As bicicletas compartilhadas chegaram a BH. E agora?


Belo Horizonte inaugura sistema de aluguel de bicicletas (Foto: Flávio Tavares/Hoje em Dia)

No último sábado (07), o sistema de bicicletas compartilhadas de Belo Horizonte foi inaugurado. Neste primeiro momento, entraram em funcionamento quatro estações, mas a previsão é de elevar esse número para 40 estações espalhadas pela Pampulha e pelo anel interno da Contorno.

 

Comparado a outros mundo afora, o sistema de BH é pequeno, mas me parece que, ainda assim, ele é um bom instrumento para pressionar o poder público a adequar estruturalmente a cidade para receber mais pessoas que optarem por fazerem seus deslocamentos através da bicicleta, seja nas compartilhadas ou em suas particulares.

 

Nesta primeira fase, quatro estações foram instaladas (Foto: Guilherme Tampieri/Bike é Legal)

 

Alguns cidadãos de Belo Horizonte, em duas ações conjuntas e intersetoriais, se juntaram para pensar as rotas da região central da cidade que mais interessavam aos que já pedalavam e as pretendidas por quem não utilizava a bicicleta, mas gostaria de fazê-lo. Esse processo teve dois produtos, além da mobilização intersetorial entre instituições que promovem o uso da bicicleta na cidade:

 

1) o apontamento de várias rotas que precisam, num primeiro momento, de ciclovias e ciclofaixas, e a identificação de outras que poderiam ter a implantação de zonas 30 ou outros possíveis tratamentos viários para acalmar o tráfego. A partir daí, a BHTrans contratará uma consultoria especializada para indicar por quais tratamentos essas rotas deveriam passar para garantir a segurança aos ciclistas.

 

2) a indicação de quais seriam os locais para as 40 estações, tendo como base os pontos que a empresa Serttel identificou inicialmente. Os presentes fizeram alterações com relação a esses pontos e entregaram à BHTrans, que esteve presente nas duas oficinas, um mapa com a localização das 10 estações da Pampulha e as 30 na área central.

 

Depois de alguns processos, o cenário final do sistema de bicicletas compartilhadas será: seis (6) estações na Pampulha, formando uma nano rede, e 34 na área interna da Avenida do Contorno, criando uma rede que fará ligação com o transporte coletivo (metrô e BRT), espaços culturais e áreas com oferta de bens e serviços.

 

Em Belo Horizonte, são cerca de 26.500 viagens de bicicleta por dia, segundo a pesquisa Origem/Destino de 2012. Esse número equivale a 0,4% do total de viagens feitas na cidade. A meta estabelecida pela BHTrans é que esse número seja de 6% até 2020. Para alcançá-la, a prefeitura terá que investir bastante em infraestrutura, projetos e campanhas de fomento e promoção ao uso da bicicleta.

 

Por si só, o sistema de bicicletas compartilhadas terá, se bem administrado e promovido, a capacidade de aumentar o número de viagens para, aproximadamente, 30.000 viagens/dia (mundo afora, cada bicicleta faz, em média, oito viagens/dia. 400 bicicletas x 8 viagens/dia = 3.200 viagens/dia). Para alguns, esses números podem parecer insignificantes, mas, na prática, ele significará mais de 10% de novas viagens feitas de bicicleta na cidade.

 

Excluindo Curitiba, BH tem a maior taxa de motorização do Brasil (mais que São Paulo!!!): 63 automóveis para cada 100 habitantes. A densidade veicular na cidade também é a segunda maior do país, perdendo apenas para São Paulo: 5381 automóveis para cada km². O que as novas bicicletas têm a ver com isso? Muita coisa. Segundo pesquisa do Itaú (patrocinador do sistema Bike Sampa e Bike BH), 74% das viagens feitas nas bicicletas compartilhadas em São Paulo são por pessoas que não usam outra bicicleta (novos ciclistas!!!).

 

 

Hoje, Belo Horizonte registra em média 26,5 mil viagens de bicicleta por dia (Foto: Guilherme Tampieri/Bike é Legal)

 

O número de carros é visivelmente maior na cidade a cada ano e, pelo seu tamanho desproporcional à escala humana, todos percebemos. A quantidade de bicicletas nas ruas da cidade também cresce anualmente, mas são poucos os cidadãos capazes de identificar isso (normalmente ciclistas têm essa percepção).

 

Pelo seu curto prazo (quatro/cinco meses), esse incremento significativo de viagens/dia por bicicletas significará que os motoristas dos 1.6 milhões de carros da cidade enxergarão 400 bicicletas a mais nas ruas de Belo Horizonte (isso sem falar da cor laranja das bicicletas!). Pesquisas do mundo todo mostram que quanto maior a quantidade de ciclistas nas ruas, mais segurança as pessoas têm para pedalar. Creio que Belo Horizonte não será uma exceção a essa regra. Mais seguros estaremos a partir de agora!!!

 

A possibilidade de integração com os sistemas de transporte coletivo também despertará em cidadãos belo-horizontinos o desejo de utilizar o novo sistema, que custará R$ 60,00/ano (R$ 9,00/mês e R$ 3,00/dia). Em BH, chamamos de “rôia” o ciclista novato. Agora, nós, que já pedalamos na cidade, veremos, na região central, mais milhares de rôias durante nossos trajetos.

 

E se colaborássemos com eles (e elas!)? Podemos mostrar a eles como se portar diante dessa ou daquela situação, trocar um olhar, um sorriso, um gesto, um aceno, experiência, vivência, a cidade. Podemos lhes apresentar a Belo Horizonte que vemos de cima de nossos selins. Mostrar quantas iniciativas incríveis vêm rolando em BH para promover o uso da bicicleta! Mostrar que, mesmo com pouca estrutura, BH Pedala!

Acesse o site do Bike BH e saiba mais sobre o sistema. Para saber mais sobre a implantação de sistemas de bicicletas compartilhadas veja o Guia do ITDP.

 

Este post foi originalmente publicado por Guilherme Tampieri no blog Bike é Legal, da ESPN.

Fonte: The City Fix

I Conferência Popular de Políticas Urbanas de Belo Horizonte


Realizada pela sociedade civil, será composta por mini conferências em todas as regionais da cidade e uma plenária de encerramento na Praça da Estação, dia 14 de dezembro

Buscando a discussão de políticas públicas voltadas à reforma urbana, entidades e movimentos organizados da área se uniram para realização de um espaço de debate sobre o tema. Proposta e executada pela sociedade civil, a iniciativa surge da ausência de ações como essa propostas pela prefeitura da cidade. A conferência será a primeira direcionada à essa temática em BH e será lançada em ato simbólico na segunda sexta-feira do mês, 13 de dezembro na Praça Sete.

Junto às datas oficiais foi lançado também o edital de convocação que possibilita a realização de conferências livres que criam oportunidade de discussão e amadurecimento de pautas para a apresentação e tomada de decisões no dia 14. O objetivo é assegurar a participação dos diversos setores da sociedade na avaliação, discussão e debate sobre Plano Diretor do Município, diretriz oficial para as políticas públicas que garantem o pleno desenvolvimento das funções sociais da cidade e o bem-estar de seus habitantes.

Dentre as discussões figuram os temas da mobilidade urbana; lei de uso e ocupação do solo; meio ambiente; emprego e renda; desenvolvimento e expansão urbana; função social do município; representação da sociedade civil; estatuto da cidade e o PPAG 2014 – 2016 da PBH (Plano Plurianual de Ação Governamental).

Local: Viaduto Santa Tereza

Horário: A partir das 10h da manhã.

Mais informações: http://conferenciapopularbh.com/

Assista ao vivo: http://canalpostv.blogspot.com.br/
 

Corredor Ecológico de Belo Horizonte


O primeiro Corredor Ecológico de Belo Horizonte está perto de se tornar realidade –

Por Sabrina Rodrigues

Belo Horizonte, em Minas Gerais, tem um bom motivo para comemorar: em breve ganhará o primeiro Corredor Ecológico da Região Metropolitana. Abrangendo as regiões de Mata da Baleia, Serra do Curral e Serra do Rola Moça, e com uma conexão com a Serra do Gandarela, o corredor terá extensão de aproximadamente 1.500 hectares.

A iniciativa é uma parceria entre a Prefeitura de Belo Horizonte, por meio da Secretaria Municipal de Meio Ambiente e da Fundação de Parques Municipais, a Prefeitura de Nova Lima e o Instituto Estadual de Florestas (IEF).

A criação do corredor ecológico objetiva promover conexões entre áreas verdes, os ecossistemas e viabiliza o deslocamento de animais, dispersão de sementes e aumento da cobertura vegetal. “Vamos mapear os locais onde não têm árvores plantadas para que ocorra o reflorestamento e, assim, forme um corredor verde interligando as áreas. as espécies plantadas serão nativas da região”, explicou Karine Paiva, presidente da fundação de Parques Municipais.

Um edital será publicado em janeiro de 2016 para que entidades interessadas na execução do projeto se manifestem. Estuda-se, também, a formação de acordos com a iniciativa privada para a criação de áreas de preservação privadas. “Em algumas partes, os corredores ficam dentro de propriedades particulares. Convidamos essas pessoas a transformar esses espaços em áreas de preservação em troca de isenção de IPTU”, afirma o secretário municipal de Meio Ambiente, Délio Malheiros.

Fonte: http://www.wikiparques.org/o-primeiro-corredor-ecologico-de-belo-horizonte-esta-perto-de-se-tornar-realidade/

Laísa Mangelli

A BHTrans inicia testes com ônibus elétrico


A BHTrans inicia testes com ônibus elétrico nesta terça, dia 22

 
 

A BHTrans inicia, a partir desta terça-feira, dia 22, em caráter experimental, operação de duas linhas do transporte coletivo municipal com ônibus elétrico da empresa BYD do Brasil. O veículo passou por uma vistoria na sexta, dia 18, e inicialmente irá circular nas linhas 5503 A (Goiânia A) e 9105 (Nova Vista/Sion) da Viação Torres, que fazem parte do Consórcio BH Leste.

Durante a vistoria, diretores e técnicos da BHTrans avaliaram aspectos tecnológicos, de segurança e de conforto para os usuários e motoristas. O ônibus que começa a ser testado é 100% elétrico, alimentado por baterias de fosfato de ferro, a mais limpa e segura tecnologia de baterias existentes no mundo e ambientalmente responsável, sem poluição e com emissão zero. Os motores, embutidos nas rodas, proporcionam piso baixo total e manutenção simplificada. O sistema de carga permite o carregamento do veículo total em apenas cinco horas e possui menor custo de manutenção do que o custo de um ônibus diesel.

Apesar dos testes, no momento, não há previsão de incorporação do veículo à frota do transporte coletivo da capital. A tecnologia é chinesa, mas o ônibus elétrico já começa a ser fabricado no Brasil, onde está sendo avaliado em linhas do transporte coletivo das cidades de São Paulo (SP), Porto Alegre (RS) e Campinas (SP).

O ônibus elétrico já opera em outros países. A fabricante chinesa foi vencedora de licitação para operar 800 ônibus em Washington, Estados Unidos, e cinco veículos já estão em circulação na famosa frota de Londres. Outros 70 estão em produção para ampliarem sua participação no sistema da cidade de Londres.

 

Fonte: Portal PBH

 

Telas de aço vão remendar a Serra do Curral


Começa projeto para estabilizar paredão escavado pela mineração no maciço que é símbolo de BH. Helicóptero e alpinistas vão atuar nos trabalhos, que só devem terminar em 2017

 

 

     Com esgotamento da mina, formou-se um lago na parte mais profunda. Encosta onde há risco de desmoronamento receberá grades e vegetação
 (Alexandre Guzanshe/EM/D.A Press)  
Com esgotamento da mina, formou-se um lago na parte mais profunda. Encosta onde há risco de desmoronamento receberá grades e vegetação

 

O lado da Serra do Curral que os moradores de Belo Horizonte e visitantes nunca veem e que foi degradado por décadas de mineração vai ganhar proteção com telas de aço, como se fossem quadros afixados a uma parede, e cobertura vegetal para dar um aspecto natural à montanha escavada para retirada de minério. Para recuperar essa área importante do maciço que foi eleito pela população símbolo maior da capital, tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), serão usados helicópteros para transportar o material até o topo da montanha, em área de 90 mil metros quadrados. Também entrarão em ação profissionais especializados, os alpinistas industriais, para atuar ao lado de 160 operários. A movimentação no município vizinho de Nova Lima, na região metropolitana, começa hoje, adianta a direção da empresa Vale, responsável pelo serviço previsto para terminar em 2017.

A obra de recuperação ambiental, com tecnologia suíça e custo de R$ 240 milhões, ocorrerá na Mina de Águas Claras, adquirida há oito anos pela empresa, que instalou na área sua sede administrativa. A unidade começou a produzir minério de ferro em 1973 e foi operada pela Minerações Brasileiras Reunidas (MBR) até 2002, quando se encerrou o ciclo produtivo. Com o fim das operações e paralisação do bombeamento da água do fundo da cava, a área de lavra começou a ser naturalmente preenchida, formando um lago com aproximadamente 150 metros de profundidade.
 

Na tarde de ontem, o diretor de Planejamento e Desenvolvimento de Ferrosos da Vale, engenheiro de minas Lúcio Cavalli, explicou que a obra não sinaliza qualquer tipo de perigo para Belo Horizonte ou Nova Lima. “Temos que desmitificar alguns pontos dessa história. Não é verdade, por exemplo, que a serra nesse trecho é apenas uma ‘casca’ de rocha, sem proteção. O certo é que há uma extensão de 700 metros na lateral da montanha. Fazemos todo o monitoramento e, embora não haja mais atividade minerária aqui, o objetivo é deixar um legado ambiental correto”, disse o diretor.

Em visita à mina, onde se formou o lago com um quilômetro de extensão por 300 metros de largura, dá para ver perfeitamente a área da encosta a ser coberta e as pedras que podem rolar em caso chuvas muito fortes. Os técnicos explicam que o processo erosivo ocorreu naturalmente, ao longo do tempo, sem qualquer relação com a exploração minerária em mais de três décadas.

Uma boa notícia é que o Rio Águas Claras, integrante da Bacia do Rio São Francisco, terá novamente o seu curso reconstituído, pois será construído um túnel para vazão da água do lago, que, com as obras, vai ter a superfície elevada em 45 metros. Dessa forma, é como se houvesse a “ressurreição” de um curso de água natural.

Sem visitas

 

Embora o cenário da região de Águas Claras seja dos mais bonitos, com montanha, água e vegetação, não há previsão de que ele possa ser admirado tão cedo pelos cidadãos, a não ser aqueles que se aventurarem na trilha no alto da Serra do Curral. Cavalli explicou que a possibilidade de visitação está em estudo, sem definições. Ele afirma que a medida de preservação não é fruto de acordos judiciais ou termo de ajustamento de conduta. “Foi iniciativa da empresa”, resumiu, destacando que se trata de um trabalho pioneiro em uma mina do estado.

A intervenção no pico se completará com a implantação de sistema de drenagem, informa o engenheiro. As obras de recuperação da cava de Águas Claras fazem parte do plano de fechamento da mina, agora em processo de recuperação ambiental. Depois de afixadas, as telas e as estruturas de drenagem vão prevenir eventuais desprendimentos de rochas superficiais, aumentando a estabilidade e a segurança das antigas áreas de mineração.

 

 

 

 

 

Seminário de Meio Ambiente em Belo Horizonte


   A Associação Mineira de Municípios – AMM, por meio do seu Departamento de Meio Ambiente, com o intuito de orientar prefeitos, técnicos, servidores e gestores municipais, além de profissionais da área sobre as questões  ambientais, realizará nos dias 16 e 17 de outubro, o Seminário de Meio Ambiente.

   O Seminário conta com uma programação diversificada, construída a partir dos questionamentos mais comuns feitos pelos municípios.

Local: Auditório do CREA – MG

Avenida Álvares Cabral, 1600 – Santo Agostinho

Belo Horizonte – MG

Mais informações: Portal AMM

  

Crimes sem castigo


Delegacia especializada recebe seis denúncias por dia, mas pouco consegue fazer pelos bichos que são vítimas de maus-tratos

                

Criada há um ano, a Delegacia Especializada de Investigação de Crimes contra a Fauna recebe, em média, seis denúncias por dia. Mas pouco consegue fazer pelos animais vítimas de maus-tratos. Com apenas três investigadores, uma escrivã e sem delegado titular – a encarregada entrou em licença médica cinco meses depois da inauguração e não há prazo para que volte ao trabalho –, o órgão tem dificuldade em dar andamento à maioria dos inquéritos abertos.

Nos casos em que constata algum abuso, a equipe acaba deixando o bicho com o dono, pois falta um lugar para onde levá-lo. “A prefeitura não assumiu sua responsabilidade de construir um abrigo”, critica a promotora do Meio Ambiente e Patrimônio Cultural de Belo Horizonte, Lilian Marotta.

Protetores e ambientalistas que elogiaram a iniciativa em 2013 agora se dizem frustrados com os resultados. “Do jeito que está, ela é inócua”, afirma Franklin Oliveira, que mantém um abrigo com noventa cães.

Foi o que também concluiu o comerciante Rafael Santana. Em janeiro, ele procurou a delegacia para informar o abandono de gatos em via pública. O rapaz, que é voluntário em entidades de defesa de animais, anotou a placa do carro usado pelos criminosos. Também registrou boletim de ocorrência, mas o caso ficou parado. “Vou pensar duas vezes antes de perder meu tempo novamente”, diz.

Segundo o vice-prefeito e secretário municipal do Meio Ambiente, Délio Malheiros, a prefeitura lançará, até o fim do mês de fevereiro, um edital para firmar uma parceria público-privada com ONGs. O plano é dar recursos para que elas assumam a responsabilidade pelos bichos resgatados. “Não temos local nem pessoal qualificado para fazer isso”, admite Malheiros.

Fonte: Planeta Sustentável

Atingidos por grandes eventos iniciam encontro em Belo Horizonte


                       

Moradores de comunidades removidas por causa de obras de mobilidade urbana feitas para a Copa do Mundo, representantes de trabalhadores da construção civil, ambulantes, moradores de rua, atingidos pela contaminação decorrente da atividade de empresas e integrantes de movimentos sociais deram início hoje (1º), em Belo Horizonte, ao Encontro dos Atingidos – quem perde com os megaeventos e megaempreendimentos, organizado pela Articulação Nacional dos Comitês Populares da Copa (Ancop).

A reportagem é de Helena Martins e publicada pela Agência Brasil, 01-05-2014.

Faltando pouco mais de 40 dias para o início da Copa do Mundo de 2014, o encontro começou com críticas à realização do Mundial de futebol. “Não vai ter Copa”, gritaram os 350 participantes, vindos de 11 das 12 cidades-sede do evento. Para eles, o evento tem significado a ocorrência de violações de direitos, tanto do gasto dos recursos públicos quanto da efetivação de projetos para preparar as cidades e que levaram à remoção de milhares de famílias, conforme aponta dossiê da Ancop.

Moradora da Vila Dique, em Porto Alegre, Sheila Mota relatou o sofrimento da família e dos vizinhos. Metade das pessoas que morava na comunidade foi removida para uma área conhecida na cidade como “Faixa de Gaza”, devido ao grande número de conflitos no local. “Eu perdi o meu filho ali”, relatou, acrescentando que havia acabado de receber a informação de que o genro foi assassinado, no mesmo local. “Nós estamos sendo removidos contra a nossa vontade”, disse Sheila. Para ela, os recursos públicos deveriam ter sido investidos em políticas públicas para a Vila Dique. “O governo não nos dá saúde, não nos dá segurança, mas quer tirar a gente das comunidades onde vivemos há anos”.

“Quando chegamos ali não tinha nada. Nós que fizemos o arruamento, as nossas casas, sem ajuda nenhuma de governo, nem federal, nem municipal, nada”, lembra a moradora da Vila Autódromo, no Rio de Janeiro, Terezinha Martins. Atualmente, a comunidade, que existe há 50 anos, corre o risco de ser removida. “Estamos sofrendo pressões a todo momento”, diz. Mesmo com a proximidade da Copa, a possibilidade de ser retirada de onde mora não foi afastada. De acordo com Terezinha, a região pode ser modificada para receber obras de acessibilidade, como a duplicação da Avenida Salvador Allende, para as Olimpíadas de 2016. “Eu não construi minha casa para negociar com ninguém, eu construi minha casa para morar com a minha família”, reitera.

Conquistas advindas da organização das comunidades e movimentos sociais também são relatadas no encontro. Uma delas, a da comunidade Lauro Vieira Chaves, em Fortaleza, ameaçada de remoção para a passagem do veículo leve sobre trilhos (VLT). Em 2010, quando moradores começaram a fazer frente ao projeto, 203 casas seriam removidas. O número caiu para 66, depois que eles conseguiram alterar o trajeto do VLT. Além disso, “o conjunto habitacional que seria construído [para abrigar famílias removidas] a 14 quilômetros agora vai ser construído a três quadras das comunidades”, contou Gabriel Matos, de apenas 14 anos. Apesar dos impactos terem sido minimizados, ele lamenta as mudanças que foram provocadas. “Muitos amigos meus tiveram que ir embora para longe por conta da remoção, amigos que eu via todos os dias”.

Além das remoções, os participantes apontam outros problemas. É o caso de José Ribamar, integrante do Sindicato dos Trabalhadores da Indústria da Construção Civil da Região Metropolitana de Fortaleza (STICCRMF). Para que as obras fossem concluídas a tempo, a categoria, que ele representa, teve que trabalhar dobrado, muitas vezes em condições impróprias. “Os grandes empresários da construção civil forçam o trabalhador a cumprir uma produção que ele não consegue fazer na jornada normal de trabalho”, disse. Para ele, essa tensão causou mortes, como ocorreu nas obras do Itaquerão, em São Paulo. Até agora, sete operários morreram trabalhando nos estádios que receberão partidas.

Outros grandes projetos em curso no Brasil, a exemplo de empreendimentos de mineração, no Paraná; das reformas em áreas portuárias, como ocorre no Rio de Janeiro; e da construção de hidrelétricas, na Amazônia, foram criticados por gerarem impactos socioambientais. Para Davi, da aldeia indígena Jaraguá, a situação mostra que o país não foi capaz de estagnar a exploração dos territórios e dos povos, que ocorre há mais de 500 anos. “O processo de desenvolvimento [que o país vive] é esse processo que exclui os menos favorecidos, extermina os povos indígenas e mata os negros das periferias”.

O evento visa a fortalecer a organização popular para que direitos sejam assegurados. Durante o encontro, uma estratégia comum de ações para enfrentar violações deve ser elaborada, assim como documentos de denúncias e um plano de reparações que deverá ser entregue aos governos, Justiça e Poder Legislativo.

Foto: http://forumdasjuventudes.org.br/nota-do-comite-popular-dos-atingidos-pela-copa-copac-bh/

Fonte: IHU – Unisinos

 

A Sustentabilidade atinge novo patamar na cadeia do café cafeicultura


Luís Fernando Guedes Pinto

 
A Semana Internacional do Café, que acaba de se encerrar, ocorrida em Belo Horizonte, reuniu produtores, torrefadores e diversos outros atores da cadeia produtiva do café e da sua indústria. Durante três dias, o encontro recebeu um grande e diversificado público que teve acesso a uma intensa e ampla programação, da qual eu gostaria de realçar quatro temas.
 
Inicialmente, como de costume, a qualidade do café e sua bebida mantiveram-se com grande importância na programação e na exposição. Do plantio à xícara, o café brasileiro persegue cada vez mais a identidade dos cafés especiais. A variedade de origens e especificidades de grãos e cafés embalados aumenta cada vez mais, na busca pela diferenciação para todos os mercados e expectativas de consumidores.
 
Em segundo lugar, a sustentabilidade foi um tema central, posicionando-se como um complemento à qualidade e também, intencionalmente, um diferencial no mercado internacional. As experiências e casos de sucesso aumentam, enquanto as diversas certificações seguem como uma das principais referências e instrumentos para a inovação, implementação e garantia da tal sustentabilidade social e ambiental; incluindo sistemas públicos, como o Certifica Minas, com mais de 1500 propriedades certificadas, sendo a maioria de pequenos produtores.
 
O aumento das experiências vem acompanhado de uma maior maturidade de produtores e de toda a cadeia sobre as oportunidades e os benefícios da sustentabilidade e certificação, sem expectativas ilusórias de grandes prêmios de mercado, como ocorreu na fase pioneira e de nicho dos certificados. As outras vantagens econômicas, tangíveis e intangíveis, são cada vez mais reconhecidas por produtores. Estudos têm mostrado que o aumento de produtividade, a diminuição de custos e uma maior eficiência têm sido resultados da certificação e da adoção de uma gestão profissional e integrada e que isto tem implicado em vantagens econômicas maiores que os prêmios de mercado.
 
Outro destaque foi a presença e visibilidade cada vez maior de pequenos produtores e agricultores familiares, tanto nos espaços de café de qualidade, quanto de sustentáveis. Afinal, produtores com plantios de até café 20 há de café são responsáveis por 50% da safra brasileira e este grupo começa a participar da espiral de inovação e diferenciação. Projetos coletivos de associações de produtores ou cooperativas de diversas regiões do país estiveram presentes no evento, variando de geografias muito distintas, como do Sul de Minas Gerais, Rondônia e Espírito Santo.
 
Por trás destes casos de sucesso estão eficientes programas de assistência técnica e extensão rural desenvolvidos e oferecidos em diferentes arranjos por organizações como as EMATERs de Minas Gerais, Paraná e Rondônia, INCAPER, Educampo – SEBRAE e SENAR. Estes programas estão diariamente no campo, com técnicos e outros recursos que têm sido o motor da inovação e fortalecimento de pequenos produtores de café e a sua sobrevivência com dignidade e protagonismo em um período que a agricultura brasileira segue se concentrando. Estes casos devem ser multiplicados e inspirar uma nova era para a assistência técnica pública e público-privada no Brasil.
 
Finalmente, o papel das mulheres do café esteve presente em importantes atividades da programação, com casos concretos de liderança na organização no setor. Está em construção a Rede de Mulheres do Café que deve, cada vez mais, evidenciar para a sociedade o protagonismo feminino para a inovação do setor.  
 
Luís Fernando Guedes Pinto é Engenheiro Agrônomo e Gerente do Imaflora.
 
Confira no CaféPoint
 
Fonte: Imaflora

SUSTENTAR 2014 – Fórum Internacional pelo Desenvolvimento Sustentável


                            

As cidades, há uns anos, tem sico o foco para percebermos o que é sustentabilidade e como ela pode se expressar na sociedade que ali vive. Interações, desejos, vontades, atuações. Tecnologias, iniciativas, mobilizações. Nas cidades eclodem boas ideias para a aprimorar a qualidade de vida de quem lá vive.

Transferências de ações e inovações são fundamentais para crescemos enquanto humanidade e nada melhor que reunir bons especialistas com o intuito de disseminar tais conhecimentos locais, pensando global.

O evento conta com a participação de renomados especialistas, executivos, lideranças e autoridades nacionais e internacionais em desenvolvimento sustentável, gerando exposição de soluções para os desafios que a questão da sustentabilidade traz para governo, empresas e sociedade civil.

O tema da 7ª edição do SUSTENTAR 2014 será “Cidades Sustentáveis”. Sediado em Belo Horizonte há sete anos, desde a sua primeira edição, é considerado um dos mais representativos eventos sobre sustentabilidade do Brasil. 

A quem se destina: Pessoas em busca de conhecimento, informação, emoção, atualização, debates, discussões, participação, intercâmbio. O SUSTENTAR é o momento oportuno para gestores de responsabilidade socioambiental de empresas, governo, acadêmicos, mídia, todo cidadão, pessoas físicas e jurídicas, discutirem ideias, atitudes e soluções que contribuam para promover a construção de um mundo melhor, com responsabilidade ambiental, social, econômica e cultural.

Local: Minascentro – Minas Gerais

Informações: (31) 2515-3382 / (31) 2516-3382 | info@sustentar.net

Facebook: https://www.facebook.com/Sustentar

Data: De 7 e 8 de maio.

Obs: Algumas atividades são gratuitas, em outras é cobrado valor simbólico. Para saber os valores, consultar no site do evento, pois é variável de acordo com a atividade.

CONECTE-SE AO EVENTO: http://sustentar.net

Fonte: Agenda Sustentabilidade