levar em conta a compostagem doméstica. 

O objetivo é reduzir a zero a quantidade de resíduos enviados a aterros sanitários ou incinerados até 2020.

*Via Ecodesenvolvimento. 

Rio escolhe sugestões inovadoras para melhorar a cidade


Depois de receber milhares de ideias, enviadas pela população para melhorar a cidade, a prefeitura do Rio escolheu 26 delas e promete experimentá-las, em fase piloto, ainda nesse semestre. Uma delas cria um alarme toda a vez que um idoso ou pessoa com deficiência entra no ônibus. Com isso, quem estiver ocupando o assento é alertado para sair do lugar.

     

A eleição foi realizada em parceria com o Benfeitoria, um site de mobilização para patrocínio de projetos.
Veja as algumas das ideias escolhidas:

1. Alarme de assento preferencial incentiva gentileza no transporte público. O projeto visa instalar dispositivos com um botão sonoro que avisa aos passageiros do ônibus ou do metrô que pessoas com necessidades especiais entraram e precisam se sentar.

2. Troca de lixo reciclável por créditos em bilhetes de metrô com base num projeto da China. A ideia é instalar máquinas em estações do metrô para trocar garrafas PET, latas de alumínio e outros materiais recicláveis por descontos nas passagens.

3. O “lixuveiro” – lava-pés que serão instalados na orla carioca para serem acionados quando o usuário depositar resíduos na lixeira. O chuveirinho dispara água automaticamente assim que o banhista deposita o lixo na caçamba. A ideia é recompensar a ação para uma cidade mais limpa.

4- Instalação de estantes para troca de livros, jornais e revistas em praças e estações de transporte público. O objetivo é incentivar as pessoas ao hábito da leitura. O projeto deve ser acompanhado de uma campanha de incentivo à leitura, além de um aplicativo que informe a localização desses postos.

 

Fonte: Catraca Livre