Que tal reduzir seu consumo de energia?


Você se considera um consumidor de energia consciente?

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

A resposta da maioria das pessoas para essa pergunta certamente seria sim. Mas no Brasil, o desperdício de energia elétrica chega a R$16 bilhões por ano! E boa parte desse valor é justamente de consumidores que andam gastando mais do que realmente precisam.

A fim de estreitar o relacionamento com as comunidades e promover o consumo consciente de energia e outros recursos, a Ampla criou o Consciência Ampla. Seus dez projetos – Futuro, Saber, Com Arte, Na Tela, Sobre Rodas, Eficiente, Cidadania, Cultural e EcoAmpla – já beneficiaram mais de dois milhões de pessoas em sete anos!

 

“Depois de algumas campanhas de conscientização… percebemos que as famílias passaram a gastar até 40% menos. Isso mostra que utilizavam muita energia desnecessária, o que não é bom para o meio ambiente, para o consumidor e nem para a empresa”, disse André Moragas,diretor de relações institucionais da Ampla.

De acordo com um estudo publicado pela Royal Society, associação britânica de cientistas, o consumo consciente é uma das medidas mais importantes para a conservação da saúde do nosso planeta nos próximos anos.

 

Também quer economizar energia? Fique ligado nessas 10 dicas:

1)      Saiu do cômodo? Apague a luz!

2)      Lâmpadas incandescentes não estão com nada. Troque já para as fluorescentes, elas duram muito mais e gastam muito menos.

3)      O standy by é um vilão para o bolso, procure sempre desligar completamente os aparelhos eletrônicos.

4)      Secar roupa atrás da geladeira não! Pode parecer inofensivo, mas faz o motor da geladeira trabalhar muito mais e, portanto, consumir muito mais também.

5)      Não fique abrindo e fechando a geladeira o tempo todo. Pense antes o que você precisa, pegue e feche – e a borracha deve estar sempre em boa condição para não ficar abrindo sozinha ou fechando mal.

6)      Nada de dar aquela passadinha na roupa antes de ir pro trabalho. Junte uma boa quantidade de roupas e passe tudo de uma vez. Você sentirá a diferença no bolso.

7)      O ar condicionado pode ser o grande violão da sua conta de luz. Procure utilizá-lo apenas quando houver muita necessidade, e quando já estiver frio abaixe a potência.

8)      Tome banhos rápidos – procurando regular a potencia de acordo com a temperatura – isso representa 20% de economia. O chuveiro é o aparelho elétrico que mais consome energia.

9)      As bombas de água também utilizam muita energia, e se não estiverem devidamente instalados podem estar gastando muito além do que precisariam.

10)   Por fim, esteja sempre alerta e ajude todos seus amigos e familiares a fazerem do consumo consciente um hábito!

Fonte: Consciência Ampla

 

 

Fonte: Fonte: Consciência Ampla

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Linky – o medidor verde.


Em 2020, todas as casas francesas deverão ser equipadas com estes sensores inteligentes, os quais permitirão o controle de suas faturas. Um primeiro passo rumo a uma sociedade menos consumidora de energia.
 

No dia 9 de julho, o primeiro ministro francês deu fim ao suspense em torno do Linky. O medidor inteligente de última geração equipará todos os lares franceses até 2020, um total de 35 milhões de aparelhos. O governo, assim como os operadores de energia, espera que o Linky abra caminho para as redes elétricas inteligentes- smart grids. 
Mas qual será o valor agregado aos medidores de consumo, além do controle em tempo real? Para responder o desafio é necessário pensar no planejamento para 2020, quando as energias verdes representarão 23% da energia consumida na França, já que o país está comprometido junto a Comissão Europeia em (13,1% desde2011). As energias renováveis como eólica e solar são, por essência, intermitentes e não estocáveis, desta forma, as smart grids, permitirão a rede elétrica um ganho de flexibilidade através dos contadores, os quais enviarão um sinal em tempo real aos aparelhos domésticos, evitando que apaguem em horários de pico. Desta forma, caso também surja um vento súbito favorável e que impulsione uma grande quantia de energia eólica nas redes, os consumidores também serão incentivados a aproveitar.

Modelo sustentável

Ainda que os franceses entrem no jogo, a revolução das smart grids não terá lugar sem massivas modificações no comportamento para atingir a flexibilidade proposta. Dentro de um contexto em que o preço da energia elétrica deverá subir para manter os velhos parques nucleares e financiar as energias verdes, o esperado é que todas as pessoas consumam menos energia e de uma forma melhor.
Porém, a sociedade terá que pagar uma taxa extra para instalação do Linky? Seja o aparelho usado para retardar o uso da máquina de lavar, ou do forno em função das necessidades da rede o único atrativo será a política de incentivo de preços?
São algumas questões que os líderes do mercado de energia enfrentam quanto à implantação do contador verde.
Stéphanie Balsollier, diretora regional da companhia elétrica francesa da metrópole de Lyon, afirma que: “o conhecimento em tempo real dos gastos de energia elétrica, podem mudar hábitos. Este é um tipo de serviço não habitual, não conhecido e nem previsto pelo grande público em geral.”
Gérard Bouvard, diretor do gabinete de Adage, diz: “o mercado não está maduro para receber essa inovação. A ideia de que os fornecedores podem restringir o consumo de energia elétrica ainda é um paradoxo”.
Para a socióloga Stéphane Hugon, do Centre D’étudesSurL’actuelet Le Quotidien, (Centro de Estudos Sobre Atualidades e Cotidiano), não é possível separar a questão da energia das questões políticas e culturais: “nosso sistema de energia reflete um sistema político herdado do século XIX, e um modelo de pirâmide patriarcal. Assim, para o "bem" dos franceses, o governo impõe o Linky, equipamentos da companhia de energia francesa ERDF desenvolvido in vitro, entretanto se esqueceram de provar como os franceses se beneficiariam com isso”. Alude Serge Subiron que “o cliente paga a conta de energia elétrica sem saber exatamente o que ela cobre. Mas a energia é o calor, a luz, a televisão… devemos reencontrar a energia por uma relação lúdica e não restritiva", diz o CEO da
IJENKO.

 

Brincadeira de criança

A aposta no Pluzzy, aparelho lançado em setembro pela Ijenko et Toshiba, se conectado ao medidor de energia (Linky), traz dados do consumo da casa e dos seus aparelhos eletrônicos em tempo real, determinando ainda aqueles que são os maiores consumidores.
A interface do aparelho Pluzzy, oferece aconselhamentos personalizados e melhorias para diminuir os gastos da casa.  O usuário poderá compartilhar os hábitos que o levaram a reduções de gastos e fazer comparações, em redes sociais, como o Facebook e o Twitter.  A técnica de compartilhamento das melhores práticas é conhecida como “eco-friendly”. Atualmente o PLuzzy tem o preço de €500, mas existem previsões para queda do valor após o lançamento. Contudo, resta saber se os consumidores entenderão a prática destes aparelhos e os deixarão ligados.

 

Fonte: http://www.liberation.fr/economie/2013/09/08/linky-le-compteur-au-vert_930272

Fotos: Reprodução
Matéria Publicada por Michèle Foin em 8 de Setembro de 2013.

Tradução e adaptação: Matheus Lima.

 

Sol: por que não aproveitar esse ‘mundão’ de energia?


                     

 

 Ao longo da história do progresso da humanidade, a utilização prioritária de energias não renováveis vem causando sérios problemas ambientais nas várias partes do nosso planeta, e a tendência é de esgotamento e/ou escassez, fato que provocará sérios problemas de ordem econômica e social nas várias partes do mundo.A utilização de energias alternativas se constitui em providências imprescindíveis à infraestrutura necessária para garantir tranquilidade à existência humana.

 

Nesse contexto, a energia solar aparece como uma excelente alternativa, notadamente nas regiões de maior incidência de calor proveniente do sol que é extremamente abundante em nosso Estado, e o maior aproveitamento da energia dele proveniente vai beneficiar não somente o meio ambiente, mas os próprios consumidores, que passarão a dispor de uma energia limpa, renovável e muito mais barata

 

O cenário de demanda crescente e escassez de recursos naturais impõem ao gestor público a busca por novos modelos de produção de energia, preferencialmente por processos que não causem danos ao meio-ambiente. O estímulo à produção de eletricidade pelo aproveitamento da luz solar não é apenas necessidade, mas obrigação para o desenvolvimento de qualquer plano racional de expansão da oferta desse insumo no País. “Trata-se de geração de energia limpa e renovável, cuja matéria prima é inesgotável e abundante, além de, obviamente, gratuita.” (Julio Campos).

 

O Brasil e rico em recursos naturais e possui recursos humanos disponíveis para atuar na geração de energia solar fotovoltaica. No entanto, apesar de notáveis esforços em algumas fontes renováveis de energia, são poucos os resultados que promovam a inserção da energia fotovoltaica na matriz elétrica nacional. 

 

                        

 

As Parcerias Públicas Privadas (PPPs) são o futuro das relações entre poder público e setor privado, e essa modalidade de concessão representa a ponte para o desenvolvimento do Brasil. Com a crescente necessidade de se economizar dinheiro e recursos naturais, mediante uma tecnologia sustentável, um dos grandes trunfos é a sustentabilidade gerando economia tanto financeira quanto ecológica, e o resultado é mais satisfatório,

 

As fontes naturais de energia são gratuitas e não prejudicam o meio ambiente, pode ser realizado por meio de uma PPP, em que tanto o setor público quanto a iniciativa privada usufruem dos benefícios a curto, médio e longo prazo.

 

A tendência mundial é a busca por novas fontes de energia que possam atender ao acelerado crescimento da demanda, de forma não poluente e sustentável. No Brasil, temos diversas fontes energéticas, sejam as que já estão consolidadas como as que despontam no cenário, a médio e longo prazo. No caso da geração de energia elétrica a partir de fontes fotovoltaicas o mercado brasileiro é extremamente promissor.

 

Além do fato do país possuir uma fonte inesgotável do principal insumo, o Sol, também dispõe da matéria prima essencial para produção do silício utilizado na fabricação das células fotovoltaicas. A cogeração de energia solar, por sua vez, permite que alguns anos após o investimento, o consumidor nem tenha conta de luz para pagar, apenas a taxa de utilização da rede. Uma nova resolução do governo permite que residências e pequenas empresas façam geração para a rede nacional. Mas a falta de incentivos é um obstáculo.

 

O atraso na energia solar fotovoltaica se deve, segundo o consultor Carlos Faria Café, a um intenso lobby para manter as usinas e o negócio na mão de poucos. Ele refere-se então a existência de tecnologias paradas no tempo em universidades. E conclui reiterando que a energia solar é de longe a mais barata fonte de energia.

 

Produzindo energia solar perto do local de consumo (em nossos telhados), seus custos são bastante competitivos, escreve ainda o consultor Carlos Faria Café. Evitam-se grandes usinas e linhas de transmissão: a infraestrutura está pronta e vem do sol de graça. Em várias regiões do Brasil, hoje já é mais barato produzir a própria energia do que comprar das distribuidoras.”

 

Temos um país com alto potencial para a geração de energias renováveis, A localização geográfica do Brasil favorece a geração de energia solar em grande escala em regiões onde o sol brilha o ano inteiro. “Moro num país tropical, abençoado por Deus” (Jorge Ben Jor), e rico em energia por natureza e que, por isso mesmo, deveria fazer mais para aproveitar um de seus mais preciosos recursos naturais: a energia proveniente do Sol.Porém, a má administração do governo faz com que ele desperdice oportunidades de explorar fontes de energia limpa. Está na hora de mudar o dito popular “Deixa estar para ver como é que fica”

 

Os investimentos em ciência e pesquisa também são baixos, ficando concentrados nas áreas ligadas ao petróleo e a biocombustíveis”. O discurso oficial sempre pendeu mais para “vamos esperar o preço cair’ do que para criar legislação que incentive essas energias renováveis.” (Ricardo Baitelo).

 

Ninguém tem dúvidas de que as energias renováveis vão dominar no futuro. É um processo irreversível, com a Resolução 482 da Aneel*, publicada em dezembro de 2012, abrem-se perspectivas para que os brasileiros possam gerar sua própria energia através do mecanismo de net-metering, onde é possível instalar uma usina solar em nosso telhado e, através do uso de um relógio de medição bidirecional, trocar energia com a distribuidora. “A saída para o desenvolvimento da produção solar, segundo Lima, é através da Geração Distribuída, com a instalação de painéis fotovoltaicos em casas, empresas, estabelecimentos comerciais e prédios, por exemplo.”

 

Fica o questionamento. Você já se perguntou por que não usar a energia solar? O Sol brilha, despejando 1000 watts de energia por metro quadrado da superfície do nosso planeta. Por que não aproveitar esse mundão de energia?

 

Ricardo Machado. Ambientalista, Administrador de Empresas e Voluntário Greenpeace/grupo Rio.

Referencias.

*A Resolução Normativa (RN) 482 de 17/04/12, publicada pela Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) regulamenta a micro e mini produção de energia, ou seja, proprietários de residências, comércio e indústria poderão produzir sua própria energia e, a maior novidade, é que a energia gerada e não consumida no local possa ser enviada à rede para consumo em outro ponto e gerar créditos para o consumidor na próxima fatura.

* Baitelo, Ricardo. Coordenador da Campanha de Energias Renováveis do Greenpeace Brasil.

* Café, Carlos Faria.Fundador e presidente da Studio Equinocio

* Jor. Jorge Ben. Jorge Duílio Lima Meneses. Compositor e cantor

* Lima, Hudson. Economista do Departamento de Energia e Tecnologias Limpas

* Financiadora de Estudos e Projetos – Finep

* Campos. Julio José de. Deputado Federal Júlio Campos (DEM/MT)

http://jcrs.uol.com.br/site/noticia.php?codn=124741

http://www.ecodesenvolvimento.org/noticias/brasil-nao-e-potencia-verde-por-ma-administracao-e

http://www2.camara.leg.br/camaranoticias/noticias/MEIO-AMBIENTE/460232-PROPOSTA-CONCEDE-INCENTIVOS-FISCAIS-PARA-USINAS-DE-ENERGIA-SOLAR-OU-EOLICA.html

http://www.jb.com.br/economia/noticias/2013/01/17/no-brasil-de-muito-sol-a-energia-solar-ainda-e-inviavel-pelo-alto-custo/

http://rmai.com.br/v4/Read/1426/populacao-brasileira-podera-produzir-propria-energia-eletrica-e-fornecer-o-excedente-as-concessionarias-.aspx

http://cienciahoje.uol.com.br/especiais/reuniao-anual-da-sbpc-2013/ceu-ainda-nublado-para-a-energia-solar

http://www.canalkids.com.br/meioambiente/cuidandodoplaneta/sol2.htm

 

EcoDebate

A energia que vem do deserto Saara


              

 

A Europa busca nos desertos um caminho para suprir sua demanda energética. Em 2011, a Espanha começou a usar a todo vapor a maior usina solar no mundo, instalada numa das regiões mais áridas do país. Mas o mais ambicioso projeto europeu está em curso na África, no Deserto do Saara. É lá que o consórcio Desertec, formado por 50 empresas alemãs, começa a construir este ano uma usina de energia solar colossal. A ideia é construir usinas solares em várias partes do Saara para atender de 15% a 20% das necessidades europeias.

 

A primeira usina, que ocupará uma área de 12 quilômetros quadrados, fornecerá 500 megawatts de energia para o Velho Continente a partir deste ano. Mas, de acordo com Paul van Son, chefe do projeto, ainda não foi decidido se será usada a tecnologia de solartermia (aquecimento da água para a movimentação de uma turbina a vapor), ou o método fotovoltaico.

 

A geração fotovoltaica tem a vantagem de ser mais barata, produzindo energia pela ação da luz do Sol no silício das células captadoras. Já a geração fotovoltaica, usada na usina egípcia Kuraymot é mais cara, mas tem a vantagem de permitir a produção de energia à noite. A usina egípcia foi construída pela empresa alemã Solar Millenium, que faz parte do consórcio Desertec e também construiu as usinas Andasol 1, 2 e 3 na Andaluzia, Espanha, entre as mais modernas do mundo e um exemplo do que será a usina do Saara.

 

Linhas de transmissão atravessarão o mar

Christine Krebs, porta-voz da Solar Millenium, explica que a configuração das usinas espanholas permite que o calor do dia seja guardado para geração à noite: – O calor é armazenado, o que torna possível a produção de energia também depois do pôr do sol.

 

Com sede na cidade de Erlangen, a Solar Millenium está instalada onde antigamente funcionava também a filial da empresa Siemens Kraftwerkunion (KWU), responsável pela construção das usinas nucleares brasileiras Angra 2 e 3.

 

Apesar de o sistema de geração ainda não ter sido decidido, a primeira usina terá um investimento previsto de 2 bilhões de euros. Ao todo, o projeto, que prevê a construção de mais usinas em Marrocos, Egito, Argélia e outros países, deverá custar 400 bilhões de euros, sendo 50 bilhões só nas linhas de transmissão. Há poucos dias, também foi assinado um acordo com o grupo argelino Sonelgaz para a construção de usinas de energia solar no país africano.

 

Os cabos de transmissão já começaram a ser instalados no Mar Mediterrâneo. Para isso, foi fechado um acordo com o grupo francês Medgrid, um consórcio de 20 empresas do país. A DII (Iniciativa Industrial), o grupo que realiza o projeto Desertec, já assinou acordos de cooperação também com uma empresa espanhola que já tem uma linha de transmissão de energia entre Espanha e Marrocos com capacidade de 1.400 megawatts.

 

Embora o Marrocos tenha Sol em abundância, ele importa energia da Espanha. Com o projeto da Desertec, haverá produção de energia também para consumo local. Fazem parte do consórcio alemão, criado em 2009, algumas das mais importantes empresas do país nos setores tecnológico (Siemens e ABB); de energia (RWE e E.on); e financeiro (Deutsche Bank e a companhia de resseguros Münchner Rück).

 

Günther Oettinger, comissário de Energia da União Européia, vê o projeto Desertec como a opção do futuro de uma Europa sem energia atômica. Por enquanto, apenas a Alemanha decidiu por lei abandonar o uso da energia nuclear, mas as alternativas renováveis são vistas como o futuro de todo o continente. Atualmente, 80% da energia da França vêm de centrais atômicas.

 

– Há agora uma perspectiva concreta para a produção de energia solar e eólica para o proveito das populações na Europa, Norte da África e Oriente Médio – diz Oettinger.

 

Noureddine Bouterc, chefe da Sonelgaz, conta que a meta de seu país é atingir 40% do abastecimento de energia vinda de fontes renováveis até 2030. Ao participar do projeto Desertec, a Argélia planeja exportar 10 gigawatts por ano.

 

Segundo Paul van Son, a ideia de produzir energia no deserto para o consumo na Europa deixou de ser uma visão para tornar-se uma realidade concreta. Um dos obstáculos, porém, é o ainda alto custo desta energia. Em comparação com as fontes tradicionais, a geração solar é mais cara. Mas os responsáveis pelo projeto contam com subsídios, pelo menos dos governos europeus, e com uma redução dos custos a longo prazo.

 

– A tecnologia é ainda nova, os custos devem baixar – pondera o chefe do Desertec.

 

Atualmente, os custos da energia solar e eólica – as centrais do deserto do Saara terão também turbinas para produção de energia eólica – são muito mais altos do que os das energias nuclear, hidrelétrica ou de usinas de carvão.

 

Christine Krebs calcula que uma quilowatt-hora de energia hidrelétrica custa seis centavos de euro. Já a mesma quantidade de energia solar custa 40 centavos de euro. Segundo ela, no começo essa forma de energia renovável vai depender dos subsídios públicos.

 

Mas como na Alemanha decidiu depois da catástrofe de Fukushima, no Japão, desativar as usinas nucleares do país em um prazo de cerca de dez anos, a disposição do governo em dar subsídios para o projeto Desertec é grande, mesmo com a crise do euro. Ainda este ano, o consórcio vai decidir quantas usinas e qual será a área total do deserto a ser ocupada com sua rede de usinas solares e eólicas.

 

A maior usina solar do mundo

Brilhando silenciosos sob o sol em um planalto da região da Andaluzia, na Espanha, 600 mil espelhos parabólicos capturam a atenção e a imaginação, mas pouco revelam sua real função. Espalhados em uma área equivalente a 210 campos de futebol, eles fazem parte da maior usina de energia solar do mundo, a Andasol. Com uma potência de 150 megawatts, ela gera energia suficiente para abastecer uma cidade de 500 mil habitantes, evitando o lançamento de 500 mil toneladas de dióxido de carbono.

 

A escolha do planalto de Guadix, a 50 quilômetros de Granada, para a instalação da usina não foi por acaso. A 1,1 mil metros de altitude, a atmosfera muito mais clara e menos turbulenta que o nível do mar faz com que ele receba mais radiação solar, por exemplo, do que toda a Península Arábica. Além disso, o clima garante pelo menos duas mil horas de luz solar por ano.

 

Mas a localização é só parte da explicação para a potência relativamente alta da usina. Seus espelhos, que se movem lentamente acompanhando o percurso do sol no céu, aquecem cerca de 30 mil toneladas de sal na sua torre central, que por sua vez podem manter funcionando suas turbinas por até oito horas após o crepúsculo.

 

Fonte: OESP http://www.ecofidelidade.com.br

Laísa Mangelli

 

Incentivos para solar e eólica na pauta


                                                           

 

Da Agência Câmara – A Câmara analisa o Projeto de Lei 5539/13, do deputado Júlio Campos (DEM-MT), que concede incentivos fiscais à instalação de usinas de produção de energia com a utilização de fontes solar ou eólica. “Trata-se de geração de energia limpa e renovável, cuja matéria prima é inesgotável e abundante, além de, obviamente, gratuita”, ressalta o autor.

 

A proposta desonera do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) e do Imposto de Importação (II) os bens de capital e o material de construção utilizados para a implantação desse tipo de atividade, da mesma forma que atualmente ocorre no Regime Especial de Incentivos para o Desenvolvimento da Infra-Estrutura (Reidi) em relação à contribuição para o PIS/Pasep e à Cofins.

 

Adicionalmente, estabelece a depreciação acelerada, em um quinto do tempo previsto na legislação do Imposto de Renda, para os bens adquiridos com esse mesmo intuito. O projeto altera a Lei 11.488/07, que cria o Reidi.

 

Aumento do uso de energia – Campos destaca que a Empresa de Pesquisa Energética, vinculada ao Ministério de Minas e Energia, projeta um aumento de mais de 70% na utilização de energia elétrica no Brasil na próxima década.

 

“O cenário de demanda crescente e escassez de recursos naturais impõe ao gestor público a busca por novos modelos de produção de energia, preferencialmente por processos que não causem danos ao meio ambiente”, destaca.

 

Segundo ele, o governo federal optou pelo acionamento de usinas termoelétricas, “que envolvem altos custos de geração de energia e sérios prejuízos ambientais”.

 

Na visão do deputado, “o estímulo à produção de eletricidade pelo aproveitamento da luz solar ou da força dos ventos não é apenas necessidade, mas obrigação para o desenvolvimento de qualquer plano racional de expansão da oferta desse insumo no país”.

 

Tramitação – De caráter conclusivo, o projeto será analisado pelas comissões de Minas e Energia; de Finanças e Tributação (inclusive quanto ao mérito); e de Constituição e Justiça e de Cidadania.

 

Íntegra do PL-5539/2013

 

Fonte: Ambiente Energia

Redes elétricas inteligentes: oportunidades e desafios


Consumo eficiente e redução de perdas na distribuição serão os principais benefícios gerados pela implantação das smart grids – redes inteligentes de energia. Especialistas apontam, entretanto, que cada país deverá ter modelo próprio

         

 

O crescimento da população mundial vai gerar uma enorme pressão sobre alguns setores da economia e de infraestrutura das cidades, entre eles o energético. Um dos maiores desafios será suprir a demanda de uma gigante parte da sociedade, que está emergindo para uma nova classe e com isso, consumindo mais produtos e serviços que dependem de eletricidade.

Uma das mais importantes e modernas tecnologias, que deve se tornar a principal aliada deste novo momento, são as redes inteligentes de energia, ou smart grids em inglês. Especialistas e representantes do segmento energético brasileiro se reuniram em Campinas, em São Paulo, durante o encontro A Energia na Cidade do Futuro, promovido pela CPFL Energia, para debater sobre esta e outras soluções sustentáveis para o setor.

Reive Barros dos Santos, diretor da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), analisou o panorama da realidade nacional. País de dimensões continentais, o Brasil enfrenta graves problemas como, por exemplo, perdas de energia de até 30% nos estados do Norte e em percentuais menores, mas mesmo assim significativos em outras regiões. "O setor elétrico brasileiro ainda apresenta grande potencial de crescimento e não há dúvida que as redes inteligentes terão de ser implantadas", disse o executivo.

No caso do Brasil, Santos aponta que os motivadores para a implementação de smart grids seriam a melhoria na qualidade dos serviços oferecidos pelas operadoras do setor, redução de perdas e furtos de energia e diminuição da sobrecarga nos horários de pico. O sistema também permitiria a integração com redes de microgeração distribuída. Para tal, será necessário incentivo maior para estimular este tipo de geração, avalia o diretor da ANEEL. "Será um grande desafio lidar com esta nova realidade", admite. "Será preciso envolver mais o consumidor e mostrar a ele que a tecnologia vem em seu favor".

A tecnologia a que Reive Santos se refere é a utilização dos medidores inteligentes. Em alguns países, como na Itália, eles já estão em uso desde 2001. Lá, houve marco regulatório que obrigou a instalação dos novos medidores. Em grande parte da Europa, a preocupação com a adoção do novo sistema é com a sustentabilidade.

 

Diferentemente do Brasil, onde a matriz energética é hidráulica e, por isso, menos poluente, no continente europeu a produção de energia é responsável por uma alta emissão de CO2. Além disso, estes países buscam ainda a integração de fontes renováveis e limpas ao sistema, além da redução do consumo e, consequentemente, dos custos operacionais. Em países como Dinamarca e Suécia, o interesse pelos smart grids já antevê o aumento da disseminação dos carros elétricos.

Professor da Universidade de Coimbra, Carlos Henggeler, veio ao Brasil falar da experiência europeia com as redes inteligentes e mais especificamente de Portugal, onde na cidade de Évora está sendo realizado projeto piloto. Nos últimos anos, o país tem feito enorme esforço para investir em energias renováveis, sobretudo a eólica. "A geração distribuída é, sem dúvida, um dos grandes avanços tecnológicos", afirmou.

Sobre os medidores inteligentes, Henggeler acredita que eles tornam o consumidor final mais pró-ativo e consciente. "Até então eles só conferiam a fatura mensal, mas com os novos equipamentos podem acompanhar o consumo da residência hora a hora e assim descobrem em que horários estão gastando mais", explicou. Com essa informação, as pessoas têm capacidade de controlar melhor o consumo, utilizando aparelhos domésticos como lava-roupas e ferros-elétricos, por exemplo, em períodos mais espassados e de tarifa mais baixa.

Na Califórnia, nos Estados Unidos, a Pacific Gas and Eletric Company iniciou o processo de medição inteligente em 2006. Ao longo destes sete anos, já economizou aos cofres do estado cerca de 56 bilhões de dólares. Um dos serviços oferecidos pela empresa é a chamada tarifa branca, com preços diferenciados ao longo do dia. O projeto da Pacific Gas exigiu um investimento altíssimo, já que a rede de distribuição exige complexidade e interatividade maior, mas a companhia garante que metas de crescimento e faturamento foram mantidas. "Os medidores inteligentes contribuem para a materialização do consumo", acredita Carlos Henggeler.

Especialistas apontam que o aumento na escala e na padronização dos medidores inteligentes deverão fazer os custos de instalação destes equipamentos caírem. Todavia, a gestão das redes inteligentes é certamente mais difícil. Nascem aí, entretanto, oportunidades para empresas que trabalham com desenvolvimento de softwares e tecnologia de informação. "A inteligência ao longo da rede irá melhorar o sistema como um todo", defendeu Henggeler. "Mas sem políticas pró-ativas do governo e das empresas do setor, o desenvolvimento será mais lento". Segundo ele, o papel do setor elétrico é decisivo para marcar o ritmo deste processo.

 

Fonte: Planeta Sustentável