Bairro alemão aposta em energia solar


Bairro alemão que apostou na energia solar produz quatro vezes mais eletricidade do que consome

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A energia solar registra crescimento em todo o mundo, principalmente em países que incentivam essa fonte renovável de geração energética que, além de limpa, ainda gera economia na conta de luz. Nesse sentido, a Alemanha, segundo maior produtor mundial (atrás apenas da China) é um grande exemplo.

Um bom modelo a ser seguido é o do vilarejo conhecido como Schlierberg, em Freiburg. As 59 residências que compõem o bairro de aproximadamente 11.000 m² (há ainda um edifício comercial, chamado de Sun Ship – Navio Solar) são feitas de madeira. As casas têm aquecimento solar, instalações fotovoltaicas nos telhados e utilizam a luminosidade natural. Tecnologias avançadas como o isolamento a vácuo aumentam o desempenho térmico do sistema de construção. Outro processo utilizado é o de ventilação ativa com recuperação de calor.

Cada morador do bairro Schlierberg recebe, ao final de cada ano, um recurso do governo pelo excesso de energia produzida

Um sistema de compartilhamento de automóveis faz com que o número de veículos circulando nas imediações diminua.

Eficiência energética
Projetada de forma eficiente em 1994, a vila é repleta de telhados feitos com placas fotovoltaicas. O resultado é a geração de quatro vezes mais energia elétrica (420 mil kWh) do que o necessário para consumo próprio e a não emissão de aproximadamente 500 toneladas de dióxido de carbono (CO2) na atmosfera, segundo dados do próprio arquiteto responsável pelo projeto, Rolf Disch.

Cada morador do bairro Schlierberg recebe, ao final de cada ano, um recurso do governo pelo excesso de energia produzida que é vendida à rede ao longo de 12 meses.

Segundo informou a Plataforma Cidades Sustentáveis, foi criado também um fundo de energia solar para investidores interessados em geração fotovoltaica.

Postes abastecidos por energia solar


Postes feitos com reaproveitamento de materiais e abastecidos por energia solar iluminam comunidades sem acesso à eletricidade

Falta de energia elétrica é sinônimo de exclusão. Consciente dessa realidade e da realidade de muitas comunidades do mundo, a ONG Litro de Luz, presente em 21 países, criou um projeto muito interessante que está ajudando a levar luz para comunidades carentes ou isoladas que não possuem acesso a energia elétrica ou que não podem arcar com seus custos. O projeto fabrica uma fonte de luz ecológica e economicamente sustentável com canos de PVC, garrafas PET, placas solares e lâmpadas de LED.

A gestora de Políticas Públicas e umas das responsáveis pela ONG Internacional “Litro de Luz”, em Brasília, Larissa Sampaio, explicou como esse projeto tem ajudado a essas comunidades.

“O Litro de Luz começou iluminando casas com lâmpadas de garrafa PET, que eram colocadas nas telhas das casas com água e alvejante em seu interior e iluminavam as casas, durante o dia, devido ao efeito da refração. À medida que a ONG foi evoluindo, percebemos um grande problema com a iluminação pública, então criamos o Poste Solar, construído com canos de PVC, uma bateria, uma garrafa PET, uma placa solar e três lâmpadas de LED. Durante o dia, essa placa solar fica captando toda a iluminação e quando anoitece, esse poste acende, então ele tem o mesmo efeito de um poste comum, entretanto ele é sustentável e mais barato”.

No Brasil, esses postes solares já foram instalados em Santa Catarina, São Paulo e Rio de Janeiro. A instalação em Brasília será em agosto.

A ONG ganhou o prêmio principal da Universidade St. Andrews, da Escócia, no valor de US$ 100 mil, oferecido a iniciativas ambientais, com um projeto para iluminar comunidades ribeirinhas da Amazônia. Assim, o projeto também beneficiará algumas comunidades da Amazônia, começando por Bararuá, Dominguinhos, Jacarezinho e São Jorge do Membeca.

Fonte: Rádio Nacional da Amazônia e Ciclo Vivo

Energia solar para purificar a água


Comunidades isoladas da Amazônia usam energia solar para purificar a água

 

Purificador Inpa

Os aparelhos funcionam com energia solar e fornecem água limpa para pessoas que vivem em locais remotos, sem acesso à energia elétrica. Foto: Maiana Diniz/Agência Brasil

 

 

Purificadores de água compactos desenvolvidos pelo Instituto Nacional de Pesquisa da Amazônia (Inpa) estão garantindo água potável para comunidades isoladas da região amazônica. Os aparelhos funcionam com energia solar e fornecem água limpa para pessoas que vivem em locais remotos, sem acesso à energia elétrica. Entre as 13 populações com o purificador já instalado, estão os índios da etnia Deni, que residem a 25 dias de barco de Manaus, no Alto Rio Juruá.

O purificador elimina 99,5% das bactérias, fungos e coliformes da água dos rios por meio de uma lâmpada de luz ultravioleta C, os raios mais perigosos da radiação ultravioleta. A lâmpada é colocada no interior de um tubo metálico. Quando a água passa pelo tubo é bombardeada pela luz e sai desinfetada. Um painel de energia solar carrega a bateria que acende a luz.

Durante a 67ª reunião da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), em São Carlos, o pesquisador do Inpa Carlos Bueno, em entrevista à Agência Brasil, disse que o projeto foi desenvolvido para evitar mortes por contaminação e verminoses, principalmente de crianças, devido ao consumo de água não potável. Os testes em aldeias indígenas começaram em 2007. “O purificador é resultado da remodelagem de tecnologias que já existiam”, explicou.

Segundo o pesquisador, apesar da grande quantidade de água doce na região amazônica, há muita água de baixa qualidade. “Nos rios próximos a comunidades, as águas encontram-se poluídas por populações que vivem de costas para o rio”, ressaltou. Bueno atribui o fato a fatores culturais, como a crença de que a sujeira jogada no rio é levada embora.

O Inpa, em parceria com o sistema de saúde, está avaliando os impactos da tecnologia nos números de contaminação e verminoses das populações beneficiadas. “Os resultados são altamente positivos, os indígenas, inclusive, apelidaram o aparelho de ‘benção de Deus’”, disse Bueno.

O Instituto tem 56 aparelhos montados. De acordo com o pesquisador, ainda este ano, serão instalados dois purificadores em cada estado da Região Norte, em comunidades isoladas, unidades de conservação e pelotões de fronteira do Exército.

Purificador Inpa

Acoplado a um painel de energia solar e à caixa de água, o purificador filtra 400 litros por hora. Foto: Divulgação/Ascom Inpa

 

 

O purificador é uma caixa metálica de 13 quilos, e todo o sistema custa R$ 2 mil, incluindo o painel solar e o filtro de entrada. A lâmpada e a bateria duram cerca de 10 mil horas, ou seja, de três a quatro anos. Bueno acrescenta que a manutenção é mínima neste período.

Acoplado a um painel de energia solar e à caixa de água das comunidades, o purificador filtra 400 litros por hora, ou seja, 5 mil litros por dia, o suficiente para fornecer água limpa para beber e cozinhar a 300 pessoas.

Mas, para que o purificador funcione com eficiência, a água que passa pelo aparelho precisa ser límpida, translúcida, permitindo que a luz a atravesse. Bueno conta que as águas dos rios da Amazônia são diversificadas, assim como a fauna e a flora da região. “Temos água branca, preta, como no Rio Negro, e igarapés, vermelha, como em São Gabriel da Cachoeira, barrenta ou branca, como do Rio Amazonas e Solimões, e verde, como a do Rio Tapajós.”

O pesquisador explicou que cada uma dessas águas têm quantidades diferentes de resíduos em suspensão, que precisam passar por um filtro físico antes de entrar no purificador, que é um filtro biológico. “Com água barrenta, por exemplo, a eficiência da radiação não vai ser boa, então o aparelho exige que sejam acoplados filtros para melhorar a qualidade da água antes que seja purificada”, explicou.

Os filtros usados nos purificadores em operação foram comprados prontos no mercado, mas o Inpa está patenteando um projeto de filtro natural feito com sementes de plantas como as palmeiras e tubos de PVC. “Entre as vantagens desse tipo de filtro é que, além de retirar materiais em suspensão, ele tira o cheiro da água. E como as sementes são a parte mais nutritiva das plantas, ricas em minerais, tornam a água mais rica.”

O especialista informou que, para expandir a produção do purificador, o Inpa assinou um contrato de parceria com uma empresa que trabalha com energias alternativas. “Estão trabalhando junto com o Inpa e vão dar escala de produção para o aparelho.”

O instituto também fez parceria com o Exército para desenvolver um projeto chamado Homem Água, que consiste em um modelo mais compacto do aparelho que vai caber em uma mochila. “Quando os soldados estiverem em treinamentos na selva, por exemplo, vão poder instalar o sistema e tratar água para o pelotão inteiro tomar quando pararem”, explicou Bueno.

Por Maiana Diniz, da Agência Brasil, in EcoDebate, 24/07/2015

Soluções para o Aquecimento Global – O que podemos fazer?


 

As evidências de que nós, humanos, somos os causadores do aquecimento global, são grandes, mas a questão do que fazer sobre ele permanece em controvérsia. Economia, sociedade, e a política são importantes fatores no planejamento para o futuro.

Mesmo que nós parássemos hoje de emitir gases de efeito estufa, a Terra continuaria quente a um grau Fahrenheit ou menos. Pensando num futuro próximo, o que nós fazemos hoje fará uma grande diferença, dependendo das nossas escolhas. Cientistas prevêem que a Terra pode eventualmente esquentar a 2.5 graus ou bem mais de 10 graus.

A meta geralmente citada é estabilizar as emissões de gases do efeito estufa aproximadamente 450-550 partes por milhão (ppm), o que significa a metade dos níveis industriais gerados atualmente. Este é o ponto em que muitos acreditam que os impactos mais danosos da mudança climática podem ser evitados. Hoje as concentrações atuais de emissões de gases estão em 380 ppm, o que significa que não há mais tempo a perder. De acordo com o Intergovernmental Panel on Climate Change (IPCC), nós teríamos que reduzir as emissões de gases do efeito estufa em 50% a 80%, para assim estar no caminho certo no próximo século a um nível aceitável.

Isso é possível?

Muitas pessoas e governantes já trabalham muito na diminuição das emissões dos gases do efeito estufa, e todos podem ajudar.

Os pesquisadores Stephen Pacala e Robert Socolown da Universidade de Princeton, nos Estados Unidos, têm sugerido uma abordagem que eles chamam de ‘suporte de estabilização’. O que significa reduzir as emissões de gazes a partir de uma variedade de fontes, com as tecnologias disponíveis nas próximas décadas ao invés de depender de uma enorme mudança em uma única área. Eles sugerem suportes que cada um poderá fazer para reduzir as emissões, e, todos juntos, poderiam mantê-las em níveis aproximadamente atuais para os próximos cinqüenta anos. O que nos coloca no caminho favorável para estabilizar em torno de 500 ppm.

Há muitas maneiras possíveis, incluindo melhorias na eficiência energética; economia de combustível fóssil em veículos; aumentos da energia eólica e solar; hidrogênio produzido a partir de fontes renováveis; biocombustíveis (produzidos de matéria orgânica); gás natural e potência nuclear.

Há também a possibilidade de capturar o dióxido de carbono emitido pelos combustíveis fósseis e armazená-lo no subsolo, um processo chamado de "seqüestro de carbono", além de reduzir os gases que emitem para a atmosfera, também aumenta a quantidade de gases que retira da atmosfera. Plantas e árvores absorvem CO2 à medida que crescem, "seqüestrando" o carbono naturalmente. O crescente aumento da agricultura e as mudanças que podem ser feitas na forma de plantar pode intensificar a quantidade de carbono armazenado.

Algumas dessas tecnologias têm desvantagens, e diferentes comunidades irão tomar diferentes decisões sobre como guiar as suas vidas, mas a boa notícia é que há uma variedade de opções para nos colocar em um caminho em direção a um clima estável.

Tradução por Laísa Mangelli

Fonte: National Geographic